2020
Ele Nunca Vai Me Esquecer
Janeiro de 2020


“Ministração Significativa” — Uma Série

Ele Nunca Vai Me Esquecer

“Ela então parafraseou Isaías 49:16, dizendo: ‘Eu sei que Ele me ama e nunca se esquecerá de mim porque escreveu meu nome nas palmas das mãos’.”

Algumas das minhas maiores experiências espirituais vieram da visita de membros menos ativos. Tive o privilégio de aprender com eles e, como resultado, minha fé no Senhor Jesus Cristo foi fortalecida. Quando me empenho no resgate, sinto o amor do Salvador mais abundantemente à medida que aumenta minha compreensão e gratidão por Sua Expiação. Deixo cada visita com uma visão mais clara de Sua obra e Sua glória.

Recentemente, três companheiros portadores do sacerdócio e eu estávamos na casa de uma mãe que era a chefe da casa/de família e cuidava de pelo menos quatro filhos. Após uma breve visita, um dos meus colegas/companheiros pediu a esta matriarca que compartilhasse seu hino favorito. Sem hesitar, ela respondeu: “Vinde, Ó Filhos do Senhor”. Eles não frequentavam a igreja há anos e perguntamos se poderíamos cantar esse hino para a família. Seu rosto se iluminou enquanto cantávamos, e a sala brilhava com as belas palavras do hino. Havia sorrisos em todos os rostos quando o Espírito do Senhor encheu a sala. Foi fácil convidarmos esta maravilhosa família de volta à igreja e compartilhar com eles como nosso Salvador deseja que retornem.

Em outra cidade, estávamos na casa de um jovem menos ativo chamado Melusi Ngwenya. Ele estava ocupado a fazer exames e aceitou de bom grado quando perguntamos se ele gostaria de receber uma bênção. Juntou-se a nós nessa visita um amigo de Melusi, do seminário. Esse amigo inspirado lembrou Melusi das boas perguntas que ele fazia nas aulas e que sua participação inspirou e ajudou outros alunos. Seu grande sorriso sugeria que ele não fazia ideia de que havia impactado positivamente alguém.

Quando estávamos a sair da casa/propriedade de Melusi, paramos na sua gaiola pombos e notamos que havia 10 pássaros dentro e a porta da gaiola estava aberta. Perguntamos por que ele deixa a porta aberta e se os pássaros voam e fogem. Com outro grande sorriso, ele respondeu: “Eles sempre voltam; eles sabem que há comida e água aqui e que é o lar.” Ele então nos disse que na verdade tinha cerca de 50 pombos e o resto retornaria naquela noite.

Quando deixamos esse jovem, suas palavras “eles sempre voltam; eles sabem que é o lar” não saía da minha mente. Pensei na Igreja como abrigo, com comida, água e segurança. Alguns podem vagar às vezes e seguir caminhos estranhos e proibidos, mas quando temos olhos que vêem e ouvidos que ouvem, voltamos a participar da água viva e do pão da vida e do abraço de nosso Salvador. Percebemos então que “Sua mão ainda está estendida” (ver 2 Néfi 19:17), chamando-nos a irmos a Ele para que “tenhamos a vida eterna” (ver 3 Néfi 9:14). Lembrei-me novamente de minha responsabilidade de tornar mais fácil para quem se desviou voltar a amá-los e não julgá-los.

Uma terceira visita envolveu a mim, o bispo e outro colega. Entramos na casa de um membro ativo e avó que cuidavam de pelo menos dez crianças e adultos jovens menos ativos. Depois de nos conhecermos, convidei-os a compartilhar suas escrituras favoritas. Diana respondeu prontamente que Jeremias 29:11 era uma escritura significativa para ela. (Esta é uma linda escritura e nem sempre é citada.) Perguntei-lhe por que ela amava essa escritura e ela explicou que isso a lembra de que o Senhor a ama. Ela então parafraseou Isaías 49:16, dizendo: “Eu sei que Ele me ama e nunca me esquecerá porque escreveu meu nome nas palmas das Suas mãos”.

Não esquecerei essa doce experiência com Diana e suas escrituras. Aproveitamos a oportunidade para conversar sobre nossa necessidade de lembrar Dele. Falamos da bênção de participar do sacramento toda semana como uma maneira de lembrá-Lo. Destacamos o significado da promessa: “E se lembrardes sempre de mim, tereis meu Espírito convosco” (3 Néfi 18:7).

Melusi e as duas famílias que visitamos estão novamente a participar ativamente na igreja. O Élder Mervyn B. Arnold, dos Setenta, disse: “Quando vamos ao resgate, Deus nos dá poder, encorajamento e bênçãos”1. Aprendi que receberemos ajuda e inspiração quando estivermos na missão do Senhor. Certamente não vamos sozinhos quando vamos resgatar Seus filhos. Ele realmente nos gravou nas palmas das Suas mãos e, portanto, nunca esquecerá nenhum de seus filhosn.

Tasara Makasi foi chamado Setenta de Área em abril de 2014. Ele foi desobrigado em 2018, quando foi chamado para servir como Presidente da Missão Zimbábue Harare. Ele é casado com Shamiso Mberengwa; eles são pais de quatro filhos.

Nota

  1. Mervyn B. Arnold, “Ao Resgate: Podemos Fazê-lo”, A Liahona, maio de 2016, 53.