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CAPÍTULO VINTE E NOVE: A GUERRA DE UTAH


CAPÍTULO VINTE E NOVE

A GUERRA DE UTAH

OS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS consideravam-se leais cidadãos americanos e ficaram indignados ao saber que um grande exército estava a caminho do oeste para pôr fim à “rebelião mórmon”. Lembrando-se das perseguições sofridas nos anos anteriores, os colonos temiam ser novamente expulsos de seus lares. Nos meses seguintes, os santos prepararam-se para defender-se. Tanto os líderes quanto os membros da Igreja não estavam dispostos a sofrer novas opressões.

O conflito da Igreja com o governo federal baseava-se em duas questões: a prática do casamento plural pelos santos e o controle da Igreja sobre o governo territorial de Utah. Quando Utah novamente fez uma petição para tornar-se estado, em 1856, encontrou enorme oposição e a “questão mórmon” entrou na pauta da política do país.

O partido nacional republicano foi fundado em 1854, sendo fortemente anti-escravagista, e lançou seu primeiro candidato presidencial em 1856. Em sua campanha, o partido pedia que o congresso proibisse nos territórios dois resquícios da barbárie: a poligamia e a escravidão. Os democratas, não querendo dar a entender que apoiavam a poligamia por serem a favor da escravidão, atacavam os mórmons tão veementemente quanto os republicanos. O bem-sucedido candidato democrático James Buchanan prometeu em sua campanha presidencial que caso fosse eleito colocaria outra pessoa no lugar de Brigham Young, como governador de Utah.

Nesse mesmo tempo, surgiram novos problemas em Utah entre os santos e algumas autoridades territoriais descontentes que se tinham proposto a mudar o estilo de vida dos santos dos últimos dias. Cartas e relatórios verbais do agrimensor geral, de três agentes indígenas, de dois magistrados da corte suprema e do antigo encarregado do correio dos Estados Unidos chegaram a Washington, D. C., piorando ainda mais a imagem negativa que os políticos do leste faziam da Igreja. O maior dano foi causado pelo juiz auxiliar William W. Drummond, que entrou em conflito com os santos assim que chegou a Utah, em 1854. Ele opôs-se à jurisdição dos tribunais testamentários, que os moradores de Utah consideravam sua mais importante defesa legal contra os ataques de seus inimigos. Além disso, Drummond era um homem sem princípios, fazendo-se acompanhar de uma prostituta de Washington como sua amante. Muitas vezes, ele fazia com que ela se sentasse a seu lado na cadeira de juiz, enquanto discursava contra a falta de moral dos santos. Mais tarde, descobriu-se que ele havia abandonado esposa e filhos no leste.1

Quando Levi Abrahams, um judeu convertido ao mormonismo, fez um comentário verdadeiro a respeito do caráter do juiz, Drummond enviou seu guarda-costas à casa de Abraham, em Fillmore, para açoitá-lo com um chicote de cavalo. Tanto o juiz quanto o guarda-costas foram presos por agressão física e tentativa de homicídio. Ao ser libertado da cadeia, Drummond fugiu em segredo para a Califórnia, seguindo depois para Nova Orleans, onde apresentou sua carta de demissão endereçada à administração do presidente Buchanan. Alegou que os mórmons haviam destruído os registros da suprema corte territorial, que os líderes da Igreja não respeitavam as autoridades federais, que um bando ligado por juramento secreto agia em Utah com o conhecimento de Brigham Young, que foram os mórmons e não os índios que massacraram a equipe de levantamento topográfico de John W. Gunnison, em 1854, e que havia um espírito de rebelião em Utah.2

Infelizmente, as acusações de Drummond foram consideradas verdadeiras e criaram grande parte da imagem que a administração Buchanan fazia da Igreja. Pouco depois de receber a carta, o presidente Buchanan, sem investigar a situação em Utah nem comunicar suas intenções ao governador Young, nomeou Alfred Cumming, do Estado de Georgia, como governador, ordenando que um exército de dois mil e quinhentos homens o escoltasse até Salt Lake City. As ordens militares de 18 de maio de 1857 foram emitidas pelo ministro da guerra, John B. Floyd, que era extremamente anti-mórmon e defendia a necessidade do uso da força do exército. O secretário de estado Lewis Cass, contudo, pediu a Cumming que cuidasse para que a lei fosse cumprida, mas não interferisse no estilo de vida dos mórmons.3

Durante o verão de 1857, muitos políticos de ambos os partidos mais importantes falaram contra os santos dos últimos dias, citando suas supostas transgressões da lei. Entre esses políticos estava o senador Stephen A. Douglas, que procurava ganhar o apoio de seu estado natal de Illinois, onde ainda existiam fortes sentimentos anti-mórmons. Os santos ficaram particularmente chocados com as acusações de Douglas, pois consideravamno um amigo leal. Lembraram-se de uma profecia feita por Joseph Smith a Douglas, em 1843, e publicaram-na no Deseret News. O Profeta havia declarado que Douglas um dia aspiraria ao cargo de presidente dos Estados Unidos, mas se alguma vez erguesse a mão contra os santos dos últimos dias, sentiria “o peso da mão do Todo-Poderoso sobre si”.4Douglas concorreu à presidência pelo partido democrata, em 1860, mas foi derrotado por Abraham Lincoln.

A RESPOSTA DA IGREJA

Em 1º de julho de 1857,5funcionários da empresa de correio e entregas rápidas de Brigham Young, a Y.X. Company, pararam no posto do correio federal de Independence, Missouri, para apanhar a correspondência. No caminho, ficaram curiosos ao ver várias caravanas de carroções de suprimentos seguindo para oeste pela estrada. Em Independence, ficaram sabendo que o governo havia não apenas cancelado o contrato do correio com a X.Y. Company como também enviado um grande contingente de tropas federais para Utah. Os carroções de suprimentos que tinham visto eram para o exército. Abraham O. Smoot, prefeito de Salt Lake City e líder desse grupo de fiéis santos dos últimos dias, e seus companheiros, Porter Rockwell e Judson Stoddard, seguiram o mais rápido possível para Salt Lake City com essas notícias e lá chegaram em 23 de julho. No dia 24 de julho, encontraram Brigham Young e muitos santos no desfiladeiro Big Cottonwood comemorando os primeiros dez anos da chegada dos santos na Grande Bacia. Não querendo atrapalhar a ocasião festiva, Brigham Young esperou até a noite para anunciar as intenções do governo.

Depois de muito pensar sobre como lidar com essa “invasão”, os líderes da Igreja fizeram uma proclamação aos cidadãos de Utah, no início de agosto:

“Estamos sendo invadidos por um exército hostil, que evidentemente deseja derrubar-nos e destruir-nos (…)

O governo não se dignou a convocar um comitê de investigação nem enviar pessoas que procurassem descobrir a verdade, como seria costume em casos como este (…)

O problema que nos foi imposto obriga-nos a adotarmos a primeira grande lei da autodefesa e a lutarmos por nossa sobrevivência e nossos direitos, que nos foram garantidos pelo espírito das instituições de nosso país, no qual se baseia o nosso governo. Nosso dever para com nosso bemestar e o de nossas famílias exige que não nos submetamos mansamente à expulsão e destruição sem tentar defender-nos.

Nosso dever para com nosso país, nossa santa religião, nosso Deus e a liberdade exige que não permaneçamos inertes.”6

A proclamação geral tinha três intenções: proibir toda força armada de entrar no território de Utah sob qualquer pretexto, fazer com que todas as forças de Utah se preparassem para repelir qualquer tentativa de invasão e declarar lei marcial no território.7

Brigham Young então convocou a milícia territorial e ordenou que nenhum cereal ou qualquer outro suprimento fosse vendido aos imigrantes ou especuladores que passassem pelo território. Ordenou a construção de fortificações e também escolheu equipes de ataque para atormentar as caravanas de suprimentos do exército. Também enviou um grupo conhecido como a Expedição White Mountain para encontrar outro local adequado para o estabelecimento de uma comunidade, caso os santos tivessem que abandonar seus lares. Os missionários e os colonos de comunidades afastadas foram chamados de volta para ajudar na defesa. Companhias de imigrantes que estavam nas planícies foram guiadas em segurança para dentro do vale, e todos os planos de emigração seguintes foram cancelados.

O governador Young enviou Samuel W. Richards com uma carta ao Presidente Buchanan informando-o de que seu exército não poderia entrar em Utah até que fossem realizadas negociações satisfatórias de paz. O Élder Richards também levou uma carta ao amigo de longa data dos santos, Thomas L. Kane, pedindo que interviesse junto ao governo em favor da Igreja. Richard também foi a Nova York, onde foi entrevistado pelo New York Times, que publicou o ponto de vista da Igreja “sem preconceitos”.8

Em 7 de setembro, o capitão Stewart Van Vliet da Quartermaster Corps chegou a Salt Lake City para comprar alimento e forragem para o exército em marcha. Ele tentou assegurar aos líderes da Igreja que as intenções do exército eram pacíficas. Van Vliet foi o primeiro oficial com quem os santos tiveram contato, tanto do governo quanto do exército, desde o início do problema. Sendo tratado com cordialidade, Van Vliet conversou com os líderes da Igreja, inspecionou suas medidas de segurança e participou de uma reunião pública no Velho Tabernáculo, onde ouviu muitos relatos das perseguições sofridas em Missouri e Illinois. Os oradores disseram que as pessoas incendiariam suas casas, destruiriam as plantações e importunariam as tropas antes de permitir que entrassem no vale. Os santos deram total apoio às medidas de resistência elaboradas por Brigham Young.9

Van Vliet ficou convencido de que os mórmons não estavam em rebelião contra a autoridade dos Estados Unidos, mas sentiam-se justificados em prepararem-se para defender-se de uma invasão militar injustificada. Não tendo conseguido comprar mantimentos para as tropas, ele voltou para junto do exército e depois para Washington, D. C., onde tornou-se forte defensor de uma reconciliação pacífica. Foi acompanhado pelo representante de Utah no congresso, John M. Bernhisel, que levou mais cartas a Thomas L. Kane.

Enquanto isso, Brigham Young prosseguiu com seus planos. Na metade de setembro de 1857, proclamou lei marcial no território e proibiu a entrada de forças armadas. Ordenou à Legião de Nauvoo que se preparasse para enfrentar a invasão. Em quase todas as comunidades de Utah foram apressados os preparativos para a defesa. Também instruiu os bispos das cidades a prepararem-se para queimar tudo, caso as hostilidades realmente chegassem a acontecer.

O MASSACRE DE MOUNTAIN MEADOWS

Na mesma semana em que o capitão Van Vliet visitava Salt Lake City, uma tragédia aconteceu a quase quinhentos quilômetros ao sul. Pode-se entender melhor o fato dentro do contexto da histeria de guerra causada pela chegada iminente das tropas federais a Utah. Assim que soube que um exército estava a caminho, George A. Smith, responsável pelas colônias do sul, viajou para o sul de Utah a fim de mobilizar tropas e colocar a região em alerta de guerra.10

Nessa mesma época, a caravana Fancher — uma companhia de emigrantes formada por várias famílias de Arkansas e um grupo de cavaleiros que se denominavam os Gatos Selvagens de Missouri — passava pela região central de Utah. A companhia seguia pela rota sul, em direção à Califórnia, devido à proximidade do inverno.11Como Utah estava sob lei marcial, o grupo não pôde comprar cereais e suprimentos, mas alguns dos viajantes conseguiram surrupiar algumas coisas dos fazendeiros locais. Alguns deles também se gabavam de terem participado do massacre de Haun’s Mill, do assassinato de Joseph Smith e de outros ataques aos mórmons. Alguns moradores locais relacionaram o grupo de Arkansas com o recente assassinato brutal do Élder Parley P. Pratt ocorrido naquele estado. Alguns dos santos imaginaram tratar-se de um grupo de reconhecimento do exército federal.12

Os problemas com os índios no sul de Utah complicaram ainda mais a situação. Os santos haviam conseguido estabelecer bom relacionamento com os índios, mas ainda havia perigo. Os índios faziam distinção entre os “mericats” (qualquer americano viajando por Utah), de quem desconfiavam plenamente, e os “mormonee”, de quem geralmente gostavam. Existia, porém, a possibilidade de os índios voltarem-se contra os colonos mórmons.13

No dia 7 de setembro de 1857, um bando de índios atacou a caravana Fancher, que estava acampada a 56 quilômetros de Cedar City. Os emigrantes estavam bem armados, de modo que os índios foram obrigados a retroceder.

Nessa mesma época, os cidadãos de Cedar City haviam-se reunido para discutir o que fazer em relação à caravana Fancher. Alguns homens mais irascíveis argumentavam que os emigrantes deveriam ser destruídos. Tinham receio de que os emigrantes viessem a unir-se a um exército proveniente da Califórnia e lutar contra os santos, como ameaçavam em alta voz. Decidiram enviar um mensageiro, James Haslam, para pedir conselho a Brigham Young. Quase sem dormir nem descansar, James Haslan chegou a Salt Lake City em apenas três dias e recebeu uma carta do Presidente Young pedindo aos santos que deixassem os emigrantes seguirem em paz. Quando Haslam estava para partir de Salt Lake City, Brigham Young pediu- lhe: “Vá o mais rápido que puder, sem ter pena dos cavalos. Os emigrantes não devem ser perturbados, mesmo que seja necessário mobilizar todo o condado de Iron para isso. Eles devem seguir em paz e sem ser molestados”.14Haslam viajou o mais rápido que pôde até Cedar City, chegando no dia 13 de setembro, domingo, dois dias depois da tragédia.

John D. Lee, que havia sido nomeado “fazendeiro dos índios” por Brigham Young, na ausência de Jacob Hamlim, o agente dos índios, foi enviado para apaziguar os índios. Chegou ao acampamento indígena pouco depois das primeiras lutas entre eles e os emigrantes. Lee encontrou os índios muito irritados, encontrando-se na perigosa situação de ser o único homem branco ali. Por fim, conseguiu convencer os índios de que eles teriam sua vingança, e então recebeu permissão para partir.

Mais tarde, naquela noite, mais índios chegaram ao acampamento acompanhados de alguns homens brancos de Cedar City. Durante a noite, um plano diabólico foi elaborado, em parte para aplacar a ira dos índios. No dia seguinte, na manhã de 11 de setembro, os brancos prometeram oferecer proteção aos emigrantes, se entregassem suas armas. Integrantes da milícia do condado de Iron, agindo sob as ordens de seus comandantes locais, mataram os homens, enquanto os índios mataram as mulheres e as crianças mais velhas, deixando aproximadamente 120 mortos. Apenas dezoito crianças muito novas foram poupadas. Elas foram posteriormente encaminhadas, com a ajuda do governo, para seus parentes no leste.15

Os mortos foram enterrados em covas rasas, e os participantes do massacre combinaram pôr a culpa de todo o incidente nos índios. Mais de duas semanas depois da tragédia, John D. Lee foi enviado a Salt Lake City para relatar o incidente a Brigham Young. Lee pôs toda a culpa nos índios, como havia sido combinado. Mais tarde, Brigham Young ficou sabendo que integrantes da milícia do condado de Iron haviam participado do ataque. Ele ofereceu pleno apoio ao governador Alfred Cumming para que uma investigação fosse realizada, mas nada aconteceu porque na época os mórmons haviam recebido anistia de todos os supostos crimes relacionados à Guerra de Utah.16

Por duas décadas, continuaram a circular rumores e boatos. Por fim, o caso foi a julgamento na década de 1870. John D. Lee, um dos principais participantes, mas certamente não o único oficial responsável pelo crime, foi o único santo dos últimos dias indiciado. Ele foi julgado duas vezes. No primeiro julgamento, o juri não chegou a um veredicto. Lee acabou sendo condenado em setembro de 1876 e um ano depois foi levado por autoridades federais à região de Mountain Meadow e executado.17

A GUERRA É IMPEDIDA

Na época do massacre de Mountain Meadow,18o exército dos Estados Unidos estava próximo a uma região chamada South Pass, no atual Estado de Wyoming. Estavam temporariamente sob o comando do Tenente Coronel Edmund B. Alexander. Dois integrantes da milícia de Utah, alegando ser imigrantes da Califórnia, misturaram-se ao grupo. Eles testemunharam ameaças feitas por anti-mórmons, que embora não correspondessem às instruções oficiais da expedição deixaram os líderes da Igreja preocupados com a possibilidade de uma guerra. O movimento das tropas foi vigiado por batedores mórmons durante toda a marcha do exército.

Depois da declaração de lei marcial pelo governador Young em setembro, o general Daniel H. Wells, da Legião de Nauvoo, enviou mil e cem homens para leste, até o desfiladeiro Echo, que cruzava as Montanhas Rochosas em direção a Salt Lake City. Esses soldados ergueram muros e cavaram trincheiras, em que poderiam ficar de tocaia. Também deslocaram grandes blocos de pedra para que pudessem ser facilmente derrubados sobre as colunas em marcha e construíram diques e represas que poderiam ser derrubados para inundar o caminho do inimigo.

Quarenta e quatro “comandos mórmons”, uma unidade da Legião de Nauvoo sob a liderança do major Lot Smith, foram enviados para o leste de Utah (atualmente oeste de Wyoming) para atormentar as tropas que se aproximavam. Foram instruídos, entre outras coisas, “a descobrir a localização das tropas ou a rota por elas seguidas e começar imediatamente a atormentá-las de todas as maneiras possíveis. Façam tudo o que puderem para espalhar seus animais e incendeiem suas caravanas. Queimem toda a terra à frente e nos flancos das tropas. Não permitam que durmam, surpreendendo- os durante a noite. (…) Não tirem nenhuma vida, mas destruam suas caravanas e espantem ou afugentem seus animais, em todas as oportunidades”.19

Na noite de 4 de outubro, o major Smith e vinte outros homens cavalgaram até a caravana de carroções que transportava os mantimentos do exército. Os condutores dos carroções tiveram a impressão de que Smith comandava um enorme contingente de homens, por isso obedeceram à ordem de abandonarem seus carroções. James Terry relata em seu diário: “Nunca vi um grupo de homens mais assustado em minha vida, até que descobriram que não iríamos feri-los. Eles riram e disseram ter ficado contentes pois não teriam mais que ficar brigando com os bois para fazê-los andar. Os carroceiros tiveram permissão para tirar suas roupas e armas pessoais dos carroções. Depois disso os carroções foram queimados”.20

Na manhã seguinte, Lot Smith e seus homens encontraram outra caravana carregada de suprimentos seguindo em direção ao vale. Depois de desarmar os carroceiros, Lot cavalgou até onde se encontrava o capitão que cuidava do gado e exigiu que ele entregasse suas pistolas. O capitão respondeu: “‘Ninguém jamais conseguiu tirá-las de mim, se acha que consegue, sem me matar primeiro, pode tentar’. Estávamos cavalgando em direção à caravana, com os narizes tão próximos um do outro como dois cachorros. Seus olhos faiscavam. Eu não podia ver os meus. Eu disse que admirava um homem corajoso, mas não queria derramar seu sangue. ‘Você insiste em que eu o mate, o que levaria apenas um minuto, mas não quero fazê-lo’. A essa altura, tínhamos alcançado a caravana. Quando viu que seus homens tinham-se rendido e estavam sendo vigiados, ele disse: ‘Vejo que estou em desvantagem, pois meus homens estão desarmados’. Respondi que não precisava dessa vantagem e perguntei-lhe o que faria se eu devolvesse as armas a seus homens. ‘Eu lutaria contra você!’ ‘Então’, disse eu, ‘nós também sabemos lutar. Peguem suas armas!’ Os homens dele exclamaram: ‘De modo algum! Viemos aqui para conduzir os bois, não para lutar’. ‘O que tem a dizer agora, Simpson?’ perguntei. Ele soltou um palavrão, rangeu os dentes de modo bastante agressivo e disse: ‘Se eu tivesse chegado antes e eles se recusassem a lutar, teria matado cada um deles’”.21

Nesse e em outros ataques bem-sucedidos, os comandos puseram fogo em um total de setenta e quatro carroções, que continham mantimentos em quantidade suficiente para sustentar o grande exército por três meses. Também capturaram mil e quatrocentas das duas mil cabeças de gado que acompanhavam a expedição. A milícia do major Smith ajudou a incendiar os mais importantes postos avançados mórmons, Fort Bridger e Fort Supply, que as forças governamentais pretendiam ocupar.

Essas estratégias conseguiram atrasar de tal modo a marcha do exército, que quando seu oficial comandante, o coronel (logo promovido a general) Albert Sidney Johnston, finalmente conseguiu reunir-se a suas tropas, no início de novembro, ficou evidente que não conseguiriam alcançar Salt Lake City naquela estação. O exército levou quinze dias para atravessar 56 quilômetros em meio às tormentas, sob uma temperatura congelante, até chegar a Fort Bridger, que havia sido incendiado. Aproximadamente dois mil e quinhentos soldados americanos e várias centenas de autoridades civis (inclusive o governador Cumming e sua esposa), carregadores e outras pessoas que acompanhavam a expedição passaram um inverno sob condições miseráveis no oeste de Wyoming, em uma cidade de barracas e abrigos improvisados a que deram o nome de Camp Scott e em uma comunidade recém-formada chamada “‘Eckelsville, em homenagem ao novo juiz supremo do território”.22Enquanto isso, a imprensa do leste expressou uma mudança de opinião a respeito de todo o assunto, e o presidente James Buchanan, em Washington, e Brigham Young, Utah, ponderaram as opções que tinham pela frente, para o ano de 1858.23

A PAZ É ESTABELECIDA

No início do inverno,24três homens influentes — o capitão Stewart Van Vliet, o representante de Utah no congresso, John M. Bernhisel, e o coronel Thomas L. Kane — procuraram o presidente Buchanan em Washington e pediram- lhe que enviasse uma comissão de investigação para Utah. Não estando ainda disposto a tomar essa medida, Buchanan concordou extra-oficialmente que Kane fosse a Salt Lake City tentar obter uma solução pacífica.25Viajando às próprias custas, Kane zarpou em um vapor, saindo de Nova York, em janeiro de 1858, seguindo para a Califórnia via Panamá. Ele viajou sob o pseudônimo de Dr. Osborne, a fim de evitar que sua viagem fosse divulgada.

O coronel Kane chegou a Salt Lake City em 25 de fevereiro de foi recebido de forma muito cordial. Ele revelou sua verdadeira identidade apenas aos líderes da Igreja, para verificar se os santos continuavam cordiais para com os forasteiros em 1858, da mesma forma que o receberam uma década antes em Winter Quarters. Brigham Young e outros líderes da Igreja estavam convencidos de que fora o Senhor quem o enviara. Depois de várias reuniões com os líderes da Igreja, Kane convenceu-os a permitir que o novo governador, Alfred Cumming, entrasse no território de Utah sem problemas. Brigham Young insistiu, porém, que o exército não acompanhasse o governador.

No início de março, acompanhado por uma escolta de homens da milicia mórmon, Kane, que estava com a saúde debilitada, viajou para Camp Scott em meio ao frio do inverno. Ao se aproximarem do acampamento, ele dispensou a escolta e prosseguiu sozinho. Quando estava à distância de um tiro do acampamento, os guardas quase o alvejaram. Ele identificou-se corajosamente e a muito custo conseguiu ser recebido pelo governador Cumming. Kane convenceu Cumming de que ele seria reconhecido pelo povo de Utah como seu novo governador e de que não havia uma rebelião contra o governo. Também explicou que os mórmons não permitiriam que o exército permanecesse no vale do Lago Salgado.

Em abril, o coronel Kane e o governador Cumming deixaram Camp Scott sem a escolta do exército dos Estados Unidos. Quando Cumming chegou a Salt Lake City, descobriu que Kane estava certo. O governador Cumming foi tratado com dignidade e respeito. Brigham Young entregou os registros e o selo territorial ao novo governador e depois de várias reuniões estabeleceu-se um bom relacionamento. Nos três anos seguintes, Cumming exerceu seu cargo com tato e diplomacia, conquistando o respeito e a confiança do povo. Por seu papel nas negociações, o coronel Thomas L. Kane conquistou a gratidão eterna dos santos dos últimos dias.

Antes de Kane e Cumming chegarem a Salt Lake City, os líderes da Igreja haviam decidido em um “conselho de guerra” que os santos que moravam no norte de Utah deveriam abandonar suas casas e mudar-se para o sul, a fim de evitar um confronto com o exército dos Estados Unidos, que chegaria no final daquela estação. Brigham Young fez o seguinte juramento: “Antes de ver minhas esposas e filhas violentadas e desonradas e meus filhos poluídos pelas sementes de corrupção de soldados brutais, prefiro transformar em cinzas a minha casa, em deserto os meus pomares e hortas, e passar a viver de raízes e ervas, andando errante por estas montanhas pelo resto da vida”.26

Para essa “mudança para o sul”, a Igreja foi dividida em três grupos, cada um dos quais com uma missão específica: (1) Os que moravam no sul de Utah não deveriam mudar-se, mas receberam instruções de enviar carroções, parelhas e carroceiros para o norte de Utah a fim de ajudar na mudança. (2) Os santos jovens e fortes que moravam no norte de Utah deveriam ficar para trás a fim de irrigar as plantações e hortas, tomar conta das propriedades e incendiar as casas cheias de palha, se necessário. E (3) os aproximadamente trinta e cinco mil santos que moravam no norte do vale de Utah deveriam mudar-se de suas casas. Cada ala recebeu uma faixa de terra em um dos quatro condados ao sul do condado de Salt Lake. Os mantimentos deveriam ser transportados em primeiro lugar, e depois as famílias.

A mudança foi realizada à maneira militar, e cada ala foi organizada em grupos de dez, cinqüenta e cem, com um capitão à cabeça de cada grupo. As famílias deviam levar sua própria mobília, além de roupas e alimento. Uma adolescente pioneira relembra: “Carregamos tudo o que possuíamos no único carroção de meu pai e esperamos a ordem de partir. Quando anoiteceu, deitamo-nos para dormir, sem saber quando teríamos notícia da chegada do exército que achávamos estar vindo para nos destruir (…)

Certa manhã, meu pai nos disse que deveríamos partir naquela noite em uma grande companhia (…)

Durante o dia, meu pai espalhou folhas e palha em todos os quartos, e ouvi-o dizer: ‘Não se preocupe, filhinha, esta casa nos abrigou, mas não servirá de abrigo para ninguém mais’.”27

Hulda Cordelia Thurston, uma garotinha que morava em Centerville, Utah, lembra-se dos problemas enfrentados durante a mudança: “Na primavera de 1858, mudamo-nos na época do grande êxodo mórmon. Viajamos para o sul até Spanish Fork. Nas baixadas de Spanish Fork havia bom pasto para nossos animais e muitos peixes no rio. Naquela época, todas as pessoas que moravam no norte do Vale Utah mudaram-se para o sul, abandonando suas casas mobiliadas e suas fazendas cultivadas, na verdade todas as suas posses, sem saber para onde iriam nem qual seria seu futuro (…)

Durante esse êxodo, nunca me esquecerei do sofrimento e pobreza do povo. Vi homens vestindo calças feitas de tapete, com os pés enrolados em estopa ou trapos. As mulheres costuravam em grupo e faziam mocassins para calçar seus pés. Muitas mulheres e crianças andavam descalças. Uma boa irmã, vizinha nossa, que tinha uma família de sete pessoas, disse à minha mãe que além das roupas que traziam no corpo, todas as outras roupas que possuíam caberiam dentro de um lenço grande simples. Ela colocava as crianças na cama bem cedo no sábado à noite e consertava, lavava e passava suas roupas para usarem no domingo. Praticamente todas as pessoas estavam muito pobres, pois tivéramos vários anos de colheitas pobres por causa dos gafanhotos.”28Ao chegarem a seu destino, as famílias moravam dentro de seus carroções cobertos, em barracas de lona, cavernas escavadas nas encostas ou em cabanas e palhoças improvisadas.

Os registros e bens da Igreja foram removidos ou enterrados pelo departamento de obras públicas. Um grupo escondeu todas as pedras que haviam sido cortadas para o Templo de Salt Lake e nivelou e cobriu os alicerces do templo, de modo que o quarteirão ficasse com a aparência de um campo arado e permanecesse intocado. Outro grupo encaixotou todos os cereais do dízimo e transportou 7.000 hectolitros para celeiros especialmente construídos em Provo. Outras caravanas de carroções transportaram máquinas e equipamentos para serem guardadas em abrigos e armazéns construídos às pressas.

A mudança para o sul levou quase dois meses, terminando na metade de maio. Uma média diária de seiscentos carroções passou por Salt Lake City durante as duas primeiras semanas do mês. Estima-se que trinta mil santos abandonaram suas casas em Salt Lake e nas colônias ao norte.29O governador Cumming e sua esposa pediram aos membros da Igreja que não abandonassem suas casas, mas os santos seguiram seu profeta. O êxodo de um grupo tão grande de pessoas chamou a atenção da imprensa nacional e internacional para a Igreja. O London Times escreveu: “Fomos informados de que eles partiram numa viagem de mais de 800 quilômetros, através de desertos não mapeados”. O New York Times declarou: “Não consideramos sensato que os mórmons sejam tratados como uma praga a ser combatida por posse comitatus”.30

A mudança deixou o governo dos Estados Unidos na desfavorável situação de perseguidor de um povo inocente, demonstrando a habilidade de liderança da Brigham Young.

Felizmente, as negociações entre o governo e a Igreja impediram a invasão do exército. No início de 1858, o presidente Buchanan decidiu enviar uma comissão de paz a Utah. No início de junho, uma comissão de dois homens, Ben McCulloch e Lazarus W. Powell, chegaram a Salt Lakc City levando uma proposta de perdão para os santos, desde que confirmassem novamente sua lealdade ao governo. Os líderes da Igreja ficaram indignados com a sugestão de um perdão, pois nunca haviam sido desleais. Não obstante, depois de várias sessões de negociação, o perdão foi aceito. Os líderes da Igreja consideraram que poderiam aceitar o perdão devido aos ataques realizados pela Legião de Nauvoo. Um dos itens do acordo de paz entre a comissão e os líderes da Igreja era que o exército entraria pacificamente na capital e estabeleceria um posto militar federal afastado de cerca de 64 quilômetros tanto de Salt Lake City quanto de Provo.

No dia 26 de junho de 1858, o exército entrou tranqüilamente na capital silenciosa e quase totalmente deserta. Enquanto marchavam, os soldados cantavam “One Eyed Riley” (Riley Caolho), uma canção rude, porém muito apreciada, que se dizia ter mil estrofes, a maioria das quais não pode ser publicada.31Os soldados tiveram que receber ordens de interromper a canção e cantar para o governador Cumming em sua nova casa. Como acreditavam que ele fosse favorável aos santos dos últimos dias, os soldados mostraram-se pouco entusiasmados em sua apresentação. Apenas uns poucos santos dos últimos dias foram deixados na cidade para incendiarem as residências, caso os soldados não respeitassem a exigência de que suas propriedades não fossem invadidas. Esses santos viram o tenente coronel Philip St. George Cooke tirar o chapéu e colocá-lo sobre o peito, num gesto de respeito pelos soldados que havia liderado durante a longa marcha do Batalhão Mórmon. Poucos dias depois, o general Johnston liderou suas tropas para Cedar Valley, a oeste do lago Utah, onde estabeleceu Camp Floyd, que recebeu esse nome em homenagem ao ministro da guerra. Em 1º de julho, Brigham Young autorizou os santos refugiados a retornarem a seus lares.

A OCUPAÇÃO DO EXÉRCITO

Houve tensão entre os soldados e os santos durante a ocupação do exército no território, mas felizmente não ocorreu nenhum conflito de longa duração. Grande parte disso deveu-se à atuação do general Johnston, que reprimiu os soldados, apesar de não ser muito favorável aos santos, mas reconhecia a necessidade de manter a ordem em suas tropas.

O efeito negativo da presença do exército em Utah foi a introdução de muitos vícios no território. Freqüentemente surgiam brigas em Salt Lake City e nas cidades vizinhas entre jogadores, carroceiros e peões. Também foram estabelecidos bares, casas de jogo e prostíbulos em Utah. Durante algum tempo a rua principal de Salt Lake City recebeu o apelido de “rua do uísque”. As boas condições sociais da comunidade ficaram prejudicadas. Um jornal acirradamente anti-mórmon, o começou a ser publicado em novembro de 1858 e permaneceu em circulação por dezesseis meses. Esse jornal acusava o povo do território de Utah de ser assassino e traidor; e circulava principalmente em Camp Floyd. O isolamento dos santos da assim chamada “civilização” havia claramente chegado ao fim. A presença do exército simbolizava o crescente número de gentios que viria a morar entre eles.32

Três novos juízes dos Estados Unidos chegaram a Utah junto com o exército. Todos esforçaram-se muito para combater o estilo de vida dos santos dos últimos dias. Um deles, o juiz John Cradlebaugh, com a permissão do general Johnston, levou mil soldados consigo para Provo, a fim de garantir seu trabalho no tribunal. Isso enfureceu os moradores da cidade, quase ao ponto da histeria, que facilmente poderia ter-se transformado em um confronto mais sério. Por meio dos esforços do governador Cumming e de outras pessoas, a administração Buchanan, em Washington, ordenou que as tropas retornassem a Camp Floyd, encerrando a crise.33

A presença do exército em Utah, porém, também foi uma alavanca econômica para os santos. Uma pequena comunidade chamada Fairfield, estabelecida em 1855 por John Carson nas proximidades de Camp Floyd, cresceu até atingir uma população de sete mil pessoas. Muitos moradores encontraram um bom mercado para produtos agrícolas e outros bens. Quando o exército finalmente abandonou o forte, no verão de 1861, excedentes avaliados em aproximadamente quatro milhões de dólares foram vendidos por uma pequena fração de seu valor. O governo realizou uma liqüidação de excedentes de guerra, que enriqueceu muito a economia de Utah. O coronel Cooke presenteou Brigham Young com o mastro da bandeira do forte, no dia 27 de julho de 1861. Brigham Young mandou colocar o mastro na encosta a leste da Lion House, e a bandeira dos Estados Unidos foi nele hasteada por muitos anos.34Além disso, alguns soldados pesquisaram a religião dos santos dos últimos dias e filiaram-se à Igreja.

De 1859 a 1861, de modo discreto e cuidadoso, os líderes da Igreja voltaram a enviar missionários para pregar as boas novas aos habitantes da Terra e incentivar os santos a reunirem-se em Sião. Os missionários voltaram a fazer proselitismo nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Europa ocidental. A emigração, tanto por meio de carroções quanto por carrinhos de mão, voltou lentamente a acontecer em 1859 e com maior intensidade em 1860. Mais uma vez, o Presidente Young deu início a um novo período de expansão geográfica. Ele não voltou a povoar as colônias muito afastadas, como San Bernardino e Fort Lemhi; em vez disso ampliou aos poucos as fronteiras das colônias agrícolas nos vales das montanhas. Trinta novas colônias foram fundadas em 1859 e mais dezesseis em 1860. Esse padrão de colonização continuou a ser seguido durante a década de 1860. A maioria das novas colônias situava-se nos vales Cache e Bear Lake, no norte de Utah e sul de Idaho, bem como nos vales Wasatch, Sevier e Sanpete, em Utah.

NOTAS

  1. Os três parágrafos anteriores baseiam-se em James B. Allen e Glen M. Leonard, The Story of the Latter-day Saints (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1976), pp. 296–298; Eugene E. Campbell, “Governmental Beginnings”, Richard D. Poll, et al., eds., Utah’s History, 2ª ed. (Logan, Utah: Utah State University Press, 1989), p. 165.

  2. “History of Joseph Smith”, Deseret News, 24 set. 1856, p. 225.

  3. Campbell, “Governmental Beginnings,” p. 166.

  4. “History of Joseph Smith,” Deseret News, 24 set. 1856, p. 225.

  5. Seção baseada em Leonard J. Arrington, Brigham Young: American Moses (Nova York: Alfred A. Knopf, 1985), pp. 250–251, 253–255; Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 300–303; Campbell, “Governmental Beginnings,” pp. 166–67.

  6. “Citizens of Utah,” Pioneer and Democrat, 1º jan. 1858, p. 2.

  7. Ver “Citizens of Utah”, p. 2.

  8. B. H. Roberts, A Comprehensive History of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, Century One, 6 vols. (Salt Lake City: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1930), 4:202–203.

  9. Baseado em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 301–2.

  10. Os dois parágrafos anteriores baseiam-se em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 303–4.

  11. Campbell, “Governmental Beginnings,” p. 170.

  12. Baseado em Arrington, Brigham Young: American Moses, pp. 257–58.

  13. Baseado em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, p. 304.

  14. Roberts, Comprehensive History of the Church, 4:150.

  15. Baseado em Campbell, “Governmental Beginnings”, p. 171.

  16. Baseado em Arrington, Brigham Young: American Moses, p. 260.

  17. Roberts, Comprehensive History of the Church, 5:605–7.

  18. Seção baseado em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 301, 306–7.

  19. Baseado em Arrington, Brigham Young: American Moses, p. 255.

  20. James Parshall Terry, “Utah War Incidents”, em Voices from the Past: Diaries, Journals, and Autobiographies, Campus Education Week Program Programa da Semana da Educação do Campus (Provo: Brigham Young University Press, 1980), p. 66.

  21. Roberts, Comprehensive History of the Church, 4:284.

  22. Roberts, Comprehensive History of the Church, 4:314.

  23. Campbell, “Governmental Beginnings,” p. 168.

  24. Seção baseada em Arrington, Brigham Young: American Moses, pp. 261–267, 272, 274–275; Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 307–9.

  25. Campbell, “Governmental Beginnings,” p. 169.

  26. Carta de Brigham Young para o Élder W. I. Appleby, 6 jan. 1858, em Brigham Young Letterpress copybooks, transcrição, LDS Historical Department, Salt Lake City.

  27. In E. Cecil McGavin, U.S. Soldiers Invade Utah (Boston: Meador Publishing Co., 1937), p. 216.

  28. Hulda Cordelia Thurston Smith, “Sketch of the Life of Thomas Jefferson Thurston”, julho de 1921, transcrição, Daughters of the Utah Pioneers Museum, Salt Lake City, pp. 17–18.

  29. Ver Hubert Howe Bancroft, History of Utah (Salt Lake City: Bookcraft, 1964), p. 535.

  30. Bancroft, History of Utah, p. 536; posse comitatus é um grupo organizado para manter a paz, geralmente em situações de emergência.

  31. Ver James M. Merrill, Spurs to Glory: The Story of the United States Cavalry (Chicago: Rand McNally and Co., 1966), p. 102.

  32. Baseado em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 309–10; Roberts, Comprehensive History of the Church, 4:521–22.

  33. Baseado em Arrington, Brighan Young: American Moses, pp. 276, 278.

  34. Ver Roberts, Comprehensive History of the Church, 4:540–44.

Cronologia

Data

 

Evento Significativo

24 julho 1857

Brigham Young e os santos são informados da Expedição de Utah

7 set. 1857

O capitão Stewart Van Vliet chega a Salt Lake City para comprar suprimentos para o exército

11 set. 1857

O massacre de Mountain Meadow acontece perto de Cedar City

15 set. 1857

O governador Brigham Young declara lei marcial em Utah

Out. 1857

Lot Smith e outros homens atacam os carroções de suprimentos do exército

Inverno de 1857–58

O exército de Johnston acampa em Camp Scott

Fev.–abr. 1858

O coronel Thomas L. Kane consegue negociar um acordo entre os líderes da Igreja e o governador Alfred Cumming

Mar.–mai. 1858

Os colonos do norte de Utah “mudam-se para o sul”

Junho 1858

Autoridades encarregadas de estabelecer a paz na região oferecem o perdão à Igreja

26 junho 1858

O exército de Johnston passa por Salt Lake City

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Alfred Cumming

Alfred Cumming (1802–73) served as governor of the Utah Territory from 1858 to 1861. Prior to this appointment, he had served as mayor of Augusta, Georgia, in 1836.
Courtesy of Utah State Historical Society

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George A. Smith

George A. Smith (1817–75) was a participant in Zion’s Camp, a missionary, an Apostle, a counselor in the First Presidency of the Church, Church historian, and a member of the Utah legislature. He was a cousin of the Prophet Joseph Smith.

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James Holt Haslam

James Holt Haslam (1825–1913) was born in Bolton, England. He came to Utah in 1851 and settled in Cedar City. He later moved to Wellsville in northern Utah, where he lived the rest of his life.

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Lot Smith

Lot Smith (1830–92) served in the Mormon Battalion when he was sixteen years old. In 1869 he was called on a mission to England. He later served as president of the Little Colorado Stake for ten years.

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Albert Sidney Johnston

Albert Sidney Johnston (1803–62) was from Kentucky. He graduated from West Point in 1826, fought in the Black Hawk War, and fought with the army of the Republic of Texas. He served as a Confederate general during the Civil War and was killed at the Battle of Shiloh.

Courtesy of Utah State Historical Society

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Valley Tan newspaper

Masthead of the Valley Tan