Instituto
Capítulo 51: Doutrina e Convênios 131; 132:1–33


“Capítulo 51: Doutrina e Convênios 131; 132:1–33”, Doutrina e Convênios — Manual do Aluno, 2017

“Capítulo 51”, Doutrina e Convênios — Manual do Aluno

Capítulo 51

Doutrina e Convênios 131; 132:1–33

Introdução e cronologia

Em 16 e 17 de maio de 1843, o profeta Joseph Smith ficou hospedado na casa de Benjamin e Melissa Johnson, em Ramus, Illinois. Enquanto esteve ali, o profeta ensinou à família Johnson a lei do Senhor sobre o casamento e os selou para a eternidade. Na manhã seguinte, o profeta pregou um sermão sobre 2 Pedro 1 em Ramus e explicou o significado da expressão “temos muito firme a palavra dos profetas” (2 Pedro 1:19). Mais tarde, naquele dia, após um ministro protestante pregar um sermão aos santos, em Ramus, o profeta ensinou que “todo espírito é matéria” (D&C 131:7). Partes dos ensinamentos deixados pelo profeta Joseph Smith naquela ocasião se encontra em Doutrina e Convênios 131.

Em 12 de julho de 1843, o profeta Joseph Smith ditou a revelação que se encontra em Doutrina e Convênios 132, na qual o Senhor ensinou a respeito do “novo e eterno convênio do casamento” (D&C 131:2). As evidências históricas sugerem que o profeta tinha recebido alguns dos princípios encontrados nessa revelação já em 1831. Este capítulo do manual do aluno aborda Doutrina e Convênios 132:1–33, em que o Senhor ensinou princípios referentes ao casamento eterno e à importância de cumprir Sua lei. O capítulo 52 deste manual aborda Doutrina e Convênios 132:34–66, que inclui os ensinamentos do Senhor sobre o casamento plural.

Início de 1840O profeta Joseph Smith ensina Parley P. Pratt a respeito do casamento eterno.

1840Joseph Smith começa a ensinar, de modo privado, a doutrina do casamento plural, em Nauvoo, Illinois.

16 a 17 de maio de 1843São dados os ensinamentos que se encontram em Doutrina e Convênios 131.

28 de maio de 1843Joseph e Emma Smith são selados em casamento para a eternidade.

Maio–julho de 1843Emma Smith consente com vários casamentos plurais de Joseph Smith, mas tem dificuldades para aceitar a prática.

12 de julho de 1843Doutrina e Convênios 132 é recebida.

Doutrina e Convênios 131: Informações históricas adicionais

O entendimento que o profeta Joseph Smith tinha do papel essencial do casamento no plano de salvação do Pai Celestial se desenvolveu gradualmente. Em março de 1831, em resposta à doutrina ensinada por um grupo religioso denominado shakers, que “rejeitavam o casamento e acreditavam numa vida totalmente celibatária” (D&C 49, cabeçalho da seção), o Senhor declarou que “o casamento foi instituído por Deus” (ver D&C 49:15). Na mesma revelação, o Senhor explicou que “é legítimo que [um homem] tenha uma esposa e os dois serão uma só carne; e tudo isto para que a Terra cumpra o fim de sua criação” (D&C 49:16). Em 24 de novembro de 1835, enquanto realizava uma cerimônia de casamento, o profeta ensinou que o casamento é “uma instituição do céu que o próprio Deus solenizou pela primeira vez no Jardim do Éden, pela autoridade do sacerdócio eterno” (“History, 1834–1836”, página 136, josephsmithpapers.org). Em 3 de abril de 1836, o profeta Elias apareceu ao profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery no Templo de Kirtland e restaurou as chaves do sacerdócio que permitem que as famílias sejam seladas para a eternidade (ver D&C 110:13–16). Os registros indicam que, já na década de 1840, o profeta Joseph Smith ensinou de modo privado o princípio do casamento eterno (ver Autobiography of Parley Parker Pratt, ed. por Parley P. Pratt Jr., 1938, pp. 297–298).

Em 16 de maio de 1843, o profeta Joseph Smith e seu escrevente William Clayton viajaram para Ramus, Illinois, e ficaram hospedados na casa de Benjamin e Melissa Johnson. “Os Johnson estavam casados desde o Natal de 1841, mas Joseph disse a eles que pretendia casá-los de acordo com a lei do Senhor. (…) Ele ensinou que os homens e as mulheres precisavam entrar no novo e eterno convênio do casamento a fim de obter as maiores bênçãos de Deus. Ele então selou Benjamin e Melissa para a eternidade” (Matthew McBride, “Nosso coração se rejubilou ao ouvi-lo falar”, em Revelações em Contexto, ed. por Matthew McBride e James Goldberg, 2016, p. 289; ver também Benjamin F. Johnson, My Life’s Review, 1947, p. 96). William Clayton registrou os ensinamentos do profeta na ocasião, e alguns desses ensinamentos se encontram em Doutrina e Convênios 131:1–4.

Na manhã seguinte, 17 de maio, o profeta Joseph Smith pregou um sermão com base em 2 Pedro 1 para um grupo de membros da Igreja em Ramus. Em seu sermão, o profeta se referiu à expressão “temos muito firme a palavra dos profetas” (2 Pedro 1:19). William Clayton registrou os ensinamentos do profeta deixados nesse sermão (ver “Historical context and overview of Doctrine and Covenants 131”, em Dennis L. Largey e Larry E. Dahl, eds., Doctrine and Covenants Reference Companion, 2012, p. 848). Parte desses ensinamentos se encontra em Doutrina e Convênios 131:5–6.

Um ministro metodista chamado Samuel A. Prior também estava presente no sermão do profeta Joseph Smith, em Ramus, em 17 de maio de 1843 e, “mais tarde, naquela noite (17 de maio), foram feitos acertos para que o reverendo Prior falasse para os santos”. Depois do sermão, o profeta “perguntou se poderia compartilhar seus pensamentos sobre alguns pontos nos quais eles divergiam”. Enquanto o profeta discursava, William Clayton registrou seus ensinamentos (ver “Historical context and overview of Doctrine and Covenants 131”, p. 848). Alguns desses ensinamentos se encontram em Doutrina e Convênios 131.

Imagem
Mapa 8: A região do Missouri, de Illinois e de Iowa, nos EUA.

Doutrina e Convênios 131

O profeta Joseph Smith ensina sobre o casamento eterno e esclarece outras verdades

Doutrina e Convênios 131:1–4. “Três céus ou graus”

O profeta Joseph Smith e os santos aprenderam gradualmente a respeito do que é exigido para receber a exaltação no reino celestial à medida que a Restauração se desenrolava. Exemplos dessas verdades vieram como parte de revelações a partir de 1829: Aqueles que “[guardam os] mandamentos [de Deus] e [perseveram] até o fim [terão] vida eterna, que é o maior de todos os dons de Deus” (D&C 14:7). Aqueles que derem ouvidos à voz do Senhor, e crerem, arrependerem-se e forem batizados, sim, na água, receberão o dom do Espírito Santo e serão dignos de “[herdar] o reino de Deus” (ver Moisés 6:52, 57). Aqueles que “[praticam] as obras da retidão [receberão] (…) vida eterna no mundo vindouro” (D&C 59:23). E aqueles que fizerem todas essas coisas e “[vencerem] pela fé e [forem] selados pelo Santo Espírito da promessa (…) surgirão na ressurreição dos justos. (…) Estes são aqueles cujo corpo é celestial, cuja glória é a do sol, sim, a glória de Deus, a mais elevada de todas” (D&C 76:53, 65, 70).

Imagem
sala de selamento do Templo de Buenos Aires Argentina

Uma sala de selamento do Templo de Buenos Aires Argentina.

Em 16 de maio de 1843, o profeta Joseph Smith ensinou mais doutrina sobre como receber a vida eterna ao explicar que “na glória celestial há três céus ou graus” (D&C 131:1). A exaltação, ou vida eterna, é o “mais elevado estado de felicidade e glória” (Guia para Estudo das Escrituras, “Exaltação”, scriptures.LDS.org). O profeta ensinou que, “para obter o mais elevado [grau do reino celestial] um homem precisa entrar nesta ordem do sacerdócio [que significa o novo e eterno convênio do casamento]” (D&C 131:2). O presidente Marion G. Romney (1897–1988), da Primeira Presidência, resumiu essa doutrina ao dizer: “O novo e eterno convênio do casamento celestial é a porta para a exaltação no reino celestial” (Conference Report, abril de 1962, p. 17).

A irmã Julie B. Beck, que serviu como presidente geral da Sociedade de Socorro, explicou que as bênçãos obtidas por meio do “novo e eterno convênio do casamento” (D&C 131:2) são igualmente compartilhadas pelo marido e pela mulher: “Um homem e uma mulher que entram na parceria plena do convênio de um casamento no templo partilham igualmente das bênçãos daquele convênio se forem fiéis (ver D&C 131:1–2). O Senhor disse que esse convênio estará em vigor após esta vida, e juntos recebem a promessa de poder e exaltação (ver D&C 132:19–20)” (“Uma torrente de bênçãos”, A Liahona, maio de 2006, p. 12).

Doutrina e Convênios 131:2. “O novo e eterno convênio do casamento”

Pouco depois de ensinar sobre a doutrina do casamento eterno, em Ramus, Illinois, o profeta Joseph Smith e sua esposa, Emma, foram selados pelo poder do sacerdócio em 28 de maio de 1843 em Nauvoo, Illinois, na sala do andar superior da Loja de Tijolos Vermelhos de Joseph. Por meio de sua participação nessa ordenança de casamento, eles entraram no “novo e eterno convênio do casamento” (D&C 131:2). Esse convênio é descrito como “novo” porque foi revelado novamente por intermédio do profeta Joseph Smith na dispensação da plenitude dos tempos. É chamado de “eterno” porque perdurará pela eternidade para os que entrarem nele e forem fiéis a seus termos e suas condições.

O presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) enfatizou a importância de entrar no novo e eterno convênio do casamento:

“Não há ordenança de maior importância no evangelho de Jesus Cristo nem de natureza mais solene e sagrada nem mais necessária à [nossa] felicidade eterna (…) do que a do casamento.

A plenitude do sacerdócio e do evangelho e suas bênçãos vêm do casamento eterno. Essa é a ordenança máxima do evangelho e a ordenança máxima do templo” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Fielding Smith, 2013, p. 203).

O presidente Russell M. Nelson ensinou que o novo e eterno convênio necessariamente inclui um homem e uma mulher: “Homens e mulheres recebem a mais alta ordenança na casa do Senhor juntos e igualmente, e de nenhuma outra forma (ver D&C 131:1–3)” (“Mulher — De valor infinito”, A Liahona, janeiro de 1990, p. 22).

O presidente Nelson testifica ainda que o padrão divinamente estabelecido do casamento entre um homem e uma mulher é essencial ao plano de felicidade do Pai Celestial:

“O casamento entre um homem e uma mulher é fundamental para a doutrina do Senhor e essencial para o plano eterno de Deus. O casamento de um homem e uma mulher é o padrão de Deus para uma plenitude de vida na Terra e no céu. O padrão de casamento estabelecido por Deus não pode ser utilizado indevidamente, mal compreendido ou distorcido (ver Mateus 19:4–6; Mosias 29:26–27; Helamã 5:2). Não se quisermos ter a verdadeira alegria. (…)

Em nossos dias, os governos civis têm absoluto interesse em proteger o casamento porque as famílias fortes constituem a melhor maneira de proporcionar saúde, educação, bem-estar e prosperidade para as novas gerações. Mas os governos civis são fortemente influenciados pelas tendências sociais e pelas filosofias seculares ao elaborarem, reescreverem e implantarem leis. Independentemente de quais leis civis sejam implantadas, a doutrina do Senhor em relação ao casamento e à moralidade não pode ser mudada” (“Decisões para a eternidade, A Liahona, novembro de 2013, p. 108).

Doutrina e Convênios 131:3. “E se não o fizer, não poderá obtê-lo”

O profeta Joseph Smith ensinou que, “para obter o mais elevado [grau do reino celestial], um homem precisa entrar nesta ordem do sacerdócio [que significa o novo e eterno convênio do casamento]; e se não o fizer, não poderá obtê-lo. Poderá entrar em outro [grau do reino celestial], mas esse será o fim de seu reino” (D&C 131:2–4). A pessoa perde assim as bênçãos plenas da exaltação e a oportunidade de se tornar semelhante a Deus.

“Alguns membros da Igreja permanecem solteiros independentemente de sua vontade. (…) [Aqueles que permanecerem dignos, (…) receberão] algum dia, nesta vida ou na próxima, (…) as bênçãos de um relacionamento familiar eterno. O Senhor tem repetido essa promessa continuamente por intermédio de Seus profetas atuais” (Sempre Fiéis: Tópicos do Evangelho, 2004, p. 36). O presidente Dieter F. Uchtdorf, da Primeira Presidência, testificou: “O curto período desta vida não é nada comparado com a eternidade. Se simplesmente tivermos esperança, exercermos fé e perseverarmos com alegria até o fim, naquele grande futuro celeste veremos o cumprimento dos desejos justos de nosso coração e muitas coisas mais que mal conseguimos compreender” (“O reflexo na água”, devocional do Sistema Educacional da Igreja, 1º de novembro de 2009; LDS.org).

Doutrina e Convênios 131:4. “Ele não poderá ter descendência”

Em 16 de maio de 1843, o profeta Joseph Smith ensinou que, “para obter o mais elevado [grau do reino celestial], um homem precisa entrar nesta ordem do sacerdócio [que significa o novo e eterno convênio do casamento]; e se não o fizer, (…) não poderá ter descendência” (D&C 131:2–4). Como parte de seus ensinamentos deixados para os membros da Igreja que moravam em Ramus, Illinois, o profeta esclareceu o que significa “ter descendência”: “A menos que um homem e sua esposa entrem num convênio eterno e se casem para a eternidade, enquanto estão neste período probatório, pelo poder e pela autoridade do santo sacerdócio, eles cessarão de ter progênie quando morrerem, ou seja, não terão nenhum filho depois da ressurreição; mas os que se casarem pelo poder e autoridade do sacerdócio nesta vida e continuarem sem cometer o pecado contra o Espírito Santo continuarão a aumentar sua progênie, tendo filhos na glória celestial” (em Manuscript History of the Church, vol. D-1, página 1551, josephsmithpapers.org).

Imagem
família nos jardins do Templo de Provo Utah

O selamento é uma ordenança realizada no templo, unindo eternamente marido e mulher ou os filhos aos pais.

Os ensinamentos do profeta Joseph Smith sobre o casamento eterno no início da década de 1840 ampliaram o entendimento que os santos tinham do importante relacionamento entre marido e mulher. O élder Parley P. Pratt (1807–1857), do Quórum dos Doze Apóstolos, fez um contraste entre as crenças incorretas que tinha anteriormente sobre o casamento com as verdades que aprendeu com o profeta:

“Até então eu tinha aprendido que a afeição e as afinidades familiares estavam restritas a este estado transitório, algo do qual o coração precisaria se livrar inteiramente a fim de alcançar seu estado celeste. (…)

Foi com ele [Joseph Smith] que aprendi que a esposa de meu coração poderia ser unida a mim para esta vida e para toda a eternidade. Foi com ele que aprendi que podemos cultivar essa afeição e fazer com que cresça e se desenvolva para toda a eternidade; e o resultado de nossa união eterna será uma descendência tão numerosa quanto as estrelas do céu ou as areias da praia. (…)

Eu havia amado antes, mas não sabia por quê. Mas, então, passei a amar com pureza, com intensidade, com sentimentos nobres e elevados” (The Autobiography of Parley Parker Pratt, p. 297).

Doutrina e Convênios 131:5. “A palavra mais segura de profecia”

A doutrina ensinada pelo apóstolo Pedro referente à promessa de exaltação feita por Deus (ver 2 Pedro 1) foi tema de pelo menos dois sermões proferidos pelo profeta Joseph Smith. O primeiro deles foi proferido em 14 de maio de 1843 para os membros da Igreja que moravam no assentamento Morley, em Illinois, também conhecido como Yelrome. Em seu sermão, o profeta repetiu o conselho do apóstolo Pedro aos antigos santos cristãos de que “[procurassem] fazer cada vez mais firmes a [sua] vocação e eleição” (ver 2 Pedro 1:10) (ver Manuscript History of the Church, vol. D-1, página 1549, josephsmithpapers.org). O élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou: “Assegurar o chamado e eleição é ser selado para a vida eterna. É ter a garantia incondicional da exaltação no mais alto grau do mundo celestial. É receber a certeza da divindade. É, de fato, adiantar o Dia do Julgamento de modo que uma herança de toda a glória e honra do reino do Pai seja assegurada antes do dia em que o justo realmente entrar na presença divina para se sentar com Cristo em Seu trono, assim como Ele está ‘assentado’ com Seu ‘Pai no seu trono’ (Apocalipse 3:21)” (Doctrinal New Testament Commentary, 1973, vol. 3, pp. 330–331; ver também o comentário sobre Doutrina e Convênios 132:49–50, neste manual).

Em seu sermão em Yelrome, o profeta Joseph Smith também falou sobre a expressão “temos muito firme a palavra dos profetas”, mencionada em 2 Pedro 1:19. Ele ensinou aos santos daquele assentamento que “ter muito firmes a palavra dos profetas” é ter uma confirmação do Espírito que permita que a pessoa saiba que seu chamado e eleição são seguros; é a certeza dada aos fiéis seguidores de Jesus Cristo “de que eles foram selados nos céus e receberam a promessa de vida eterna no reino de Deus”. Explicou que esse conhecimento seria “uma âncora firme e segura para a alma mesmo que os trovões rolassem, e os relâmpagos fulgurassem, e os terremotos rugissem, e a guerra os circundasse de perto, ainda assim essa esperança e esse conhecimento dariam sustento à alma em todas as horas de provações, problemas e tribulações”. Ele também aconselhou os santos a buscar esse dom: “Exorto-os a prosseguirem e a continuarem a invocar a Deus até assegurarem seu chamado e eleição para si mesmos pela obtenção da mais segura palavra de profecia, e a esperarem pacientemente pela promessa até que a alcancem” (relatado por Wilford Woodruff, em Manuscript History of the Church, vol. D-1, páginas 1549–1550, josephsmithpapers.org).

O profeta Joseph Smith usou novamente os ensinamentos do apóstolo Pedro em 17 de maio de 1843 quando visitava Ramus, Illinois. Mais uma vez, pregou um sermão sobre 2 Pedro 1. Durante o sermão, explicou: “A palavra mais segura de profecia significa um homem saber, por revelação e pelo espírito de profecia, que está selado para a vida eterna pelo poder do Santo Sacerdócio” (D&C 131:5).

Doutrina e Convênios 131:6. “É impossível ao homem ser salvo em ignorância”

Em 10 de abril de 1842, o profeta Joseph Smith (1805–1844) pregou um sermão em Nauvoo, Illinois, repreendendo os iníquos e ensinando aos santos que “sem conhecimento não podemos ser salvos”. Ele também ensinou: “O homem é salvo na mesma proporção em que adquire conhecimento, porque, se não adquirir conhecimento, será levado cativo por algum poder maligno no outro mundo, porque os espíritos malignos terão mais conhecimento e consequentemente mais poder do que muitos homens que estão na Terra. Por isso precisamos de revelação para ajudar-nos e dar-nos conhecimento das coisas de Deus” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 278).

Em seu sermão de 17 de maio de 1843 para os membros da Igreja que moravam em Ramus, Illinois, o profeta Joseph Smith ensinou que “conhecimento é poder, e o homem que tem mais conhecimento tem o maior poder”. Ele também ensinou que “é impossível ao homem ser salvo em ignorância” (em Manuscript History of the Church, vol. D-1, páginas 1551–1552, josephsmithpapers.org; ver também D&C 131:6).

O presidente Marion G. Romney explicou o tipo de conhecimento que é necessário para uma pessoa ser salva:

“Recebendo a mensagem do Salvador e aceitando-o pelo que era e é, os apóstolos obtiveram a vida eterna (ver João 17:1–2, 6–8).

O conhecimento do ‘único Deus verdadeiro, e [de] Jesus Cristo’ (João 17:3) é o conhecimento mais importante do universo; é o conhecimento sem o qual o profeta Joseph Smith disse que nenhum homem pode ser salvo. A falta desse conhecimento é a ignorância a que se refere a revelação onde está escrito: ‘É impossível ao homem ser salvo em ignorância’ (D&C 131:6)” (“Aquele que não nascer de novo”, A Liahona, fevereiro de 1982, p. 24).

Doutrina e Convênios 131:7–8. “Todo espírito é matéria”

Na noite de 17 de maio de 1843, o profeta Joseph Smith e outros ouviram um sermão proferido por Samuel A. Prior, um pregador metodista. Quando o reverendo Prior terminou seu sermão, o profeta perguntou se poderia fazer algumas correções (ver Manuscript History of the Church, vol. D-1, página 1552, josephsmithpapers.org). O reverendo Prior escreveu o seguinte numa carta de agradecimento por sua visita aos santos: “Depois que terminei, [Joseph] Smith, que estava presente, levantou-se e pediu licença para discordar de mim em alguns pontos de doutrina, e ele o fez de modo manso, delicado e tocante, como alguém que estava mais desejoso de divulgar a verdade e expor o erro, do que por adorar o triunfo maldoso de um debate comigo. Fui realmente edificado por suas palavras e me senti menos preconceituoso contra os mórmons do que nunca. Ele me convidou a visitá-lo, e prometi fazê-lo” (“A Visit to Nauvoo”, Times and Seasons, 15 de maio de 1843, p. 198; observe que a data dessa edição não reflete a data real de sua publicação; o artigo anterior à carta do reverendo Prior está datado do dia 19 de maio, e o artigo posterior está datado do dia 22 de maio). Naquela ocasião, o profeta Joseph Smith ensinou que “não existe algo como matéria imaterial. Todo espírito é matéria, mas é mais refinado ou puro e só pode ser discernido por olhos mais puros” (D&C 131:7; ver também Manuscript History of the Church, vol. D-1, página 1552, josephsmithpapers.org).

Pouco mais de um ano antes, em 1º de abril de 1842, o profeta Joseph Smith ensinou o seguinte sobre a natureza do espírito: “Encontraremos uma diferença muito material entre o corpo e o Espírito: o corpo é supostamente matéria organizada, e o Espírito é considerado por muitos como sendo imaterial, sem substância. Pedimos licença para discordar dessa última declaração — afirmando que o Espírito é substância; é material, mas de uma matéria mais pura, elástica e refinada que a do corpo — que ele existiu antes do corpo, pode existir no corpo e existirá separadamente do corpo, quando este estiver se desfazendo no pó; e será novamente reunido a ele na ressurreição” (em Manuscript History of the Church, vol. C-1, página 1307, josephsmithpapers.org).

Doutrina e Convênios 132: Informações históricas adicionais

Em fevereiro e março de 1831, o profeta Joseph Smith estava trabalhando no livro de Gênesis como parte da tradução inspirada do Velho Testamento. Ao trabalhar na tradução, o profeta perguntou ao Senhor a respeito do casamento plural de antigos patriarcas como Abraão, Isaque, Jacó e outros. Em resposta, o Senhor revelou princípios referentes ao casamento plural. Joseph Smith, no final, foi ordenado a viver esse princípio (ver “O casamento plural em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”, LDS.org).

Em 1840, um ano depois de os santos se mudarem para Nauvoo, Illinois, o profeta Joseph Smith começou a ensinar em privado o princípio do casamento eterno. A importância do novo e eterno convênio do casamento no plano de Deus foi enfatizada na revelação recebida pelo profeta em maio de 1843, em Ramus, Illinois (ver D&C 131:1–4). Informações adicionais sobre o novo e eterno convênio do casamento foram novamente transmitidas em julho de 1843, quando o profeta Joseph Smith ditou uma longa revelação que incluía princípios referentes ao casamento eterno e também ao casamento plural.

Este capítulo do manual do aluno aborda Doutrina e Convênios 132:1–33, que trata principalmente da doutrina do “novo e eterno convênio do casamento” (D&C 131:2). O capítulo 52 deste manual aborda Doutrina e Convênios 132:34–66, que fala principalmente do princípio do casamento plural.

Imagem
Mapa 10: Nauvoo, Illinois, 1839–1846

Doutrina e Convênios 132:1–20

O Senhor explica as condições e as bênçãos do “novo e eterno convênio”

Doutrina e Convênios 132:1–2. “Já que te dirigiste a mim para saber”

Enquanto trabalhava na tradução inspirada do Velho Testamento, o profeta Joseph Smith leu que os antigos patriarcas, como Abraão, Isaque e Jacó, “[tiveram] muitas mulheres e concubinas” (D&C 132:1; ver também Gênesis 16:1–3; 25:6; 30:1–13; 2 Samuel 5:13; 1 Reis 11:1–6). Isso levou o profeta a perguntar ao Senhor sobre essa prática. Esses casamentos não apenas eram contrários aos padrões culturais e legais da época de Joseph Smith, mas também ao padrão de casamento ensinado pelo profeta Jacó no Livro de Mórmon: “Nenhum homem dentre vós terá mais que uma esposa; e não terá concubina alguma” (Jacó 2:27; ver também D&C 49:15–16). O Senhor proibiu expressamente o casamento plural a menos que Ele ordenasse a seu povo (ver Jacó 2:30; D&C 132:34–35).

Em resposta à pergunta do profeta, o Senhor primeiramente forneceu uma explicação do princípio do casamento eterno, conhecido como “o novo e eterno convênio do casamento” (D&C 131:2; ver D&C 132:3–33). Depois, como lemos em Doutrina e Convênios 132:34, o Senhor voltou à pergunta de Joseph Smith sobre a antiga prática do casamento plural.

Doutrina e Convênios 132:1. O que são concubinas?

Nos tempos antigos, uma concubina era uma mulher legalmente casada com um homem, mas que, devido à época e à cultura do local em que ela morava, tinha uma condição social inferior que a de uma esposa e menos direitos que ela (ver Gênesis 25:5–6; 2 Samuel 5:13). As concubinas não faziam parte do casamento plural praticado pelos antigos santos desta dispensação (ver Bruce R. McConkie, Mormon Doctrine, 2ª ed., 1966, pp. 154–155).

Doutrina e Convênios 132:3–6. “Um novo e eterno convênio” e “o novo e eterno convênio”

Na revelação que se encontra em Doutrina e Convênios 132, o Senhor revelou uma lei que ele chamou de “um novo e eterno convênio” (D&C 132:4), dizendo ao profeta Joseph Smith que ele e todos que recebessem essa lei deveriam obedecer a ela. Essa lei recém-revelada fazia parte do “novo e eterno convênio” (D&C 132:6) restaurado nesta dispensação da plenitude dos tempos (ver também D&C 66:2).

Imagem
local de reunião na Loja de Tijolos Vermelhos, em Nauvoo, Illinois

A Loja de Tijolos Vermelhos de Joseph Smith, em Nauvoo, Illinois, na qual alguns santos aprenderam sobre o selamento para a eternidade

O élder Marcus B. Nash, dos setenta, explicou a diferença entre “um novo e eterno convênio” (D&C 132:4; grifo do autor) e “o novo e eterno convênio” (D&C 132:6; grifo do autor):

“O novo e eterno convênio ‘é a soma total de todos os convênios e obrigações do evangelho’ (Joseph Fielding Smith, Doutrinas de Salvação, comp. por Bruce R. McConkie, 1954–1956, vol. 1, p. 170) dados no passado (ver Jeremias 32:40; D&C 22:1) e restaurados novamente na Terra, nestes últimos dias. (…) Como o convênio foi restaurado na última dispensação dos tempos, ele é ‘novo’, e como se estende por toda a eternidade (D&C 132:7), é ‘eterno’.

Nas escrituras, o Senhor fala em termos de ‘o’ novo e eterno convênio e de ‘um’ novo e eterno convênio. Em Doutrina e Convênios 22:1, por exemplo, Ele Se refere ao batismo como ‘um convênio novo e eterno, que era desde o princípio’. Em Doutrina e Convênios 132:4, da mesma forma, Ele Se refere ao casamento eterno como ‘um novo e eterno convênio’. Quando fala de ‘um’ novo e eterno convênio, Ele Se refere a um dos muitos convênios englobados em Seu evangelho.

Quando o Senhor Se refere, de modo geral, a ‘o’ novo e eterno convênio, está falando da plenitude do evangelho de Jesus Cristo, que engloba todas as ordenanças e todos os convênios necessários à salvação e à exaltação da humanidade. Nem o batismo, nem o casamento eterno é ‘o’ novo e eterno convênio, mas cada um deles faz parte do todo” (“O novo e eterno convênio”, A Liahona, dezembro de 2015, pp. 26–27).

O Senhor ensinou: “E quanto ao novo e eterno convênio, foi instituído para a plenitude de minha glória; e aquele que recebe sua plenitude deve cumprir a lei e cumpri-la-á; caso contrário, será condenado” (D&C 132:6). Ser “condenado” é “a condição em que o progresso de uma pessoa é interrompido e o acesso à presença de Deus e à Sua glória é negado. Há vários graus de condenação. Todos os que não alcançarem a plenitude da exaltação celestial ficarão, de certa maneira, limitados em seu progresso e em seus privilégios e, nesse sentido, serão condenados” (Guia para Estudo das Escrituras, “Condenação, Condenar”, scriptures.LDS.org). Aqueles que optarem por não entrar no novo e eterno convênio do casamento serão “condenados” porque não poderão receber a exaltação no mais elevado grau do reino celestial e “não [poderão] ter descendência” (ver D&C 131:2–4).

O élder Marcus B. Nash ensinou que a doutrina do casamento eterno ensinada em Doutrina e Convênios 132:4 não é o casamento plural: “Algumas pessoas, inclusive alguns membros da Igreja, erroneamente leem Doutrina e Convênios 132:4, achando que isso significa que o casamento plural é necessário para a exaltação, levando-os a crer que o casamento plural é um pré-requisito necessário para a exaltação na esfera celeste. Isso, porém, não encontra apoio nas revelações. Conforme está escrito em Doutrina e Convênios 131132, o Senhor apresentou a lei do casamento eterno referindo-Se expressamente ao selamento de um homem e uma mulher (ver Doutrina e Convênios 132:4–7, 15–25). Ao estabelecer a lei do casamento eterno no contexto de um casamento monogâmico, o Senhor deixa claro que as bênçãos da exaltação, oferecidas a cada homem e a cada mulher que entra dignamente no convênio do casamento eterno realizado pela devida autoridade do sacerdócio, independem de o casamento ser plural ou monogâmico (ver D&C 132:15–25)” (“O novo e eterno convênio”, p. 28).

Doutrina e Convênios 132:7. Que condições precisam ser cumpridas para que os convênios sejam eternamente válidos?

Em contraste com os contratos terrenos, que “têm fim quando os homens morrem” (D&C 132:7), os convênios que fazemos com o Senhor podem ser válidos para sempre. Um convênio é um “pacto entre Deus e o homem, embora as duas partes não se encontrem no mesmo nível. Deus estipula as condições do convênio e o homem concorda em fazer o que Ele pede. Deus, então, promete-lhe certas bênçãos pela obediência” (Guia para Estudo das Escrituras, “Convênio”, scriptures.LDS.org). Na revelação que se encontra em Doutrina e Convênios 132, o Senhor deu as condições necessárias para que qualquer convênio seja eternamente válido: “Todos os convênios (…) que não forem feitos nem acertados nem selados pelo Santo Espírito da promessa, tanto para esta vida como para toda a eternidade, por meio daquele que foi ungido e (…) a quem designei na Terra para possuir esse poder (…) não terão eficácia, virtude ou vigor algum na ressurreição dos mortos nem depois dela; porque todos os contratos que não são realizados com esse propósito têm fim quando os homens morrem” (D&C 132:7). Portanto, para ser eternamente válido, os convênios precisam ser “selados pelo Santo Espírito da promessa”, feitos “para esta vida como para toda a eternidade” e feitos sob a direção da pessoa que possui e está autorizada a usar todas as chaves do sacerdócio (D&C 132:7).

Imagem
casal diante do Templo de Joanesburgo África do Sul

Depois de receber a ordenança de selamento e fazer convênios sagrados no templo, o casal precisa continuar fiel para receber as bênçãos do casamento eterno e da exaltação.

O élder David A. Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou o que significa ser “selado pelo Santo Espírito da promessa” (D&C 132:7): “O Santo Espírito da promessa é o poder santificador do Espírito Santo. Quando selado pelo Santo Espírito da promessa, uma ordenança, voto ou convênio é selado na Terra e no céu (ver D&C 132:7). Receber esse ‘selo de aprovação’ do Espírito Santo é resultado de fidelidade, integridade e constância em honrar os convênios do evangelho ‘com o correr do tempo’ (Moisés 7:21). Contudo, esse selo pode ser retirado devido à iniquidade e transgressões” (“Necessários vos é nascer de novo”, A Liahona, maio de 2007, p. 22).

O presidente Boyd K. Packer (1924–2015), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que a pessoa que possui o poder para selar e “as chaves desse sacerdócio” (D&C 132:7) é o presidente da Igreja:

“As chaves do sacerdócio são o direito de presidir e dirigir os assuntos da Igreja dentro de uma jurisdição. Todas as chaves do sacerdócio se encontram em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e nenhuma outra chave existe fora da Igreja sobre a Terra.

A todos os homens ordenados apóstolos e apoiados como membros do Quórum dos Doze Apóstolos são conferidas todas as chaves do sacerdócio (ver D&C 27:13; D&C 110:11–16; D&C 112:30).

O presidente da Igreja é a única pessoa na face da Terra que tem o direito de exercer todas as chaves em sua plenitude (ver D&C 132:7)” (“O que todo élder deveria saber — E toda irmã também”, A Liahona, novembro de 1994, p. 17).

Embora todos os apóstolos do Senhor recebam todas as chaves pertencentes ao reino de Deus na Terra, eles somente exercem essas chaves conforme a direção do presidente da Igreja (ver D&C 107:65–67, 91–92; 112:30–32). O élder Gary E. Stevenson, do Quórum dos Doze Apóstolos, testificou: “As chaves estão em segurança na mão de profetas, videntes e reveladores. Elas foram conferidas, delegadas e designadas a outros, de acordo com a vontade do Senhor, sob a direção do presidente da Igreja” (“Onde estão as chaves e a autoridade do sacerdócio?”, A Liahona, maio de 2016, p. 32). As chaves do sacerdócio são delegadas aos líderes presidentes do sacerdócio, tais como presidentes de templo, presidentes de missão, presidentes de estaca e bispos, os quais, por sua vez, podem autorizar pessoas a participar das ordenanças de salvação e fazer os respectivos convênios.

Doutrina e Convênios 132:15–18. “Se um homem se casar com uma mulher”

O Senhor deu dois exemplos de casamento para ilustrar a importância de cumprir as condições essenciais para que os convênios sejam válidos nas eternidades. Esses exemplos ilustram o que acontece aos que optam por não cumprir as condições dadas pelo Senhor para o casamento eterno (ver D&C 132:7). Primeiro, o Senhor descreveu o casamento no qual um homem e uma mulher fazem convênio de se casar somente para esta vida (ver D&C 132:15–17). Sob esse acordo, quando um dos cônjuges morre, o casamento termina. Esses cônjuges “permanecem separados e solteiros, sem exaltação, no seu estado de salvação, por toda a eternidade; e daí em diante não são deuses, mas anjos de Deus para todo o sempre” (ver D&C 132:17). Em seguida, o Senhor descreveu um casamento no qual um homem e uma mulher “[fazem] um convênio [um com o outro] para esta vida e para toda a eternidade”, mas como “esse convênio não [foi] feito por mim nem por minha palavra, que é a minha lei, e não [foi] selado pelo Santo Espírito da promessa, (…) não será válido nem estará em vigor quando se encontrarem fora do mundo, porque não foram unidos por mim nem por minha palavra” (D&C 132:18). Isso pode se referir àqueles que prometem ou aos quais é prometido, como parte de sua cerimônia de casamento, que estarão casados para sempre, mas que não foram selados pela devida autoridade do sacerdócio. Também pode se referir aos que recebem a ordenança de selamento do casamento no templo, mas que não honram seus convênios e, assim, não são selados pelo Santo Espírito da promessa.

O presidente Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou:

“A fim de nos qualificar para a vida eterna, precisamos fazer um convênio eterno com nosso Pai Celestial (ver D&C 132:19). Isso significa que o casamento no templo é realizado não apenas entre marido e mulher, mas inclui a parceria com Deus (ver Mateus 19:6).

(…) Quando a família é selada no templo, ela se torna eterna como o próprio reino de Deus (ver D&C 132:19–20).

Essa recompensa exige mais do que apenas um desejo esperançoso. Certa vez, li um obituário no jornal desejando que um falecimento recente tivesse reunido a pessoa a seu cônjuge falecido, quando, na verdade, eles não tinham escolhido essa opção eterna. Em vez disso, optaram por um casamento que era válido somente enquanto vivessem. O Pai Celestial lhes oferecera um dom sublime, mas eles o recusaram. E por rejeitarem o dom, rejeitaram seu Doador (D&C 88:33)” (“Casamento celestial”, A Liahona, novembro de 2008, p. 93).

Doutrina e Convênios 132:15–17. “Quando estão fora do mundo não se casam nem são dados em casamento”

Quando os saduceus, que rejeitaram “as doutrinas da Ressurreição e da vida eterna” (Guia para Estudo das Escrituras, “Saduceus”, scriptures.LDS.org), perguntaram a Jesus Cristo qual homem de sete irmãos que haviam casado com a mesma mulher estaria casado com ela após a ressurreição, Ele respondeu: “Na ressurreição nem casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu” (ver Mateus 22:23–30; ver também Lucas 20:27–35). Alguns interpretaram erroneamente esse ensinamento, dando a entender que o casamento não dura para além desta vida ou que as pessoas que não tiveram a oportunidade de se casar nesta vida nunca receberão essa bênção. Contudo, as palavras do Senhor registradas em Doutrina e Convênios 132:15–17 deixam claro que Seus ensinamentos registrados no Novo Testamento se referem às pessoas que optaram por não entrar no novo e eterno convênio do casamento ou viver pelas condições do convênio. Aqueles que optarem por não entrar no novo e eterno convênio do casamento ou honrá-lo “[permanecerão] separados e solteiros, sem exaltação” (D&C 132:17; ver também o comentário sobre D&C 131:3 neste capítulo do manual).

Doutrina e Convênios 132:19–20. “E se guardarem meu convênio”

Para receberem as bênçãos da exaltação, os filhos do Pai Celestial precisam entrar no novo e eterno convênio do casamento, sendo selados no templo. Embora o casamento no templo seja um começo importante, ele não é o suficiente para se receber a exaltação. O Senhor deixou claro que um homem e uma mulher só podem receber as bênçãos da exaltação se “[guardarem] [Seu] convênio” depois de entrarem no novo e eterno convênio do casamento (D&C 132:19). “[Guardar] [Seu] convênio” implica aceitar e viver a lei de DeusO élder Cree-L Kofford, dos setenta, explicou que o casamento eterno exige comprometimento e obediência às leis de Deus:

“Estar casados à maneira do Senhor não significa necessariamente que não haverá discórdias, brigas, momentos de desespero e de provação. Estar casados no templo é um ótimo começo, mas só funcionará enquanto o casal for plenamente obediente aos convênios que fizeram. (…)

Seu casamento, mesmo tendo começado na sala de selamento do templo, ainda exigirá esforço dedicado. Exigirá compreensão, amor, perdão, paciência e todas as outras virtudes que vocês poderiam imaginar. Pode haver dias em que vocês vão chorar, e pode haver discórdias. Mas se lembrem disto: vocês estão trabalhando e construindo um relacionamento que perdurará pela eternidade. Mas isso pode e vai acontecer somente se vocês dois amarem Seu Pai Celestial e viverem Seus ensinamentos” (“Marriage in the Lord’s Way, Part Two”, Ensign, julho de 1998, pp. 22–23).

Doutrina e Convênios 132:20. “Então serão deuses, pois não terão fim”

Todos os seres humanos são filhos do Pai Celestial e têm o potencial de se tornarem semelhantes a Deus. A Bíblia contém várias passagens que se referem ao potencial que os filhos de Deus têm de se tornarem semelhantes a Ele (ver Gênesis 1:26–27; 3:22; Salmos 82:6; Mateus 5:48; João 10:33–34; Atos 17:29; Romanos 8:16–17; 2 Pedro 1:4; Apocalipse 3:21).

Por meio de uma série de revelações, o profeta Joseph Smith ficou sabendo que aqueles que recebem a exaltação “são deuses, sim, os filhos de Deus” (D&C 76:58), “serão igualados [ao Cordeiro de Deus]” (ver D&C 88:106–107) e “[receberão da] plenitude [do Pai]” (D&C 93:20). A revelação que o profeta ditou em 12 de julho de 1843 explicava que o casamento eterno é necessário para se obter a exaltação e a divindade. O Senhor ensinou: “Se um homem se casar com uma mulher pela minha palavra, que é a minha lei, e pelo novo e eterno convênio e for selado pelo Santo Espírito da promessa por aquele que foi ungido, (…) então serão deuses” (D&C 132:19–20).

Numa conferência da Igreja realizada em abril de 1844, “Joseph Smith falou sobre a natureza de Deus e o futuro da humanidade para os santos. (…) Ele aproveitou a ocasião em parte para refletir sobre a morte de um membro da Igreja chamado King Follett, que morrera inesperadamente um mês antes”, e depois ensinou que Deus estabeleceu leis pelas quais Seus filhos poderiam ter a oportunidade de progredir como Ele o fez e ser exaltados como Ele (“Tornar-se como Deus”, topics.LDS.org; ver também Joseph Smith, Discourse, Nauvoo, Illinois, 7 de abril de 1844; em Times and Seasons, 15 de agosto de 1844, páginas 612–617, josephsmithpapers.org). Somente por meio da Expiação de Jesus Cristo e pela obediência às leis de Deus, inclusive a de entrar no novo e eterno convênio do casamento e guardá-lo, é que uma pessoa pode alcançar a exaltação.

Uma das bênçãos de se tornar como Deus é a capacidade de ter filhos nas eternidades. O presidente Lorenzo Snow (1814–1901) descreveu essa bênção: “Pensem nas promessas que lhes foram feitas na bela e gloriosa cerimônia do convênio de casamento no templo. Quando dois membros da Igreja são unidos em matrimônio, são-lhes feitas promessas quanto à sua posteridade que abrangem todas as eternidades. É lhes prometido que eles terão o poder e o direito de governar, controlar e administrar a salvação, exaltação e glória nos mundos de sua posteridade sem fim. E se não tiverem tido filhos aqui, sem dúvida haverá oportunidades para que os tenham posteriormente” (The Teachings of Lorenzo Snow, ed. por Clyde J. Williams, 1996, p. 138).

Doutrina e Convênios 132:21–33

O Senhor explica como conhecer o Pai e o Filho

Doutrina e Convênios 132:21–25. “Isto é o significado de vidas eternas”

O Senhor enfatizou a importância de aceitar Sua lei do casamento eterno para a exaltação quando Ele disse: “Pois estreita é a porta e apertado o caminho que leva à exaltação e à continuação das vidas, e poucos há que o encontram” (D&C 132:22). A frase “continuação das vidas” significa mais do que a promessa de ressurreição. Ela se refere à capacidade daqueles que obtêm a exaltação para criarem sua própria família eterna por meio da geração e criação de espíritos. Eles receberão as bênçãos de Abraão, que incluem ter uma posteridade tão numerosa “como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar” (Gênesis 22:17; ver também D&C 132:30).

Para herdar essas bênçãos e viver eternamente com o Pai Celestial e Jesus Cristo, precisamos “[receber o Senhor] no mundo” e conhecer a Deus nosso Pai e a Seu filho, Jesus Cristo (ver D&C 132:23–24). Passamos a conhecê-Los ao recebermos e vivermos Suas leis, inclusive a lei do casamento eterno (ver D&C 132:24–25). O élder Bruce R. McConkie ensinou: “Conhecer a Deus é pensar o que Ele pensa, sentir o que Ele sente, ter o poder que Ele tem, compreender as verdades que Ele compreende e fazer aquilo que Ele faz. Aqueles que conhecem a Deus se tornam como Ele e têm o mesmo tipo de existência que Ele tem, que é a vida eterna” (Doctrinal New Testament Commentary, vol. 1, p. 762).

Os que escolhem não entrar no novo e eterno convênio do casamento não podem vir a conhecer a Deus. O Senhor disse: “Larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz às mortes; e muitos há que entram por ela, porque não me recebem nem guardam minha lei” (D&C 132:25). Referindo-se a Doutrina e Convênios 132:25, o presidente Joseph Fielding Smith ensinou: “O termo ‘mortes’ aqui mencionado se refere ao afastamento de todos aqueles que rejeitaram esse eterno convênio do casamento, sendo-lhes assim negado o poder da exaltação e a continuação de sua posteridade. Ser privado de uma posteridade e da organização familiar leva às ‘mortes’, ou ausência de progênie na vida futura” (Church History and Modern Revelation, 1953, vol. 2, p. 360).

Doutrina e Convênios 132:26–27. “Se (…) ele ou ela cometer qualquer pecado ou transgressão contra o novo e eterno convênio”

Na revelação que se encontra em Doutrina e Convênios 132, o Senhor incluiu uma advertência às pessoas que entram no novo e eterno convênio do casamento e cujos convênios são selados pelo Santo Espírito da promessa. O Senhor esclareceu que, mesmo que uma pessoa tenha entrado no convênio do casamento eterno e que o Espírito Santo tenha selado esse convênio, essa pessoa ainda é responsável por seus pecados se “ele ou ela cometer qualquer pecado ou transgressão contra o novo e eterno convênio” (D&C 132:26). O presidente Joseph Fielding Smith ensinou o seguinte a respeito desse versículo: “O Senhor jamais prometeu a alma alguma que poderia ser levada à exaltação, sem o espírito de arrependimento. Embora este não seja explicitamente mencionado nessa passagem, todavia é, e deve ser subentendido” (Doutrinas de Salvação, vol. 2, p. 95).

O “sangue inocente” mencionado em Doutrina e Convênios 132:27 é o sangue inocente de Jesus Cristo, e é a isso que a frase “consentir em minha morte” se refere nesse versículo. Essa é a descrição de uma pessoa que se tornou um filho de perdição (ver Bruce R. McConkie, A New Witness for the Articles of Faith, 1985, pp. 232–233).

Doutrina e Convênios 132:28–33. “Abraão recebeu todas as coisas (…) por revelação e mandamento”

Imagem
estrelas na Via Láctea

Foi prometido ao profeta Abraão, do Velho Testamento, que sua posteridade seria incontável como as estrelas ou as areias da praia (ver D&C 132:30).

Por Abraão ter recebido de boa vontade todas as leis que o Senhor lhe revelou e obedecido a elas, inclusive a do casamento eterno, ele obteve a exaltação. Aqueles que “[fazem] as obras de Abraão” (D&C 132:32) ao entrar no novo e eterno convênio e guardá-lo receberão as mesmas bênçãos que Abraão recebeu, inclusive a de ter uma posteridade na vida futura.