Seminário
Lição 33: Gênesis 33–34


Lição 33

Gênesis 33–34

Introdução

Depois de estarem separados por 20 anos, Jacó e Esaú se encontraram e se reconciliaram. Depois de se encontrarem, Jacó continuou viajando para a terra de Canaã e armou sua tenda perto da cidade de Salém. Siquém, que morava perto dali, violentou a filha de Jacó, Diná, forçando-a a ter relações sexuais com ele. Enfurecidos pelos atos de Siquém, dois dos irmãos de Diná mataram todos os homens da cidade de Siquém.

Sugestões Didáticas

Gênesis 33:1–11

Jacó e Esaú se encontram e se reconciliam

Peça a um aluno que leia em voz alta a seguinte declaração do Presidente Thomas S. Monson. Peça à classe que pondere como os irmãos citados por ele se prejudicaram e estragaram seu relacionamento por causa das escolhas que fizeram.

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Presidente Thomas S. Monson

“Há muitos anos, li no jornal a seguinte nota da Associated Press: Um senhor idoso revelou no funeral do irmão com quem dividia desde a juventude uma cabana de um cômodo perto de Canisteo, em Nova York, que depois de uma briga eles traçaram uma risca de giz dividindo o cômodo ao meio e que nenhum deles jamais cruzara a linha ou dirigira uma única palavra ao outro depois disso (…) e isso foi há 62 anos. Pensem nas consequências dessa raiva. Que tragédia!” (“Amansa Teu Temperamento”, A Liahona, novembro de 2009, p. 62).

  • Que experiências ou bênçãos as pessoas podem perder quando guardam ressentimentos?

Peça aos alunos que pensem em quaisquer problemas de relacionamento que estejam enfrentando ou dos quais tenham conhecimento. Incentive-os, ao estudarem a respeito do relacionamento de Jacó e Esaú, em Gênesis 33, a procurar princípios que possam ajudar a restaurar a paz nesses relacionamentos.

Lembre os alunos de que, quando Jacó viajava de volta para a terra de Canaã após trabalhar para Labão por 20 anos, Jacó tinha medo do que Esaú poderia fazer com ele e sua família quando retornasse.

  • Por que Jacó estava com medo do que Esaú pudesse fazer a ele e à sua família? [Quando eles se separaram, 20 anos antes, Esaú odiava Jacó e havia ameaçado matá-lo (ver Gênesis 27:41–43).]

Divida a classe em duplas. Designe cada dupla a ler Gênesis 33:1–11 juntos em voz alta e procurar saber o que aconteceu quando Jacó e Esaú se encontraram. Instrua um aluno de cada dupla a imaginar como seria vivenciar os acontecimentos registrados nesses versículos como se fosse Esaú, e o outro aluno a imaginá-los como se fosse Jacó.

Depois de dar-lhes tempo suficiente, peça aos alunos que troquem ideias sobre as seguintes perguntas com o colega, usando o que aprenderam ao imaginar o encontro de Esaú com Jacó. (Anote essas perguntas no quadro ou forneça uma cópia para cada dupla de alunos.)

O que você pensou e sentiu ao se aproximar de seu irmão?

O que você fez para restaurar a paz em seu relacionamento com seu irmão?

Quando os alunos completarem a atividade, faça as seguintes perguntas para a classe:

  • O que Jacó fez para restaurar a paz em seu relacionamento com Esaú? [As respostas podem incluir o seguinte: Jacó dirigiu-se a Esaú usando termos respeitosos (ver Gênesis 32:4–5; 33:5, 8); mostrou cortesia, humildade e reverência, inclinando-se perante Esaú (ver Gênesis 33:3); e ofereceu um presente generoso para Esaú (ver Gênesis 32:13–19; 33:8–11).]

  • Se você fosse Esaú, como se sentiria a respeito do esforço feito por Jacó para estabelecer um relacionamento pacífico com você?

  • Que princípio podemos aprender com o exemplo de Jacó sobre o que podemos fazer para restaurar a paz num relacionamento problemático? (À medida que os alunos responderem, saliente o seguinte princípio: Se fizermos um esforço para resolver conflitos à maneira do Senhor, podemos ajudar a restaurar a paz nos relacionamentos conturbados.)

Para ajudar os alunos a entender esse princípio e sentir a veracidade e a importância dele, faça as seguintes perguntas:

  • Por que às vezes é difícil tentar resolver conflitos em relacionamentos problemáticos?

  • Quando foi que vocês viram a paz ser restaurada num relacionamento porque alguém fez um esforço para resolver o conflito? Que pensamentos ou sentimentos tiveram ao ver isso acontecer?

Para ajudar os alunos a identificar outro princípio em Gênesis 33:1–11, faça as seguintes perguntas:

  • O que Esaú fez para demonstrar que tinha superado seu ódio e perdoado Jacó? [Ele correu para encontrar-se com Jacó, abraçou-o e chorou com ele (ver versículo 4). Também aceitou o presente de Jacó (ver versículo 11).]

  • Que princípio podemos aprender com o exemplo de Esaú referente ao empenho de restaurar a paz em relacionamentos problemáticos? (Os alunos podem sugerir vários princípios, mas certifique-se de que eles entendam que, se superarmos o ódio e perdoarmos as pessoas, podemos ajudar a restaurar a paz nos relacionamentos conturbados.)

Peça a um aluno que leia em voz alta a seguinte declaração do Élder Marion D. Hanks, dos setenta. Peça aos alunos que compilem uma lista de motivos pelos quais precisamos superar o ódio ou o ressentimento quando sentirmos que as pessoas nos ofenderam.

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Élder Marion D. Hanks

“Qual é nossa responsabilidade quando somos ofendidos, mal compreendidos, tratados de modo injusto ou rude, vitimados por pecados alheios, transformados em ofensores por uma palavra, falsamente acusados, desprezados, magoados por aqueles a quem amamos, rejeitados em nossas ofertas? Será que nos ressentimos, tornamo-nos amargos, guardamos rancor? Ou resolvemos o problema se pudermos, perdoamos e livramo-nos do fardo?

A natureza de nossa resposta nessas situações pode muito bem determinar a natureza e a qualidade de nossa vida, aqui e na eternidade. (…)

Mesmo que aparentemente a outra pessoa mereça nosso ressentimento ou ódio, nenhum de nós deve arcar com o preço do ressentimento ou do ódio, por causa do que isso faz a nós” (“Para Que Não Vos Ofendais”, A Liahona, outubro de 1995, p. 28).

  • Qual é a importância de perdoarmos as pessoas mesmo que elas aparentemente estejam erradas? (Para ajudá-los a responder a essa pergunta, você pode pedir-lhes que leiam Doutrina e Convênios 64:9–11.)

  • O que podemos fazer para superar o ódio e perdoar as pessoas?

Peça aos alunos que pensem numa ocasião em que sentiram ou testemunharam o retorno da paz a um relacionamento porque alguém estava disposto a vencer o ódio e perdoar os outros.

  • O que ajudou você ou a pessoa em quem você pensou a vencer o ódio e a perdoar as pessoas?

Você pode contar uma experiência pessoal ou prestar um testemunho relacionado a um ou mais dos princípios que os alunos identificaram. Para ajudar os alunos a entender a importância desse princípio, peça-lhes que respondam a uma das seguintes perguntas no caderno ou diário de estudo das escrituras:

  • O que você vai fazer para vencer o ódio ou o ressentimento que tem em relação a alguém e para perdoar essa pessoa?

  • Que esforço você vai fazer para resolver conflitos num relacionamento problemático?

Incentive os alunos a aplicar o que escreveram.

Gênesis 33:12–20

Esaú retorna a Seir, e Jacó viaja para a terra de Canaã

Resuma Gênesis 33:12–17 e explique que, depois que Jacó e Esaú se encontraram, Esaú ofereceu-se para viajar com Jacó e sua família ao prosseguirem sua jornada até a terra de Canaã. Jacó disse que sua caravana teria que viajar mais lentamente por causa dos animais e das crianças e sugeriu que Esaú prosseguisse sem eles. Esaú então voltou à terra de Seir.

Peça a um aluno que leia Gênesis 33:18–20 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que Jacó edificou. Saliente que o nome do altar que Jacó edificou em Salém significa “El (Deus) é o Deus de Israel”. Ao dedicar esse altar, Jacó confirmou sua promessa de que, se Deus o ajudasse a retornar para casa em paz, então o Senhor seria seu Deus (ver Gênesis 28:20–21).

Gênesis 34:1–31

Siquém violenta Diná, e Simeão e Levi se vingam de Siquém e de sua cidade

Escreva as seguintes palavras no quadro: Amor e Luxúria. Depois, faça as seguintes perguntas:

  • Quais são algumas diferenças entre amor e luxúria?

  • Por que é importante saber a diferença entre amor e luxúria?

Peça a um aluno que leia Gênesis 34:1–3 em voz alta. Peça à classe que determine se eles veem evidências de amor ou de luxúria.

  • Mesmo que Siquém tenha afirmado que amava Diná, o que ele fez que mostrava que ele a desejava com luxúria em vez de amá-la realmente? [“Tomou-a, e deitou-se com ela, e humilhou-a” (versículo 2), o que significa que Siquém violentou e desonrou Diná, forçando-a a ter relações sexuais com ele.]

Você pode escrever o seguinte princípio no quadro: Desejar alguém com luxúria demonstra falta de amor e de respeito.

  • Como esse princípio difere do que a sociedade frequentemente nos diz a respeito do amor?

Leia em voz alta as situações a seguir. Peça aos alunos que procurem identificar as diferenças entre amor e desejo físico:

“Nunca faça nada que possa levar à transgressão sexual. Trate as outras pessoas com respeito, não como objetos usados para satisfazer desejos egoístas. (…) Não participe de debates ou de qualquer meio de comunicação que desperte sentimentos sexuais. Não participe de qualquer tipo de pornografia” (Para o Vigor da Juventude, livreto, 2011, p. 36).

“O amor nos leva instintivamente a estender a mão para Deus e para outras pessoas. A luxúria, por outro lado, afasta-se de tudo o que é divino, venerando a autoindulgência. O amor vem de braços e coração abertos. A luxúria vem apenas com um apetite insaciável” (Jeffrey R. Holland, “Não Dar Mais Lugar ao Inimigo de Minha Alma”, A Liahona, maio de 2010, p. 44).

Explique-lhes que agir com luxúria é resultado de pensamentos e desejos impuros e indisciplinados.

  • Como podemos impedir que a luxúria se desenvolva em nossa mente e em nosso coração?

Peça aos alunos que escrevam no caderno ou no diário de estudo das escrituras como acham que Gênesis 34:2 poderia ter sido escrito se Siquém realmente amasse e respeitasse Diná. Depois de um tempo suficiente, chame alguns alunos para compartilhar o que escreveram.

Peça aos alunos que procurem a sequência de acontecimentos que resultaram das ações pecaminosas de Siquém. Resuma Gênesis 34:4–31 e explique que, depois que Siquém tomou Diná e a violentou, ele quis casar-se com ela. O pai de Siquém foi falar com Jacó e propôs que fosse permitido que Diná se casasse com Siquém. Também sugeriu que seus povos estabelecessem relações de comércio entre si e que outros casamentos fossem realizados entre os dois povos. Os filhos de Jacó ficaram irados com o que Siquém tinha feito e enganosamente sugeriram que deveriam concordar com o arranjo proposto, mas somente se todos os homens da cidade de Siquém concordassem em ser circuncidados, simbolizando sua adoção do convênio abraâmico. Os homens concordaram com a proposta e todos foram circuncidados. Quando os homens estavam se recuperando da circuncisão, Simeão e Levi entraram na cidade, mataram todos os homens e resgataram sua irmã Diná da casa de Siquém. Jacó ficou extremamente transtornado com o que Simeão e Levi tinham feito e preocupou-se com a possibilidade de que as tribos vizinhas se reunissem para destruir sua família.

Explique-lhes que, embora a indignação de Simeão e Levi pudesse ser de alguma forma justificada, não era justificado enganar e matar os homens da cidade. Peça aos alunos que ponderem como a luxúria, a ira e a vingança podem levar a escolhas imorais que resultam em remorso e sofrimento.

Encerre prestando testemunho dos princípios que os alunos identificaram na aula de hoje.

Comentários e Informações Históricas

Gênesis 33. Perdoar

O Presidente Boyd K. Packer, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou a respeito do valor do perdão quando narrou o relato de um acontecimento atual em que uma jovem mãe morreu de uma infecção causada pelo médico que tratava dela. O marido angustiado foi inspiradamente aconselhado a perdoar (ver “O Bálsamo de Gileade”, A Liahona, janeiro de 1988, p. 14).

Gênesis 34:1–3. Vítimas de abuso sexual

“As vítimas de abuso sexual não têm culpa por esse pecado e não precisam arrepender-se. Se você for vítima de abuso, saiba que é inocente e que Deus ama você. Converse com seus pais ou com outro adulto confiável e busque o conselho de seu bispo imediatamente. Eles podem dar-lhe apoio espiritual e auxílio para obter a ajuda de que necessita. O processo de cura pode levar tempo. Confie no Salvador. Ele vai proporcionar-lhe a cura e dar-lhe paz” (Para o Vigor da Juventude, livreto, 2011, p. 36).

Gênesis 34:1–3. Agir com luxúria

O Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou porque a luxúria é um pecado:

“Por que a luxúria é um pecado tão ‘mortal’? Além do impacto espiritualmente destrutivo que tem sobre a alma, acho que é um pecado porque macula o mais elevado e santo relacionamento que Deus nos concede na mortalidade: o amor que um homem e uma mulher sentem um pelo outro e o desejo que o casal tem de gerar filhos em uma família planejada para ser eterna. Alguém disse que o verdadeiro amor deve incluir o conceito de permanência. O amor verdadeiro perdura, mas a luxúria muda tão rapidamente quanto o virar de uma página de material pornográfico ou a olhada para outro objeto potencial de satisfação que passa pela pessoa, seja homem ou mulher. O amor verdadeiro é algo que nos deixa totalmente entusiasmados, tal como o que sinto por minha mulher. Queremos proclamá-lo do alto do telhado. Mas a luxúria caracteriza-se pela vergonha e pelo segredo e é quase patologicamente clandestino: quanto mais tarde da noite e escuro for, melhor; com tranca dupla na porta, por via das dúvidas” (“Não Dar Mais Lugar ao Inimigo de Minha Alma”, A Liahona, maio de 2010, p. 44).