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CAPÍTULO TRINTA E TRÊS: UMA DÉCADA DE PERSEGUIÇÃO, 1877–1887


CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

UMA DÉCADA DE PERSEGUIÇÃO, 1877–1887

A IGREJA ENFRENTOU uma das mais difíceis, bem como uma das mais emocionantes, décadas de existência logo após a morte de Brigham Young. O governo dos Estados Unidos, com o incentivo e apoio de muitos grupos reformadores, aprovaram leis, exigiram que fossem cumpridas e lançaram uma campanha na imprensa contra a prática do casamento plural. Apesar da intensa perseguição, a Igreja sob a liderança muito capaz de John Taylor continuou a crescer, a aumentar suas colônias e a desenvolver seus programas.1

EVENTOS OCORRIDOS DURANTE A PRESIDÊNCIA APOSTÓLICA

Depois da morte do Presidente Young, o Quórum dos Doze Apóstolos novamente passou a liderar a Igreja. Em uma reunião desse quórum em 4 de setembro de 1877, três importantes decisões foram tomadas. A primeira era que os Doze deveriam assumir sua posição de quórum presidente da Igreja; a segunda era que o Élder John Taylor deveria ser designado presidente desse quórum; e a terceira era que os Élderes John W. Young e Daniel H. Wells deveriam “ser conselheiros dos Doze, da mesma forma que foram para Brigham Young”.2

Um mês depois, em 6 de outubro de 1877, seguindo um padrão que datava da época da dedicação do Templo de Kirtland mas não havia sido colocado em prática por muitos anos, o Élder George Q. Cannon anunciou aos presentes à sessão vespertina da conferência geral que haveria uma assembléia solene do sacerdócio. O Élder Cannon então deu instruções sobre onde deveriam sentar-se os diversos quóruns do sacerdócio. O voto dos quóruns reunidos em assembléia solene realizada naquela tarde foi unânime, aceitando o Presidente John Taylor como Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos e “os Doze Apóstolos como o quórum e a autoridade presidentes da Igreja”.3

Nascido na Inglaterra onde recebeu treinamento para ser tanoeiro, ou seja, fabricante de barris, John Taylor mudou-se para o Canadá quando jovem. Ali conheceu Leonora Cannon, que era dez anos mais velha, com quem se casou. Apesar de ser metodista devoto, assim que conheceu a Igreja começou a pesquisá-la sinceramente por um período de três semanas, não perdendo um único discurso proferido pelo Élder Parley P. Pratt. Ele os copiou, comparou-os com as escrituras, orou a respeito da Igreja e foi convertido. Ordenado Apóstolo em 1839, ele trabalhou como redator de muitos periódicos da Igreja, quase perdeu a vida com o Profeta Joseph na cadeia de Carthage e serviu em muitas missões para a Igreja. Ele era conhecido como defensor destemido da fé; seu lema pessoal era “O reino de Deus ou nada”. Ele atendeu fielmente a todos os chamados que recebeu durante os quase trinta anos que serviu no Quórum dos Doze Apóstolos, estando portanto bem preparado em todos os sentidos para liderar a Igreja em meio a um mar revolto de perseguições.

Depois do funeral de Brigham Young, John Taylor e os Doze voltaramse ao difícil problema de avaliar e classificar as propriedades do Presidente Young para determinar quanto pertencia à Igreja e o que era direito de seus descendentes. A lei anti-bigamia Morril de 1862 não permitia que a Igreja possuísse qualquer propriedade avaliada em mais de cinqüenta mil dólares, além daquelas utilizadas exclusivamente para fins religiosos. Por esse motivo, as propriedades adquiridas pela Igreja foram colocadas em nome do Presidente Brigham Young. O Presidente Taylor continuou a política de manter secretamente algumas propriedades comerciais da Igreja em nome de algumas pessoas de confiança. O Presidente Taylor designou George Q. Cannon, Albert Carrington e Brigham Young Jr. (este último para representar os interesses da família) como executores do testamento. Sua tarefa tornou-se ainda mais difícil devido à enorme publicidade e especulações publicadas nos jornais do país. Foram divulgados rumores de que as propriedades valiam milhões de dólares, aumentando as expectativas de algumas pessoas da grande família de Brigham Young.

Depois de vários meses de trabalho dedicado, os três executores determinaram que as propriedades valiam aproximadamente 1.626.000 dólares. Mais de um milhão de dólares desse total, porém, pertenciam à Igreja. Quando viram que a soma que receberiam não correspondia a suas grandes expectativas, sete dos herdeiros de Brigham Young abriram queixa no terceiro tribunal de justiça distrital, e o caso foi a julgamento, provocando ainda mais publicidade. Tomando o partido dos herdeiros, o juiz Jacob S. Boreman, que era assumidamente anti-mórmon, considerou os executores passíveis de punição prevista pela lei. Os Élderes Cannon, Young e Carrington passaram três semanas do mês de agosto de 1879 na Penitenciária Territorial de Utah, até que a Suprema Corte Territorial revogou a decisão do juiz Boreman. Os líderes da Igreja concordaram em dar aos herdeiros um adicional de 75.000 dólares para encerrar a questão.4

Na conferência geral de abril de 1880, a Igreja comemorou seu cinqüentenário, e o Presidente Taylor, baseando-se no Velho Testamento, declarou que aquele seria um ano de jubileu. Ele anunciou em nome da Igreja que estaria anistiando 802.000 dólares (metade do déficit total) da quantia que ainda era devida por alguns santos à Companhia do Fundo Perpétuo de Emigração. Depois, ele pediu que ovelhas e bois fossem doados aos pobres e incentivou a Sociedade de Socorro a emprestar trigo, sem cobrar juros, aos fazendeiros menos afortunados. Ele convidou todas as pessoas a estenderem a mão para os desamparados, a fim de que a pobreza fosse eliminada do território.5

Durante os anos da presidência apostólica, os Doze continuaram a expandir as fronteiras do reino. Mais de cem novas colônias foram fundadas em áreas como Star Valley, no oeste de Wyoming; Castle Valley, no leste de Utah; na acidentada região do rio San Juan, no sudeste de Utah; no território de Virgin River, no sul de Nevada; e em outras regiões do norte de Arizona.

Em outubro de 1880, mais de três anos após a morte do Presidente Young, uma nova Primeira Presidência foi criada e apoiada pelos membros da Igreja. Novamente os portadores do sacerdócio foram convocados a uma assembléia solene, na qual votaram por quóruns. Quando os nomes de John Taylor, George Q. Canon e Joseph F. Smith foram apresentados aos santos, receberam apoio unânime. Os Élderes Cannon e Smith eram homens muito capazes que serviram como conselheiros do Presidente Taylor e de dois presidentes subseqüentes.6

A PRÁTICA DO CASAMENTO PLURAL

Grande parte da perseguição sofrida pelos santos dos últimos dias foi resultante da prática do casamento plural, que havia sido instituído sob a direção do Profeta Joseph Smith. A lei do casamento plural foi revelada ao Profeta já em 1831, mas ele apenas mencionou-a a alguns amigos de maior confiança. Tendo recebido de Deus o estrito mandamento de obedecer à lei, o Profeta começou em 1841 a instruir os líderes do sacerdócio da Igreja a respeito do casamento plural e sua responsabilidade de cumprir essa lei. O Profeta Joseph Smith ditou a revelação a William Clayton, em 1843, quando foi escrita pela primeira vez. Nove anos se passaram, porém, antes que a revelação fosse lida em uma conferência geral e publicada.7

Em 28–29 de agosto de 1852, uma conferência especial foi realizada no Velho Tabernáculo, na Praça do Templo, em Salt Lake City. No primeiro dia da conferência, mais de cem missionários foram chamados para servir nos Estados Unidos, Austrália, Índia, China e nas ilhas do mar. Devido à realização da conferência no mês de agosto, os missionários puderam começar a viagem através das planícies antes do início do inverno.

No segundo dia da conferência, sob a direção do Presidente Brigham Young, Orson Pratt declarou publicamente que a Igreja iria iniciar a prática do casamento plural, por mandamento de Deus. Falando aos Estados Unidos, ele declarou: “A constituição concede a todos os habitantes deste país o privilégio de exercer livremente suas crenças religiosas, a liberdade de fé e o direito de colocá-la em prática. Portanto, se puder ser provado que os santos dos últimos dias realmente aceitaram, como parte de sua religião, a doutrina da pluralidade de esposas, ela é constitucional. E se vier a haver uma lei promulgada por este governo que os impeça de exercer livremente essa parte de sua religião, essa lei deve ser considerada inconstitucional”.8

O Irmão Pratt então proferiu um longo discurso sobre o ponto de vista das escrituras referente ao casamento plural. Ele explicou que o casamento havia sido ordenado por Deus como um meio de os espíritos ganharem um corpo mortal, e que pelo casamento plural os portadores dignos do sacerdócio poderiam levantar uma grande posteridade ao Senhor. Brigham Young fez um resumo histórico referente à revelação do casamento celestial. Thomas Bullock, o secretário do escritório do historiador, leu a revelação para a congregação para que fosse apoiada.9

Esperando o clamor do público e grande publicidade negativa da imprensa, as autoridades da Igreja prontamente enviaram quatro de seus mais fiéis e capazes líderes para os principais centros urbanos a fim de inaugurar jornais que explicassem e justificassem o “casamento celestial” e outros princípios do evangelho restaurado. Orson Pratt publicou o Seer na capital do país; John Taylor, o The Mormon, na Cidade de Nova York; Erastus Snow, o Mormon na Cidade de Nova York; Erastus Snow, o Saint Louis Luminary; e George Q. Cannon, o Western Standard em San Francisco.10Em cada um desses jornais, foram expostos os motivos justos que levaram os santos a adotar a prática do casamento plural, que contrastava drasticamente do ponto de vista expresso pelos jornais da nação, revistas e romances baratos. Em pouco tempo, porém, apesar dos artigos publicados pelos melhores escritores da Igreja e os discursos proferidos pelos oradores mais capazes, foram formados grupos que começaram a pressionar o governo a promulgar leis que erradicassem completamente esse sistema de casamento.

A CRUZADA ANTI-POLIGAMIA

Apesar de todas as tentativas dos santos dos últimos dias em convencer seus concidadãos de que a prática do casamento plural era um direito moral e religioso seu, a nação se uniu contra a Igreja. Os missionários da Inglaterra e do continente europeu foram freqüentemente atacados por multidões revoltadas, e alguns dos élderes que trabalhavam na América foram mortos. Muitas pessoas acreditavam que a poligamia era algo imoral, primitivo e deplorável. Surgiram muitas publicações contrárias à poligamia, que alegavam expor a verdadeira história da degradação sofrida pelas mulheres sob a prática da poligamia, escritas na maior parte por pessoas que nunca visitaram Utah ou que eram apenas observadores superficiais.

Em 1862, o Presidente Lincoln assinou um projeto de lei anti-poligamia conhecido como a lei Morril, mas devido à Guerra Civil ela não chegou a ser posta em prática. Essa lei atingia “tanto a poligamia quanto o poder da Igreja, proibindo o casamento plural nos territórios, tirando o direito da Igreja de ser uma corporação (…) e restringindo suas propriedades a cinqüenta mil dólares”.11Os santos, acreditando que a lei era inconstitucional e os privava do direito à liberdade de exercer sua religião concedido pela Primeira Emenda, decidiram ignorar essa lei até que fosse constitucionalmente definida.

Nos anos seguintes, várias leis que visavam o fortalecimento da lei anti- bigamia não conseguiram ser aprovadas pelo congresso dos Estados Unidos. Isso incluía as leis Wade, Cragin e Cullom, que tiveram origem no território de Utah e foram formuladas por homens que se opunham violentamente à Igreja. A lei Wade formulada em 1866 teria destruído o governo local se tivesse sido aprovada. Três anos mais tarde, a lei Cragin foi proposta, mas dentro de poucos dias foi substituída pela lei Cullom, que era ainda mais severa do que as leis Wade ou Cragin. Os membros da Igreja uniram-se no esforço de evitar que a lei fosse aprovada. As mulheres da Igreja realizaram grandes reuniões em todo o território em janeiro de 1870 para oporem-se à lei.

“Embora se opusessem a todos os aspectos da legislação ‘anti-mórmon’, sua reação foi principalmente em protesto contra as atitudes e os comentários dos supostos reformadores, segundo os quais as mulheres da Igreja eram ‘menosprezadas’ e ‘degradadas’ por seus maridos opressores”.12A oposição das mulheres SUD foi uma grande surpresa para os políticos e as feministas sufragistas que as consideravam o símbolo do sofrimento e do cativeiro. Os jornais do leste também se opuseram à lei devido a seus aspectos militares, pois o presidente dos Estados Unidos passaria a ter poder de enviar um exército a Utah para garantir que a lei fosse cumprida. O New York World sdeclarou: “A execução dessa lei certamente seria seguida pela guerra”.13A lei Cullom acabou sendo derrotada.

Em junho de 1874, porém, a lei Poland foi aprovada. Essa lei desmantelava o sistema judicial de Utah, dando aos tribunais distritais dos Estados Unidos (controlados por não-mórmons nomeados pelo governo federal) jurisdição exclusiva sobre os assuntos civis e criminais. As pessoas passaram a poder ser levadas a julgamento por quebrarem a lei Morrill. Segundo a lei Poland, as listas de jurados deviam ser elaboradas pelo secretário do tribunal distrital (um que não era mórmon) e o juiz testamentário (um mórmon) para que houvesse igual representatividade de membros e nãomembros da Igreja no juri. O procurador da justiça imediatamente tentou levar as autoridades da Igreja a julgamento, mas encontrou empecilhos. Muitos dos líderes da Igreja haviam-se casado antes da aprovação da lei, em 1862, e não podiam ser julgados ex post facto. Além disso, as esposas não podiam ser chamadas para testemunhar contra o marido, e os registros dos casamentos plurais guardados sigilosamente na Casa de Investiduras não eram públicos.

Os líderes da Igreja ficaram ansiosos para que houvesse um “caso teste” levado perante a Suprema Corte a fim de determinar se a lei anti-bigamia seria considerada constitucional. Por isso, quando o promotor dos Estados Unidos, William Carey, prometeu interromper suas tentativas de indiciar as Autoridades Gerais durante o caso teste, a Primeira Presidência escolheu George Reynolds, um secretário de trinta e dois anos do escritório do Presidente, que havia recentemente se casado com uma segunda esposa, para apresentar-se perante os tribunais em nome da Igreja. Reynolds forneceu ao promotor várias testemunhas que podiam testificar que ele era casado com duas esposas. Quando Carey quebrou sua promessa e prendeu o Presidente George Q. Cannon, os líderes da Igreja decidiram que não mais iriam cooperar com ele.14

Em 1875, Reynolds foi finalmente condenado e sentenciado a dois anos de trabalho forçado na prisão e a pagar uma multa de quinhentos dólares (que mais tarde foi mudada pela Suprema Corte dos Estados Unidos para prisão simples). Em 1876, a Suprema Corte Territorial de Utah apoiou a sentença. Em 1878, seu apelo chegou à Suprema Corte dos Estados Unidos. Em janeiro de 1879 a Suprema Corte dos Estados Unidos considerou a lei anti-poligamia constitucional e apoiou a sentença de Reynolds.15George Reynolds foi libertado da prisão em janeiro de 1881, tendo cumprido dezoito meses de sua sentença original. Durante o tempo em que esteve preso, ele ensinou leitura, escrita, aritmética, gramática e geografia a outros prisioneiros. O irmão Reynolds também trabalhou em um livro que foi concluído e publicado mais tarde. O livro chamava-se Concordância Completa do Livro de Mórmon. Na época de sua libertação ele havia terminado vinte e cinco mil verbetes de sua concordância.16

Em 1882, o congresso aprovou a lei Edmunds, que definia “coabitação ilegal” como prover sustento e cuidado para mais de uma mulher. Não era mais necessário provar-se o segundo casamento. A lei também tirava os direitos civis dos polígamos e declarava-os inelegíveis para cargos públicos. Não apenas aqueles que praticavam mas também os que acreditavam no casamento plural eram considerados desqualificados para fazer parte de um juri. Todos os funcionários públicos de registros e eleições do território de Utah foram despedidos, e uma junta de cinco representantes nomeados pelo presidente dos Estados Unidos passaram a administrar as eleições.17

Pouco depois da aprovação da lei Edmunds, foi realizada a conferência geral de abril de 1882. Quando os santos reuniram-se no segundo dia de conferência, o vento frio trouxe consigo neve e granizo. Referindo-se tanto ao tempo quanto à lei que acabara de ser aprovada, o Presidente Taylor mencionou o forte preconceito da nação contra os santos e “alertou-os de que uma tempestade se aproximava, a qual logo se abateria sobre eles. ‘Vamos lidar com isso’, disse ele, de modo bem humorado, ‘da mesma forma que fizemos esta manhã ao atravessarmos a tempestade de neve: Vamos erguer a gola do casaco (erguendo a gola de seu casaco) e esperar a tempestade amainar. Depois da tormenta vem o sol radiante. Enquanto durar a tempestade, é inútil tentar argumentar com o resto do mundo; quando ela amainar, poderemos falar com as pessoas’”. No dia seguinte, ele disse que os santos iriam “lutar em defesa de cada milímetro” de sua liberdade e direitos como cidadãos americanos.19

Muitos homens SUD, e até mesmo algumas mulheres, tiveram que viver na “clandestinidade” para não serem presos. Assim teve início um dos períodos mais difíceis da história dos santos dos últimos dias. Para evitar a prisão, foram criados códigos para avisar os pais polígamos da aproximação de autoridades federais. O presidente da estaca de St. George, J. D. T. McAllister, tinha o codinome Dan; Henry F. Eyring era Look. As comunidades também tinham codinomes: St. George era Look. As comunidades também tinham codinomes: St. George era White, Beaver era Black, e Toquerville era Cloudy. Os delegados do governo dos Estados Unidos eram chamados de Ring, e o juiz Boreman era Herod. Os avisos podiam ser enviados por telégrafo e não teriam qualquer significado caso fossem interceptados por autoridades federais.

Muitas vezes as autoridades ficavam obcecadas em sua perseguição aos santos dos últimos dias. O delegado do governo dos Estados Unidos Fred T. Dubois, numa tentativa de usar o anti-mormonismo para seus próprios intentos políticos em Idaho, chegou a entrar em buracos escondidos sob as casas, recrutou grupos de busca para vasculhar comunidades mórmons, entrou sorrateiramente nas cidades SUD e invadiu casas no meio da noite para tentar prender polígamos. Para não ser preso, o bispo da ala Oxford, Idaho, saiu da cidade “à noite, escondido em um caixote de carne de porco endereçado a Ogden”. Ele permaneceu vinte e quatro horas dentro do caixote até ser libertado por um certo irmão Nesbitt. Depois, durante a noite, ele viajou até a casa de seu cunhado em Ogden, Utah, onde estaria em segurança.

James Morgan escondeu-se nas montanhas com sua quinta esposa, Anna, e sobreviveu cortando toras, que eram transportadas por seus filhos até a cidade.

Hyrum Poole “era um rapaz que morava em Menan, Idaho. No inverno de 1883, enquanto ele e seu irmão William ceavam (…) ouviram uma forte batida na porta. Quando Hyrum abriu a porta, um barril de pólvora foi rolado para dentro e o intruso gritou: ‘Deixem-nos entrar ou vamos derrubar a porta’. Hyrum agarrou o barril e jogou todo o seu peso contra a porta, enquanto seu irmão e dois empregados correram para ajudá-lo.

Por fim, as pessoas que estavam tentando arrombar a porta concordaram em explicar que eram delegados com um mandado autorizando-os a vasculhar a propriedade em busca de N. A. Stevens. A porta foi-lhes aberta imediatamente, mas Hyrum Poole repreendeu-os por tentarem entrar à força como ‘um bando de marginais’. Ao ouvir isso, o líder, um certo William Hobson, que era dono de bar em Eagle Rock e estava meio bêbado na ocasião, bateu-lhe no rosto com o rifle e disse: ‘Considere-se preso por resistir a um oficial’.

A busca foi infrutífera, mas quando os homens estavam de partida ordenaram que Poole os acompanhasse. Ao sair para a escuridão, Hobson acertou-lhe a cabeça com o cabo do rifle, ferindo-o gravemente e deixandoo inconsciente”. Poole e outro prisioneiro “foram levados para Blackfoot e jogados na prisão, onde permaneceram por dois dias sem comida, cuidados médicos, audiência ou direito a fiança.”20

Alguns santos dos últimos dias foram condenados e enviados até lugares tão distantes quanto Detroit, onde cumpriram suas penas em solidão e temor.

A maioria dos santos que foram condenados foram encaminhados à penitenciária territorial de Utah, onde foram prisioneiros exemplares. Freqüentemente eram encontrados estudando o evangelho, escrevendo livros ou ensinando os outros prisioneiros a ler, escrever e outras aptidões negligenciadas. Quando alguns foram libertados, foram realizadas festas e concedidas honras àqueles que preferiram obedecer às leis de Deus em vez de a dos homens. Talvez tenha sido mais difícil para as famílias que foram deixadas para trás. Algumas sofreram devido à pobreza, fome, doença, sem o marido e o pai para ajudar. Assim, a cruzada contra a Igreja perturbou a vida econômica, social, eclesiástica e familiar, e quando se aproximava o final da década de 1880, problemas ainda maiores despontaram no horizonte.

O REINO PROGRIDE

Apesar da “tempestade” da cruzada anti-poligamia, o Presidente Taylor guiou a Igreja no início da década de 1880, num caminho de contínuo progresso. Ele visitava regularmente as estacas de Sião, colocando as coisas em ordem, ensinando, aconselhando e incentivando os santos com grande energia. Ele pediu às pessoas que elevassem seu comportamento em todos os aspectos da vida: como maridos, esposas, pais, filhos, vizinhos e cidadãos. Também que observassem a união, honra, integridade, honestidade e pureza de pensamentos e ações.

IEm 1881, o Presidente Taylor publicou um folheto que havia escrito, intitulado Assuntos Referentes ao Sacerdócio. Ele instruía os vários portadores do sacerdócio, especialmente os jovens que estavam sendo ordenados ao Sacerdócio Aarônico, em seus respectivos ofícios. No ano seguinte, ele publicou seu livro Mediação e Expiação, reunindo uma coleção de passagens comentadas das escrituras, exemplificando a necessidade, a glória e o poder da expiação do Salvador pelos pecados do mundo.21

Suas instruções aos santos eram baseadas nas revelações que havia recebido. Seguindo o padrão estabelecido pelo Profeta Joseph Smith, o Presidente Taylor freqüentemente escrevia e publicava as inspirações que recebia. Uma dessas revelações foi ditada em 13 de outubro de 1882, poucos dias depois da conferência geral. Por dois anos, o Quórum dos Doze Apóstolos havia permanecido com apenas dez membros, e as vagas eram um peso na mente do profeta. A revelação chamou George Teasdale e Heber J. Grant ao apostolado e o médico Seymour B. Young ao Primeiro Conselho dos Setenta. Ela também ordenou que mais trabalho missionário fosse realizado entre as diversas tribos indígenas e que houvesse mais retidão entre os portadores do sacerdócio e entre os santos em geral.22

Uma experiência que o Élder Heber J. Grant teve poucos meses depois está relacionada a essa revelação. Heber conta que durante os primeiros meses de apostolado sentiu que não estava qualificado para ser uma testemunha especial do Salvador. Enquanto viajava pela reserva navajo, no norte do Arizona, em fevereiro de 1883, ajudando a estabelecer a Igreja entre os índios, o Élder Grant disse a seus companheiros que desejava passar algum tempo sozinho, e seguiu por um caminho diferente. Ele contou mais tarde o que lhe aconteceu enquanto viajava:

“Pareceu-me ver, e pareceu-me ouvir, o que para mim foi uma das coisas mais reais de minha vida, pareceu-me ver um Conselho no céu. Pareceu- me ouvir as palavras que eram ditas. (…) A Primeira Presidência e o Conselho dos Doze Apóstolos não tinham chegado a uma conclusão sobre quais seriam os dois homens que preencheriam as vagas no Quórum dos Doze. (…) Nesse Conselho, o Salvador estava presente, meu pai [Jedediah M. Grant] estava lá, e o Profeta Joseph Smith também estava lá. Eles conversavam sobre a questão de ter sido um erro não preencher essas duas vagas e que com toda a probabilidade ainda se passariam mais seis meses antes que o Quórum ficasse completo, e trocavam idéias sobre quem deveria ocupar esses cargos, e decidiram que o modo de remediar o erro que havia sido cometido em não preencher essas vagas seria enviar uma revelação. Foi-me mostrado que o Profeta Joseph Smith e meu pai mencionaram meu nome e pediram que eu fosse chamado para ocupar aquele cargo. Eu sentei- me onde estava e chorei de alegria. (…)

Daquele dia em diante, nunca mais fui incomodado, quer de dia quer de noite, pela idéia de que eu não era digno de ser um Apóstolo”.23

No dia 17 de maio de 1884, o Presidente Taylor dedicou o Templo de Logan Utah. Era o quarto templo da Igreja e o segundo a ser concluído em Utah. Na noite anterior, o Presidente Taylor perguntou ao Senhor se o edifício era aceitável. Sua oração foi respondida com uma revelação que lhe foi concedida, na qual o Senhor lhe disse: “Nessas casas que foram construídas para Mim, e que ainda serão construídas, revelarei a abundância das coisas pertencentes ao passado, ao presente e ao futuro; pertencentes à vida atual e à vida futura; referentes à lei, ordem, regra, domínio e governo, às coisas que influenciam esta nação e outras nações; as leis dos corpos celestes em seu tempo e estação; e os princípios ou leis pelos quais são governados”.24No dia seguinte, os santos testemunharam uma rica manifestação do Espírito na dedicação do templo.

Durante a administração do Presidente Taylor, várias publicações da Igreja foram reimpressas ou impressas pela primeira vez. As mais importantes foram o Livro de Mórmon e Doutrina e Convênios, que foram reeditados em 1879, com muitas referências remissivas e notas explicatórias. A Pérola de Grande Valor, publicada em 1878, tinha anteriormente sido um folheto missionário. O trabalho de publicação foi feito pelo Élder Orson Pratt. Essas novas edições de Doutrina e Convênios e Pérola de Grande Valor foram formalmente canonizadas na conferência geral de outubro de 1880. A partir de 1879, Junius F. Wells produziu a primeira edição do periódico mensal Contributor, que se tornou a revista oficial da Associação de Melhoramentos Mútuos. Andrew Jenson, historiador assistente da Igreja, publicou o Historical Record, que continha diversos relatos e cronologias que se tornaram inestimáveis para o estudo e a compilação da história da Igreja. A Igreja também continuou a incentivar a união econômica. Foi organizada a Zion’s Central Board of Trade em substituição às ordens unidas. Juntas comerciais foram criadas em cada estaca para funcionarem sob a coordenação da organização central. Elas promoviam atividades comerciais, procuravam novos mercados, divulgavam informações a fazendeiros e fabricantes, impediam a concorrência prejudicial às indústrias domésticas e às vezes controlavam os salários e preços para o benefício da comunidade.25

O TRABALHO MISSIONÁRIO CONTINUA A PROGREDIR

O trabalho missionário continuou a crescer. O Élder Moses Tatcher dedicou o México para a pregação do evangelho em 1881, apesar de terem havido algumas tentativas bem-sucedidas de trabalho missionário naquele país desde 1876. Foi iniciado também o trabalho entre os maoris da Nova Zelândia, em 1881. Em 1884, Jacob Spori abriu a missão turca, que foi posteriormente estendida até a Palestina.26Guiado por uma visão que recebeu em Constantinopla, o Élder Spori fez conversos entre as pessoas de língua alemã que moravam em Haifa e que haviam-se mudado para a Terra Santa a fim de aguardar a segunda vinda de Cristo. O trabalho missionário também continuou com sucesso nas ilhas britânicas, na Escandinávia, na Suíça, Holanda e Alemanha.

Nos Estados Unidos, o trabalho missionário também estava crescendo. Por exemplo: John Morgan, lembrando-se de um sonho que tivera antes mesmo de filiar-se à Igreja, foi conduzido a uma pequena comunidade da Georgia, onde ensinou o evangelho e batizou quase todas as pessoas que lá moravam. O trabalho missionário, porém, não foi realizado sem perigos, especialmente no sul dos Estados Unidos. Quando a Igreja começou a crescer no sul, a oposição aumentou rapidamente.

Em 21 de julho de 1879, os Élderes Joseph Standing e Rudger Clawson estavam planejando partir para uma conferência da Igreja em Rome, Georgia. Enquanto viajavam pela região da Varnell’s Station, foram cercados por uma dúzia de marginais armados que os ameaçaram e os conduziram para dentro de uma floresta. Enquanto três dos homens partiram a cavalo para procurar um lugar mais isolado, os élderes foram ofendidos e insultados. Quando os três homens voltaram, o Élder Standing, que tinha conseguido apossar-se de uma arma, ergueu-se de repente, apontando-lhes o revólver, e gritou: “Rendam-se!” Rapidamente, o homem que estava sentado a seu lado atirou no jovem élder, atingindo-lhe no rosto. Com vários rifles apontados em sua direção, o Élder Clawson cruzou os braços e calmamente esperou pela morte. Os rifles foram abaixados e o Élder Clawson recebeu permissão de procurar ajuda para seu companheiro. Ao voltar com outras pessoas, o Élder Clawson encontrou seu companheiro morto, com vários tiros na cabeça e pescoço disparados à queima-roupa. O Élder Clawson providenciou para que o corpo do Élder Standing fosse levado para Salt Lake City, onde foi reverentemente homenageado pelos santos como outro mártir da causa divina que compartilhavam.27

Na época de seu assassinato, Joseph Standing havia servido dezesseis meses de sua segunda missão aos estados do sul e esperava ser desobrigado a qualquer momento. O Presidente John Morgan e o Élder Clawson voltaram mais tarde para a Georgia a fim de testemunhar contra os assassinos, que apesar disso foram inocentados.

Cinco anos depois, em 10 de agosto de 1884, ocorreu o massacre de Cane Creek. Esse incidente foi conseqüência direta de ampla divulgação do “Discurso do Bispo West”, que havia sido publicado no Salt Lake Tribune, oTratavase de um sermão falso supostamente proferido por um bispo mórmon de Juab, Utah, em março de 1884. Apesar de ser prontamente provado que não havia qualquer bispo West em Juab e que o sermão que atacava os gentios havia sido forjado, o suposto discurso foi amplamente divulgado no leste e no sul dos Estados Unidos. Uma cópia do discurso chegou até o condado de Lewis, Tennessee, e seu conteúdo foi divulgado entre os anti-mórmons.

Uma multidão revoltosa chegou até a casa de James Condor, onde os santos realizavam uma reunião dominical, e começou a atirar. Dois missionários — John H. Gibbs e William S. Berry — dois membros da família Condor e o líder da turba foram mortos. O presidente da missão estava temporariamente ausente, e o jovem B. H. Roberts, que estava encarregado da missão, disfarçou-se, arriscando a vida para ir até Cane Creek, onde exumou o corpo dos élderes, levando-os de volta para Utah para serem enterrados.28Ele prestou testemunho de que recebeu ajuda divina. Da mesma forma que no caso do Élder Staling, os assassinos foram julgados e inocentados.

A TEMPESTADE AUMENTA NOVAMENTE

Antes do final da década de 1880,29toda comunidade de santos estava cada vez mais sujeita à intervenção violenta dos delegados. Mais de mil homens, até mesmo algumas mulheres, foram presos sob acusação de poligamia. O Presidente Taylor teve que se esconder, assim como Wilford Woodruff e outras autoridades da Igreja.

No final de 1885, devido à perseguição, centenas de colonos, principalmente de Arizona e Novo México, afluíram para comunidades estabelecidas às pressas no México. O Élder George Teasdale presidiu os santos exilados. Em 1886, Charles Ora Card, presidente da Estaca Cache, no norte de Utah, recebeu a incumbência de procurar um local de refúgio no Canadá. Ele conseguiu adquirir terras em um lugar hoje conhecido como Cardston, Alberta, e colônias mórmons foram rapidamente estabelecidas na região.

Enquanto a cruzada judicial contra a poligamia prosseguia, um novo estilo de vida formou-se entre os santos. Homens que anteriormente haviam sido cumpridores da lei fugiram e passaram a viver na clandestinidade, mudando-se freqüentemente de um lugar para o outro para não serem encontrados pelos delegados que os caçavam. “Cohabs” fugitivos (como eram chamados) moraram em desfiladeiros, estábulos, campos e sótãos para não serem encontrados. As autoridades federais reagiram disfarçandose de pedintes ou de recenseadores para conseguirem entrar nas casas das pessoas. Alguns delegados invadiram casas, atentando contra a privacidade das pessoas e até mesmo maltratando esposas e crianças a fim de capturarem sua presa. Prêmios e dez ou vinte dólares eram oferecidos para cada santo dos últimos dias capturado, e somas muito maiores eram dadas quando uma Autoridade Geral era presa. Uma tragédia ocorreu em 16 de dezembro de 1886.

Edward M. Dalton, de Parowan, foi alvejado e morto pelo delegado William Thompson Jr., quando Dalton cavalgava por uma rua de Parowan. Dalton havia sido indiciado em 1885 por coabitação ilegal e tinha escapado ao julgamento por ter fugido para o Arizona. Ele havia voltado para Parowan quando ocorreu o incidente.30

Em 1886, o Presidente John Taylor, ainda vivendo na clandestinidade, mudou-se para a confortável casa de fazenda de Thomas F. Rouche, prefeito de Kaysville, Utah. Ele continuou a comunicar-se com os santos por meio de cartas gerais. As mensagens trocadas entre ele e outros líderes da Igreja eram transportadas a cavalo ou por charete, durante a noite. Nesse período, a saúde do Presidente Taylor continuou a deteriorar, e o Presidente George Q. Cannon cuidou de grande parte dos negócios da Igreja, apesar de também estar vivendo escondido. O segundo conselheiro, Joseph F. Smith, era tão procurado que foi obrigado a partir para uma missão no Havaí.

Em 25 de julho de 1887, o Presidente Taylor faleceu enquanto ainda estava no exílio. Havia delegados presentes a seu funeral, mas nenhuma prisão foi efetuada. Wilford Woodruff, que passou a presidir a Igreja, estava escondido. Essa foi uma época de teste para a lealdade dos santos para com seu Deus, que os havia ordenado a viver o casamento plural em uma nação que se opunha a essa prática e tinha leis que a combatiam.

Com a aprovação da lei Edmunds-Tucker, em março de 1887, as esposas passaram a ser obrigadas a testemunhar contra seus maridos, e todos os casamento deviam ser registrados publicamente. A lei também determinou que os juízes testamentários do condado deveriam ser nomeados pelo presidente dos Estados Unidos. O voto feminino foi abolido em Utah, o Fundo Perpétuo de Emigração foi dissolvido, bem como a Legião de Nauvoo, e foi estabelecido um sistema público de educação. A Igreja perdeu sua condição de entidade jurídica, sendo concedida ao procurador geral dos Estados Unidos a autoridade para confiscar (devolver ao governo dos Estados Unidos) todas as propriedades e posses da Igreja com valor superior a cinqüenta mil dólares. A perseguição promovida pelo governo federal contra a Igreja prosseguiu desse modo durante a administração do Presidente Wilford Woodruff.

NOTAS

  1. Este parágrafo baseia-se em James B. Allen e Glen M. Leonard, The Story of the Latter-day Saints (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1976), p. 377.

  2. Diários de Wilford Woodruff, 4 set. 1877, LDS Historical Department, Salt Lake City; ortografia corrigida.

  3. “General Conference,” Deseret News Semi-Weekly, 9 out. 1877, p. 2.

  4. Baseado em Leonard J. Arrington, Brigham Young: American Moses (New York: Alfred A. Knopf, 1985), pp. 425, 429.

  5. Ver B. H. Roberts, The Life of John Taylor (Salt Lake City: Bookcraft, 1963), pp. 334–37.

  6. Os dois parágrafos anteriores baseiam-se em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 381–82, 385.

  7. Ver Journal History of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 4 mar. 1883, Historical Department, Salt Lake City, pp. 8–10; Territorial Enquirer, 6 Mar. 1883; “Celestial Marriage: How and When the Revelation Was Given” (Casamento Celestial: Quando e Como a Revelação Foi Dada), Deseret Evening News, 20 maio 1886, p. 2.

  8. Millennial Star, Suplemento, 1853, p. 18.

  9. Baseado em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, p. 278.

  10. B. H. Roberts, A Comprehensive History of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, Century One, 6 vols. (Salt Lake City: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1930), 4:61–62–66.

  11. Gustive O. Larson, “Government, Politics, and Conflict” (Governo, Política e Conflito) Richard D. Poll et al., eds., Utah’s History, 2ª ed. (Logan, Utah: Utah State University Press, 1989), p. 244.

  12. Joseph Fielding Smith, Essentials in Church History, 27ª ed. (Salt Lake City: Deseret book Co., 1974), p. 444.

  13. Roberts, Comprehensive History of the Church, 5:314.

  14. Os dois parágrafos anteriores baseiam-se em Larson, “Government, Politics, and Conflict”, pp. 252, 254.

  15. Baseado em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, p. 358.

  16. Ver Bruce A. Van Orden, “George Reynolds: Secretary, Sacrificial Lamb, and Seventy”, tese de doutorado, Universidade Brigham Young, 1986, pp. 53, 57–62, 71, 76–77, 80–86, 103, 108.

  17. Baseado em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 394, 411.

  18. George Reynolds, A Complete Concordance of the Book of Mormon, 2 vols. (Salt Lake City, Deseret Book Co., 1957).

  19. Roberts, Life of John Taylor, pp. 360, 362.

  20. M. D. Beal, A History of Southeastern Idaho (Caldwell, Idaho: Caxton Printers, 1942), pp. 86, 312–13.

  21. Roberts, Life of John Taylor, p. 367.

  22. Ver Roberts, Life of John Taylor, pp. 349–51.

  23. Conference Report, 4 abr. 1941, pp. 4–5.

  24. Paul Thomas Smith, “John Taylor,” in Leonard J. Arrington, ed., The Presidents of the Church (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1986), pp. 110–11.

  25. Baseado em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 382–85.

  26. Baseado em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, p. 388.

  27. Ver “The Murder of Joseph Standing” (O Assassinato de Joseph Standing), Deseret News, 6 ago. 1879, pp. 428–429; “The Funeral Services of Elder Joseph Standing” (Funeral do Élder Joseph Standing), Deseret News, 6 ago. 1879, p. 429.

  28. Ver Roberts, Comprehensive History of the Church, 6:86–93; “Death of James Condor” (A Morte de James Condor), Improvement Era, out. 1911, pp. 1107–1108.

  29. Seção baseada em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 386–88, 396, 398–400, 406.

  30. Ver Roberts, Comprehensive History of the Church, 6:116–121; “Homicide at Parowan” (Homicídio em Parowan), Deseret News, 22 dez. 1886, p. 777.

Cronologia

Data

 

Evento Significativo

1862

O congresso aprova a lei Morril, a primeira lei antipoligamia

1874

Aprovação da lei Poland, permitindo o indiciamento de homens envolvidos no casamento plural

1875

George Reynolds é condenado num “caso teste”

1877

O Quórum dos Doze Apóstolos, com John Taylor como Presidente, assume a liderança da Igreja após a morte de Brigham Young

1879

A decisão da Suprema Corte no caso George Reynolds contra os Estados Unidos sustenta a legislação antipoligamia

Out. 1880

John Taylor é apoiado como o terceiro Presidente da Igreja

1882–1883

Restruturação e revitalização dos quóruns dos setenta

1882

Aprovação da lei Edmunds, intensificando a cruzada antipoligamia

1885

São estabelecidas colônias no México

1885

O Presidente Taylor, outras Autoridades da Igreja e muitos membros são obrigados a um exílio voluntário

25 julho 1887

O Presidente John Taylor morre em Kaysville, Utah

1887

Aprovação da lei Edmunds- Tucker

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John Taylor

President John Taylor (1808–87)

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The Mormon newspaper

John Taylor’s newspaper, the Mormon, was printed on the same street as the New York Herald and the New York Tribune, leading New York newspapers. Elder Taylor’s bold title was equaled by the fact that the masthead occupied nearly half of the front page. On the left side of the eagle was a Mormon creed, “Mind your own business.”

The Mormon was a weekly twenty-eight column newspaper, which was first issued 17 February 1855 and continued until September 1857.

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Ellis R. Shipp

Dr. Ellis R. Shipp (1847–1939) was born in Iowa and went to Utah in 1853 with her parents.

Dr. Ellis Shipp, herself a plural wife, believed that without polygamy she would never have had the time nor been able to leave her children in the careful care of loved sister-wives to pursue her medical degree. She graduated from medical school in Philadelphia in 1878, becoming the second Utah woman doctor. She also did graduate work at the University of Michigan Medical School.

While mothering her own ten children, Dr. Shipp delivered over six thousand babies in her sixty years of practice. Sister Shipp served as a member of the general board of the Relief Society from 1898 to 1907.

Courtesy of Daughters of Utah Pioneers, Salt Lake City

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George Reynolds

George Reynolds (1842–1909) was converted to the gospel as a young boy but was unable to be baptized for several years because of the opposition of his parents. He was finally baptized on 4 May 1856 at the age of fourteen.

George held many Church positions in England before coming to America in 1865. Soon thereafter he became secretary to the First Presidency, a calling he fulfilled until the end of his life. He was also called as a President of the First Quorum of the Seventy in 1890. His famous concordance of the Book of Mormon18required twenty-one years of labor to produce.

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Detroit prison

During the anti-polygamy crusade, Latter-day Saints from the intermountain west were arrested, tried, and, if convicted, were often given prison sentences. One little-known aspect of the crusade is that many Idaho Mormons convicted of “unlawful cohabitation” served their sentences in the Detroit House of Corrections. This is a picture of the Detroit, Michigan, prison about the time of their incarceration.

Courtesy of Burton Historical Collection, Detroit Public Library

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Utah Territorial Prison

The United States Congress, on 3 March 1853, approved an appropriation for a penitentiary in Utah. Several months later a prison site was selected by Almon W. Babbitt, who was serving as territorial secretary of Utah. The prison, located in the Salt Lake City area, was completed in 1854 and enclosed an area of about seven acres. The exterior walls were made of adobe and were twelve feet high and four feet thick.

Courtesy of Utah State Historical Society

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James Paxton mementos

Wood carving and autograph book of James Paxton. During this period many Latter-day Saints were imprisoned for their religious beliefs. While in prison they carved wooden objects, compiled autograph books, and kept journals of their thoughts and actions.

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Jacob Spori

A native of Switzerland, Jacob Spori (1847–1903) became the first Church missionary in Palestine.

Upon migrating to Utah he devoted himself to education. Later locating in Rexburg, Idaho, he was appointed principal of the new Bannock Stake Academy, which eventually became Ricks College. He made great sacrifices to achieve this success. At one point he even went to work at the railroad to pay the salaries of two other teachers so he could keep the school operating.

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John Morgan

John Morgan (1842–94) fought as a Union soldier in the Civil War and then moved to Utah in 1866 where he was an educator. He was converted to the gospel and baptized on 26 November 1867. Brother Morgan was then called to serve a mission to the southern states between 1875 and 1877. In 1878 he returned to preside over that mission. He was called as a member of the First Quorum of the Seventy in 1884, and he served in this capacity until his death.

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Joseph Standing

Joseph Standing (1854–79) is one of the martyrs of the Church. Between 1875 and 1876 he fulfilled a mission to the southern states. He returned for a second mission there in 1878, and because of his kind, mild, and wise manner, President John Morgan assigned him to the hostile district of Georgia. Elder Rudger Clawson joined him early in 1879.

News of Joseph Standing’s murder in Georgia greatly affected the Church in Utah, and nearly ten thousand people attended his funeral in the Salt Lake Tabernacle.

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B. H. Roberts in disguise

B. H. Roberts (1857–1933) here posed for the camera in the disguise he used to enable him to retrieve the bodies of Elders Gibbs and Berry. Brother Roberts spent his childhood in England. When he came to America, he walked nearly all the way across the plains to Utah.

To his formal education at the University of Deseret he added considerable self education and became one of the most articulate and eloquent orators and writers in the Church’s history. He edited and published the seven-volume History of the Church (History of Joseph Smith) and later published a six-volume history of the first century of the Church, known as A Comprehensive History of the Church.

He became a member of the First Quorum of the Seventy in 1888 at the age of thirty-one. He was elected to the United States House of Representatives in 1898 but was not allowed to take his seat because of controversy over his involvement in polygamy.

Beyond the age of sixty he was a chaplain in America and France for Utah soldiers serving in World War I during 1917–18.

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pioneer home

Because of the severe nature of the anti-polygamy raids, President John Taylor went “underground” on 1 February 1885 and moved about periodically. On 22 November 1886 he was moved to the Thomas F. Rouche home in Kaysville, Utah. Surrounded by shade trees and with a pleasant view to the east across a mile of farm land to the village of Kaysville, and the mountains behind it, the Rouche home was the last dwelling of John Taylor. Diarists attending him noted that he was ill intermittently from April to June of 1887.

Meanwhile, his counselor George Q. Cannon secretly traveled between Kaysville and Salt Lake City to conduct much of the Church’s business. Late in June, President Taylor began to fail. He ate little, lapsed into unconsciousness for periods of time, and on the evening of 25 July he quietly passed away.

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Gardo house

The Gardo house was the official Salt Lake residence of President John Taylor. Upon his death, his body was returned there and prepared for burial. On 29 July 1887 his body was taken to the Tabernacle to lie in state.

Construction on the Gardo house began under the direction of Brigham Young and was completed during John Taylor’s administration. It was dedicated by Franklin D. Richards on 22 February 1883. Following the death of John Taylor, the Gardo house was used by Wilford Woodruff as a Church office. The Gardo house was purchased from the Church by the Federal Reserve Bank of San Francisco, and they had it razed in November 1921.