Seminário
Introdução ao Livro de Abraão


Introdução ao Livro de Abraão

Por que estudar esse livro?

O livro de Abraão é uma tradução inspirada dos escritos de Abraão. Estudando esse livro, os alunos podem ser fortalecidos pelo exemplo de vida em retidão dado por Abraão enquanto vivia cercado de iniquidade. Também aprenderão sobre as bênçãos e responsabilidades que podem herdar como posteridade, ou semente, de Abraão. Além disso, o estudo desse livro proporcionará aos alunos maior entendimento de sua existência pré-mortal como filhos e filhas espirituais de Deus.

Quem escreveu esse livro?

O Profeta Joseph Smith ensinou que o livro de Abraão era “uma tradução de alguns registros antigos que chegaram a nós de maneira milagrosa e que vieram das catacumbas do Egito, com a alegação de serem os escritos de Abraão, enquanto ele estava no Egito” (“The Book of Abraham” [O Livro de Abraão], Times and Seasons, 1º de março de 1842, p. 704). Abraão nasceu em Ur dos Caldeus, aproximadamente 2000 a.C. Em obediência aos mandamentos do Senhor, viajou de Ur a Harã, e depois a Canaã, ao Egito e de volta a Canaã — a terra que o Senhor prometeu dar à semente de Abraão. Abraão é conhecido como “o Amigo de Deus” (Tiago 2:23; ver também Isaías 41:8) devido à sua fidelidade em realizar e cumprir convênios com o Senhor. Ele também é chamado de “o pai dos fiéis” (D&C 138:41) por causa da promessa que o Senhor lhe fez de que “todos os que receberem este Evangelho serão chamados segundo o teu nome e contados como tua semente; e levantar-se-ão e abençoar-te-ão como seu pai” (Abraão 2:10).

Quando e onde foi escrito?

Não sabemos quando Abraão registrou os escritos do livro de Abraão, mas parece que ele os escreveu enquanto estava no Egito. O Profeta Joseph Smith ficou sabendo desses escritos em 1835, quando um homem chamado Michael Chandler levou quatro múmias egípcias e vários rolos de papiro de antigos escritos egípcios para Kirtland, Ohio. Os membros da Igreja compraram as múmias e os rolos de papiro. O Profeta traduziu alguns dos escritos e começou a publicar trechos do livro de Abraão em uma publicação da Igreja chamada Times and Seasons a partir de março de 1842, em Nauvoo, Illinois.

“Em 1966, 11 fragmentos dos papiros que foram de propriedade do Profeta Joseph Smith foram descobertos no Metropolitan Museum of Art da Cidade de Nova York. Eles foram dados à Igreja e analisados por estudiosos que os dataram entre 100 a.C. e 100 d.C . Uma objeção frequente à autenticidade do livro de Abraão baseia-se no fato de que os manuscritos não são suficientemente antigos para terem sido escritos por Abraão, que viveu quase 2 mil anos antes de Cristo. Joseph Smith jamais declarou que os papiros tivessem sido escritos pelo próprio Abraão nem que fossem de sua época. É frequente referir-nos às obras de um autor como ‘seus’ escritos, quer ele os tenha escrito pessoalmente ou ditado a outros, quer tenham sido copiados por outros posteriormente” (A Pérola de Grande Valor, Manual do Aluno, manual do Sistema Educacional da Igreja, 2000, p. 28).

Além disso, não sabemos a relação que há entre os fragmentos e o processo de tradução e como eles foram usados. Para mais informações sobre o surgimento do livro de Abraão, entre em Gospel Topics no site LDS.org e pesquise “book of Abraham”.

Quais são algumas características marcantes desse livro?

Nesse livro, diferentemente do relato a respeito de Abraão encontrado em Gênesis 12–25, Abraão apresentou suas experiências pessoais em suas próprias palavras. O livro de Abraão também nos fornece mais informações prévias sobre a vida de Abraão na terra dos caldeus. Aprendemos, por exemplo, que Abraão quase foi sacrificado a deuses falsos antes de ser salvo por Jeová (ver Abraão 1:5–20). Esse livro fornece informações e explicações marcantes sobre o convênio abraâmico (ver Abraão 2:6–11), o uso do Urim e Tumim por Abraão (ver Abraão 3:1) e a visão que Abraão teve do Sol, da Lua e das estrelas (ver Abraão 3:2–18). Além disso, esse livro contribuiu com importantes informações doutrinárias a respeito de assuntos referentes à vida pré-mortal, incluindo a natureza dos espíritos (ver Abraão 3:18–21), a preordenação (ver Abraão 3:22–23), o Conselho do Céu (ver Abraão 3:24–28) e o planejamento e a Criação da Terra (ver Abraão 4–5).

O livro de Abraão é o único livro das obras-padrão que vem acompanhado de gravuras. Os manuscritos que Joseph Smith traduziu para produzir o livro de Abraão continham desenhos egípcios além dos escritos em hieróglifos. “Em 23 de fevereiro de 1842, o Profeta Joseph Smith pediu a Reuben Hedlock, um entalhador de madeira profissional e membro da Igreja, que preparasse uma xilogravura dos desenhos para que pudessem ser impressos. Hedlock terminou a xilogravura em uma semana, e Joseph Smith publicou os fac-símiles com o livro de Abraão. As explicações de Joseph Smith dos desenhos acompanham os fac-símiles” (A Pérola de Grande Valor, Manual do Aluno, pp. 28–29).

Resumo

Abraão 1–2. Abraão busca as bênçãos do sacerdócio. Sacerdotes idólatras tentam sacrificar Abraão, mas ele é salvo por Jeová. Ele parte da terra dos caldeus e viaja até Harã. O Senhor aparece novamente a Abraão, ordena que ele vá para a terra de Canaã e estabelece as bênçãos e as responsabilidades do convênio abraâmico. Abraão viaja para Canaã e prossegue até o Egito.

Abraão 3. Abraão recebe informações sobre o Sol, a Lua e as estrelas que podem ser relacionadas à grandiosidade de Jesus Cristo. Também aprende sobre a natureza eterna dos espíritos, a preordenação e o Conselho Pré-Mortal no Céu.

Abraão 4–5. Abraão registra o planejamento da Criação da Terra e o cumprimento desses planos.