Manuais e chamados
Dirigir discussões


14

Dirigir discussões

As discussões significativas são fundamentais para o ensino do evangelho na maioria das situações. Quando nos ensinamos mutuamente o evangelho e somos atenciosos e respeitosos uns para com os outros, convidamos a influência do Espírito.

As discussões podem produzir resultados raramente alcançados sem elas. Podem, por exemplo:

  • Incentivar a diligência no aprendizado. Por meio de discussões bem-conduzidas, o interesse e a atenção dos alunos aumentam. Cada participante pode receber estímulo para envolver-se ativamente no processo de aprendizado. Quando você e seus alunos fizerem perguntas, estudarem as escrituras juntos e ouvirem uns aos outros, todos os presentes poderão desenvolver técnicas e motivação que vão auxiliá-los em seu estudo pessoal do evangelho.

  • Incentivar a unidade entre seus alunos. Quando externam suas opiniões e experiências e ouvem e respondem uns aos outros com respeito, eles ficam mais unidos e criam uma atmosfera propícia ao aprendizado.

  • Aumentar o entendimento. As boas discussões são mais do que conversas agradáveis em que se expressam opiniões. Elas ampliam e aprofundam a compreensão que cada participante tem dos princípios do evangelho.

  • Reduzir os mal-entendidos. Os comentários dos alunos revelam o quanto eles estão entendendo os princípios ensinados. Isso pode ajudá-lo a saber quando deve alongar-se em determinados princípios, ressaltá-los ou recapitulá-los.

Sugestões para Dirigir Discussões

Utilizar Perguntas

As perguntas podem estimular os alunos a participar de discussões. Podem ajudá-los a compreender determinado princípio, refletir sobre ele com mais profundidade e aplicá-lo em sua vida. Podem incentivar os alunos a buscar respostas nas escrituras.

A maioria dos manuais tem sugestões de perguntas para iniciar e manter discussões. Você pode usá-las ou elaborar as suas próprias. Faça perguntas que ensejem comentários inteligentes e ajudem as pessoas a realmente refletir sobre o evangelho. (Há mais informações sobre isso em “Ensinar com Perguntas”, páginas 68–70.)

Escolher Métodos Didáticos que Relacionem as Discussões às Aulas

Depois de planejar as perguntas, pergunte a si mesmo: “O que mais posso fazer? Que métodos posso usar para enriquecer a discussão?” Você pode utilizar muitos métodos didáticos diferentes para iniciar e manter discussões. Pode, por exemplo, começar a aula contando uma história, realizando uma atividade com um objeto ou cantando um hino juntos e pedindo aos presentes que procurem em sua letra a resposta à pergunta.

Ser Sensível à Influência que o Espírito Exerce sobre os Presentes

O Espírito Santo pode inspirar um ou mais de seus alunos a emitir opiniões que outras pessoas precisem ouvir. Siga prontamente os sussurros que o motivarem a pedir a participação de alguém. Você pode até ser inspirado a solicitar comentários de uma pessoa que não se tenha pronunciado.

Buscar Formas de Contar com a Participação de Todos

Seus alunos beneficiam-se muito da participação uns dos outros. No entanto, você talvez seja tentado a dar oportunidade apenas aos que levantarem a mão. Às vezes, as pessoas optam por não participar por não terem opinião formada sobre o assunto ou por preferirem dar espaço a outras pessoas. Podem também ter receio de estar erradas ou achar que não são capazes de expressar-se tão bem quanto os demais. Às vezes, não se sentem aceitas pelo grupo.

Seja sensível e busque a orientação do Espírito ao pensar em cada pessoa. Em alguns casos, você sentirá que deve solicitar a opinião de uma pessoa sobre determinado assunto, em vez de dirigir-lhe uma pergunta factual que ela talvez não consiga responder. Por exemplo, em vez de perguntar: “Que dons do Espírito Paulo mencionou em I Coríntios?”, você poderia indagar: “Na sua opinião, por que a caridade é o maior de todos os dons do Espírito?” Você pode pedir a um aluno que faça uma breve apresentação durante a aula; pode até mesmo ajudá-lo a fazê-la. O primeiro passo talvez seja conquistar a amizade de algumas pessoas, demonstrando que você valoriza o que elas têm a dizer.

Manter as Aulas Centradas no Tema

Às vezes, os alunos fazem comentários que não dizem respeito à lição. Caso sinta que um comentário desvie a atenção, reconduza a discussão para os pontos principais da aula dizendo algo como: “Essa observação é interessante, mas acho que estamos entrando em outro assunto. Poderíamos deixar essa discussão para outra oportunidade e voltar à pergunta original?” Ou você poderia dizer: “Acho que não estou preparado para falar sobre esse assunto hoje. Talvez possamos abordá-lo em outra ocasião”.

Pode também haver situações em que você não saiba a resposta de determinada pergunta. Caso isso ocorra, simplesmente diga a verdade. Pode dizer que tentará descobrir a resposta ou pedir aos alunos que a busquem, dando tempo em outra aula para relatarem o que aprenderam.

Manter a Ordem

Às vezes, vários alunos podem estar ansiosos para opinar sobre determinado assunto. Oriente-os a levantarem a mão sempre que quiserem dizer algo e a esperarem que você lhes dê permissão para falar. Ressalte o quanto eles podem aprender uns com os outros e convide-os a ouvir respeitosamente os demais colegas.

Pode acontecer de alguém interromper a aula para discordar de você ou dos colegas, falar de forma irreverente ou suscitar assuntos polêmicos. Essa atitude introduz o espírito de contenda, que dificulta o ensino e pode enfraquecer a fé dos alunos. Há sugestões sobre a forma de lidar com pessoas assim em “Ajudar as Pessoas que Tumultuarem as Aulas”, nas páginas 84–87.

Não Falar Demais

Os professores que usam aulas expositivas o tempo todo ou respondem eles mesmos a todas as perguntas tendem a desestimular a participação dos alunos. Tenha cuidado para não falar mais do que o necessário ou expressar sua opinião com demasiada freqüência. Essas atitudes podem levar os alunos a perderem o interesse. Veja a si mesmo como um guia na jornada do aprendizado que ocasionalmente faz comentários pertinentes a fim de manter os alunos no rumo certo.

Sua principal preocupação deve ser ajudar as pessoas a aprenderem o evangelho e não fazer uma apresentação de impacto. Parte disso inclui dar aos alunos a oportunidade de ensinar uns aos outros. Quando alguém fizer uma pergunta, pense na possibilidade de pedir que outro aluno responda, em vez de fazê-lo você mesmo. Você pode, por exemplo, dizer: “Essa pergunta é interessante. O que o restante da turma acha?” ou “Alguém poderia ajudar a responder?

Não Terminar as Discussões Precocemente

Tenha o cuidado de não terminar boas discussões precocemente na tentativa de ensinar tudo o que preparou. Embora seja importante transmitir o conteúdo da lição, o essencial é ajudar os alunos a sentir a influência do Espírito, esclarecer suas dúvidas, aumentar sua compreensão do evangelho e seu compromisso de guardar os mandamentos.

Ouvir

Esforce-se ao máximo para ouvir com sinceridade os comentários dos alunos. Seu exemplo os motivará a ouvir atenciosamente uns aos outros. Se você não entender o comentário de alguém, faça uma pergunta do tipo: “Talvez eu não tenha compreendido. Poderia explicar novamente?” ou “Poderia dar-me um exemplo do que está dizendo?” (Em “Ouvir”, pp. 66–67, há outras sugestões.)

Demonstrar Gratidão por Todas as Contribuições

Caso reaja de forma positiva a todos os comentários sinceros, você pode ajudar seus alunos a sentirem-se mais confiantes em sua capacidade de participar de uma discussão. Você pode dizer, por exemplo: “Obrigado por sua resposta. Uma observação muito pertinente” ou “Que ótima idéia! Nunca havia pensado nisso antes” ou “Esse exemplo é muito bom” ou “Obrigado pelo que disseram hoje”.

Nunca ridicularize ou critique perguntas ou comentários, mas demonstre cortesia e amor ao acolhê-los da melhor forma possível. Quando sentem que seus comentários são valorizados, as pessoas predispõem-se a contar experiências, sentimentos e testemunhos com mais liberdade. (Ver “Ensinar as Pessoas a Contribuírem para uma Atmosfera Propícia ao Aprendizado”, pp. 77–78; “Como os Professores Podem Contribuir para uma Atmosfera Propícia ao Aprendizado”, pp. 79–81.)

Ajudar os Alunos quando Eles Derem Respostas Incorretas

Por vezes, os alunos podem dizer algo que não seja correto. Você pode ajudá-los dizendo coisas do tipo: “Nunca havia pensado dessa forma antes” ou “Talvez você esteja pensando em algo diferente” ou “Que bom que você tocou nesse assunto”. Em alguns casos, assuma a responsabilidade pela resposta incorreta. Você pode dizer, por exemplo: “Não fui muito claro, não é mesmo? Sinto muito”.

Encerrar Discussões

É importante encerrar as discussões no momento certo. Quando uma discussão, mesmo que edificante, se prolonga demais, muito do espírito se perde. As sugestões a seguir podem ser úteis:

  • Controle o tempo. Saiba quando a aula deve terminar. Reserve tempo suficiente para recapitular o que foi dito e prestar seu testemunho.

  • Estabeleça limites de tempo. Diga algo como: “Só temos tempo para mais dois comentários” ou “Vamos ouvir só mais uma pessoa e depois vou concluir”.

Além de encerrar as discussões no momento certo, é importante fazê-lo da maneira correta. Ao finalizar uma discussão, agradeça aos alunos pela participação. Em seguida, repasse os pontos principais abordados durante a discussão ou peça a alguém que o faça. Dê um destaque especial aos princípios do evangelho discutidos. Examine quaisquer conclusões a que chegarem na discussão e incentive seus alunos a usarem o novo conhecimento adquirido, aplicando-o em sua vida. Conforme a orientação do Espírito, preste seu testemunho ou peça a alguém que o faça.