2020
Crianças e Jovens: Começar fortes
Janeiro de 2020


Crianças e Jovens: Começar fortes

Líderes da Igreja explicam como os pais e as alas podem ajudar os filhos a se tornarem semelhantes ao Salvador.

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father and daughter

Quer você esteja animado ou um pouco preocupado com a nova iniciativa da Igreja — Crianças e Jovens —, deve ter algumas perguntas: “Como vou ajudar meus filhos?” “Como fazer isso?” “Qual é meu papel nisso?”

Líderes da Igreja dão algumas respostas.

Por que a Igreja está fazendo essa mudança?

Irmã Bonnie H. Cordon: Conforme o presidente Russell M. Nelson ensinou, todos precisamos aumentar nossa capacidade de receber revelação.1 O Crianças e Jovens foi criado para convidar as pessoas e famílias a buscar inspiração do Espírito sobre como progredir e ter alegria no caminho do convênio. É um maravilhoso paralelo com a visão que o profeta tem para cada um de nós.

Irmão Stephen W. Owen: O presidente Nelson também está ensinando que somos uma Igreja centralizada no lar, seja qual for a configuração do nosso lar.2 Não somos uma Igreja centralizada em programas. Os líderes e professores da Igreja podem ajudar nossos filhos a aprender e a viver a doutrina, mas essa responsabilidade começa em casa, e é uma responsabilidade diária.

Conforme o profeta ensinou, precisamos buscar revelação e seguir o Espírito, e o Crianças e Jovens vai nos ajudar a fazer isso — em parte porque se trata de uma simplificação. No passado, havia centenas de exigências para os pais acompanharem e entenderem no Progresso Pessoal, no Dever para com Deus, no Fé em Deus e em outros programas da Igreja à medida que as crianças passavam da infância para a adolescência. Essa nova abordagem convida os jovens e as crianças a buscarem inspiração ao traçarem metas de acordo com suas necessidades e seus interesses.

Irmã Joy D. Jones: Trata-se de uma excelente oportunidade para nossas crianças e nossos jovens, a nova geração, aprofundarem sua fé em Jesus Cristo. Ao aprenderem a buscar e seguir a orientação do Espírito Santo, eles entenderão melhor sua identidade e seu propósito eterno e o modo como poderão progredir e sentir o amor do Pai Celestial por eles. O ponto focal do Crianças e Jovens pode abençoar e fortalecer nossos jovens e sua família no estabelecimento e desenvolvimento de relacionamentos no lar, na Igreja e com o Pai Celestial.

Quais são os primeiros passos que as famílias podem dar para começar a aplicar o Crianças e Jovens?

Irmã Jones: Orar juntos pedindo a orientação do Espírito. Os pais podem começar conversando com a família sobre as três áreas de aplicação do Crianças e Jovens: aprendizado do evangelho, serviço e atividades, e desenvolvimento pessoal. O que estão fazendo atualmente? Como podem crescer como indivíduos e como família nessas três áreas? De que modo esse enfoque em Lucas 2:52 vai ajudar a guiar seus planos e seu estabelecimento de metas para que recordem e sigam o Salvador? Essa é uma oportunidade maravilhosa de fortalecer os jovens, o lar e a família de modo bem simples, consistente e significativo.

Irmã Cordon: Começamos um pouco a cada vez. Para trilhar o caminho do convênio, basta realmente pôr um pé diante do outro. Tracem uma meta. Comecem de modo simples. Os guias para jovens e crianças vão nos proporcionar um padrão maravilhoso para ser seguido.

Irmão Owen: Não devemos complicar demais. É bem simples. Leiam Lucas 2:52. Comecem por aqui. O pai ou a mãe pode, então, sentar-se ao lado de seu filho pequeno ou jovem e conversar com ele a esse respeito. “Como vamos ajudá-lo a crescer em sabedoria, estatura e graça perante Deus e os homens?” “Como podemos aprender ou fazer as coisas juntos?” “Quais metas você pode traçar?” Simplesmente simplifiquem.

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boy holding scriptures

Se há uma coisa que vocês desejam que as crianças e os jovens saibam ao começarmos a utilizar essa abordagem, o que seria?

Irmã Cordon: Trata-se de uma oportunidade incrível de crescer como fez o Salvador! Se estivermos nos perguntando “Em que devo me concentrar?”, podemos lembrar que já estamos fazendo muitas coisas para nos tornar semelhantes a Ele. O aprendizado do evangelho está acontecendo em muitos lares e na Igreja. Estamos servindo e participando de atividades na Igreja. Esse novo esforço é simplesmente uma maneira de colocarmos em prática de modo deliberado e responsável o que estamos aprendendo — e nos concentrar no crescimento nas quatro áreas em que o Salvador cresceu: espiritualmente, socialmente, fisicamente e intelectualmente (ver Lucas 2:52). Isso proporcionará alegria, paz e felicidade duradora para todos nós à medida que seguirmos o Salvador!

Irmã Jones: O desenvolvimento é concentrado no Salvador, centralizado na família e apoiado pela Igreja. Trata-se de uma simplificação e personalização, afastando-nos dos programas do passado. O crescimento virá individualmente. Espero que as crianças, os jovens, os líderes e sua família entendam que essa é uma maneira alcançável e adaptável para todos os filhos do Pai Celestial do mundo inteiro progredirem juntos e sentirem alegria duradoura no caminho do convênio. Não será uma grande mudança nem será muito difícil de se aprender. Trata-se de fazer mais do que já estamos fazendo à medida que formos guiados pelo Espírito, de modo que nossos sinceros esforços ampliem nossa capacidade de seguir o Salvador com amor e eficácia.

Por que é importante que os jovens e as crianças se desenvolvam tal como o Salvador o fez?

Irmã Jones: Em primeiro lugar e acima de tudo, eles fizeram o convênio de sempre segui-Lo. Fizeram convênio de “servir de testemunhas de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em todos os lugares” (Mosias 18:9). Portanto, precisam se desenvolver como Ele o fez: espiritualmente, socialmente, fisicamente e intelectualmente. Seus convênios são não apenas o motivo pelo qual devem fazê-lo, mas também lhes proporcionam a capacidade para atingirem suas metas.

Irmão Owen: Todo o nosso propósito na vida é seguir o Pai celestial e Seu Filho Jesus Cristo e nos tornar semelhantes a Eles. Queremos ser como Eles são. Começamos a praticar isso desde cedo, e assim temos um padrão para toda a vida. E realmente seguimos o Salvador quando fazemos as coisas que Ele fez.

Irmã Cordon: O Salvador é nosso exemplo em todas as coisas. Estudamos Sua vida, Sua missão e Seus ensinamentos porque Ele é tudo que aspiramos a nos tornar. Mas, como cada um de nós é único, todos temos atributos e aptidões que precisamos desenvolver para nos tornar semelhantes a Ele. Essa nova abordagem dá às crianças e aos jovens uma oportunidade personalizada de crescer desse modo próprio de cada um, de desenvolver seus dons individuais e de identificar as coisas que eles se sentem inspirados a fazer para se tornarem mais semelhantes ao Salvador. É isso que torna o programa tão pessoal. Não é uma lista de verificação preestabelecida. As metas que cada um de nós traçar para avançar no caminho do convênio serão diferentes, mas juntos estaremos aprendendo e crescendo e nos achegando ao Salvador.

O que vocês esperam que as crianças e os jovens sintam quando participarem?

Irmã Cordon: Espero que adquiram um entendimento mais profundo de sua identidade eterna e sintam que fazem parte do todo. Quando sabemos quem somos e de Quem somos, agimos de modo diferente. Eles aprenderão a reconhecer que algumas coisas que as redes sociais dizem não são verdade, porque vivenciaram como o Espírito fala a eles. Vão adquirir confiança em si mesmos e em seu potencial divino como filhas e filhos de Deus.

Irmã Jones: Queremos que sintam fé e esperança em Jesus Cristo, que sintam a paz advinda do cumprimento dos mandamentos, que vivenciem relacionamentos sadios, que aprendam resiliência, que sintam a alegria do serviço ao próximo e que tenham a felicidade e a realização de participarem do trabalho de salvação.

Irmão Owen: Espero que as crianças entendam o evangelho de um modo que ele vá de sua mente para seu coração. Não se trata de assinalar itens cumpridos numa lista de verificação. É um processo de aprendizado e de se tornarem semelhantes ao Salvador. Espero realmente que nossas crianças e as pessoas a quem ministramos se sintam suficientemente confiantes em seu entendimento do evangelho a ponto de o ensinarem a outras pessoas. Espero, por exemplo, que façamos uma pergunta sobre o evangelho a nossos filhos e ouçamos deles uma resposta muito profunda por causa do que eles aprenderam e por isso fazer parte de quem eles são.

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young woman standing in class

Como os pais saberão se o Crianças e Jovens está sendo bem-sucedido em seu lar?

Irmão Owen: Eu procuraria os frutos do Espírito mencionados em Gálatas 5, como mais paz no lar. Acho que os filhos serão mais bondosos e amorosos. Os filhos vão querer estar com a família. Será mais provável que orem e busquem respostas. Verão melhorias não apenas espirituais, mas sociais, físicas e intelectuais.

Irmã Jones: Saberão que estão tendo sucesso se os relacionamentos se fortalecerem, se os membros da família vivenciarem melhorias realistas e continuarem tentando, mesmo quando for difícil, se demonstrarem apoio mútuo e preocupação uns com os outros e se a influência do Espírito Santo for buscada ativamente e estiver presente no lar. Os familiares poderão ver uma clara conexão entre o que eles estão fazendo todos os dias e a vida de Cristo. Talvez haja mais valorização do arbítrio e do arrependimento, uma atitude melhor, mais confiança, esforço para externar os sentimentos em vez de ocultá-los e maior apreço pelo Salvador, por Sua vida, Seus ensinamentos, Seu exemplo, Sua Expiação e Ressurreição.

Que conselho vocês dariam aos pais que talvez se sintam um pouco preocupados em deixar para trás os antigos programas da Igreja?

Irmã Cordon: É claro que adoramos os programas anteriores, porque cada um de nós se desenvolveu e teve a oportunidade de ver outras pessoas se desenvolverem naqueles programas. Eles foram inspirados para a época deles. Mas não ficamos gratos por haver revelação contínua? O Senhor precisa que continuemos a progredir e a mudar, e Ele precisa que nossos programas progridam e mudem para atender às necessidades dos membros do mundo inteiro. Sempre estamos nos esforçando para melhorar e nos tornar a Igreja e o povo que o Pai Celestial sabe que podemos ser e precisa que sejamos.

Irmã Jones: Fomos muito abençoados pelos programas do passado e podemos ser gratos por tudo o que aprendemos e vivenciamos. Este é um maravilhoso tempo novo, e essa é uma oportunidade para buscarmos a orientação do Senhor para aprender e crescer de modo novo e inspirado.

Como os líderes podem ajudar as crianças e os jovens a crescerem no desenvolvimento pessoal?

Irmão Owen: Primeiro de tudo, acho que o líder adulto precisa ver a criança ou o rapaz ou a moça como Deus os vê, ou seja, quem a pessoa pode se tornar, e não apenas quem é agora. Começar com o resultado final em mente. Ter uma visão de longo prazo. É algo que vai levar tempo. Ver o que as crianças e os jovens podem se tornar. Desenvolver suficientemente o relacionamento para que, quando precisarem falar para os jovens, eles os respeitem o suficiente a ponto de ouvir.

E também conhecer os pais. Descobrir como vocês podem ajudar. Respeitar o papel deles como pais.

Irmã Jones: A Primária não tem a estrutura das presidências de quórum e classe que há para os rapazes e para as moças. As líderes e os professores da Primária, assim como as irmãs e os irmãos ministradores, ajudam as crianças que não contam com o apoio do evangelho no lar. É importante, porém, que sempre honremos o relacionamento entre as crianças, os jovens e os pais, seja qual for a situação do lar. O Crianças e Jovens pode oferecer um meio de convidar toda a família a vir e ver e a vir e ajudar. Pode ser um meio de fortalecer toda a família, quer eles sejam membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ou não.

Irmã Cordon: Temos muitas crianças e jovens sem os pais na igreja no domingo, mas que ainda assim têm pais amorosos. Eu incentivaria os líderes a conhecerem os pais e descobrirem quais são os sonhos e as aspirações que eles têm em relação aos filhos. Podemos ajudar. Ao trabalharmos em conjunto com os pais, vamos fortalecer as pessoas e o lar delas e também incentivar as crianças e os jovens a fortalecer o lar uns dos outros.

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young woman with parents

O que vocês diriam para pais sobrecarregados que temem não conseguir ajudar os filhos a ter sucesso com o Crianças e Jovens?

Irmã Cordon: Uma coisa boa é que já estamos fazendo a maior parte disso tudo. As famílias já estão estudando o evangelho juntas. Já estamos realizando serviço e atividades. Sempre tivemos um programa de desenvolvimento pessoal. Agora estamos apenas nos concentrando no modo como Cristo cresceu.

Ao conversarmos com nossos filhos, creio que eles vão gostar muito disso. Podemos simplesmente ouvir de modo normal e natural o que nossos filhos têm a dizer. Nosso Pai Celestial quer que nossos filhos cresçam, tenham alegria e voltem a viver com Ele. Vamos sentir o Espírito Santo nos guiar ao nos esforçarmos juntos para fazer com que o evangelho e nosso Salvador Jesus Cristo estejam presentes em cada aspecto de nossa vida.

Irmã Jones: Comecem de uma maneira que funcione para sua família. Confiem que terão a ajuda do céu. Busquem a orientação do Espírito. O Crianças e Jovens será uma ferramenta valiosa para os pais. Há muitas exigências feitas aos pais hoje em dia ao guiarem a família e cuidarem dela. É fácil nos sentir sobrecarregados. O Crianças e Jovens vai ajudar os pais a distinguir o que é essencial do que é importante. É fundamental que todos ajudemos nossa família a aprender a seguir o Salvador por meio da inspiração do Espírito Santo, e isso nos proporcionará o amor e as bênçãos do Senhor.

Irmão Owen: Creio que vamos mesmo conseguir ajudar nossas crianças e nossos jovens. Não temos que fazer algo grandioso. O segredo é sermos fiéis e fervorosos e criarmos alguns hábitos santos e rotinas de retidão em nossa família. Comecemos com alguns hábitos básicos, simples e justos e então veremos milagres acontecerem na vida de nossos filhos.

Notas

  1. Ver Russell M. Nelson, “Revelação para a Igreja, revelação para nossa vida”, Liahona, maio de 2018, p. 93.

  2. Ver Russell M. Nelson, “Considerações iniciais”, Liahona, novembro de 2018, p. 6.