História da Igreja
Capítulo 15: Não peço recompensa maior


“Não peço recompensa maior”, capítulo 15 de Santos: A História da Igreja de Jesus Cristo nos Últimos Dias, Volume 3, Com Coragem, Nobreza e Independência, 1893–1955, 2021

Capítulo 15: “Não peço recompensa maior”

Capítulo 15

Não peço recompensa maior

Imagem
Templo de Cardston e montanhas rochosas ao fundo

Ao longo do ano de 1921, Heber J. Grant recebeu cartas de David O. McKay e Hugh Cannon sobre suas viagens pelo mundo. Após se encontrarem com os santos em Samoa em maio, os dois estiveram em Fiji, retornaram à Nova Zelândia e visitaram a Austrália. Depois, fizeram paradas no Sudeste Asiático e prosseguiram para a Índia, o Egito, a Palestina, a Síria e a Turquia.1

Enquanto estavam na cidade turca de Aintab, que havia sido devastada pela guerra, reuniram-se com cerca de 30 santos dos últimos dias armênios que se preparavam para abandonar suas casas. Na década anterior, inúmeros armênios, incluindo a presidência do ramo local e outros santos dos últimos dias, haviam sido mortos em comunidades como Aintab. Os santos de Utah haviam jejuado por eles, e a Primeira Presidência enviara auxílio financeiro. Porém, a violência aumentara desde essa época, tornando cada vez mais perigosa a permanência dos santos armênios no país.2

Com grande dificuldade e muita oração, o presidente da missão, Joseph Booth, e o líder local, Moses Hindoian, conseguiram passaportes para 53 pessoas. Os santos então partiram para Alepo, na Síria, a mais de 110 quilômetros ao sul, onde havia outro ramo da Igreja. A viagem levou quatro dias e, apesar da chuva constante, os refugiados chegaram em segurança a seu destino.3

Em seu relatório final à Primeira Presidência, apresentado após retornar aos Estados Unidos, o élder McKay elogiou os santos de todo o mundo. Ele estava entusiasmado com as escolas da Igreja e recomendou a contratação de professores mais capacitados e o envio de livros didáticos e equipamentos de melhor qualidade. Após expressar preocupação com os desafios enfrentados pelos presidentes de missão, sugeriu que apenas os líderes mais fortes recebessem tal designação. Recomendou também que as autoridades gerais viajassem com mais frequência para apoiar os santos no exterior.4

O profeta concordou com as sugestões do élder McKay. No passado, os membros da Igreja haviam se fortalecido ao se coligarem em Utah. No entanto, os dias em que os líderes instavam os santos a se mudarem para Sião haviam passado. Na verdade, desde o fim da guerra mundial, muitos santos haviam abandonado as cidades pequenas de Utah em busca de melhores empregos nas cidades grandes dos Estados Unidos. Cada vez mais, os membros da Igreja em todos os lugares vinham procurando apoio nos ramos e nas missões, da mesma forma que os santos pioneiros haviam encontrado nas alas e estacas do Oeste americano.5

Durante uma viagem ao sul da Califórnia no início de 1922, Heber ficou impressionado com o tamanho dos ramos da Igreja em Los Angeles e nos arredores. “A Missão Califórnia está crescendo a passos largos”, declarou ele na Conferência Geral de Abril de 1922. Em breve, os santos da área estariam prontos para formar uma estaca.6

No entanto, Heber sabia que os membros da Igreja precisavam de mais do que uma congregação forte para se manterem fiéis à fé. Os tempos estavam mudando e, como outros de sua geração, ele se preocupava com a secularização e permissividade da sociedade.7 Ciente das influências perigosas, estimulou os jovens santos a participar do programa de Melhoramentos Mútuos da Igreja. A AMM promovia a fé em Jesus Cristo, a observância do Dia do Senhor, a frequência à Igreja e o crescimento espiritual, assim como a frugalidade e a boa cidadania. Também incentivava os jovens a guardarem a Palavra de Sabedoria, um princípio bastante abordado por Heber desde que se tornara presidente da Igreja.8

“Se pudermos transformar os meninos e as meninas que participam de nossas reuniões em santos dos últimos dias”, declarou ele, “então essas associações de melhoramentos mútuos terão cumprido seu papel, e teremos as bênçãos do Deus Todo-Poderoso sobre nosso trabalho”.9

Nem todos os aspectos da vida moderna incomodavam Heber. Na noite de 6 de maio de 1922, ele e sua esposa, Augusta, participaram do primeiro programa noturno da KZN, uma emissora de rádio de propriedade da Igreja em Salt Lake City. O rádio era uma nova tecnologia, e a sede da estação não passava de uma cabana frágil de lata e madeira. Mas, com um sinal elétrico, seus operadores instantaneamente transmitiam mensagens a milhares de quilômetros em todas as direções.

Segurando o grande transmissor de rádio perto da boca, Heber leu uma passagem de Doutrina e Convênios sobre o Salvador ressurreto. Em seguida, prestou um breve testemunho sobre Joseph Smith. Foi a primeira vez que um profeta proclamou o evangelho restaurado pelas ondas de rádio.10


Mais tarde naquele mês, em uma reunião sobre o futuro da Relief Society Magazine, Susa Gates pressentiu que outras mudanças estavam prestes a acontecer. Ela era editora dessa revista desde que ela substituíra a Woman’s Exponent em 1914. Desde o início, Susa queria que a publicação fosse “um farol de esperança, beleza e caridade”. No entanto, sabia que o destino da revista não estava em suas mãos.11

Com o passar dos meses, a presidente geral da Sociedade de Socorro, Clarissa Williams, e sua secretária, Amy Brown Lyman, assumiram um papel maior na produção da revista, inserindo artigos sobre serviço social e a colaboração da Sociedade de Socorro com organizações de caridade fora da Igreja. Susa não duvidava da sinceridade de Amy em defender o serviço social. Temia, porém, que Amy estivesse permitindo que a Igreja se enredasse demais com o mundo.12

Susa orou muito para ver a situação com outros olhos, mas sua desaprovação da nova sistemática de trabalho da Sociedade de Socorro a impedia de enxergar o bem que Amy realizava. A Cruz Vermelha e outras instituições humanitárias agora encaminhavam todos os casos relativos aos santos dos últimos dias para a Sociedade de Socorro. Tratava-se muitas vezes de santos carentes que haviam perdido o contato com a Igreja depois de deixarem suas alas rurais para procurar trabalho na cidade. Para cuidar desses santos, a Sociedade de Socorro frequentemente trabalhava lado a lado com agências médicas, educacionais e de emprego, tanto públicas quanto privadas.13

Clarissa também havia se reunido recentemente com Amy e com a junta geral para tratar de iniciativas voltadas à redução do número de mortes de mulheres e bebês santos dos últimos dias durante o parto. Havia muito tempo que a Sociedade de Socorro se concentrava na saúde da mulher, e o parto era uma preocupação vital daquela época. A taxa de mortalidade de mães e recém-nascidos nos Estados Unidos era alta, o que levou o Congresso a destinar fundos a organizações que apoiavam as futuras mães.

Mesmo antes do repasse dessas verbas, a junta geral da Sociedade de Socorro pediu auxílio à Primeira Presidência para estabelecer uma maternidade em Salt Lake City e fornecer suprimentos médicos para as gestantes em áreas mais remotas. Para financiar o programa, a Sociedade de Socorro usou o dinheiro proveniente da venda de grãos para o governo dos EUA durante a guerra.14

Incapaz de se adaptar aos novos métodos e às mudanças administrativas da Sociedade de Socorro, Susa pediu desobrigação da junta geral e da Relief Society Magazine. “Deixo meu trabalho com amor por minhas colegas”, disse ela à junta, “e espero receber o mesmo amor”.15

Sem perder tempo, Susa se dedicou a outras atividades. No início daquele ano, ela havia criticado Edward Anderson, editor da Improvement Era, por ter escrito a história da Igreja praticamente sem mencionar as mulheres. Em resposta, Edward recomendou que ela redigisse a história das mulheres santos dos últimos dias. Susa já havia escrito a história da AMM das Jovens Damas, por isso se sentiu atraída pelo projeto. A Primeira Presidência também gostou da recomendação, e Susa logo iniciou a empreitada.16

O apóstolo e historiador da Igreja, Joseph Fielding Smith, filho do presidente Joseph F. Smith, convidou Susa para ocupar uma mesa no Escritório do Historiador enquanto redigia. Pouco tempo depois, levou-a para o escritório do élder B. H. Roberts, do outro lado do corredor. Havia uma escrivaninha, uma máquina de escrever, um lavatório, duas cadeiras e estantes cheias de livros e papéis.

Como o élder Roberts estava em Nova York servindo como presidente da Missão dos Estados do Leste, o élder Smith disse que ela poderia usar a sala — e B. H. nunca precisaria saber.

“Agradeço-Te, ó Pai!”, exclamou Susa em seu diário. “Ajuda-me a cumprir as instruções que recebi!”17


Em 17 de novembro de 1922, Armenia Lee completou dez anos como presidente da Associação de Melhoramentos Mútuos das Jovens Damas da Estaca Alberta no Canadá. Sua gestão tinha sido marcada por desafios, pois ela precisava se deslocar a cavalo e de charrete por todo tipo de condições climáticas para visitar as moças e suas líderes. Os invernos eram extremamente rigorosos em Alberta, o que exigia grande resistência e coragem de quem se aventurava ao ar livre. No entanto, ela colocava suas roupas mais quentes, até quase sufocar com tantas mantas e agasalhos de lã, e saía em meio à neve e ao gelo.

Não era nada fácil, mas ela adorava.

Nascida em Utah, Armenia tinha 19 anos quando se casou com William Lee, um viúvo com cinco filhos pequenos. Eles haviam se mudado para o Canadá depois que William arranjara trabalho em uma loja em Cardston. A mudança foi difícil para Armenia, mas ela e William começaram uma nova vida na pequena cidade. Tiveram mais cinco filhos juntos, abriram uma funerária e se mudaram para uma casa com quatro cômodos. Então, em 1911, poucos meses antes de seu décimo aniversário de casamento, William sofreu um AVC e morreu. Armenia ainda não tinha 30 anos de idade quando ficou viúva com dez filhos para criar.18

A morte de William foi repentina e desconcertante, mas Armenia sentiu o Espírito do Senhor reconfortá-la e ajudá-la a dizer: “Seja feita a Tua vontade”. Foi uma experiência sagrada e incontestável. “Sei que há uma vida futura, sem dúvida”, testificou ela, “e que os laços familiares se estendem para a eternidade”.19

Menos de dois anos após a morte de William, Armenia foi chamada para presidir a Associação de Melhoramentos Mútuos das Jovens Damas da estaca.20 Na época, a AMMJD, voltada para moças a partir dos 14 anos, estava passando por muitas mudanças. Alguns meses antes do chamado de Armenia, uma estaca de Salt Lake City tinha organizado o primeiro acampamento de verão para moças na Igreja. Assim como a AMM dos Rapazes, a AMMJD começou a encarar a recreação como algo benéfico para a formação do caráter. No início, as líderes das moças consideraram a possibilidade de se unirem a uma organização externa para meninas, assim como a AMMR havia adotado o escotismo. No entanto, Martha Tingey, presidente geral da AMMJD, e sua junta preferiram desenvolver seu próprio programa.21

A conselheira de Martha, Ruth May Fox, havia sugerido um nome para o programa: Abelhinhas. Havia muito tempo que a colmeia era um símbolo importante de industriosidade e cooperação para os santos de Utah. Mas só foi depois que Elen Wallace, membro da junta, leu um livro chamado Life of the Bee [A Vida da Abelha] — que detalhava como as abelhas trabalhavam juntas para construir colmeias — que as líderes perceberam como o símbolo se aplicava a sua organização.

Em pouco tempo, as moças de toda a Igreja foram organizadas em “enxames” sob a liderança de uma “apicultora”. Para avançar no programa, passando de “Construtora na colmeia” a “Colhedora do mel” e, por fim, “Guardiã das abelhas”, as moças precisavam atingir metas em aspectos como religião, lar, saúde, atividades domésticas, recreação ao ar livre, negócios e serviço público.22

Armenia e suas conselheiras começaram a promover o programa Abelhinhas no verão de 1915, e logo as alas de Cardston já estavam formando enxames de 8 a 12 meninas. Um ano depois, Armenia falou às abelhinhas e aos rapazes da estaca sobre a importância do trabalho do templo. O Templo de Cardston estava em construção, e cada um daqueles jovens teria a oportunidade de realizar as ordenanças do templo quando fosse concluído. Tal trabalho era um privilégio, declarou ela.23

Agora, seis anos depois, o templo estava quase pronto para a dedicação. No topo de uma colina no centro da cidade, a estrutura de granito branco tinha o teto em forma de pirâmide, rodeado por fileiras de colunas quadradas. Assim como o templo no Havaí, o Templo de Cardston não tinha torres que apontavam para o céu. Em vez disso, assentava-se de maneira simétrica e majestosa sobre seus alicerces, sólido e inamovível como uma montanha.24


O élder John Widtsoe segurava sua bolsa ao descer de um trem na estação Waterloo, em Londres. Era perto do meio-dia de 11 de julho de 1923, e a estação estava lotada e insuportavelmente quente.25

Ele tinha vindo para a Europa continental com Reed Smoot, seu companheiro no apostolado. Desde a guerra, as nações escandinavas tinham se mostrado lentas para permitir a volta dos missionários, então o presidente Grant pediu a Reed que usasse sua posição como senador dos Estados Unidos para interceder com os governos da Dinamarca, Suécia e Noruega em favor da Igreja. Como John era norueguês e dominava vários idiomas europeus, foi chamado para acompanhar Reed naquela missão.26

Enquanto caminhava pela plataforma da estação, John ouviu uma voz conhecida gritar: “Lá está ele!” Ele então ficou emocionado ao ver seu filho de 20 anos, Marsel, que lhe deu um abraço apertado.27

Marsel, que vinha servindo na Missão Britânica desde o ano anterior, acompanhou seu pai e o senador Smoot até o hotel. Marsel tinha sido um bom aluno e atleta quando jovem. E John acreditava que ele só melhorara na missão. “Ele está completamente apaixonado pelo trabalho”, escreveu John mais tarde para a esposa, Leah. “Em suma, ele foi uma boa companhia — um menino saudável, atencioso, inteligente, afetuoso e ambicioso, que pretende tirar o máximo proveito de sua vida.”28

Depois de passar alguns dias na Inglaterra, John e Reed seguiram para a Escandinávia com David O. McKay, que havia sido chamado como presidente da Missão Europeia cerca de um ano depois de retornar de sua viagem pelo mundo. Como de costume, a desinformação sobre a Igreja era a causa das restrições governamentais contra ela.

Na Dinamarca, sua primeira parada, Reed concedeu uma entrevista sobre a Igreja para um jornal de grande circulação. As reuniões nos demais países, que incluíram audiências com o arcebispo luterano da Suécia e com o rei da Noruega, também foram produtivas. John creditou seu sucesso à reputação de Reed. Vinte anos após sua controversa eleição, o senador havia se tornado um influente legislador que mantinha uma estreita amizade com o presidente dos Estados Unidos.29

No final da designação, John informou à Primeira Presidência que ele e Reed haviam conseguido boa publicidade para a Igreja e convencido muitas autoridades europeias de que suas políticas contra o trabalho missionário estavam ultrapassadas.30 Mas aquele périplo o havia deixado pensativo. Após uma reunião cansativa, John se deparou com uma estátua de bronze de Jöns Jacob Berzelius, um renomado químico sueco que ele admirava.

John se sentou perto do monumento e se perguntou o que teria acontecido se ele também houvesse se dedicado inteiramente à ciência em vez de regressar a Utah para ajudar a educar os santos e servir na Igreja. “Como eu teria me regozijado se tivesse levado uma vida como a de Berzelius”, escreveu ele para Leah mais tarde naquela noite, “pois sei que, com a ajuda de Deus, eu teria tido muito sucesso”.

Em vez disso, John abrira mão de sua profissão e abandonara grande parte de suas pesquisas científicas para servir como apóstolo de Jesus Cristo. No entanto, não se arrependia do novo caminho que trilhara, apesar da tristeza que sentira ao enterrar velhos sonhos.

“Não posso falar aqui sobre o que me perpassa a alma”, disse a Leah. “Somente a promessa de uma vida futura pode justificar certas coisas.”31


Em 25 de agosto de 1923, pouco depois do retorno dos dois apóstolos de sua missão à Escandinávia, um trem especial — transportando Heber J. Grant, nove apóstolos e centenas de santos de Salt Lake City e de outras partes da Igreja — chegou ao Canadá para a dedicação do Templo de Cardston Alberta. Os viajantes rapidamente lotaram a cidade, que quase não tinha espaço para todos. Ainda assim, os santos canadenses se desdobraram para receber bem os visitantes.32

Em meio à empolgação do dia, Armenia Lee teve uma entrevista com o apóstolo George F. Richards e seu antigo presidente de estaca, Edward J. Wood, que havia sido chamado como presidente do novo templo. Armenia e Edward eram amigos de longa data. Após a morte do marido, ela havia procurado muitas vezes os conselhos e as orientações de Edward. Eles haviam trabalhado juntos como líderes de estaca, e Edward havia se tornado como um irmão para ela.

Assim que a reunião começou, o élder Richards perguntou a Armenia se estava disposta a servir como diretora do novo templo. Se aceitasse o cargo, Armenia teria que selecionar e supervisionar as oficiantes do templo, aconselhar as mulheres que recebessem suas próprias ordenanças e cumprir uma miríade de outras tarefas.

Armenia ficou atordoada e honrada com o chamado. “Aceitarei esta posição com toda a humildade e darei o melhor de mim”, declarou.33

No dia seguinte, Anthony Ivins, da Primeira Presidência, designou Armenia por imposição de mãos dentro do templo. Em seguida, às 10 horas da manhã, ela participou da primeira sessão de dedicação. Ajoelhado em um altar na sala celestial, o presidente Grant proferiu a oração dedicatória, pedindo a Deus que santificasse o templo e abençoasse aqueles cuja vida seria tocada pela casa do Senhor. Invocou também uma bênção especial para os jovens da Igreja, que eram muito queridos para Armenia.

“Mantém a juventude de Teu povo, ó Pai, no caminho estreito e apertado que conduz a Ti”, suplicou ele. “Dá-lhes um testemunho da divindade desta obra, como deste a nós, e os preserva na pureza e na verdade.”34

O templo foi aberto para a realização de ordenanças pouco tempo depois. Nos anos anteriores, o presidente Grant havia procurado maneiras de aumentar a frequência ao templo. Em 1922, pedira a um comitê de apóstolos que estudasse como encurtar as sessões de investidura, que chegavam a durar até quatro horas e meia. Os templos agora realizavam várias sessões por dia e haviam começado a oferecer sessões noturnas para atender aos santos que não podiam comparecer durante o dia. Os líderes da Igreja também haviam encerrado a prática de realizar batismos ou bênçãos de cura no templo, concluindo que isso poderia interferir no trabalho das ordenanças regulares.35

Uma mudança inesperada foi uma alteração no garment do templo. O modelo de garment existente, que se estendia até os tornozelos e pulsos e tinha cordões e uma gola, não era adequado para os tipos de roupas usadas na década de 1920. Reconhecendo que o simbolismo do garment era mais importante do que o estilo, a Primeira Presidência determinou a criação de um modelo mais curto e simplificado.36

Já que seus deveres como diretora ocupavam grande parte de seu tempo, Armenia foi desobrigada como presidente da AMMJD da estaca. O tempo que ela passara com as moças fora muito marcante em sua vida, e ela sentia falta dessa convivência. No entanto, ela descobriu uma nova alegria ao recepcionar no templo as moças que havia conhecido na AMM quando vinham receber a investidura e ser seladas para o tempo e a eternidade ao marido.37

A convite dos editores da Young Woman’s Journal, Armenia publicou suas impressões ao ser desobrigada após anos de serviço na AMMJD. “Como amo a juventude de Sião”, escreveu ela. “Não peço recompensa maior do que a que recebo ao ver nossas moças crescerem e se desenvolverem até se tornaram mulheres, sempre fieis a seu legado.”38

  1. Neilson, To the Peripheries of Mormondom, pp. xxix–xxx; David O. McKay e Hugh J. Cannon, “Summary and Report”, pp. 2–3, Correspondência mista da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja.

  2. David O. McKay, Diário, 8–10 de novembro de 1921, Documentos de David O. McKay, Coleções Especiais, Biblioteca J. Willard Marriott, Universidade de Utah, Salt Lake City; David O. McKay e Hugh J. Cannon, “Summary and Report”, pp. 6–7; Primeira Presidência para Joseph W. Booth, 23 de setembro de 1919, Correspondência Mista da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja; Goldberg, “Armenian Exodus”, site da História da Igreja, history.ChurchofJesusChrist.org. Tópicos: Missão Turca; Jejum.

  3. Booth, Diário, 30 de novembro–18 de dezembro de 1921; Goldberg, “Armenian Exodus”, site da História da Igreja, history.ChurchofJesusChrist.org.

  4. David O. McKay e Hugh J. Cannon, “Summary and Report”, pp. 4–5, 7; David O. McKay e Hugh J. Cannon para “A Primeira Presidência e os membros dos Doze”, 11 de junho de 1921, p. 3, Correspondência mista da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja.

  5. Alexander, Mormonism in Transition, pp. 305–306; Diário do escritório do Bispado Presidente, 2 de agosto de 1921; Johnson e Johnson, “Twentieth-Century Mormon Outmigration”, pp. 43–47; Shipps, “Scattering of the Gathered”, pp. 72–76; Beecher, “Post-Gathering Expansion of Zion”, pp. 103–106. Tópico: Emigração.

  6. Heber J. Grant, em Ninety-Second Annual Conference, pp. 9–10; Orton, Los Angeles Stake Story, pp. 40–62; Cowan e Homer, California Saints, pp. 264–272. Tópico: Alas e estacas.

  7. Grant, Diário, 7 de fevereiro de 1917 e 9 de abril de 1924; Heber J. Grant, em Ninety-Second Annual Conference, p. 165; Heber J. Grant para Stephen L. Richards, 5 de maio de 1920, Cópias encadernadas de correspondências da Primeira Presidência, vol. 59; ver também Santos, vol. 2, capítulo 28.

  8. Heber J. Grant, “Significant Counsel to the Young People”, Improvement Era, agosto de 1921, vol. 24, pp. 865–879; ver também, por exemplo, Heber J. Grant, em Ninetieth Semi-annual Conference, p. 10; e “Conference of Cache Stake Well Attended”, Logan (UT) Republican, 20 de setembro de 1921, p. 1.

  9. Heber J. Grant, “Significant Counsel to the Young People”, Improvement Era, agosto de 1921, vol. 24, p. 867. Tópicos: Organizações da Moças; Organizações dos Rapazes.

  10. “Address by Prest. Grant First Sent”, Deseret News, 8 de maio de 1922, seção 2, p. [1]; “The Vacuum Tube Amplifier”, Improvement Era, março de 1922, vol. 25, p. 457; Wolsey, “History of Radio Station KSL”, pp. 51–67. Tópico: Mídia de difusão.

  11. Susa Young Gates, Diário, 1921–1922, maio de 1922, imagem 13, Documentos de Susa Young Gates, Biblioteca de História da Igreja; [Susa Young Gates], “Editorial”, Relief Society Magazine, janeiro de 1915, vol. 2, pp. 37–38; Mann, “History of the Relief Society Magazine”, p. 30. A Relief Society Magazine teve início em 1914 com o nome de Relief Society Bulletin. O nome foi alterado um ano depois. Tópico: Periódicos da Igreja.

  12. Susa Young Gates para Clarissa Williams, junho de 1922, cópia, Documentos de John A. Widtsoe, Biblioteca de História da Igreja; Susa Young Gates para Elizabeth McCune, 6 de maio de 1921, Notas de pesquisa, Arquivos de Susa Young Gates, Biblioteca de História da Igreja; Susa Young Gates, Diário, 1921–1922, maio de 1922, imagem 13, Documentos de Susa Young Gates, Biblioteca de História da Igreja; Hall, Faded Legacy, pp. 82–83.

  13. Susa Young Gates, Diário, 1921–1922, maio de 1922, imagem 13, Documentos de Susa Young Gates, Biblioteca de História da Igreja; Presidência geral da Sociedade de Socorro para a Primeira Presidência, 21 de dezembro de 1921, Arquivos da Administração Geral da Primeira Presidência, Biblioteca de História da Igreja; Blumell, “Welfare before Welfare”, pp. 98–99. Tópico: Amy Brown Lyman.

  14. Hall, Faded Legacy, pp. 87–103; Derr, Cannon e Beecher, Women of Covenant, pp. 227–232. Tópicos: Sociedade de Socorro; Programas de bem-estar.

  15. Junta Geral da Sociedade de Socorro, Minutas, 28 de junho de 1922, pp. 66–67; Susa Young Gates para a Primeira Presidência, 6 de junho de 1922; Susa Young Gates para Clarissa Williams, junho de 1922, cópia, Documentos de John A. Widtsoe, Biblioteca de História da Igreja; Susa Young Gates para Elizabeth McCune, 6 de maio de 1921, Notas de pesquisa, Arquivos de Susa Young Gates, Biblioteca de História da Igreja.   Tópico: Susa Young Gates.

  16. Susa Young Gates, Diário, 1921–1922, 13 de fevereiro de 1922, p. 4, Documentos de Susa Young Gates, Biblioteca de História da Igreja; Gates, History of the Young Ladies’ Mutual Improvement Association.

  17. Susa Young Gates, Diário, 1915–1925, 30 de outubro de 1922, imagem 124; Susa Young Gates, Diário, 1921–1922, 28 de dezembro de 1922, p. 3, Documentos de Susa Young Gates, Biblioteca de História da Igreja.

  18. Lee, Autobiografia, pp. 1–8, 12; William O. Lee Life Sketch, pp. [1]–[2].

  19. Lee, Autobiografia, pp. 7–8.

  20. Cardston Alberta Stake Young Women’s Mutual Improvement Association, Minutas e registros, 17 de novembro de 1912, pp. 1–3; Lee, Autobiografia, pp. 10–11.

  21. Emily H. Higgs, May W. Cannon e Sadie G. Pack, “Liberty Glen Camp”, Young Woman’s Journal, janeiro de 1913, vol. 24, pp. 31–34; Josephson, History of the YWMIA, pp. 44–47, 135–137; “Summer Work”, Young Woman’s Journal, julho de 1914, vol. 25, pp. 449–450. Tópico: Organizações das Moças.

  22. Junta Geral das Moças, Minutas, 8 de outubro de 1914, p. 84; 28 de janeiro de 1915, p. 121; 18 de fevereiro de 1915, pp. 126–128; Josephson, History of the YWMIA, pp. 48–55; “Mormon Girls Organize ‘Bee Hive’”, Salt Lake Telegram, 18 de abril de 1915, p. 6; Hand Book for the Bee-Hive Girls of the Y. L. M. I. A., pp. 4–14; Elen Wallace, “The Bee-Hive Symbolism”, Young Woman’s Journal, julho de 1916, vol. 27, pp. 390–395.

  23. Hand Book for the Bee-Hive Girls of the Y. L. M. I. A., pp. 4–5; Cardston Alberta Stake Young Women’s Mutual Improvement Association, Minutas e registros, 4 de julho de 1915, p. 91; 1º de abril de 1916, p. 107; 6 de novembro de 1916, p. 118.

  24. Wood, Alberta Temple, pp. 35–67; Prete e Prete, Canadian Mormons, pp. 95–98. Tópico: Canadá.

  25. John A. Widtsoe para Leah D. Widtsoe, 12 de julho de 1923, Documentos da família Widtsoe, Biblioteca de História da Igreja.

  26. Thomas, “Apostolic Diplomacy”, pp. 130–139; Widtsoe, In a Sunlit Land, p. 186; Parrish, John A. Widtsoe, pp. 327–330; Merrill, Apostle in Politics, p. 154. Tópicos: Dinamarca; Suécia; Noruega.

  27. John A. Widtsoe para Leah D. Widtsoe, 12 de julho de 1923, Documentos da família Widtsoe, Biblioteca de História da Igreja.

  28. Karl Marsel Widtsoe”, Banco de dados missionário, history.ChurchofJesusChrist.org/missionary; John A. Widtsoe para Leah D. Widtsoe, 12 de julho de 1923, Documentos da família Widtsoe, Biblioteca de História da Igreja; Widtsoe, In a Sunlit Land, p. 236.

  29. Thomas, “Apostolic Diplomacy”, pp. 137, 148–157.

  30. Reed Smoot e John A. Widtsoe para a Primeira Presidência, 8 de agosto de 1923, Documentos de John A. Widtsoe, Biblioteca de História da Igreja. Tópico: Crescimento do trabalho missionário.

  31. John A. Widtsoe para Leah D. Widtsoe, 24 de julho de 1923, Documentos da família Widtsoe, Biblioteca de História da Igreja; Widtsoe, In a Sunlit Land, pp. 157–163.

  32. Wood, Diário, 26 de agosto de 1923; Grant, Diário, 25 de agosto de 1923; George F. Richards, Diário, 25 de agosto de 1923; Wood, Alberta Temple, p. 74; Prete e Prete, Canadian Mormons, p. 99. Tópico: Canadá.

  33. Lee, Autobiografia, pp. 8–9, 14; Wood, Alberta Temple, p. 116; Mouritsen, “George Franklin Richards”, p. 210.  

  34. Lee, Autobiografia, p. 14; Alberta Temple Dedication Services, 26 de agosto de 1923, pp. 1, 12; “Great Mormon Temple at Cardston Dedicated”, Lethbridge (AB) Daily Herald, 27 de agosto de 1923, p. [1]. Tópico: Dedicações e orações dedicatórias de templos.

  35. George F. Richards, Diário, 1º de junho de 1921; 8 de fevereiro de 1922; 29 de maio de 1922; 12–13 de janeiro de 1923; 6 de abril de 1923; Lund, Diário, 27 de abril de 1916 e 22 de julho de 1920; Stapley e Wright, “History of Baptism for Health”, pp. 108–109; Alexander, Mormonism in Transition, pp. 316–317; Mouritsen, “George Franklin Richards”, pp. 199–206. Tópico: Cura.

  36. Primeira Presidência para presidentes de estacas e presidentes de templos, 12 de junho de 1923, Cópias encadernadas de correspondências da Primeira Presidência, vol. 65; Mouritsen, “George Franklin Richards”, pp. 211–212; Alexander, Mormonism in Transition, pp. 316–317. Tópicos: Ajustes no trabalho do templo; Investidura do templo.

  37. Lee, Autobiografia, p. 14; “New Year’s Greetings from Some of Our Stake Presidents”, Young Woman’s Journal, janeiro de 1924, vol. 35, p. 41.

  38. New Year’s Greetings from Some of Our Stake Presidents”, Young Woman’s Journal, janeiro de 1924, vol. 35, p. 41. Tópico: Organizações das Moças.