História da Igreja
Capítulo 9: Lutar e combater


“Lutar e combater”, capítulo 9 de Santos: A História da Igreja de Jesus Cristo nos Últimos Dias, Volume 3, Com Coragem, Nobreza e Independência, 1893-1955, 2021

Capítulo 9: “Lutar e combater”

Capítulo 9

Lutar e combater

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revistas abertas sobre uma mesa

Quando Joseph F. Smith retornou da Europa em setembro de 1906, o futuro de Reed Smoot como senador dos Estados Unidos ainda era incerto. Cinco meses antes, na conferência geral, Francis Lyman havia anunciado publicamente a renúncia dos apóstolos John W. Taylor e Matthias Cowley. Joseph Tanner também foi desobrigado de seus cargos de liderança.1

As renúncias, além do recente falecimento do apóstolo Marriner Merrill, abriram três vagas no Quórum dos Doze Apóstolos, que foram preenchidas por George F. Richards, Orson F. Whitney e David O. McKay.2

O anúncio das renúncias pareceu ter um efeito positivo sobre muitos dos colegas de Reed no Senado. “Pelo que tenho ouvido”, disse Reed aos líderes da Igreja, “os senadores, em geral, encararam os atos da última conferência como prova de boa-fé por parte da Igreja e, especialmente, do presidente Joseph F. Smith”.3

No entanto, isso não se aplicava aos integrantes da comissão de inquérito do Senado, a maioria dos quais continuava desconfiando da Igreja. Após o encerramento das investigações, eles votaram para recomendar a cassação do mandato de Reed.4

Por fim, o assunto foi levado ao plenário do Senado em fevereiro de 1907, quatro anos após a eleição de Reed e dos protestos subsequentes. A comissão havia documentado mais de 3 mil páginas de depoimentos de mais de cem testemunhas, tanto de defesa como de acusação. Ao examinarem esses documentos, os senadores também levaram em consideração suas interações pessoais com Reed, que havia conquistado o respeito de muitos em Washington, D.C. Theodore Roosevelt, presidente dos Estados Unidos, apoiou-o firmemente e instou o Senado a votar a favor dele. Quando os senadores finalmente deliberaram sobre o assunto, seu voto foi pela rejeição da recomendação da comissão e pela manutenção do mandato do senador Smoot.5

Alguns dias depois, Joseph F. Smith escreveu para felicitar Reed e agradecer aos senadores por sua decisão justa. Ele desejava que as pessoas conhecessem melhor os santos. “Se isso acontecesse, a atual incompreensão e as distorções generalizadas a respeito de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, escreveu ele, “cessariam para sempre”.6

Algumas semanas depois, o presidente Smith abriu a Conferência Geral de Abril de 1907 com mais boas notícias. “Os dízimos ofertados pelo povo durante o ano de 1906 ultrapassaram os de qualquer outro ano”, informou ele. “Hoje, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias não deve um dólar sequer que não tenha condições de pagar imediatamente. Finalmente estamos em condições de arcar com todas as nossas despesas à vista.”

Ele elogiou a fidelidade dos santos e comentou: “Não precisamos mais fazer empréstimos e não teremos que fazê-lo se os santos dos últimos dias continuarem a viver sua religião e a cumprir essa lei do dízimo”.7

Após seu sermão, o presidente Smith convidou Orson F. Whitney para ler uma declaração pública que a Primeira Presidência e os Doze haviam preparado a respeito das crenças e dos valores dos santos dos últimos dias. A declaração respondia a muitas das acusações feitas contra a Igreja e seus membros durante as audiências do caso Smoot. Também fornecia aos santos um resumo oficial dos princípios e das práticas básicas do evangelho. “Nossa religião está alicerçada nas revelações de Deus”, afirmava a declaração. “O evangelho que proclamamos é o evangelho de Cristo, restaurado à Terra.”

A declaração caracterizava os santos como um povo honesto, de mente aberta, inteligente e piedoso. Também testificava de sua devoção ao lar e à família, incluindo o casamento monogâmico. “O típico lar ‘mórmon’ é o templo da família”, declarava. “O povo ‘mórmon’ curvou-se em respeitosa submissão às leis promulgadas contra o casamento plural.”

A declaração também explicava os princípios do arbítrio individual, do dízimo e da liderança do sacerdócio. Atestava ainda o patriotismo dos santos, sua lealdade aos governos terrenos e seu compromisso com a separação entre a igreja e o Estado. “Desejamos viver em paz e confiança com nossos concidadãos de todos os partidos políticos e de todas as religiões”, proclamava.

A declaração afirmava que o evangelho restaurado procurava elevar a sociedade, não destruí-la. “Nossa religião está entrelaçada com nossa vida; ela formou nosso caráter, e a verdade de seus princípios está gravada em nossa alma”, dizia o texto.8

Depois que o élder Whitney terminou de ler a declaração, Francis Lyman expressou seu apoio a ela em nome do Quórum dos Doze Apóstolos. A pedido do presidente Smith, a congregação então votou unanimemente para adotar e apoiar a mensagem.9


Em 16 de abril de 1908, Jane Manning James, uma das primeiras negras a ter se filiado à Igreja, faleceu em sua casa, em Salt Lake City. Ela viera para o Vale do Lago Salgado com o marido e os filhos em setembro de 1847, integrando a primeira companhia de santos a seguir a companhia pioneira de Brigham Young para o Oeste.10 Desde essa época, ela havia se tornado uma presença bem conhecida na cidade. Ela tinha orgulho de seus 18 netos e sete bisnetos. Ela e seu irmão Isaac iam às reuniões da Igreja no Tabernáculo de Salt Lake e frequentemente participavam de encontros com os “velhos” pioneiros da Igreja.11

Seu funeral foi realizado na capela da Eight Ward de Salt Lake City. A capela estava repleta de amigos de Jane, tanto negros como brancos, que vieram para relembrar sua vida. A sala estava repleta de flores para honrar a fé e a bondade de coração de Jane.

Elizabeth Roundy, uma amiga de Jane, leu um pequeno esboço autobiográfico que Jane lhe ditara alguns anos antes. Jane havia nascido livre em uma época em que a escravidão ainda era legalizada e os negros em todo o mundo eram frequentemente tratados como socialmente inferiores. Sua autobiografia contava a história de sua conversão no leste dos Estados Unidos, a caminhada de sua família por quase 1.300 quilômetros até Nauvoo e suas experiências de vida e de trabalho com a família do profeta Joseph Smith. Também relatava as duas vezes em que Emma Smith convidara Jane para ser adotada pela família de Emma e Joseph.12

Para finalizar a autobiografia, Jane prestava um testemunho fervoroso. Ela havia ficado viúva, presenciara o falecimento de todos na família, exceto dois filhos e dez netos, e já estava quase cega, mas afirmou: “O Senhor me protege e cuida bem de mim em minha condição indefesa; e quero dizer aqui mesmo que minha fé no evangelho de Jesus Cristo, como ensinado por A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, é tão forte hoje, ou melhor, se possível, é mais forte hoje do que no próprio dia em que fui batizada”.13

O presidente Joseph F. Smith discursou no funeral. Ao longo dos anos, Jane procurara em algumas ocasiões a ajuda dele para receber as ordenanças do templo para si própria e seus familiares falecidos. Em especial, ela ansiava por receber a investidura e ser selada a uma família.14 Porém, desde o início da década de 1850, a Igreja tinha restringido o acesso ao sacerdócio ou a qualquer ordenança do templo, exceto o batismo pelos mortos, aos santos de ascendência africana. As explicações para a restrição eram variadas, mas eram especulativas, não a palavra de Deus. Brigham Young havia prometido que todos os santos, independentemente da raça, um dia receberiam todas as ordenanças e bênçãos do evangelho.15

Assim como outros santos negros, Jane havia feito batismos em favor de seus parentes falecidos. Ela também pedira para receber a investidura e depois ser selada vicariamente a Walker Lewis, um dos poucos santos negros a receber o sacerdócio antes que a restrição entrasse em vigor. Em ocasiões posteriores, pediu para ser selada por adoção à família de Joseph Smith. Porém, cada vez que ela solicitava a investidura ou o selamento, Joseph F. Smith ou outros líderes da Igreja mantinham a restrição da Igreja.16

No entanto, com a ajuda de Zina Young, presidente geral da Sociedade de Socorro, Jane havia recebido permissão dos líderes da Igreja para se unir por toda a eternidade à família de Joseph Smith. Em resposta a seu pedido, eles prepararam uma cerimônia vicária que uniu Jane à família como serviçal. Zina Young havia atuado como representante de Jane na cerimônia, enquanto Joseph F. Smith havia representado o profeta Joseph Smith.17

Embora se sentisse insatisfeita com a cerimônia, Jane continuara fiel. “Pago meu dízimo e minhas ofertas, guardo a Palavra de Sabedoria”, afirmou ela. “Recolho-me cedo e me levanto cedo. Em minha maneira débil, tento dar um bom exemplo a todos.”18

Em 1902, Jane perguntou ao patriarca John Smith, irmão mais velho de Joseph F. Smith, quando ela teria permissão de receber a investidura. “Seja paciente e espere um pouco mais”, respondeu ele, assegurando que o Senhor não Se esquecera dela. Ele prometeu que a recompensa do Senhor para ela “seria muito melhor do que ela podia imaginar”. Até o final da vida, ela reteve a esperança de um dia poder receber todas as bênçãos do templo.19

Após o funeral, Jane foi sepultada no Cemitério de Salt Lake City. “Poucas pessoas foram mais reconhecidas pela fé e fidelidade do que Jane Manning James”, dizia o obituário do jornal Deseret News. “A despeito de sua humildade, ela tinha centenas de amigos e conhecidos.”20


Em julho de 1909, o Salt Lake Tribune começou a publicar listas de homens que supostamente tinham inciado novos casamentos plurais desde o Manifesto. A Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos ficaram alarmados com as listagens. Joseph F. Smith imediatamente nomeou os apóstolos Francis Lyman, John Henry Smith e Heber J. Grant para investigar o assunto e disciplinar os santos que houvessem violado a norma da Igreja sobre o casamento plural desde o Segundo Manifesto.21

A investigação durou mais de um ano e resultou na excomunhão de dois homens que recentemente haviam iniciado ou realizado novos casamentos plurais. A Primeira Presidência também enviou uma carta a todas as presidências de estaca, orientando-as a instruir os bispos a disciplinar os infratores do Segundo Manifesto. “Consideramos que qualquer pessoa que viole essa importante norma e ação não só comete uma transgressão individual, mas também desonra a Igreja”, escreveram eles.22

Mais ou menos na mesma época, a Pearson’s, uma revista de grande circulação nos Estados Unidos, publicou uma série de artigos criticando a Igreja. Com base nas listas de novos casamentos plurais publicadas no Salt Lake Tribune, os artigos acusavam a Igreja de desonestidade e corrupção. Joseph F. Smith também ficou sabendo que outra revista popular, a Everybody’s, planejava publicar uma série similar, escrita por Frank Cannon, filho de George Q. Cannon.23

Frank era ex-senador de Utah e já havia sido consultor da Primeira Presidência. Porém, o alcoolismo, os casos extraconjugais e outras transgressões haviam gerado atritos entre ele e os líderes da Igreja. Após a morte de seu pai, ele se tornou um crítico ferrenho da Igreja e de Joseph F. Smith, e suas palavras ganhavam credibilidade devido à sua reputação anterior entre os santos.24

Quando souberam dos planos de Frank, Joseph F. Smith e Anthon Lund escreveram imediatamente ao editor da Everybody’s, advertindo que os escritos de Frank eram falsos e não mereciam atenção. No entanto, os editores de revistas da época estavam muitas vezes ansiosos para imprimir histórias e relatos escandalosos, de modo que o editor começou a publicar os artigos de Frank imediatamente. Em breve, a revista recebeu pedidos de assinaturas de todo o país.25

Frank não foi o primeiro ex-santo dos últimos dias a atacar a Igreja publicamente. Ezra Booth, John C. Bennett, T. B. H. e Fanny Stenhouse, e William Jarman haviam tentado prejudicar a Igreja por meio de seus escritos. Ainda assim, o sucesso alcançado pela série de Frank foi desanimador.

Mais uma vez, a Igreja estava enfrentando uma crise de opinião pública.26


Alguns estudantes e missionários santos dos últimos dias da Missão Suíço-Alemã aplaudiram quando as cortinas se abriram na Royal Opera House de Berlim, ao final da apresentação de Emma Lucy Gates. Desde que chegara à Alemanha com John e Leah Widtsoe uma década antes, Lucy havia se tornado uma estrela em ascensão na ópera europeia, e aquela era a primeira vez que ela se apresentava naquela renomada instituição. Ela não decepcionou o público.

Do palco, Lucy pôde sentir a fé e o apoio dos demais membros da Igreja, que estavam acomodados na galeria superior. Eles a chamavam de “Rouxinol de Utah”. Muitos deles haviam orado pelo sucesso dela naquela noite, e alguns até haviam jejuado.27

Os jornais elogiaram seu desempenho. “Seu treino vocal não deixa nada a desejar”, escreveu um crítico, “e a técnica precisa e nítida foi uma demonstração de verdadeira arte musical”.28

Embora alguns críticos tenham mencionado o alemão imperfeito de Lucy, ninguém falou sobre seu estado de origem ou sua religião. A oposição à Igreja ainda estava em ascensão na Alemanha e em outras partes da Europa, de modo que Lucy não havia declarado à Royal Opera House que era membro da Igreja. A maioria dos santos alemães era assediada em suas comunidades, e os missionários eram alvos frequentes de multas, expulsões, detenções e prisões.29

A professora de voz de Lucy, Madame Blanche Corelli, exortou-a a esconder sua religião em nome de sua carreira. Ao escrever para casa, Lucy disse à mãe, Susa Gates, que relutantemente se identificou como protestante na Royal Opera House. Lucy não queria esconder sua fé, mas também não permitiria que seu futuro fosse definido pelo preconceito de outras pessoas.30

Susa apoiou a decisão, observando que ela havia falado com o presidente Smith sobre o assunto, e ele não se opôs ao fato de Lucy manter sua religião em segredo. O pai dela, Jacob Gates, também deu seu apoio. “Você está fazendo isso por um bom motivo”, escreveu ele, “e não por se envergonhar do que sabe ser verdade”.31

No início do segundo semestre de 1910, a oposição alemã à Igreja piorou, deixando Lucy com medo de se reunir publicamente com os santos em Berlim. A polícia da cidade prendera recentemente 21 missionários, turistas e estudantes santos dos últimos dias. Quando as autoridades os puseram em liberdade 18 horas depois, os prisioneiros foram expulsos da cidade como “estrangeiros indesejáveis”. Apenas alguns poucos estudantes receberam permissão de permanecer, desde que não frequentassem a Igreja nem pregassem o evangelho.32

Em setembro, após faltar por três semanas às reuniões da Igreja, Lucy estava sentindo falta do convívio com outros santos e do sacramento. Ela sugeriu a realização de pequenas reuniões sacramentais para os santos americanos em Berlim, como havia feito com Leah e John em Göttingen. No entanto, como todas as reuniões religiosas tinham de ser registradas oficialmente na cidade, o pequeno grupo se reuniu em segredo.

Em suas reuniões, os santos americanos partilhavam do sacramento, cantavam hinos e prestavam testemunho. Lucy tinha trazido vários livros da Igreja consigo para Berlim, incluindo as escrituras. Assim, na segunda vez que se reuniram, eles estudaram Doutrina e Convênios e passaram uma hora falando a respeito da doutrina da ressurreição.

“Mas, por favor, não divulgue nada sobre isso”, pediu Lucy a sua mãe em uma carta em que descrevia as reuniões. O governo alemão monitorava as notícias que vinham de Salt Lake City. Se um artigo sobre aquelas reuniões secretas aparecesse em um jornal de Utah e a polícia de Berlim tomasse conhecimento disso, Lucy e seus amigos correriam sério perigo.

“Podemos acabar na prisão”, explicou ela. “Portanto, por favor, que todos os que lerem isso tenham cuidado.”33


Em janeiro e fevereiro de 1911, a revista McClure’s, de Nova York, publicou um artigo em duas partes sobre os casamentos plurais depois do Manifesto, intitulado “O reavivamento da poligamia mórmon”. Com a publicação desse artigo, agora a Igreja estava sendo atacada por três revistas de grande circulação nos Estados Unidos. Milhões de pessoas tiveram acesso a essas reportagens.34

O artigo da revista McClure’s estimava que cerca de 1.500 a 2.000 casamentos plurais haviam sido realizados nos 21 anos desde o Manifesto. Na verdade, o número correto estava na casa dos 260, mas isso não impediu o autor de divulgar suas falsidades. “Parece não haver a mínima probabilidade de que a prática se extinga no curto prazo”, opinou ele. Na verdade, ele acreditava que havia tantos casamentos plurais sendo realizados entre jovens que a prática se manteria pelo menos por mais 50 anos.35

O artigo chamou a atenção do jornalista nova-iorquino Ike Russell, que havia crescido na Igreja em Utah. Ele era neto do apóstolo Parley P. Pratt, e o tio de sua esposa era o presidente da missão na cidade de Nova York. Ike havia abandonado a fé na adolescência, mas acompanhava as notícias de Utah e tinha afeição pelos santos.36

Ike ficou irritado com tantas mentiras e falsidades no artigo da revista McClure’s. Uma página trazia fotos de sete apóstolos que haviam iniciado casamentos plurais após o Manifesto. A legenda dizia: “A Igreja não excomungou nenhum deles por violar a revelação”. Na verdade, cinco daqueles homens já haviam falecido, e os outros dois eram John W. Taylor e Matthias Cowley, que não faziam mais parte do quórum. O artigo também não mencionava que todos os apóstolos retratados, exceto um, haviam sido substituídos por monógamos.37

Ike escreveu para o editor da revista McClure’s acerca dos muitos erros no artigo. Também enviou cartas para outras revistas, mas foi ignorado pela maioria dos editores.38

Ele então se sentiu inclinado a tentar algo diferente. Um dos artigos na revista Pearson’s alegava que Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos, havia feito um acordo com os líderes da Igreja para garantir votos numa eleição recente. Se Ike conseguisse uma declaração de Roosevelt por escrito desmentindo isso, poderia usar a carta para desacreditar o artigo.

Ike se sentou e começou a datilografar. “Estou escrevendo na esperança de que o senhor tenha a bondade de me ajudar a trazer à luz a verdade.”39


Enquanto isso, na Inglaterra, o apóstolo e presidente da Missão Europeia, Rudger Clawson, soube que o governo britânico estava lançando uma investigação sobre o trabalho missionário da Igreja. Cientes dos esforços alemães para banir os missionários de suas cidades, alguns legisladores se perguntavam se os britânicos deveriam fazer o mesmo. Apesar de alguns jornalistas britânicos defenderem a tolerância religiosa em relação aos santos, muitas pessoas no Reino Unido ainda viam os missionários como representantes de uma igreja estrangeira que ensinava ideias estranhas e aliciava mulheres britânicas para o casamento plural.40

Os críticos da Igreja alimentavam aqueles temores, minando o bom trabalho que as mulheres da Igreja haviam feito como missionárias para corrigir concepções errôneas. Seguindo o exemplo de William Jarman, que ocasionalmente ainda dava palestras, outro ex-santo dos últimos dias americano estava em turnê pelo país, com um relato crítico de suas vivências na Igreja. Outros críticos estavam publicando obras hostis e encabeçando a oposição aos santos.41

No início de 1911, Rudger escreveu ao ministro britânico do interior, Winston Churchill, prometendo cooperar com o governo. “Em caso de qualquer investigação”, observou ele, “estamos prontos e dispostos a lhe prestar toda a assistência possível”. Churchill iniciou um inquérito sobre a Igreja e seu trabalho missionário logo em seguida. “Estou tratando o assunto com seriedade”, disse ele ao Parlamento.42

A oposição à Igreja na Grã-Bretanha permaneceu constante no segundo trimestre do ano. Num domingo de abril, um grupo chamado Cruzada Antimórmon de Liverpool começou um motim na cidade de Birkenhead, onde cerca de 30 santos se reuniam em um salão. Impulsionados pela multidão, alguns desordeiros atacaram um grupo de policiais reunidos fora do salão. Outros atiraram pedras nas janelas.

À medida que a violência aumentava, os policiais tentaram prender os agitadores, mas eles revidaram. Alguns participantes da turba entregaram aos missionários uma carta exigindo que deixassem Birkenhead dentro de sete dias.

“Não vou dar atenção a isso”, afirmou Richard Young, missionário presidente da conferência.

“Está disposto a encarar as consequências?”, perguntou alguém da turba.

“Sim”, respondeu ele.43

Os jornais locais noticiaram o tumulto e o ultimato dos arruaceiros, e muitas pessoas estavam ansiosas para ver os desdobramentos. Rudger temia que os missionários fossem agredidos fisicamente se permanecessem na cidade. No entanto, depois de conversar com Richard e os outros missionários, ele concordou que eles deveriam ficar. Se os élderes saíssem de Birkenhead, o que impediria as turbas de tentarem expulsar os missionários de outras cidades e vilarejos?44

Rudger designou o domingo seguinte como um dia de oração e jejum para os missionários. Quando o dia chegou, os élderes de Birkenhead realizaram sua primeira reunião pública desde o incidente. A polícia veio e formou uma linha em frente ao salão. Uma multidão de cerca de 5 mil pessoas logo se aglomerou, e alguns desfilaram em frente à polícia com uma banda de metais. A multidão aplaudiu a banda, mas não houve violência.

Alguns observadores ficaram impressionados com o fato de os élderes terem desafiado a turba. “Parece que isso mudou o tom dos artigos jornalísticos a nosso respeito”, relatou Rudger à Primeira Presidência. “Pelo menos por enquanto, não se verifica um clima de hostilidade e perseguição aos santos dos últimos dias.”45

Durante aquela época, Winston Churchill continuou a investigar a Igreja. Em todo o país, a polícia interrogava as famílias de moças que houvessem se unido à Igreja e emigrado para Utah, e representantes do governo compareciam às reuniões dominicais. Ninguém encontrou provas de que a Igreja ou seus missionários estivessem causando problemas. Satisfeito, Churchill concluiu que não havia motivo para expulsar os missionários e não recomendou nenhuma ação legal contra os santos.46


Em Utah, Joseph F. Smith recebeu uma cópia de uma longa carta que Theodore Roosevelt escrevera a Ike Russell, refutando alegações de que havia feito um acordo com os santos para conseguir votos em Utah. “A acusação não apenas é falsa”, informou Roosevelt a Ike, “mas tão ridícula que é difícil levá-la a sério”.47

Joseph sabia que Ike pretendia publicar a carta na Collier’s, uma revista com cerca de um milhão de leitores. Reed Smoot também exortou Joseph tomar providências a respeito dos ataques. “Se não agirmos”, alertou Reed, “duvido que escapemos de uma investigação”. Porém, até agora Joseph tinha feito pouco para responder aos artigos das revistas.48

Então, no início de abril de 1911, ele mandou um telegrama a Reed perguntando se algum jornal do leste publicaria uma resposta oficial da Igreja. Reed entrou imediatamente em contato com os jornais, mas não recebeu nenhuma promessa. Ike, por sua vez, conseguiu publicar a carta de Theodore Roosevelt na revista Collier’s. Satisfeito, Joseph mandou publicar a carta e a resposta da Igreja aos artigos das revistas na forma de panfletos e distribuí-los a cidadãos proeminentes nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.49

Ainda assim, outras revistas continuaram a publicar artigos sobre a Igreja. Em março, a Cosmopolitan se tornou a quarta revista a lançar uma série de três artigos sobre a Igreja, comparando-a a uma víbora prestes a dar o bote no lar e na família. Assim como as outras revistas, ela afirmava que a Igreja ainda promovia o casamento plural.50

Por volta dessa época, Francis Lyman ouviu relatos de que John W. Taylor e Matthias Cowley haviam tomado novas esposas plurais recentemente, além de terem realizado mais casamentos plurais. Ele e um comitê se reuniram individualmente com ambos os homens. John W. demonstrou obstinação durante a reunião. De fato, ele havia se casado com outra esposa plural em 1909, mas se recusou a admitir ou negar o fato.51 Matthias, por sua vez, reconheceu que errara. No final, os Doze excomungaram John W. e proibiram Matthias de usar a autoridade do sacerdócio.52

Depois que os ex-apóstolos foram disciplinados, Joseph F. Smith viajou para Washington, D.C. Enquanto estava lá, ele se encontrou com um repórter na casa de Reed e Allie Smoot. O repórter perguntou sobre política, finanças da Igreja e outras questões normalmente levantadas em artigos negativos sobre a Igreja. Porém, a maioria de suas perguntas era sobre o casamento plural. Joseph deu respostas francas, ansioso para corrigir a desinformação que circulava pelas revistas.

“Hoje a poligamia entre os mórmons é completamente reprovada e proibida pela Igreja”, declarou Joseph.

“Que prova temos de que a poligamia agora é terminantemente proibida pela igreja mórmon?”, perguntou o repórter.

“A melhor demonstração de que estamos combatendo a poligamia com seriedade e rigor”, respondeu Joseph, “é o fato de o sr. Taylor, ex-apóstolo da Igreja e ex-membro do conselho governante, ter sido excomungado”.53

A entrevista foi publicada no jornal alguns dias depois e foi seguida por outros artigos elogiosos sobre os santos. “Tudo o que ouço são relatos favoráveis de sua visita aqui”, disse Reed a Joseph. “Acredito que o efeito foi extremamente positivo.”54

As revistas logo perderam o interesse em publicar artigos críticos sobre a Igreja. Alguns meses depois, Joseph escreveu a Ike Russell, refletindo sobre a recente comoção. “Acreditamos que a opinião pública vai mudar”, observou ele. “Tivemos que lutar e combater desde o início, e não esperamos nada além de oposição, de uma espécie ou de outra, até que a vitória seja alcançada.”55

  1. “Joseph F. Smith Is Now in Zion”, Salt Lake Tribune, 30 de setembro de 1906, p. 1; Francis Marion Lyman, Diário, 8 de abril de 1906; “J. M. Tanner Dropped from Two Boards”, Salt Lake Telegram, 10 de abril de 1906, p. 6; Junta educacional da Igreja, Atas, 25 de abril de 1906, p. 51. Foi pedido a Joseph Tanner que concluísse sua obrigação contratual para com a Igreja até o final do ano letivo.

  2. John Henry Smith, Diário, 8 de abril de 1906; Francis Marion Lyman e George Albert Smith, em Seventy-Sixth Annual Conference, pp. 79–80, 93–94. Tópico: Quórum dos Doze Apóstolos.

  3. Reed Smoot para Charles Penrose, 30 de abril de 1906, Documentos de Reed Smoot, BYU.

  4. “Senator Smoot’s Case”, Evening Star (Washington, D.C.), 11 de junho de 1906, p. 6.

  5. Flake, Politics of American Religious Identity, p. 5; Paulos, Mormon Church on Trial, pp. xxiv–xxxiii; Heath, “First Modern Mormon”, vol. 1, pp. 179, 184–187; Winder, “Theodore Roosevelt and the Mormons”, pp. 12–13; “Smoot Keeps His Seat”, Evening Star (Washington, D.C.), 21 de fevereiro de 1907, p. 9; “Senator Smoot Seated”, Washington (D.C.) Times, 21 de fevereiro de 1907, p. 10. Tópicos: Audiências do caso Reed Smoot; Instituições jurídicas e políticas americanas.

  6. Joseph F. Smith para Reed Smoot, 23 de fevereiro de 1907, Documentos de Reed Smoot, BYU.

  7. Joseph F. Smith, em Seventy-Seventh Annual Conference, p. 7. Tópicos: Dízimo; Finanças da Igreja.

  8. Address to the World” e “An Address”, em Seventy-Seventh Annual Conference, pp. 8–9, 3–16 (segunda numeração).

  9. Address to the World”, em Seventy-Seventh Annual Conference, p. 9.

  10. “Death of Jane Manning James”, Deseret Evening News, 16 de abril de 1908, p. 1; “First Negroes to Join Mormon Church”, Salt Lake Herald, 2 de outubro de 1899, p. 5; Santos, vol. 2, capítulos 56; “James, Jane Elizabeth”, Pioneer Database, history.ChurchofJesusChrist.org/overlandtravel; ver também “James, Jane Elizabeth Manning”, Artigo biográfico, site: Century of Black Mormons, exhibits.lib.utah.edu. Tópico: Jane Elizabeth Manning James.

  11. “Death of Jane Manning James”, Deseret Evening News, 16 de abril de 1908, p. 1; James, Autobiografia, p. [8]; Newell, Your Sister in the Gospel, p. 128; ver também, por exemplo, “Old Folks’ Day at the Lagoon”, Salt Lake Herald, 27 de junho de 1902, p. 5; e “Salt Lake Observes Day of the Pioneers”, Salt Lake Tribune, 26 de julho de 1904, p. 1.

  12. “‘Aunt Jane’ Laid to Rest”, Deseret Evening News, 21 de abril de 1908, p. 2; “James, Jane Elizabeth Manning”, Artigo biográfico, site: Century of Black Mormons, exhibits.lib.utah.edu; James, Autobiografia, pp. [1], [6]. Tópicos: A família de Joseph e Emma Hale Smith; Escravidão e abolição.

  13. James, Autobiografia, p. [8]; Newell, Your Sister in the Gospel, pp. 72–73; “James, Jane Elizabeth Manning”, Artigo biográfico, site: Century of Black Mormons, exhibits.lib.utah.edu.

  14. “‘Aunt Jane’ Laid to Rest”, Deseret Evening News, 21 de abril de 1908, p. 2; Jane James to Joseph F. Smith, 7 de fevereiro de 1890, Documentos de Joseph F. Smith, Biblioteca de História da Igreja; Jane James para Joseph F. Smith, 31 de agosto de 1903, Arquivo de ordenanças do templo da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja; Quórum dos Doze Apóstolos, Atas, 2 de janeiro de 1902, Documentos da família de George Albert Smith, Biblioteca J. Willard Marriott, Universidade de Utah, Salt Lake City.

  15. As etnias e o sacerdócio”, Textos sobre os Tópicos do Evangelho, ChurchofJesusChrist.org/study/manual/gospel-topics-essays; Santos, vol. 2, capítulos 1228.

  16. Newell, Your Sister in the Gospel, pp. 97–100, 106–108, 114, 119; Santos, vol. 2, capítulo 39; “James, Jane Elizabeth Manning”, Artigo biográfico, site: Century of Black Mormons, exhibits.lib.utah.edu; Reiter, “Black Saviors on Mount Zion”, pp. 105–113. Tópicos: A restrição ao sacerdócio e ao templo; Batismo pelos mortos.

  17. Zina D. Young para Joseph F. Smith, 15 de junho de 1894, Arquivo de ordenanças do templo da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja; Templo de Salt Lake, Selamentos pelos mortos, Casais, 1893–1942, vol. A, 18 de maio de 1894, microfilme 184.587, Coleção de registros dos EUA e Canadá, Biblioteca de História da Família; Newell, Your Sister in the Gospel, pp. 114–115.

  18. Quórum dos Doze Apóstolos, Atas, 2 de janeiro de 1902, Documentos da família de George Albert Smith, Biblioteca J. Willard Marriott, Universidade de Utah, Salt Lake City; James, Autobiografia, p. [8].

  19. Clawson, Diário, 13 de novembro de 1902; Jane James para Joseph F. Smith, 31 de agosto de 1903, Arquivo de ordenanças do templo da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja. As ordenanças do templo foram realizadas vicariamente por Jane Manning James em 1979.

  20. “‘Aunt Jane’ Laid to Rest”, Deseret Evening News, 21 de abril de 1908, p. 2; “Death of Jane Manning James”, Deseret Evening News, 16 de abril de 1908, p. 1.

  21. “But One of Many Cases”, Salt Lake Tribune, 28 de julho de 1909, p. 4; “Some New Polygamists”, Salt Lake Tribune, 13 de novembro de 1909, p. 6; George F. Richards, Diário, 14 de julho de 1909; Francis Marion Lyman, Diário, 14 e 21–22 de julho de 1909; John Henry Smith, Diário, 14 de julho de 1909. Tópico: Casamento plural após o Manifesto.

  22. Francis Marion Lyman, Diário, 7 de janeiro de 1910; 9–10 de fevereiro de 1910; 28 de setembro de 1910; 3 de outubro de 1910; George F. Richards, Diário, 21–22 de julho de 1909; 22 de setembro de 1909; “Excommunication”, Deseret Evening News, 28 de setembro de 1910, p. 1; “Excommunication”, Deseret Evening News, 3 de outubro de 1910, p. 1; Primeira Presidência para presidentes e conselheiros, 5 de outubro de 1910, em Clark, Messages of the First Presidency, vol. 4, pp. 216–218; Hales, Modern Polygamy and Mormon Fundamentalism, pp. 95–105.

  23. Richard Barry, “The Political Menace of the Mormon Church”, Pearson’s, setembro de 1910, vol. 24, pp. 319–330; “The Mormon Evasion of Anti-polygamy Laws”, Pearson’s, outubro de 1910, vol. 24, pp. 443–451; “The Mormon Method in Business”, Pearson’s, novembro de 1910, vol. 24, pp. 571–578; Cannon, “Magazine Crusade against the Mormon Church”, pp. 4, 6–8; Smoot, Diário, 18 de outubro de 1910, Documentos de Reed Smoot, BYU.

  24. Cannon, “Cannon’s National Campaign”, pp. 65, 105; Cannon, “Wives and Other Women”, p. 83.

  25. Joseph F. Smith e Anthon H. Lund para John O’Hara Cosgrave, 20 de outubro de 1910, Correspondência cumulativa da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja; Tichi, Exposés and Excess, pp. 65–72, 76–83; Frank J. Cannon e Harvey J. O’Higgins, “Under the Prophet in Utah”, Everybody’s Magazine, dezembro de 1910, vol. 23, pp. 22–37, 99–104 [segunda numeração]; janeiro de 1911, vol. 24, pp. 29–35; fevereiro de 1911, vol. 24, pp. 189–205; março de 1911, vol. 24, pp. 383–399; abril de 1911, vol. 24, pp. 513–528; maio de 1911, vol. 24, pp. 652–664; junho de 1911, vol. 24, pp. 825–835; Frank J. Cannon e Harvey J. O’Higgins, “The New Polygamy”, Everybody’s Magazine, julho de 1911, vol. 25, pp. 94–107; Frank J. Cannon e Harvey J. O’Higgins, “The Prophet and Big Business”, Everybody’s Magazine, agosto de 1911, vol. 25, pp. 209–222; Cannon, “Cannon’s National Campaign”, pp. 65–74.

  26. Santos, vol. 1, capítulos 1339; Santos, vol. 2, capítulos 2527; Howard, “William Jarman”, p. 61.

  27. Lucy Gates aos “Entes queridos”, 6 de abril de 1909, Documentos de Emma Lucy Gates Bowen, BYU; Horace G. Whitney para os Burtons e outros, 18 de abril de 1909, Documentos de Susa Young Gates, Biblioteca de História da Igreja; Horace G. Whitney, “Emma Lucy Gates Scores a Big Hit”, Deseret Evening News, 26 de abril de 1909, p. 1; “Emma Lucy Gates Sings in the Berlin Royal Opera House”, Deseret Evening News, 8 de maio de 1909, p. 26.

  28. Horace G. Whitney, “Emma Lucy Gates Sings in the Berlin Royal Opera House”, Deseret Evening News, 8 de maio de 1909, p. 26; Horace G. Whitney, “Emma Lucy Gates Scores a Big Hit”, Deseret Evening News, 26 de abril de 1909, p. 1; Horace G. Whitney para os Burtons e outros, 18 de abril de 1909, Documentos de Susa Young Gates, Biblioteca de História da Igreja.

  29. Lucy Gates aos “Entes queridos”, 6 de abril de 1909, Documentos de Emma Lucy Gates Bowen, BYU; Horace G. Whitney, “Emma Lucy Gates Sings in the Berlin Royal Opera House”, Deseret Evening News, 8 de maio de 1909, p. 26; Alexander, Mormonism in Transition, pp. 227–230; Mitchell, “Mormons in Wilhelmine Germany”, pp. 152–156, 163–170; Allen, Danish but Not Lutheran, pp. 161–176.

  30. Lucy Gates aos “Entes queridos”, 6 de abril de 1909, Documentos de Emma Lucy Gates Bowen, BYU; Horace G. Whitney para os Burtons e outros, 18 de abril de 1909, Documentos de Susa Young Gates, Biblioteca de História da Igreja; Arthur M. Abell, “Enrico Caruso”, Musical Courier, 18 de novembro de 1908, vol. 57, p. 6.

  31. Susa Young Gates para Lucy Gates, 12 de abril de 1910; Jacob Gates para Lucy Gates, 13 de abril de 1910, Documentos de Susa Young Gates, Biblioteca de História da Igreja. Citação editada para facilitar o entendimento; o original “vergonha” foi alterado para “envergonhar-se”.

  32. Thomas McKay, “Concerning the Banishment from Berlin”, Latter-day Saints’ Millennial Star, 11 de agosto de 1910, vol. 72, pp. 508–509; Missão Suíço-Alemã, Diário do escritório, 21–23 de julho de 1910, p. 111; Lucy Gates aos “Entes queridos”, 27 de setembro e 2 de outubro de 1910, Documentos de Emma Lucy Gates Bowen, BYU; “Salt Lake Boy in Berlin Jail”, Deseret Evening News, 8 de agosto de 1910, p. 5.

  33. Lucy Gates aos “Entes queridos”, 27 de setembro de 2 de outubro de 1910, Documentos de Emma Lucy Gates Bowen, BYU, grifo no original.

  34. Burton Hendrick, “The Mormon Revival of Polygamy”, McClure’s Magazine, janeiro de 1911, vol. 36, pp. 245–261; fevereiro de 1911, vol. 36, pp. 449–464; Cannon, “Magazine Crusade against the Mormon Church”, pp. 2–4; Wilson, McClure’s Magazine and the Muckrakers, pp. 56, 190–200; Miraldi, Muckraking and Objectivity, pp. 57–60.

  35. Burton Hendrick, “The Mormon Revival of Polygamy”, McClure’s Magazine, fevereiro de 1911, vol. 36, p. 458; Hardy, Solemn Covenant, p. 183.

  36. Cannon, “Mormon Muckraker”, pp. 47–52; Cannon, “Magazine Crusade against the Mormon Church”, p. 27, nota 100; “Benjamin Erastus Rich”, Missionary Database, history.ChurchofJesusChrist.org/missionary; Isaac Russell para D. B. Turney, 28 de abril de 1911, Coleção B. H. Roberts, Biblioteca de História da Igreja.

  37. Burton Hendrick, “The Mormon Revival of Polygamy”, McClure’s Magazine, fevereiro de 1911, vol. 36, p. 457; Isaac Russell, “Mr. Roosevelt to the Mormons”, Collier’s, 15 de abril de 1911, vol. 47, p. 28; “Authorities Sustained”, em Eighty-First Semi-annual Conference, p. 114; “O Manifesto e o fim do casamento plural”, Textos sobre os Tópicos do Evangelho, ChurchofJesusChrist.org/study/manual/gospel-topics-essays; Deseret News Church Almanac [1974], pp. 133–134.

  38. Isaac Russell para B. H. Roberts, 16 de janeiro de 1911; 8 de fevereiro de 1911, Coleção B. H. Roberts, Biblioteca de História da Igreja; Burton Hendrick, “The Mormon Revival of Polygamy”, McClure’s Magazine, fevereiro de 1911, vol. 36, p. 457; Cannon, “Mormon Muckraker”, pp. 57–59; 57, nota 31.

  39. Isaac Russell para Joseph F. Smith, 11 de fevereiro de 1913; Isaac Russell para Theodore Roosevelt, 2 de fevereiro de 1911, Correspondência administrativa missionária da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja; Richard Barry, “The Political Menace of the Mormon Church”, Pearson’s, setembro de 1910, vol. 24, p. 327.

  40. 24 Parliamentary Debate, House of Commons, 5ª série, 20 de abril de 1911, pp. 1044–1045; Arthur L. Beeley, “Government Investigation of the ‘Mormon’ Question”, Improvement Era, novembro de 1914, vol. 18, p. 57; Bennett e Jensen, “Nearer, My God to Thee”, pp. 118–120; Thorp, “Crusade against the Saints in Britain”, pp. 79–81.

  41. Rasmussen, Mormonism and the Making of a British Zion, pp. 117–119; “Mormonism Exposed by Mr. William Jarman”, East Anglian Daily Times (Ipswich, Inglaterra), 27 de maio de 1909, p. 4; “Jarman”, Nuneaton (Inglaterra) Observer, 12 de julho de 1912, p. 3; Thorp, “Crusade against the Saints in Britain”, pp. 74–77.

  42. Rudger Clawson para Winston Churchill, 12 janeiro de 1911, cópia, Correspondência administrativa missionária da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja; 22 Parliamentary Debate, House of Commons, 5ª série, 6 de março de 1911, pp. 811, 989.

  43. “Anti-Mormon Crusade”, Evening Express (Liverpool), 3 de abril de 1911, p. 7; “The Mormons”, Evening Express, 19 de abril de 1911, p. 5; “Anti-Mormon Riots”, Evening Express, 21 de abril de 1911, p. 4; “Anti-Mormon Riots at Birkenhead”, Liverpool Daily Post and Liverpool Mercury, 4 de maio de 1911, p. 5; Rudger Clawson para a Primeira Presidência, 25 de abril de 1911, Correspondência administrativa missionária da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja. Citação editada para facilitar o entendimento; o original “ele não daria atenção a isso” foi alterado para “Não vou dar atenção a isso”.

  44. “The Mormons”, Evening Express (Liverpool), 19 de abril de 1911, p. 5; “Anti-Mormon Campaign”, Manchester Guardian, 24 de abril de 1911, p. 12; Rudger Clawson para a Primeira Presidência, 25 de abril de 1911, Correspondência administrativa missionária da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja.

  45. Rudger Clawson para a Primeira Presidência, 25 de abril de 1911, Correspondência administrativa missionária da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja; “Anti-Mormonism”, Evening Express (Liverpool), 24 de abril de 1911, p. 4; “Anti-Mormon Campaign”, Manchester Guardian, 24 de abril de 1911, p. 12; ver também “Anti-Mormon Riots”, Evening Express, 21 de abril de 1911, p. 4.

  46. Rudger Clawson para a Primeira Presidência, 7 de abril de 1911, Correspondência administrativa missionária da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja; Beeley, Summary Statement, p. 13; Thorp, “British Government and the Mormon Question”, pp. 308–311.

  47. Theodore Roosevelt para Isaac Russell, 4 de fevereiro de 1911, Correspondência administrativa missionária da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja.

  48. Smoot, Diário, 14, 16 e 22 de março de 1911; 2 de abril de 1911, Documentos de Reed Smoot, BYU; Cannon, “Magazine Crusade against the Mormon Church”, p. 27; Reed Smoot para a Primeira Presidência, 1º de abril de 1911, Correspondência administrativa missionária da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja.

  49. Smoot, Diário, 7 de abril de 1911, Documentos de Reed Smoot, BYU; Isaac Russell, “Mr. Roosevelt to the Mormons”, Collier’s, 15 de abril de 1911, vol. 47, p. 28; Theodore Roosevelt Refutes Anti-Mormon Falsehoods, 1911; Isaac Russell, “Mr. Roosevelt to the ‘Mormons’”, Improvement Era, junho de 1911, vol. 14, pp. 713–718; Joseph F. Smith para Isaac Russell, 25 de abril de 1911; B. H. Roberts para Isaac Russell, 15 de maio de 1911, Documentos de Isaac Russell, Coleções especiais, Biblioteca Cecil H. Green, Universidade de Stanford, Stanford, CA.

  50. Alfred Henry Lewis, “Viper on the Hearth”, Cosmopolitan, março de 1911, vol. 50, pp. 439–450; “The Trail of the Viper”, Cosmopolitan, abril de 1911, vol. 50, pp. 693–703; “The Viper’s Trail of Gold”, Cosmopolitan, maio de 1911, vol. 50, pp. 823–833; ver também Givens, Viper on the Hearth, pp. 97–120.

  51. Francis Marion Lyman, Diário, 5 de janeiro de 1911; 15 e 22 de fevereiro de 1911; 28 de março de 1911; Cowley, Diário, 2 de maio de 1911; Miller, Apostle of Principle, pp. 540–551; Hardy, Solemn Covenant, apêndice 2, p. [422].

  52. Francis Marion Lyman, Diário, 10–11 de maio de 1911; George F. Richards, Diário, 11 de maio de 1911; Cowley, Diário, 10–12 de maio de 1911; Joseph F. Smith para Isaac Russell, 15 de junho de 1911, Letterpress Copybooks, p. 505, Documentos de Joseph F. Smith, Biblioteca de História da Igreja; “Excommunication”, Deseret Evening News, 2 de maio de 1911, p. 2; “Official Action”, Deseret Evening News, 12 de maio de 1911, p. 1. Tópicos: Ações disciplinares na Igreja; Matthias F. Cowley.

  53. “No Polygamy Now”, Washington (D.C.) Post, 30 de junho de 1911, pp. 1–2. Citação editada para facilitar o entendimento; o original “como temos provas” foi alterado para “que prova temos”.

  54. Theodore H. Tiller, “Mormon Head Says Work and Thrift Are First Teachings of His Religion”, Washington (D.C.) Times, 29 de junho de 1911, p. 8; “Gives Mormon View”, Evening Star (Washington, D.C.), 30 de junho de 1911, p. 10; Reed Smoot para Joseph F. Smith, 2 de julho de 1911, Correspondência da Primeira Presidência com as autoridades gerais, Biblioteca de História da Igreja.

  55. Joseph F. Smith para Isaac Russell, 13 de julho de 1911, Letterpress Copybooks, pp. 540–541, Documentos de Joseph F. Smith, Biblioteca de História da Igreja. Tópico: Relações públicas.