História da Igreja
30 Tanta tristeza


Capítulo 30

Tanta tristeza

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mãos de um soldado que está abençoando o sacramento para si mesmo

O inverno de 1944 a 1945 foi insuportavelmente frio na Europa. As forças aliadas avançavam sobre a Alemanha, lutando batalha após batalha na neve gelada. Hitler tentou lançar uma ofensiva final contra as forças americanas e britânicas na frente ocidental, mas o ataque apenas exauriu seu exército que já estava cansado. Enquanto isso, as tropas soviéticas dominavam a frente oriental à medida que avançavam cada vez mais no território de domínio nazista.1

Em Berlim, Helga Birth lutava para se manter aquecida no escritório da Missão Alemanha Oriental. O escritório original pegou fogo durante um bombardeio um ano antes, então a missão estava sediada no apartamento do segundo conselheiro, Paul Langheinrich, e de sua esposa, Elsa. As bombas haviam destruído as janelas do apartamento, então Helga e os outros missionários cobriram as molduras vazias com cobertores para se protegerem do frio. Não havia aquecedor nem água morna. A comida era escassa e era difícil dormir quando as sirenes de ataques aéreos soavam à noite.

Com a cidade praticamente sitiada, os missionários não podiam sair e pregar em segurança. Mas a presidência em exercício da Missão Alemanha Oriental, formada por membros locais da Igreja, era responsável por todos os santos da missão. O presidente da missão, Herbert Klopfer, e a maioria dos funcionários do escritório estavam fora em designações militares, então Helga e outras mulheres ajudaram a manter os registros da missão e mantiveram contato com milhares de santos alemães cuja vida havia sido afetada pela guerra.2

A maioria dos familiares e amigos de Helga já havia partido de Tilsit quando as forças armadas soviéticas avançaram pelas cidades do leste da Alemanha. Seu pai e seu irmão mais novo, Henry, tinham sido convocados para o exército, e sua mãe encontrou refúgio na fazenda de um primo. Enquanto isso, outros santos de Tilsit continuaram a se reunir o máximo que puderam, compartilhando uns com os outros os poucos alimentos e as roupas que tinham. O presidente do ramo, Otto Schulzke, e sua família perderam sua casa em um bombardeio, escapando apenas com a própria vida. Quando o ramo se reuniu pela última vez, eles compartilharam uma refeição e ouviram o presidente Schulzke mais uma vez.3

Devido a suas muitas perdas, Helga se sentia grata por ter encontrado um lugar entre os santos em Berlim. Mas, em meados de abril de 1945, as forças armadas soviéticas avançaram e ocuparam o leste da Alemanha e cercaram a cidade. Em uma manhã chuvosa de domingo, Helga se reuniu para adorar com um pequeno grupo de santos. Bombas e conflitos de rua assustaram as pessoas da cidade durante a noite, e poucos membros da Igreja foram à reunião. Paul Langheinrich falou sobre fé. Helga estava cansada, mas o Espírito a fortaleceu. Ela pensou nas palavras do Salvador no livro de Mateus: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”.4

Depois da reunião, Paul convidou Helga para se juntar a ele e ao presidente do ramo, Bertold Patermann, em uma visita a outro ramo da cidade. Paul queria se certificar de que os membros estavam seguros depois dos ataques da noite anterior.

Helga, Paul e Bertold levaram uma hora para caminhar até a capela do ramo. Ao se aproximarem do edifício, viram sangue nas ruas e uma batalha aérea estava acontecendo. Eles prosseguiram, caminhando para a proteção do edifício da Igreja. De repente, as rajadas de projéteis de artilharia explodiram atrás deles. Eles permaneceram calmos, continuaram descendo a rua e encontraram o edifício da Igreja vazio. Uma das paredes tinha sido atingida, reduzindo a lateral da capela a escombros. Parecia que alguém havia começado a varrer os escombros, mas não tinha conseguido concluir a tarefa.

Helga e seus dois companheiros visitaram alguns membros da Igreja que moravam nas proximidades e depois decidiram voltar para a casa da missão. Quando voltaram para as ruas, sentiram-se totalmente expostos. A batalha aérea ainda continuava, e os projéteis continuavam a explodir perto deles. Os aviões de caça voavam baixo pelas ruas, e tiros destruíam belos edifícios antigos e pontes, lançando pedaços de pedra e tijolos no ar.

Helga, Paul e Bertold entraram em edifícios e casas, buscando qualquer proteção que pudessem encontrar. Uma vez, a única proteção que conseguiram encontrar foi debaixo de uma árvore sem folhas, com galhos marrons e finos. Por fim, chegaram a uma ponte destruída com apenas uma pequena parte intacta. Helga não tinha certeza se conseguiria atravessá-la.

“Irmã Birth, não tenha medo”, disseram seus companheiros. Ela sabia que eles estavam a serviço de Deus, e isso lhe deu confiança. Confiando neles, agarrou-se a um corrimão e atravessou a ponte; sua alma se encheu de uma segurança serena enquanto voltavam para casa.5


Nos dias que se seguiram, Helga e os outros missionários que moravam no apartamento da família Langheinrich raramente saíam de casa. Espalharam-se histórias de que os soldados soviéticos já haviam capturado partes da cidade, e Bertold advertiu os missionários sobre as coisas terríveis que aconteciam lá fora. Eles precisavam fazer tudo o que fosse possível para permanecer seguros.

À medida que o caos tomou conta das ruas, alguns santos buscaram refúgio na casa da missão. Uma mulher chegou em estado de choque depois que seu marido foi baleado no estômago e morreu. Com a ajuda de Paul, Helga e os outros prepararam os cômodos abandonados para qualquer pessoa que viesse pedir ajuda.

No sábado, 28 de abril, o pequeno grupo de santos se reuniu em jejum e oração. Ao se ajoelharem e orarem pedindo força e proteção, Helga se encheu de gratidão por estar cercada por santos fiéis em meio a tanto terror.

Quando o jejum terminou, os soldados soviéticos estavam por toda parte nas ruas ao redor do escritório da missão. Os combates ainda continuavam em Berlim, mas as forças armadas soviéticas já estavam trabalhando para restaurar a ordem e os serviços essenciais nas partes ocupadas da cidade. Muitos soldados não incomodavam os civis alemães, mas alguns soldados saqueavam edifícios e atacavam mulheres alemãs. Helga e os outros missionários temiam por sua segurança, e os homens do escritório da missão se revezavam para manter uma vigilância cuidadosa.6

Então, em 2 de maio, Helga acordou com um estranho tipo de silêncio. Não houve bombardeio algum naquela noite, e ela dormira direto até de manhã. Adolf Hitler havia se suicidado dois dias antes, e o exército soviético havia hasteado uma bandeira de martelo e foice na cidade. Com Berlim em mãos soviéticas e outras forças aliadas tomando mais território alemão a cada dia, a guerra na Europa estava chegando ao fim.7

Helga tentou escrever seus pensamentos em seu diário missionário. “PAZ! É isso que todos estão dizendo”, escreveu ela. “Não tenho sentimentos específicos em meu coração. Imaginamos algo bem diferente em relação à palavra ‘paz’ — como alegria e celebração —, mas não é isso que temos sentido.”

“Aqui estou, longe de meus parentes”, continuou ela, “sem saber o que aconteceu com todos os outros”. Muitos de seus entes queridos — Gerhard, seu irmão Siegfried, seu primo Kurt, seus avós e a tia Nita — estavam mortos. Ela não tinha ideia de como entrar em contato com sua mãe e seu pai, e havia passado tanto tempo desde que alguém tinha ouvido falar de seu outro irmão, Henry, que ela só conseguia imaginar o pior.8

Naquele domingo, os santos se reuniram novamente para uma reunião de oração. A companheira missionária de Helga, Renate Berger, compartilhou um versículo de Doutrina e Convênios. Era sobre gratidão diante das tribulações mortais:

E aquele que receber todas as coisas com gratidão será glorificado; e as coisas desta Terra ser-lhe-ão acrescentadas, mesmo centuplicadas, sim, mais.9


Os Aliados comemoraram o “Dia da Vitória na Europa” em 8 de maio de 1945. Neal Maxwell aplaudiu quando ouviu a notícia, assim como outros soldados americanos que lutavam para capturar a ilha japonesa de Okinawa. Mas as comemorações deles foram subjugadas pela realidade de sua própria situação. Com os pilotos kamikazes atacando o porto de Okinawa e o fogo de artilharia ardendo nas colinas da ilha, as tropas americanas sabiam que sua parte na luta estava longe do fim.

“Esta guerra é real”, pensou Neal. A frente de batalha era, na realidade, bem menos glamorosa do que os jornais e filmes o levaram a acreditar. Isso o deixou com um sentimento incômodo e desagradável.10

A Batalha de Okinawa estava rapidamente se tornando uma das batalhas mais violentas do Pacífico. Os comandantes japoneses acreditavam que a ilha era sua última defesa contra uma invasão americana do continente japonês, por isso decidiram usar todo o seu poder militar para defender Okinawa.11

Neal e os soldados que estavam com ele foram designados para uma divisão como substitutos. Em 13 de maio, ele escreveu uma carta para sua família em Utah. Ele não tinha permissão para contar aos pais os detalhes de sua designação, mas lhes assegurou de seu bem-estar. “Estou sozinho no que diz respeito a companheiros espirituais, com exceção de Um”, escreveu ele. “Sei que Ele está sempre comigo.”12

Neal estava em um esquadrão de morteiros designado para disparar projéteis explosivos em posições inimigas escondidas. Enquanto ele e os outros soldados marchavam em fila única em direção a um monte chamado Flat Top, os japoneses começaram a atirar em sua direção. Todos os homens se atiraram ao chão e ficaram imóveis até sentirem que era seguro. Depois, todos se levantaram — exceto um homem grande chamado Partridge, que estava marchando bem na frente de Neal.

“Vamos, levante-se”, disse Neal a ele. “Vamos continuar.” Quando o homem não se mexeu, Neal percebeu que ele havia sido morto por um estilhaço.13

Chocado e horrorizado, Neal ficou em estado de choque por horas. Quanto mais se aproximava do campo de batalha, mais a paisagem marcada pela guerra parecia sem vida e estéril. Os cadáveres dos soldados japoneses jaziam espalhados pelo chão. Neal tinha sido avisado de que a área poderia estar repleta de minas terrestres. Mesmo que o solo sob seus pés não explodisse, o som agudo do tiroteio podia ser ouvido.

Neal se posicionou em uma trincheira e, depois de dias de batalhas, as fortes chuvas transformaram a paisagem chamuscada em um pântano. A trincheira de Neal se encheu de lama, tornando o descanso quase impossível ao tentar dormir em pé. As escassas rações militares pouco ajudaram a matar a fome, e a água que ele recebia subia ao monte em tanques de 19 litros e sempre tinha gosto de óleo. Muitos homens bebiam café para mascarar a sujeira da água, mas Neal queria ser obediente à Palavra de Sabedoria e recusava. Ele fazia o possível para coletar água da chuva e, aos domingos, usava a água que economizara e um biscoito de suas rações para o sacramento.14

Certa noite, no final de maio, três projéteis inimigos explodiram perto da posição do morteiro de Neal. Até então, os japoneses não tinham conseguido encontrar a localização de seu esquadrão. Mas, então, parecia que os artilheiros tinham identificado sua posição e estavam se aproximando. Quando outro projétil explodiu a poucos metros de distância, Neal temeu que o próximo atingisse o alvo.

Saltando da trincheira, ele se escondeu em uma moita. Percebendo que ainda estava em perigo, correu de volta para o buraco a fim de aguardar o que aconteceria em seguida.

Na lama e na escuridão, Neal se ajoelhou e começou a orar. Ele sabia que não merecia favor especial algum de Deus e que muitos homens justos haviam morrido depois de orar fervorosamente durante a batalha. Ainda assim, ele rogou ao Senhor que poupasse sua vida, prometendo se dedicar ao serviço de Deus se sobrevivesse. Ele tinha uma cópia manchada de sua bênção patriarcal no bolso e pensou em uma promessa que ela continha.

“Eu o selo contra o poder do destruidor para que sua vida não seja abreviada”, dizia a bênção, “e para que você não seja privado de cumprir todas as designações que lhe foram dadas no mundo pré-mortal”.

Neal terminou sua oração e olhou para o céu noturno. As explosões devastadoras haviam cessado, e tudo estava quieto. Quando o bombardeio não recomeçou, ele sentiu em sua alma que o Senhor havia preservado sua vida.15

Pouco tempo depois, Neal escreveu algumas cartas para sua família. “Sinto-me muito solitário; às vezes sinto vontade de chorar”, disse ele. “Tudo o que tenho a fazer é ser digno de minha bênção patriarcal, de suas orações e de minha religião. Mas o tempo e tanta ação pesam muito na alma de um homem.”

“Posso dizer que somente Deus impediu minha morte algumas vezes”, escreveu ele. “Tenho um testemunho que ninguém pode destruir.”16


De volta à Europa, a guerra havia terminado para Hanna Vlam e outros santos holandeses. No dia em que a Alemanha se rendeu, ela e seus filhos se uniram a seus amigos e vizinhos na praça da cidade para cantar e dançar. Eles fizeram uma enorme fogueira do material do blecaute que haviam pendurado em suas janelas, observando alegremente os lembretes de dias sombrios sendo queimados no fogo.

“Obrigada, obrigada, ó Senhor”, pensou Hanna. “Foste bom para nós.”

Agora que os combates tinham terminado, muitas pessoas em campos de concentração e prisões foram libertadas. Hanna havia se correspondido com o marido durante o tempo em que ele estava preso, e tinha motivos para acreditar que ele tinha permanecido em segurança. Ainda assim, ela sabia que não poderia realmente comemorar o fim da guerra até que Pieter estivesse em casa, onde era o lugar dele.

Em uma noite de domingo, no início de junho, Hanna olhou pela janela e viu um caminhão militar parar em frente à sua casa. Uma porta do caminhão se abriu e Pieter saiu. Os vizinhos de Hanna deviam estar observando também, porque vieram correndo para sua porta da frente. Ela não queria abri-la para uma multidão, por isso esperou que Pieter entrasse sozinho. E, quando ele entrou pela porta, ela o recebeu com alegria.

Logo, os vizinhos da família Vlam colocaram bandeiras por toda a rua para comemorar o retorno seguro de Pieter. Heber, o filho de 12 anos de Hanna e Pieter, viu as bandeiras e correu para casa. “Meu pai está em casa!”, exclamou ele.

Quando escureceu, Hannah acendeu uma vela que havia guardado para a noite do retorno de Pieter. A família Vlam se sentou à luz cintilando, ouvindo Pieter lhes contar sobre sua libertação.17

Meses antes, quando as forças soviéticas haviam expulsado os alemães da Ucrânia, Pieter e os outros prisioneiros do campo de concentração 371 foram transferidos para uma nova prisão, ao norte de Berlim. Era suja, fria e infestada de insetos e ratos. O zumbido de aviões dos Aliados enchia o ar, e o céu ficava vermelho cor de sangue dos incêndios que queimavam por toda a cidade.

Certo dia, em abril, um prisioneiro gritou para alguns soldados soviéticos enquanto passavam pela prisão em um tanque gigante. Os soldados pararam, viraram o tanque e quebraram a cerca de arame farpado, libertando Pieter e seus companheiros de prisão. Antes de se separarem, Pieter deu uma bênção do sacerdócio a todos os que desejaram. Alguns dos prisioneiros que estudaram o evangelho com ele voltaram para casa e se filiaram à Igreja.18

Agora, com sua família, Pieter sentiu que tinha em seu lar um pedacinho do céu. Era como se ele estivesse se reunindo com entes queridos do outro lado do véu e se regozijou com os laços sagrados que os uniam por toda a eternidade.19


Na primeira semana de agosto de 1945, Neal Maxwell estava nas Filipinas, treinando para uma invasão do Japão continental mais tarde naquele outono. Os Estados Unidos haviam capturado Okinawa em junho e, embora mais de 7 mil soldados americanos tivessem morrido, os japoneses haviam sofrido perdas verdadeiramente espantosas. Mais de 100 mil de seus soldados e dezenas de milhares de civis haviam perdido a vida na batalha.20

Neal escreveu uma carta com muita sinceridade para sua família; ele já não mais se sentia como anteriormente. O que ele mais queria era que aquela guerra terminasse. “Tenho um forte desejo de destruir tudo isso que causa tanta tristeza”, disse ele sobre a guerra. Ele acreditava que a mensagem de Jesus Cristo poderia trazer paz duradoura e ansiava por compartilhá-la com outras pessoas. “É o que mais desejo no momento”, escreveu ele.21

Depois de sair da linha de frente, Neal começou a participar de reuniões de militares santos dos últimos dias de várias unidades. Enquanto ainda estava em Okinawa, ele ficou animado com a ideia de finalmente adorar novamente com outros membros da Igreja. Mas, quando finalmente teve a oportunidade de participar de uma reunião, percebeu que os homens que ele esperava ver não estavam lá. O capelão, um santo dos últimos dias chamado Lyman Berrett, fez um discurso consolador, mas Neal ficou de olho na porta o tempo todo, esperando que seus amigos chegassem. Alguns nunca chegaram.22

Nessa época, Neal ficou sabendo que o presidente Heber J. Grant havia falecido. Nos cinco anos desde seu derrame, o presidente Grant tinha se reunido regularmente com seus conselheiros e falado várias vezes na conferência geral.23 Ele nunca se recuperou completamente e, em 14 de maio de 1945, sucumbiu a uma insuficiência cardíaca aos 88 anos de idade. George Albert Smith se tornou então o presidente da Igreja.24

No início de agosto, Neal e o restante dos soldados nas Filipinas ficaram sabendo que um avião americano, sob ordens diretas do presidente dos Estados Unidos, havia lançado uma bomba atômica na cidade japonesa de Hiroshima. Três dias depois, outro avião lançou uma bomba semelhante na cidade de Nagasaki.

Quando Neal soube dos bombardeios, encheu-se de esperança de que ele e seus companheiros soldados não precisariam invadir o continente japonês. Mais tarde, ele percebeu como sua reação tinha sido egoísta. Mais de 100 mil pessoas, a maioria delas civis japoneses, morreram nas explosões nucleares.25

Depois que o Japão se rendeu em 2 de setembro de 1945, a guerra mundial terminou oficialmente. Neal ainda teria que ir ao Japão, mas como membro da ocupação aliada. Nesse ínterim, seus superiores notaram seus talentos de escrita e lhe deram a designação especial de escrever cartas de consolo e condolências às famílias dos soldados mortos.

“A lembrança de dias desafiadores é muito difícil”, escreveu Neal à sua família, “principalmente quando preciso escrever cartas de condolências para os familiares e entes queridos em luto de meus amigos”. Embora estivesse honrado com a responsabilidade, ele não a apreciava.26

Neal e quase um milhão de santos dos últimos dias ao redor do mundo agora enfrentavam um novo futuro enquanto lutavam para começar de novo, depois de terem passado por tanta tristeza, privação e perdas avassaladoras. No último discurso público do presidente Grant, lido em voz alta por seu secretário na Conferência Geral de Abril de 1945, ele proferiu palavras de consolo e perspectiva aos santos.

“A tristeza está presente em muitos de nossos lares”, disse ele. “Que sejamos fortalecidos com o entendimento de que ser abençoados não significa que seremos sempre poupados de todas as decepções e dificuldades da vida.”

“O Senhor ouvirá nossas orações e responderá a elas, dando-nos as coisas que pedirmos caso sejam para nosso bem”, declarou ele. “Ele nunca abandonou aqueles que O servem com real intenção e nunca o fará; mas sempre estejam preparados para dizer: ‘Pai, faça-se a tua vontade’.”27

  1. Ver Kershaw, The End, pp. 129–134, 155–161, 167–182; e Weinberg, World at Arms, pp. 765–771.

  2. Minert, In Harm’s Way, pp. 17, 20–21, 25, 27–33; Meyer e Galli, Under a Leafless Tree, pp. 107, 110; Meyer, Entrevista, 2016, p. 16.

  3. Meyer, Entrevista, 2016, pp. 8–13; Meyer e Galli, Under a Leafless Tree, p. 108; Kershaw, The End, pp. 172–176; Minert, In Harm’s Way, p. 328.

  4. Mawdsley, World War II, p. 403; Weinberg, World at Arms, pp. 819–824; Meyer e Galli, Under a Leafless Tree, pp. 105, 110–112; Meyer, Entrevista, 2016, p. 15; Mateus 18:20.

  5. Minert, In Harm’s Way, pp. 44–45, 52; Meyer, Entrevista, 2016, pp. 4, 15–17; Meyer e Galli, Under a Leafless Tree, pp. 112, 187–188.

  6. Meyer e Galli, Under a Leafless Tree, pp. 188–191; Birth, Diário da missão, 21 de abril de 1945; Minert, In Harm’s Way, p. 70; Large, Berlin, pp. 374–376; Moorhouse, Berlin at War, pp. 375–379; ver também Naimark, Russians in Germany, pp. 10–17, 20–21, 78–85, 92–93, 100–101. Tópico: Jejum.

  7. Meyer e Galli, Under a Leafless Tree, p. 191; Weinberg, World at Arms, p. 825; Overy, Third Reich, pp. 359–365; Antill, Berlim 1945, pp. 80–81; Large, Berlin, p. 364.

  8. Meyer e Galli, Under a Leafless Tree, pp. 108, 117–118, 191.    

  9. Meyer e Galli, Under a Leafless Tree, pp. 114, 194–195; Doutrina e Convênios 78:19.

  10. Overy, Third Reich, p. 365; Maxwell, História pessoal, caixa 1, pasta 3, p. 10.   Tópico: Segunda Guerra Mundial.

  11. Spector, Eagle against the Sun, pp. 532–540; Costello, Pacific War, pp. 554–561; Hafen, Disciple’s Life, pp. 103–105.

  12. Maxwell, História pessoal, caixa 1, pasta 3, p. 10; Hafen, Disciple’s Life, pp. 102, 105.

  13. Maxwell, História pessoal, caixa 1, pasta 3, pp. 10–11; Maxwell, Entrevista de história oral, 1976–1977, p. 117; Hafen, Disciple’s Life, pp. 106–107.

  14. Maxwell, Entrevista de história oral, 1976–1977, p. 117; Maxwell, História pessoal, caixa 1, pasta 3, pp. 11–12; Hafen, Disciple’s Life, pp. 107–109, 112; Freeman e Wright, Saints at War, p. 358.

  15. Hafen, Disciple’s Life, pp. 109–110; Maxwell, História pessoal, caixa 1, pasta 3, pp. 10, 12; Maxwell, Ditado, p. 3. Tópico: Bênçãos patriarcais.

  16. Hafen, Disciple’s Life, p. 112; Neal A. Maxwell para Clarence Maxwell e Emma Ash Maxwell, 1º de junho de 1945, Correspondência de Neal A. Maxwell sobre a Segunda Guerra Mundial, Biblioteca de História da Igreja.

  17. Wachsmann, Nazi Concentration Camps, pp. 595–597; Bischof e Stelzl-Schu, “Lives behind Barbed Wire”, pp. 330–331, 338–339; Vlam, Our Lives, pp. 107, 109.

  18. Vlam, Our Lives, pp. 105, 108; Vlam, History of Grace Alida Hermine Vlam, pp. 9, 11; Gordon B. Hinckley, “War Prisoner Teaches Truth to Officers”, Deseret News, 30 de março de 1949, seção da Igreja, p. 14.

  19. Vlam, Our Lives, p. 107.

  20. Maxwell, História pessoal, caixa 1, pasta 3, p. 13; Spector, Eagle against the Sun, p. 540; Mawdsley, World War II, p. 412; Weinberg, World at Arms, p. 882. Tópico: Filipinas.

  21. Hafen, Disciple’s Life, p. 114.

  22. Maxwell, Entrevista de história oral, 1999–2000, p. 31; Maxwell, História pessoal, caixa 1, pasta 3, p. 13. Tópico: Ramos de militares.

  23. Ver Heber J. Grant para Francesca Hawes, 6 de dezembro de 1944, Letterpress Copybook, vol. 83, p. 271, Heber J. Grant Collection, Biblioteca de História da Igreja; Heber J. Grant para M. J. Abbey, 22 de janeiro de 1945, Arquivos de Correspondência Geral da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja; Clark, Diário, 4 e 25 de fevereiro de 1945; 11 de março de 1945; Heber J. Grant, em One Hundred Eleventh Semi-annual Conference, pp. 95–97, 130–134; One Hundred Twelfth Annual Conference, pp. 2–11, 97; One Hundred Fourteenth Annual Conference, pp. 3–12; e One Hundred Fifteenth Annual Conference, pp. 4–10.

  24. Atestado de óbito de Heber J. Grant, 14 de maio de 1945, Utah Department of Health, Office of Vital Records and Statistics, Utah State Archives and Records Service, Salt Lake City. Tópicos: Heber J. Grant; George Albert Smith.

  25. Costello, Pacific War, pp. 589–593; Spector, Eagle against the Sun, pp. 554–556; Maxwell, Entrevista de história oral, 1999–2000, pp. 30–31; Hafen, Disciple’s Life, p. 118.

  26. Spector, Eagle against the Sun, pp. 559–560; Hafen, Disciple’s Life, pp. 117–118.   Tópico: Segunda Guerra Mundial.

  27. J. Reuben Clark Jr., Heber J. Grant, em One Hundred Fifteenth Annual Conference, pp. 3–4, 6–7.