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CAPÍTULO CINCO: A ORIGEM DO LIVRO DE MÓRMON E A RESTAURAÇÃO DO SACERDÓDIO


CAPÍTULO CINCO

A ORIGEM DO LIVRO DE MÓRMON E A RESTAURAÇÃO DO SACERDÓDIO

O ANO DE 1829 foi importante para o jovem profeta e para a Igreja que seria por ele restaurada. No final de 1828, Morôni devolveu as placas e o Urim e o Tumim, prometendo um novo escrevente para ajudar na tradução. Naquele outono, preocupados com Joseph, seus pais foram visitá-lo em Harmony, ficando contentes por encontrá-lo animado e saber que as placas e o Urim e o Tumim estavam em segurança no baú de marroquim vermelho de Emma. Voltaram para casa “aliviados de um fardo quase insuportável e (…) sentindo uma alegria que compensou todo o sofrimento por que passaram”.1A promessa do Senhor de enviar um escrevente foi cumprida na primavera de 1829, quando Oliver Cowdery chegou a Harmony. Ele e Joseph trabalharam diligentemente para terminar a tradução. No decorrer da tradução, tomaram conhecimento de importantes princípios do evangelho, alguns dos quais propiciaram novas experiências espirituais e a restauração do sacerdócio. Estava sendo preparado o caminho para a organização da Igreja de Jesus Cristo, que ocorreria no ano seguinte.

A CHEGADA DE OLIVER COWDERY

Durante o inverno de 1828–1829, Joseph Smith trabalhou de tempo em tempo na tradução, com a ajuda de Emma e o irmão dela, mas a luta diária para conseguir o sustento da família deixava-lhe pouco tempo para a tradução. O irmão de Emma, Jesse Hale, duvidava das declarações de Joseph a respeito das placas e não lhe dava muito apoio. Por esse motivo, em março de 1829, Joseph disse: “Não tendo a quem recorrer, implorei ao Senhor que providenciasse um modo pelo qual eu pudesse realizar o trabalho que Ele me mandara fazer”.2O Senhor ordenou-lhe que interrompesse a tradução por algum tempo e esperasse “até que eu te ordene; e providenciarei meios para realizares as coisas que te ordenei”. (D&C 5:34) Tendo fé, o Profeta aguardou o novo escrevente, que chegou em 5 de abril, na pessoa de Oliver Cowdery.

Oliver Cowdery nasceu em 3 de outubro de 1806, em Wells, condado de Rutland, Vermont. Era o caçula de oito irmãos. Sua educação incluiu a leitura, a escrita e rudimentos de aritmética. Muitos dos irmãos mais velhos de Oliver consideraram limitadas as oportunidades de trabalho em Vermont e mudaram-se para o oeste de Nova York. Em 1825, Oliver seguiu o exemplo dos irmãos e conseguiu emprego de secretário em uma loja de artigos gerais. Também trabalhou como ferreiro e fazendeiro. Oliver era franzino, tinha cerca de 1,65m de altura, cabelos escuros e ondulados e olhos castanhos penetrantes.

No início de 1829, Lyman Cowdery, um dos irmãos mais velhos de Oliver, foi contratado como professor de uma escola local do município de Manchester, próximo à residência da família Smith. Lyman não pôde cumprir o compromisso assumido e sugeriu à diretoria da escola que contratasse seu irmão Oliver. Tendo sido aprovado pelos membros do conselho diretor da escola, do qual Hyrum Smith fazia parte, Oliver começou a lecionar e foi convidado a hospedar-se na casa de Joseph Smith Sênior. Lucy Smith relata que assim que chegou “ele começou a ouvir comentários de toda a parte a respeito das placas e logo passou a pedir insistentemente ao Sr. Smith que lhe falasse sobre o assunto, mas ficou muito tempo sem receber qualquer informação”.3A família Smith relutava em contar suas experiências por ter sido ridicularizada pelos vizinhos no passado.

Quando Oliver conquistou a confiança da família, Joseph Smith Sênior contou-lhe a respeito das placas. Oliver orou em particular e meditou a respeito do assunto, vindo a confidenciar a Joseph Smith Sênior que sentira que teria o privilégio de trabalhar como escrevente de Joseph, a quem ainda não fora apresentado. Disse à família que era a “vontade do Senhor” que ele fosse com Samuel visitar Joseph na primavera seguinte, após o término das aulas. Oliver disse: “Se houver um trabalho que eu deva realizar nessa obra, estou decidido a desempenhá-lo”.4Assim sendo, Samuel Smith e Oliver Cowdery partiram para Harmony, Pensilvânia, no início de abril. O tempo úmido e frio teria desencorajado a maioria das pessoas, mas Oliver não deixou que nada o impedisse de conhecer Joseph Smith e falar com ele.

Antes de conhecer a família Smith em Manchester, Oliver Cowdery havia conhecido David Whitmer, em Fayette, Nova York, com quem fizera amizade. A caminho de Harmony, Oliver e Samuel pararam para visitá-lo. David pediu a Oliver que lhe “escrevesse contando se Joseph Smith possuía realmente ou não os registros antigos”.5Essa amizade com a família Whitmer viria a tornar-se importante no surgimento do Livro de Mórmon e no estabelecimento da Igreja.

Quando Oliver chegou a Harmony, em 5 de abril, um domingo, Joseph Smith reconheceu-o como o ajudante que o Senhor lhe prometera. Ficaram conversando sobre as experiências de Joseph até tarde da noite. No dia seguinte, cuidaram de alguns negócios e na terça-feira, 7 de abril, começaram a trabalhar diligentemente na tradução.

A TRADUÇÃO ACELERA-SE

Joseph e Oliver trabalharam “quase ininterruptamente” na tradução durante todo o mês de abril. Com a ajuda de Oliver, Joseph passou a traduzir mais rápido que nunca. Em três meses, Joseph e Oliver concluíram a assombrosa tarefa de traduzir aproximadamente quinhentas páginas impressas. Esse foi um período glorioso em sua vida. Oliver escreveu: “Esses foram dias inolvidáveis — ouvir o som de uma voz ditada pela inspiração do céu (…) Dia após dia continuei ininterruptamente a escrever o que lhe saía da boca, enquanto ele traduzia a história ou relato chamado ‘O Livro de Mórmon’ com Urim e Tumim”.6

Durante o mês de abril, foram dadas importantes revelações a Oliver Cowdery por meio de Joseph Smith. Na primeira (atualmente D&C 6), Oliver foi elogiado por seus desejos justos de clamar ao Senhor, sendo-lhe lembrado que “tantas vezes quantas inquiriste, recebeste instruções de meu Espírito. Se assim não fora, não terias chegado ao lugar onde agora estás”. (V. 14.) Aparentemente, porém, Oliver desejava um testemunho maior da veracidade do trabalho, por isso o Senhor disse-lhe:

“(…) Volve tua mente para a noite em que clamaste a mim em teu coração a fim de saberes a respeito da veracidade destas coisas.

Não dei paz a tua mente quanto ao assunto? Que maior testemunho podes ter que o de Deus?” (D&C 6:22-23) Somente depois dessa revelação, Oliver contou a Joseph que, certa noite, enquanto estava hospedado na casa da família Smith, havia orado a Deus para saber se Joseph Smith era um profeta e sentira uma confirmação tranqüilizadora de que isso era verdade.

Quando Oliver pediu ao Senhor que lhe desse o poder de traduzir, seu pedido foi concedido e ele tornou-se uma segunda testemunha. (Ver v. 28.) Oliver traduziu por um breve período, então o Senhor lhe disse: “Tirei esse privilégio de ti”. (D&C 9:5) O Senhor explicou:

“(…) Deves estudá-lo bem em tua mente; depois me deves perguntar se está certo e, se estiver certo, farei arder dentro de ti o teu peito; portanto sentirás que está certo.

Mas se não estiver certo, não terás tais sentimentos; terás, porém, um estupor de pensamento que te fará esquecer o que estiver errado; portanto não podes escrever aquilo que é sagrado a não ser que te seja concedido por mim.” (D&C 9:8-9)

Nessa época, um velho amigo, Joseph Knight Sênior, chegou de Colesville, Nova York, que ficava a 45 km, trazendo mantimentos, que incluíam batatas, peixe e uma grande quantidade de cereais, além de papel pautado e dinheiro para comprar mais papel. A visita de Knight foi importante para a continuidade do trabalho, porque Joseph e Oliver estavam passando necessidades e à procura de emprego. Se fossem obrigados a trabalhar, mesmo que temporariamente, a tradução iria atrasar-se. Por esse motivo, ficaram profundamente agradecidos pela ajuda oportuna, que consideraram uma dádiva dos céus.

A RESTAURAÇÃO DO SACERDÓCIO E DO BATISMO

Joseph e Oliver ficaram maravilhados com certas doutrinas reveladas durante a tradução, como a visita do Salvador aos habitantes do hemisfério ocidental e Seus ensinamentos acerca do batismo. (Ver 3 Néfi 11:18-38.) Nessa ocasião, sentiram-se compelidos a orar de todo o coração para saber como poderiam receber a bênção do batismo. Em 15 de maio de 1829, Joseph e Oliver foram até um bosque das redondezas, próximo ao rio Susquehanna, para orar. Oliver descreve o que aconteceu em seguida: “Repentinamente, como se fora do meio da eternidade, a voz do Redentor manifestou-nos paz; ao mesmo tempo o véu abriu-se e um anjo de Deus desceu, revestido de glória, e transmitiu a esperada mensagem e as chaves do Evangelho do arrependimento. Que alegria! Que admiração! Que assombro! Enquanto o mundo se encontrava atormentado, confundido — enquanto milhões andavam às apalpadelas como cegos procurando a parede e enquanto todos os homens mergulhavam na incerteza, (…) nossos olhos viram, nossos ouvidos ouviram”.7

O anjo apresentou-se como “João, o mesmo que é chamado João Batista no Novo Testamento; e [disse] que agia sob a direção dos Apóstolos Pedro, Tiago e João”. (Joseph Smith — História 1:72) Ele impôs as mãos sobre Joseph e Oliver e disse: “A vós, meus conservos, em nome do Messias, eu confiro o Sacerdócio de Aarão, que possui as chaves do ministério de anjos e do evangelho do arrependimento e do batismo por imersão para remissão dos pecados” (Joseph Smith — História 1:69; ver também D&C 13:1.) João explicou que o Sacerdócio de Melquisedeque lhes seria conferido mais tarde. Pela primeira vez em séculos, o sacerdócio estava novamente sobre a Terra.

João ordenou que Joseph batizasse Oliver e depois fosse batizado por Oliver. Em seguida, deveriam conferir o Sacerdócio Aarônico um ao outro. Assim que saíram das águas do batismo, encheram-se do espírito de profecia. Oliver predisse “muitas coisas que logo deveriam acontecer” e Joseph profetizou “sobre a edificação [da] Igreja e muitas outras coisas ligadas à Igreja e a esta geração dos filhos dos homens”. Estavam “cheios do Espírito Santo e [regozijaram-se] no Deus de [sua] salvação. (Joseph Smith—História 1:73.) Viram-se também iluminados por uma compreensão jamais experimentada do significado das escrituras. Tiveram, porém, que manter tudo isso em segredo devido à perseguição dos líderes religiosos locais. Isaac Hale, sogro de Joseph, procurou protegê-los, mas estava perdendo o controle da situação.

Nessa época, Joseph recebeu a visita de algumas pessoas em Harmony. O primeiro visitante foi seu irmão mais novo, Samuel. Joseph e Oliver com muito entusiasmo relataram suas recentes experiências a Samuel, contandolhe o que o Senhor estava prestes a realizar, e mostraram-lhe o que havia sido traduzido das placas. Samuel não se convenceu facilmente, mesmo depois que Joseph e Oliver lhe mostraram passagens da Bíblia a respeito do evangelho de Jesus Cristo. Ele retirou-se para um bosque a fim de resolver suas dúvidas por meio da oração. Joseph conta: “Como resultado, ele recebeu sua própria revelação, que o convenceu da veracidade do que lhe dissemos; e no vigésimo quinto dia do mesmo mês em que fomos batizados e ordenados, Oliver Cowdery batizou Samuel, que voltou para a casa de seu pai glorificando e louvando a Deus, cheio do Santo Espírito”.8

O irmão mais velho de Joseph, Hyrum, foi o próximo. A pedido de Hyrum, Joseph consultou o Senhor por meio do Urim e Tumim para saber qual era Sua vontade a respeito dele. O Senhor disse a Hyrum que por meio dele se faria “muito de bom” naquela geração (D&C 11:8), mas deveria ser paciente e estudar as escrituras, inclusive o Livro de Mórmon que estava sendo traduzido, e preparar-se para o dia em que seria chamado para pregar o evangelho do arrependimento. (Ver D&C 11.)

Logo após esses acontecimentos, Joseph e Oliver viajaram para Colesville. Na viagem de volta, por volta do final de maio de 1829,9 os principais Apóstolos do Senhor — Pedro, Tiago e João — apareceram-lhes às margens do rio Suquehanna. (Ver D&C 128:20.) Os visitantes angelicais conferiram a Joseph e Oliver o santo Sacerdócio de Melquisedeque e as chaves do apostolado. (Ver D&C 27:12.) Joseph e Oliver passaram a ter autoridade para agir como representantes legítimos do Senhor na edificação do reino de Deus sobre a Terra.

O TÉRMINO DA TRADUÇÃO

Logo após começar a ajudar Joseph Smith no trabalho de tradução, Oliver escreveu uma carta a David Whitmer, que morava no município de Fayette. Oliver testificou vigorosamente que Joseph Smith possuía os antigos registros e que o trabalho que realizavam era divino. Pouco tempo depois, enviou-lhe algumas linhas da tradução e prestou testemunho de que sabia que as placas continham o registro de um povo que vivera no continente americano. David Whitmer, na época com vinte e quatro anos de idade, mostrou, entusiasmado, essas cartas a seus pais, irmãos e irmãs. A perseguição começara a intensificar-se na região de Harmony, de modo que, em maio, Oliver escreveu a David perguntando sobre a possibilidade de Joseph e Oliver hospedarem-se com a família Whitmer, em Fayette. Em resposta, Peter Whitmer Sênior, pai de David, convidou Joseph a ficar em sua casa da fazenda por todo o tempo que lhe fosse necessário para terminar a tradução. John, irmão de David, ofereceu-se para ajudar Joseph como escrevente. Muitas pessoas da região de Fayette estavam ansiosas por conhecer mais a respeito do trabalho.10

Era essencial para o sucesso das colheitas de outono que a semeadura fosse feita no fim do mês de maio; por esse motivo, David Whitmer teve que arar e preparar o solo antes de poder usar sua carruagem de dois cavalos para ir buscar Joseph Smith e Oliver Cowdery. No final de um dia de trabalho na terra, descobriu que havia realizado o que geralmente levaria dois dias para concluir. O pai de David também ficou impressionado com o aparente milagre. Peter Whitmer Sênior disse: “Deve haver um poder superior por trás disso, e acho que você deve ir imediatamente à Pensilvânia, assim que terminar de tratar a terra com gesso.11((Usava-se gesso para reduzir a acidez do solo.) No dia seguinte, David foi aos campos espalhar o gesso, mas para sua surpresa descobriu que o trabalho já havia sido feito. Sua irmã, que morava perto do campo, disse que, no dia anterior, havia sido chamada pelos filhos para ver três desconhecidos que estavam espalhando o gesso com notável habilidade. Ela tinha achado que fossem homens contratados por David.12

Agradecido por essa intervenção divina, David Whitmer apressou-se para fazer a viagem de três dias até Harmony. Joseph Smith e Oliver Cowdery encontraram-no quando ele se aproximava da cidade. Apesar de David não ter-lhes dito exatamente a hora em que iria chegar, Joseph tivera uma visão com todos os detalhes da viagem de David a Harmony.13Esses três milagres testemunhados por David Whitmer demonstram a vidência do Profeta e a intervenção do Senhor para o sucesso da Restauração.

Esse foi o primeiro encontro de Joseph Smith com David Whitmer. Assim como aconteceu com Oliver Cowdery, David e Joseph logo se tornaram amigos. Em pouco tempo, estavam a caminho de Fayette, que ficava aproximadamente a uma distância de cento e sessenta quilômetros. Nessa ocasião, Morôni ficou com as placas para evitar o risco do transporte. Outro evento incomum ocorreu durante o caminho, enquanto viajavam de carroção. David Whitmer descreveu o evento:

“Um senhor idoso de boa aparência apareceu subitamente ao lado do carroção e saudou-nos, dizendo: ‘Bom dia. Está fazendo muito calor’, enquanto limpava a testa ou o rosto com a mão. Retribuímos a saudação e depois de receber um sinal de aprovação de Joseph, convidei-o a viajar conosco, se estivesse indo na mesma direção. Ele, porém, disse muito educadamente: ‘Não, obrigado, estou indo para Cumora’. Era um nome novo para mim, não sabia o que significava. Entreolhamo-nos, e assim que me virei para Joseph, o velho desapareceu instantaneamente (…)

Era o mensageiro que estava guardando as placas, tendo-as tirado de Joseph pouco antes de sairmos de Harmony.”14

O grupo chegou a Fayette por volta do dia primeiro de junho. Emma, que ficara em Harmony para cuidar da casa, logo se reuniu ao marido em Fayette. A tradução foi reiniciada imediatamente. A família Whitmer foi muito generosa ao atender às necessidades de Joseph, Emma e Oliver Cowdery.

Enquanto a tradução prosseguia, o evangelho era ensinado no condado de Sêneca. Hyrum Smith, David Whitmer e Peter Whitmer Jr. foram batizados para a remissão dos pecados, em junho. Os três filhos de Peter Whitmer — David, John e Peter Jr. — tornaram-se auxiliares diligentes no trabalho. Ansioso por conhecer os deveres que a eles seriam designados, Joseph consultou o Senhor, e uma revelação foi concedida a cada um deles. O Senhor ordenou que ajudassem a edificar o reino de Deus, proclamando o arrependimento. (Ver D&C 14-16.) Toda essa atividade não foi algo fácil para Peter e Mary Whitmer, que hospedavam a família de Joseph Smith e Oliver Cowdery. Seu filho, David, disse que esse fardo extra aumentou em muito as preocupações de sua mãe. Ela nunca reclamou, mas sentia-se sobrecarregada. David contou, mais tarde, o que aconteceu certo dia, quando sua mãe foi até o estábulo ordenhar as vacas: “Quando estava próximo ao curral, ela encontrou o mesmo homem idoso [visto anteriormente por David] (a julgar pela descrição que deu dele), que lhe disse: ‘Você tem sido fiel e diligente em seu trabalho, mas está cansada por causa do aumento das tarefas; é justo que receba um testemunho que lhe fortaleça a fé’. Depois disso, mostrou-lhe as placas.”15Esse evento fortaleceu Mary Whitmer e sua família, que continuaram a apoiar Joseph Smith e o importante trabalho que ele realizava.

O PROCESSO DE TRADUÇÃO

Pouco se sabe sobre o processo propriamente dito da tradução do registro, em especial porque as pessoas que mais conheciam a respeito da tradução — Joseph Smith e Oliver Cowdery — foram as que menos deixaram relatos a esse respeito. Além disso, Martin Harris, David Whitmer e Emma Smith, que ajudaram Joseph, não escreveram qualquer descrição na época. Os relatos esparsos que escreveram muito tempo depois eram freqüentemente contraditórios.

O Profeta mostrava-se relutante em fornecer detalhes a respeito da tradução. Em uma conferência da Igreja, realizada em 25-26 de outubro de 1831, em Orange, Ohio, Hyrum pediu-lhe um relato pessoal referente à origem do Livro de Mórmon. Mas o Profeta disse: “Não convém expor ao mundo todos os detalhes da origem do Livro de Mórmon.”16Em carta aberta ao diretor de certo jornal, em 1833, Joseph esclareceu o essencial sem fornecer muitos detalhes, ao declarar que o Livro de Mórmon fora “encontrado por meio da ministração de um santo anjo e traduzido para nossa própria língua pelo dom e poder de Deus”.17Essa explicação é condizente com Doutrina e Convênios, que declara que ele recebeu “poder para traduzir, pela misericórdia de Deus, pelo poder de Deus, o Livro de Mórmon” (D&C 1:29) e que o Senhor “deu-lhe poder do alto, pelos meios que haviam antes sido preparados, para traduzir o Livro de Mórmon”. (D&C 20:8)

O aspecto mais importante da tradução, como declara a folha de rosto do Livro de Mórmon, é obviamente o fato de o livro ter sido “interpretado pelo dom e poder de Deus”. Morôni, o último guardião do antigo texto, desafiou todo leitor do Livro de Mórmon a descobrir a veracidade do livro por meio da oração; prometeu que pelo poder do Espírito Santo todas as pessoas poderão saber que ele é verdadeiro. (Ver Morôni 10:4-5.) O próprio testemunho do Senhor a respeito do Livro de Mórmon declara que Joseph Smith “traduziu o livro, sim, aquela parte que lhe ordenei; e assim como vive vosso Senhor e vosso Deus, ele é verdadeiro”. (D&C 17:6)

Alguns críticos sugeriram que Sidney Rigdon teria sido o principal autor do Livro de Mórmon. Dizem que ele usou um romance escrito por Solomon Spaulding chamadoO Manuscrito Encontrado ou A História do Manuscrito como guia para os trechos históricos da obra. No entanto, não existe qualquer evidência de que Sidney Rigdon tivesse conhecido Joseph Smith antes da publicação do Livro de Mórmon. Em seu próprio testemunho, o Élder Rigdon declara que a primeira vez que ouviu falar do livro foi em outubro de 1830, quando um exemplar foi-lhe entregue por Parley P. Pratt. (Ver páginas 80-81 deste manual.) O manuscrito de Solomon Spaulding foi descoberto por volta de 1880 e não se parece nem um pouco com o Livro de Mórmon. Essa teoria obviamente forjada mas muito difundida, ligando Spaulding a Rigdon, foi uma tentativa de Satanás de desacreditar a palavra de Deus.

Quando Joseph Smith iniciou a tradução, em 1827, evidentemente começou a partir do livro de Leí, que se encontra no resumo das placas maiores de Néfi compilado por Mórmon. (Ver cabeçalho de D&C 10.) Depois que as 116 páginas do manuscrito foram perdidas, Joseph aparentemente recomeçou a tradução a partir do livro de Mosias, que também se encontra nas placas maiores. Havia apenas começado o livro de Mosias, quando Oliver Cowdery foi-lhe enviado, no início de abril de 1829. Cinco semanas mais tarde, em 15 de maio de 1829, eles estavam em 3 Néfi, no sermão que o Salvador fez aos nefitas a respeito do batismo. Somente depois de chegar à casa da família Whitmer, em Fayette, Joseph começou a traduzir as placas menores de Néfi, que contêm 1 Néfi até as Palavras de Mórmon. O Profeta foi ordenado a traduzir as placas menores para repor as 116 páginas perdidas. (Ver D&c 10:43-45.) No manuscrito original do Livro de Mórmon, o trabalho de John Whitmer como escrevente aparece apenas no texto das placas menores, confirmando essa conclusão.18

AS TESTEMUNHAS DO LIVRO DE MÓRMON

Pouco depois de Joseph Smith ter traduzido os escritos de Néfi que mencionam a necessidade de testemunhas (Ver 2 Néfi 27:12-14; Éter 5), Martin Harris foi de Palmyra a Fayette para perguntar a respeito do andamento da tradução. Martin, Oliver Cowdery e David Whitmer pediram a Joseph que orasse e perguntasse ao Senhor se eles poderiam ser as testemunhas prometidas. Joseph consultou o Senhor e recebeu uma revelação na qual lhes foi dito que se exercessem fé e o fizessem “de todo o coração” teriam o privilégio de ver as placas sagradas, o peitoral, a espada de Labão, o Urim e o Tumim usados pelo irmão de Jarede e a Liahona — “os guias milagrosos que foram dados a Leí enquanto estava no deserto”. (D&C 17:1) O Senhor declarou: “É por vossa fé que os vereis, sim, por aquela fé que possuíam os profetas da antigüidade”. (D&C 17:2) O Senhor também lhes disse que depois de verem esses objetos, teriam o dever de prestar testemunho dessas coisas ao mundo.

Assim que terminou a tradução, Joseph Smith enviou uma mensagem a seus pais em Manchester, pedindo-lhes que fossem até a casa da família Whitmer, em Fayette. Quando chegaram, acompanhados de Martin Harris, passaram uma noite agradável lendo o manuscrito. Na manhã seguinte, as futuras testemunhas e outras pessoas que estavam hospedadas com a família Whitmer reuniram-se para realizar os costumeiros serviços de adoração matinais, ler as escrituras, cantar hinos e orar. Lucy escreveu: “Joseph ergueu-se e aproximou-se de Martin Harris, com uma solenidade que ainda hoje me faz gelar o sangue nas veias; nessa ocasião, pelo que me lembro, ele disse: ‘Martin Harris, você deve humilhar-se perante Deus neste dia, para que receba o perdão de seus pecados. Se assim o fizer, é a vontade do Senhor que veja as placas, em companhia de Oliver Cowdery e David Whitmer’”.19

Depois disso, os quatro homens retiraram-se para o bosque e procuraram receber a revelação prometida. Depois de duas tentativas frustradas, porém, Martin Harris sentiu que sua presença era a causa do fracasso em receber uma resposta. Afastou-se até certa distância do grupo e começou a orar sozinho. Os outros três nem bem haviam retomado suas orações, quando Morôni lhes apareceu com as placas nas mãos. Joseph relata: “Ele virou as folhas uma por uma, de modo que pudéssemos vê-las e distinguir os caracteres nelas gravados (…) Ouvimos uma voz proveniente da luz brilhante acima de nós, dizendo: ‘Estas placas foram reveladas e traduzidas pelo poder de Deus. Sua tradução está correta, e ordeno-vos que testemunheis o que agora vistes e ouvistes.’

Deixei David e Oliver sozinhos e fui procurar Martin Harris. Encontreio orando fervorosamente, a uma distância considerável de onde estávamos. Disse-me, entretanto, que ainda não havia recebido uma resposta do Senhor e pediu-me encarecidamente que orasse com ele, para que também alcançasse as mesmas bênçãos que acabáramos de receber. Assim fizemos e por fim alcançamos nosso objetivo, pois antes de terminarmos a oração, a mesma visão abriu-se a nossos olhos, pelo menos para mim, e vi e ouvi as mesmas coisas; nesse instante, Martin Harris exclamou em alta voz, aparentemente em êxtase: ‘É o bastante; é o bastante; meus olhos viram; meus olhos viram’.20

Quando Joseph voltou para a casa da família Whitmer, falou aos pais do alívio que sentira pelo fato de outras pessoas terem visto o anjo e as placas e por saber que essas pessoas dali por diante teriam o dever de prestar testemunho dessas coisas. Joseph disse: “Agora eles sabem por si mesmos que não estou enganando as pessoas. Sinto como se uma carga quase insuportável tivesse sido tirada de meus ombros. Minha alma está extremamente feliz, pois não estou mais sozinho no mundo”.21As três Testemunhas prestaram o seguinte depoimento de sua experiência: “(…) Nós, pela graça de Deus, o Pai, e de nosso Senhor Jesus Cristo, vimos as placas que contêm este registro (…). E sabemos também que foram traduzidas pelo dom e poder de Deus, porque assim nos foi declarado por sua voz; sabemos, portanto, com certeza, que a obra é verdadeira”.22Testificaram também que o anjo lhes mostrara os caracteres gravados nas placas. Seu testemunho foi incluído em todas as edições do Livro de Mórmon desde aquela época.

Poucos dias depois, oito homens fiéis que apoiaram o Profeta durante a tradução foram escolhidos para serem testemunhas e verem as placas. Foram eles: o pai de Joseph Smith, Joseph Smith Sênior; os irmãos de Joseph, Hyrum e Samuel; quatro dos irmãos Whitmer, Christian, Jacob, Peter e John; e um cunhado dos Whitmer, Hiram Page. Joseph recebeu a permissão de mostrar-lhes as placas num local próximo da residência da família Smith, em Manchester, onde Joseph estava para fazer os acertos necessários para a publicação do livro.23As Oito Testemunhas testificaram que manusearam e seguraram as placas e viram os caracteres gravados nas folhas. Seu testemunho também está incluído em todas as edições publicadas do Livro de Mórmon. Desse modo, de acordo com a lei divina das testemunhas, a veracidade do Livro de Mórmon foi mais uma vez confirmada e os habitantes da Terra serão considerados responsáveis pelas coisas nele contidas.

Todas as onze testemunhas especiais das placas do Livro de Mórmon serviram em importantes chamados eclesiásticos na Igreja restaurada. Cinco deles — Christian Whitmer, Peter Whitmer Jr. e os três da família Smith — serviram ativamente na Igreja até o dia de sua morte. Todas as Três Testemunhas — Martin Harris, Oliver Cowdery e David Whitmer — acabaram afastando-se da Igreja. John e Jacob Whitmer e Hiram Page, das Oito Testemunhas, também abandonaram a fé. Nenhum desses seis homens, contudo, jamais negou seu testemunho, apesar de terem tido muitas oportunidades para fazê-lo. Todos confirmavam firmemente a veracidade de seu testemunho, sempre que isso lhes era perguntado. Oliver Cowdery e Martin Harris mais tarde voltaram para a Igreja e permaneceram ativos até o dia de sua morte.

A PUBLICAÇÃO DO LIVRO DE MÓRMON

Poucos dias depois de Joseph Smith e Oliver Cowdery terem chegado a Fayette, em junho de 1829, Joseph sentiu que a tradução estava suficientemente adiantada para fazerem a requisição de seus direitos autorais. Assim sendo, em 11 de junho, Joseph Smith entrou com um pedido de direitos autorais do Livro de Mórmon, os quais lhes foram concedidos pelo Distrito Norte de Nova York.24Desse modo, o livro estava protegido contra plágio.

Quando a tradução estava quase terminada, no fim de junho, o Profeta passou a preocupar-se com a publicação do livro. Várias negociações foram feitas com Egbert B. Grandin, de vinte e três anos de idade, dono de uma oficina gráfica em Palmyra. Algumas páginas do manuscrito e a folha de rosto foram-lhe submetidos para uma estimativa de custo. Grandin e seus colegas de trabalho relutaram em aceitar o projeto de publicar a “Bíblia dourada”, como a chamavam. Por esse motivo, Joseph e seus companheiros foram até Rochester, onde entraram em contato com um cidadão preeminente e dono de gráfica, Thurlow Weed, que os dispensou por não acreditar no relato de Joseph a respeito da tradução. Visitaram então Elihu F. Marshall, também de Rochester, que estava disposto a imprimir e encadernar o manuscrito, mas a um preço exorbitante. Voltaram a procurar Grandin e finalmente o convenceram a imprimir o livro, com a condição de que Martin Harris assinasse uma promissória garantindo o pagamento da impressão por meio da hipoteca de parte de sua fazenda em Palmyra, se necessário. Nessa época, o Profeta já havia recebido outra oferta de um impressor de Rochester, o que fez com que Grandin concordasse em publicar o livro. Em 17 de agosto de 1829, um contrato foi assinado para a impressão de cinco mil exemplares, ao preço de três mil dólares.25Era um número extremamente elevado de exemplares na época, especialmente para uma pequena gráfica local.

Joseph havia aprendido uma importante lição com a perda das 116 páginas do manuscrito. Designou Oliver Cowdery e Hyrum Smith para supervisionarem a impressão, enquanto voltava para Harmony para ficar ao lado de Emma e cuidar de suas necessidades materiais. Também deixou-lhes instruções específicas, ordenando-lhes que preparassem uma cópia do manuscrito para o impressor e guardassem o original na casa da família Smith, por precaução. Oliver preparou uma cópia do manuscrito para o impressor.26Por motivos de segurança, esse manuscrito foi levado em partes para a gráfica de Grandin, à medida que o trabalho era realizado. Por diversos meses, Hyrum fez visitas quase diárias à gráfica a fim de supervisionar o trabalho.

Considerando o processo utilizado, é compreensível que alguns erros de transcrição e de impressão tenham aparecido no livro. Além disso, os manuscritos originais não tinham pontuação nem parágrafo. Com a permissão de Hyrum Smith, o tipógrafo de Grandin, John H. Gilbert, acrescentou a pontuação e os parágrafos. A edição de 1837, preparada por Parley P. Pratt, e a edição de 1840, cuidadosamente preparada pelo próprio Profeta, corrigiram a maioria dos primeiros erros de impressão e revisaram o trabalho de Gilbert.

Durante a impressão do Livro de Mórmon, Oliver Cowdery “aprendeu a arte da impressão na oficina de E. B. Grandin, arrumando grande parte dos tipos do livro pessoalmente”.28

A oposição à nova escritura transpareceu mesmo antes da impressão estar concluída. Abner Cole usou o edifício Grandin e a prensa nos domingos e à noite para publicar seu periódico, o Palmyra Reflector, sob o pseudônimo de Obediah Dogberry. Ele considerava o Livro de Mórmon desprezível; e graças a seu acesso ao manuscrito do impressor, conseguiu furtar algumas páginas e começou a publicá-las. Certo domingo, em dezembro, Hyrum e Oliver sentiram-se inquietos e foram até à gráfica e encontraram Cole febrilmente trabalhando na impressão de um trecho do Livro de Mórmon.

Ordenaram-lhe que parasse, pois tinham direitos autorais, mas ele os desafiou e publicou os trechos no Reflector . volta para Palmyra. Quando Joseph chegou, exigiu que Cole parasse com sua pirataria literária. Cole quis brigar, mas o Profeta permaneceu calmo e a razão prevaleceu. O último trecho apareceu no número de 22 de janeiro de 1830.29

A artimanha de Cole refletia o sentimento geral vigente em Palmyra na época. Algumas pessoas realizaram uma reunião e decidiram não comprar o livro quando fosse impresso. Quando Grandin começou a ficar preocupado, Joseph voltou a Palmyra para garantir-lhe que os custos da impressão seriam pagos.30Martin Harris, temendo perder sua fazenda se o Livro de Mórmon não vendesse, consultou o Profeta e pediu-lhe orientação. Por revelação, Martin foi ordenado a não “se apegar” a sua própria propriedade, mas a “oferecê-la liberalmente” para cobrir as despesas da impressão do Livro de Mórmon. (Ver D&C 19:26.) Sessenta e um hectares da fazenda de Martin Harris foram vendidos em leilão público, em abril de 1831, para pagar o Sr. Grandin. Esse sacrifício possibilitou a impressão do Livro de Mórmon.31O Wayne Sentinel anunciou que as primeiras cópias do Livro de Mórmon estariam à disposição para venda ao público em 26 de março de 1830.

O Livro de Mórmon representa a mente e a vontade de Deus para as pessoas nestes últimos dias. Nossa geração tem o privilégio de ouvir a própria avaliação que o Senhor faz desse grandioso livro:

O Livro de Mórmon “contém um registro de um povo decaído e a plenitude do evangelho de Jesus Cristo aos gentios e também aos judeus;

O qual foi dado por inspiração e é conferido a outros pelo ministério de anjos, sendo por eles proclamado ao mundo —

Provando ao mundo que as santas escrituras são verdadeiras e que Deus inspira os homens e chama-os para sua santa obra, nesta época e nesta geração, assim como em gerações passadas”. (D&C 20:9-11)

EVENTOS RELACIONADOS COM A PUBLICAÇÃO DO LIVRO DE MÓRMON

11 de junho de 1829 . Obtidos os direitos autorais do Livro de Mórmon.

1º de julho de 1829. . Término da tradução do Livro de Mórmon.

July 1829 . Oliver Cowdery começa a fazer o manuscrito do impressor do Livro de Mórmon.

17 de agosto de 1829 . Joseph Smith e Martin Harris contratam Egbert Grandin para publicar cinco mil cópias do Livro de Mórmon.

Agosto de 1829 . Oliver Cowdery entrega as primeiras páginas do manuscrito ao impresssor. O trabalho de tipografia começa e as primeiras páginas não cortadas saem da prensa. Stephen Harding recebe a primeira folha de rosto.

25 de agosto de 1829 . Martin Harris hipoteca sua fazenda por três mil dólares para pagar a impressão.

Outubro de 1829 . Joseph Smith retorna a Harmony, Pensilvânia.

6 de novembro de 1829 . Oliver escreve a Joseph Smith, explicando que a impressão estava atrasada porque Grandin encontrava-se doente e também porque aguardava outros tipos. Oliver estava em Alma 36 na cópia do manuscrito para o tipógrafo.

2 de janeiro de 1830 . Abner Cole publica ilegalmente trechos do Livro de Mórmon em seu jornal, o Reflector.

16 de janeiro de 1830 . Joseph Smith Sênior e Martin Harris firmam acordo de que teriam privilégios iguais na venda do Livro de Mórmon, até que Grandin fosse pago.

Janeiro de 1830 . Grandin interrompe a impressão devido à ameaça de boicote ao Livro de Mórmon. Joseph retorna a Palmyra, vindo de Harmony, para entender-se com Abner Cole e convencer Grandin a terminar a impressão.

19 de março de 1830 . O Wayne Sentinel anuncia que o Livro de Mórmon estaria à venda dentro de uma semana.

26 de março de 1830 . O Wayne Sentinel anuncia que o Livro de Mórmon encontra-se à venda.

NOTAS

  1. Lucy Mack Smith, History of Joseph Smith, (História de Joseph Smith), org. Preston Nibley, Salt Lake City, Bookcraft, 1958, p. 137.

  2. Joseph Smith, História – 1832, p. 5, citado em Dean C. Jessee, org., The Personal Writings of Joseph Smith (Os Manuscritos de Joseph Smith), Salt Lake City, Deseret Book Co., 1984, p. 8, pontuação padronizada.

  3. Smith, History of Joseph Smith, p. 138.

  4. Smith, History of Joseph Smith, p. 139.

  5. History of the Church, 1:32.

  6. Latter Day Saints’ Messenger and Advocate, out. 1834, p. 14, maiúsculas padronizadas; ver também Joseph Smith—História 1:71.

  7. In Messenger and Advocate, out. 1834, p. 15; ortografia padronizada; ver também Joseph Smith—História 1:71.

  8. History of the Church, 1:44.

  9. Ver Larry C. Porter, The Restoration of the Aaronic and Melchizedeck Priesthoods”, Ensign, dez. 1996, p. 33.

  10. Ver History of the Church, 1:48–49; Millennial Star, 9 dez. 1878, p. 772; Millennial Star, 4 July 1881, pp. 422–23.

  11. Lucy Mack Smith, History of Joseph Smith, p. 148.

  12. Ver Lucy Mack Smith, History of Joseph Smith, pp. 148–49.

  13. Ver “Report of Elders Orson Pratt and Joseph F. Smith,” Millennial Star, 9 dez. 1878, p. 772.

  14. “Report of Elders Orson Pratt and Joseph F. Smith,” p. 772.

  15. “Report of Elders Orson Pratt e Joseph F. Smith”, p. 772–773, ortografia padronizada.

  16. Donald Q. Cannon e Lyndon W. Cook, orgs., 1830–1844 (Registros de Far West: Atas de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 1830–1844) (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1983), p. 23; uso de maiúsculas padronizado.

  17. History of the Church, 1:315.

  18. Ver Stan Larson, “ ‘A Most Sacred Possession’: The Original Manuscript of the Book of Mormon” (O Manuscrito Original do Livro de Mórmon), Ensign, set. 1977, p. 90.

  19. Lucy Mack Smith, History of Joseph Smith, pp. 151–52.

  20. History of the Church, 1:54–55.

  21. Lucy Mack Smith, History of Joseph Smith, p. 152.

  22. “O Depoimento de Oito Testemunhas” no Livro de Mórmon.

  23. Ver History of the Church, 1:58.

  24. Ver History of the Church, 1:58–59, 71.

  25. Ver History of the Church, 1:71.

  26. Ver History of the Church, 1:75.

  27. Ver “Historic Discoveries at the Grandin Building,” Ensign, jul. 1980, pp. 49–50.

  28. Wayne County Journal, Lyons, Nova York, 6 de maio de 1875; dados fornecidos por Donald E. Enders, Joseph Smith Sr. Family in Palmyra/Manchester, Nova York, arquivo de pesquisa, Museu de História de Arte da Igreja, Salt Lake City, Utah, 1989; ortografia padronizada.

  29. Ver Lucy Mack Smith, History of Joseph Smith, pp. 164–66; Richard L. Bushman, Joseph Smith and the Beginnings of Mormonism (Joseph Smith e o Começo do Mormonismo) (Chicago: University of Illinois Press, 1984), pp. 108–109; Russell R. Rich, “The Dogberry Papers and the Book of Mormon” (Os Documentos Dogberry e o Livro de Mórmon), Brigham Young University Studies, primavera de 1970, pp. 315–320.

  30. Ver Lucy Mack Smith, History of Joseph Smith, pp. 166–67.

  31. Ver Wayne C. Gunnel, “Martin Harris — Witness and Benefactor to the Book of Mormon” (Martin Harris — Testemunha e Benfeitor do Livro de Mórmon), Tese de Mestrado, Brigham Young University, 1955, pp. 37–40.

Cronologia

Data

 

Evento Significativo

Outono de 1828

Joseph Smith recebe novamente as placas e o Urim e o Tumim

7 abr. 1829

Joseph continua a tradução com a ajuda de Oliver Cowdery

15 mai. 1829

João Batista restaura o Sacerdócio Aarônico

Maio-jun. 1829

Pedro, Tiago e João restauram o Sacerdócio de Melquisedeque

1º jun. 1829

Joseph e Oliver mudamse para Fayette para terminar a tradução

Outono 1829–inverno 1830

O Livro de Mórmon é impresso pela primeira vez em Palmyra

26 mar. 1830

O Livro de Mórmon é posto à venda em Palmyra

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Oliver Cowdery

Oliver Cowdery (1806–50)

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Joseph and Oliver translating

Painting by Del Parson of Joseph and Oliver translating.

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Smith home in Harmony

Joseph and Emma Smith’s home in Harmony, Pennsylvania. The center portion is the original home. This is where Emma gave birth to their first child, Alvin, who died the same day, 15 June 1828.

Here Joseph Smith translated a large portion of the Book of Mormon. While living in Harmony, the Prophet received several revelations (see D&C 3–13, 24–27).

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map of Harmony

Isaac Hale Home

Joseph Smith Home

Stream

Susquehanna River

Highway 171

McKune Cemetery

Monument

Spring

13 1/2 acres owned by Joseph Smith

In Harmony, Joseph and Emma resided with her parents until Isaac Hale became angry because Joseph would not let him see the plates. Joseph and Emma then purchased a home with 13 1/2 acres of land from Emma’s brother, Jesse Hale, for two hundred dollars. It was a long narrow strip that ran south to the Susquehanna River.

The Aaronic Priesthood was likely restored on the banks of the river somewhere on the Smith property or nearby. Between 1947–56 the Church purchased three parcels of land in this area to obtain as much of the original site as possible. In 1960 a monument was erected near the Joseph Smith homestead commemorating the restoration of the Aaronic Priesthood.

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Isaac and Elizabeth Hale gravestone

Emma’s parents, Isaac and Elizabeth Hale, are buried in McKune Cemetery. Joseph and Emma’s first son, Alvin, is also buried there.

Isaac Hale’s tombstone reads, “ISAAC HALE died Jan. 11, 1839, age 75 yrs. 10 mo. & 10 ds.

“The body of Isaac Hale, the Hunter, like the cover of an old book, its contents torn out, and stript of its lettering and guilding, lies here food for worms, yet the work itself shall not be lost for it will as he believed: appear once more in a new and more beautiful edition, corrected and ammended.”

Elizabeth Hale’s tombstone reads, “ELIZABETH, wife of Isaac Hale Died Feb. 16, 1842, aged 75 years 2 mo. & 28 ds.”

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Hyrum Smith

Hyrum Smith (1800–1844) was the older brother of the Prophet Joseph. He was martyred with this brother in Carthage, Illinois, in June of 1844.

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David Whitmer

David Whitmer (1805–88) was one of the three witnesses of the Book of Mormon. He died in Richmond, Missouri, at the age of eighty-four.

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Book of Mormon manuscript page

This is a portion of the Book of Mormon manuscript in the handwriting of John Whitmer. He was one of the people who served as a scribe to the Prophet during the Book of Mormon translation.

As Oito Testemunhas das Placas do Livro de Mórmon

Nome

Data de Nascimento

Local de Nascimento

Idade ao ver as placas

Profissão

Falecimento

Christian Whitmer

18 de janeiro de 1798

Harrisburg, Pennsylvania

31 anos

Sapateiro

27 de novembro de 1835 Condado de Clay, Missouri Permaneceu fiel

Jacob Whitmer

27 de janeiro de 1800

Harrisburg, Pennsylvania

29 anos

Sapateiro

21 de abril de 1856
Richmond, Missouri

Peter Whitmer, Jr.

27 de setembro de 1809

Fayette, New York

19 anos

Tailor
Farmer

22 de setembro de 1836
Liberty, condado de Clay, Missouri Permaneceu fiel

John Whitmer

27 de agosto de 1802

Harrisburg, Pennsylvania

26 anos

Fazendeiro

11 de julho de 1878
Far West, Missouri

Hiram Page

1800

Vermont

29 anos

Médico
Fazendeiro

12 de agosto de 1852
Excelsior Springs, Missouri

Joseph Smith, Sr.

12 de julho de 1771

Topsfield, Essex County, Massachusetts

57 anos

Fazendeiro

14 de setembro de 1840
Nauvoo, Illinois
Permaneceu fiel

Hyrum Smith

9 de fevereiro de 1800

Tunbridge, Vermont

29 anos

Fazendeiro

27 de junho de 1844 Carthage, Illinois Permaneceu fiel

Samuel H. Smith

13 de março de 1808

Tunbridge, Vermont

21 anos

Fazendeiro

30 de julho de 1844 Nauvoo, Illinois Permaneceu fiel

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copyright certificate

Original manuscript copyright of the Book of Mormon. Richard R. Lansing, clerk of the federal district court, prepared two copies of the application for the copyright of the Book of Mormon. One is housed in the Church archives and the second in the Library of Congress.

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Egbert B. Grandin

Egbert Bratt Grandin (1806–45). At the age of eighteen, Grandin had begun to learn the printing trade at Palmyra’s weekly newspaper, the Wayne Sentinel. By the time the Book of Mormon manuscript was taken to him for publication, he was well acquainted with the printing business. This is an 1843 portrait by Alonzo Parks.

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E. B. Grandin journal

This is an excerpt from E. B. Grandin’s journal begun in January 1831. This entry, dated 14 July 1831, records that he “spent most of day in moving Gold Bibles from Mr. [Luther] Howard’s Bindery to my Bookstore.”

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storefront of Grandin print shop

The Grandin shop is identifiable by the two carriages parked in front. The Book of Mormon was printed on the third floor.

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old press

This is the “Smith press,” which was used to print the Book of Mormon. Grandin probably acquired it about six months before he began the work. The Church purchased the press in 1906.

Setting type, printing, and binding was arduous labor. Each character or spacer was picked by hand from the type case and set in forms which held eight pages. The type was inked, and large sheets of paper were placed in a frame and positioned over the type. Pulling on a lever lowered the heavy iron platen onto the paper and type.

This process was repeated five thousand times, and each sheet was hung up to dry. Then eight more pages of type were set. The reverse side of the page was then printed. The resulting sixteen pages were folded and sewed into the book and trimmed to size when it was bound. This sixteen page unit is called a signature. It took approximately thirty-five signatures to complete the Book of Mormon.27

The signatures were folded in half three times and stacked. When the printing was complete the signatures were collated, sewn, pressed, glued, and trimmed before the binding was added. For binding, pieces of “cover-board” were covered with white paper and attached to the book. Then thin leather was glued on the outside and gold letters tooled onto it.

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uncut sheet from first Book of Mormon

In August 1829, Stephen S. Harding visited Palmyra to see relatives and friends. While he was there, his cousin Pomeroy Tucker, foreman of the Grandin printing operation, gave him the title page and first uncut sheet of the Book of Mormon. Later, as a prominent figure in Indiana politics, he frequently entertained Mormon missionaries on their way to and from the West and showed them the document.

On 8 August 1847, Harding gave the sheet to Robert Campbell, who brought it to Utah. Harding became Lincoln’s appointee as Utah territorial governor in 1861. Upon his arrival in Utah, Campbell met him and asked if he would verify the importance of the document. He did so with an inscription in the upper right corner that reads: “This is the first impression thrown off from the form, on which was printed the Book of Mormon; and handed to me by the Pressman, in the Village of Palmyra New York.” The statement is signed S. S. Harding.

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John Hulburd Gilbert, Jr.

John Hulburd Gilbert, Jr. (1802–95), typesetter for the Book of Mormon. Since there was very little punctuation in the original manuscript, Gilbert punctuated a major portion of the book during the printing process. Once Gilbert gained the confidence of Hyrum and Oliver, he was allowed to take the printer’s manuscript home with him for several nights and punctuate it with his pencil.

This photo was taken in 1892 when Gilbert was ninety years old.

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written contract between Joseph Smith and Martin Harris

In this agreement, signed 16 January 1830, Joseph Smith, Sr., agreed that the first profits from the sale of the Book of Mormon were to go to Martin Harris toward payment of the printer, thus relieving him of the full burden of payment. Nevertheless, Martin had to sell 151 acres of land in 1831 to meet the debt.

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newspaper advertisement for Book of Mormon

On 19 March 1830 the Wayne Sentinel in Palmyra ran an advertisement that said, “We are requested to announce that the ‘Book of Mormon’ will be ready for sale in the course of a week.” On 26 March 1830 another advertisement appeared in the same newspaper indicating when the Book of Mormon went on sale.