Aula para Adultos: Aula de Formação para os Pais sobre Tecnologia
I. Introdução
Como pais, queremos o melhor para os nossos filhos e isso inclui ensiná-los a navegar de forma segura pelo mundo digital. Nesta aula, iremos debater formas de ajudar as crianças a assumir o controlo do uso da tecnologia, para que esta não as controle a elas. Aprenderemos métodos e técnicas práticas que podem ajudar a orientar as crianças no uso intencional e positivo da tecnologia.
II. Os Benefícios e o Preço da Tecnologia
Benefícios
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A Igreja usa a tecnologia para se comunicar a nível mundial e divulgar o evangelho.
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A tecnologia dá-nos acesso ao conhecimento coletivo do mundo e cabe perfeitamente no nosso bolso.
Preço
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O preço da tecnologia é o nosso tempo e atenção, ou pior, o desperdício de oportunidades e bênçãos.
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Se não tivermos cuidado, podemos ser distraídos por algo que não merece a nossa atenção, ou que até nos desvia dos nossos convénios e princípios.
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Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
III. Desafios da Tecnologia
Os investigadores, a ciência e o mundo do design desenvolveram técnicas para ajudar as pessoas a ficar atentas durante mais tempo e a sentir satisfação. O mesmo se passa com a indústria alimentar. A ciência tem contribuído para que as empresas concebam os alimentos de forma a que atinjam o “ponto de êxtase”, que é o ponto em que a comida sabe muito bem. Será que a culpa é vossa por quererem sempre mais um bocadinho?
Bem, sim… e não. A tecnologia tem o seu próprio “ponto de êxtase” e orienta as nossas emoções e substâncias químicas corporais para o manter. Será que são fracos por sentirem dificuldade em deixar de usar a tecnologia? Será que estão apenas espiritualmente fracos? Não. É normal que sintam satisfação em usar a tecnologia, mas controlar a vontade de a usar pode ser um verdadeiro desafio. Estão a “lutar” contra a ciência, contra os químicos cerebrais e as indústrias que competem pela nossa atenção — e esta não é uma “luta” justa.
É importante reconhecer que os adultos também podem ter dificuldades na utilização da tecnologia, tal como as crianças. Também podemos ser sugados pelo “ponto de êxtase” da tecnologia e perder a noção do tempo, tal como acontece com os jovens e com as crianças.
O “Ponto de Êxtase” da Tecnologia
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A tecnologia é uma ferramenta que nos dá acesso ao conhecimento coletivo do mundo e pode ser usada para o bem.
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Quanto mais atenção dermos à tecnologia, mais os criadores de tecnologia são recompensados.
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Os investigadores e designers usam técnicas para nos manter interessados e satisfeitos com a tecnologia, à semelhança do “ponto de êxtase” da indústria alimentar.
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O Pai Celestial e o nosso Salvador compreendem os nossos desafios com a tecnologia e irão fortalecer-nos.
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E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.
Ultrapassar o “Ponto de Êxtase”
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Reconheçam que a tecnologia tem o seu próprio “ponto de êxtase” que orienta as nossas emoções e substâncias químicas corporais.
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É normal ter desafios com a tecnologia. Estamos a “lutar” contra a ciência, contra os químicos cerebrais e as indústrias que competem pela nossa atenção.
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Podemos assumir o controlo da tecnologia ao nos questionarmos sobre o nosso propósito, ao estabelecermos um plano e ao fazermos uma pausa sempre que necessário.
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Ter em conta os conteúdos que “consumimos” e criar espaços em casa onde não é permitido utilizar dispositivos também nos pode ajudar a dominar o “ponto de êxtase” da tecnologia.
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Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
Como pais, podemos dar o exemplo aos nossos filhos, ao estarmos atentos ao nosso próprio uso da tecnologia. Reconhecer onde é necessário impor limites à utilização da tecnologia e tomar medidas para ultrapassar a tentação de a utilizar excessivamente, ou mesmo abusivamente, pode gerar uma relação saudável com a tecnologia para nós e para as nossas famílias. Lembrem-se que, somos nós que controlamos a nossa tecnologia e não ela que nos controla a nós.
IV. Assumir o Controlo da Tecnologia
A. Propósito: Usar intencionalmente a tecnologia para aprender e criar.
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E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor, e não aos homens.
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Questionem-se: “Porque é que eu estou a utilizar o meu dispositivo neste momento?” e “Será que me sinto bem com aquilo que estou a fazer?”
Sugestões práticas para usar intencionalmente a tecnologia incluem enviar uma mensagem positiva, ouvir música relaxante e criar o nosso próprio conteúdo. Que outras utilizações conseguem identificar?
B. Planear: Planear com antecedência para tomar melhores decisões.
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Confia ao Senhor as tuas obras, e [os] teus pensamentos serão estabelecidos.
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Questionem-se: “Qual é o meu plano em termos da utilização do meu dispositivo?” e “Que sinal é que eu transmito a Deus pela forma como utilizo o meu tempo?“
Sugestões práticas para planear com antecedência e tomar melhores decisões incluem estabelecer um limite diário de tempo de ecrã, seguir e contactar apenas familiares e amigos próximos, designar espaços em casa onde não é permitido utilizar dispositivos eletrónicos, criar um posto de carregamento para toda a família e usar filtros. Que outras estratégias vos podem ajudar tanto a vocês como aos vossos filhos a tomar melhores decisões quanto ao uso da tecnologia?
C. Fazer uma Pausa: Façam uma pausa sempre que necessário.
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Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus.
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Questionem-se: “Será que estou a evitar conteúdos que eu sei que não são corretos ou que não têm utilidade?” e “Será que senti o Espírito a afastar-Se?”
Sugestões práticas para fazer uma pausa da tecnologia incluem pousar o dispositivo e afastar-se, orar por mais força e conversar com alguém. Como é que a vossa família pode interromper o uso da tecnologia sempre que necessário?
V. Debate em Grupo
Agora que já falámos de alguns métodos práticos para assumir o controlo do uso da tecnologia, vamos passar ao debate em grupo. Gostaria que todos falassem das vossas experiências com a tecnologia e da forma como lidam com ela nas vossas vidas.
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Quais é que são os maiores desafios que enfrentam na forma como lidam com a tecnologia na vossa casa?
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Que princípios querem transmitir aos vossos filhos no que diz respeito ao uso da tecnologia?
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Como é que a tecnologia tem impacto nos relacionamentos e na comunicação na vossa família?
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De que formas é que usam a tecnologia em família? Como é que isso beneficia ou prejudica o tempo de qualidade que passam juntos?
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Como é que podem equilibrar os benefícios e os inconvenientes da utilização da tecnologia na vida quotidiana da vossa família?
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Que papel é que estão a ver a tecnologia desempenhar na educação dos vossos filhos? Como é que garantem que eles a estão a usar de forma eficaz?
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Qual é o impacto da tecnologia na saúde mental dos vossos filhos? Que medidas é que já adotaram para atenuar os seus efeitos negativos?
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Que restrições é que estão a implementar para o uso da tecnologia na vossa casa? De que forma é que as aplicam?
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Como é que dão o exemplo duma utilização responsável da tecnologia aos vossos filhos?
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Que recursos ou apoios necessitam para que possam lidar eficazmente com a tecnologia na vossa casa?
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Como é que a tecnologia influenciou o vosso relacionamento com os vossos filhos?
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Quais é que são alguns riscos possíveis associados ao uso da tecnologia em casa? Como é que pode mitigar esses riscos?
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Que valores pretendem transmitir aos vossos filhos sobre o uso da tecnologia? Como é que podem ser exemplos desses valores?
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Como é que podem criar um plano de tecnologia para a vossa família suficientemente flexível para acomodar mudanças e desafios, mas que ainda assim ofereça estrutura e limites?
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Como é que podem usar a tecnologia como uma ferramenta para melhorar a aprendizagem e o desenvolvimento dos vossos filhos e não apenas como uma fonte de entretenimento ou distração?
VI. Sugestões para Ensinar acerca do Uso da Tecnologia em Casa
Comecem por debater o papel que a tecnologia desempenha nas nossas vidas e como pode afetar comportamentos e emoções.
A. Explicar a importância de assumir o controlo da tecnologia
Partilhem como a tecnologia pode ser uma ferramenta para o bem, mas que também se pode tornar num problema quando é ela que nos controla. Expliquem que é importante assumir o controlo da tecnologia para que não seja ela a controlar-nos.
B. Ensinar as sugestões práticas para assumir o controlo da tecnologia.
Revejam cada uma das sugestões para assumir o controlo da tecnologia apresentadas nas notas do artigo (propósito, planear e fazer uma pausa). Expliquem como cada sugestão os pode ajudar a controlar o uso da tecnologia.
C. Trocar ideias sobre como aplicar os princípios em casa
Debatam acerca de diferentes cenários em que a tecnologia pode ser um problema, como passar demasiado tempo nas redes sociais ou jogar videojogos durante horas a fio.
Pensem em formas de aplicar os princípios de assumir o controlo da tecnologia nestes cenários, tais como estabelecer limites diários, criar espaços em casa onde não é permitido utilizar dispositivos ou fazer pausas sempre que necessário.
D. Incentivar a responsabilidade e uma comunicação aberta
Expliquem que é importante conversar abertamente sobre o uso da tecnologia em família e assumir a responsabilidade pelo uso responsável da tecnologia.
Definam expectativas e diretrizes para o uso da tecnologia em casa e incentivem todos a trabalhar em conjunto para as seguir.
E. Acompanhar e supervisionar
Acompanhem periodicamente os vossos filhos para ver como eles se estão a sair em relação a assumir o controlo da tecnologia. Incentivem-nos a pedir ajuda caso precisem e estejam dispostos a oferecer apoio e orientação sempre que necessário.
F. Ser um exemplo do uso saudável da tecnologia
Explique a importância do papel que os pais desempenham em dar o exemplo de um uso saudável da tecnologia. Isto significa ter consciência do uso que dão à tecnologia e estabelecer um bom exemplo. Os pais podem mostrar às crianças que elas podem desfrutar da tecnologia sem que esta as controle e que o uso da tecnologia pode ser conciliado com outras atividades e relacionamentos importantes.
G. Utilizar o reforço positivo
Debatam a forma como o reforço positivo pode ser utilizado para definir e reforçar bons hábitos e comportamentos. Quando as crianças se esforçam por assumir o controlo do uso da tecnologia e a utilizam de forma responsável, é importante elogiá-las e encorajá-las.
H. Fazer disto um esforço coletivo em família
Incentivem toda a família a trabalhar em conjunto para criar um relacionamento saudável com a tecnologia. Assumir o controlo da tecnologia não é apenas um esforço individual, mas um esforço coletivo em família. Isto pode implicar o estabelecimento de regras e restrições familiares em torno do uso da tecnologia, encontrar atividades alternativas para fazer em família, e ter uma comunicação aberta e honesta sobre os desafios e os sucessos de uma utilização responsável da tecnologia.
I. Ser paciente e compreensivo
Planeie com os pais formas de mudar os hábitos e comportamentos relativos ao uso da tecnologia. Ajude-os a compreender que isto requer tempo e esforço. É importante ter paciência e compreensão à medida que as crianças se esforçam por assumir o controlo do uso da tecnologia. Os pais podem oferecer apoio e orientação ao longo do caminho e celebrar as pequenas vitórias à medida que as crianças progridem no sentido de ter um relacionamento mais saudável com a tecnologia.
VII. Conclusão
A tecnologia é uma ferramenta milagrosa, mas também pode ser um fardo quando não a usamos intencionalmente. Ao assumir o controlo do nosso uso da tecnologia e ao orientar as crianças a fazer o mesmo, podemos certificar-nos de que não é ela que nos controla. Lembrem-se de usar a tecnologia de forma intencional para aprender e criar, planear com antecedência para tomar melhores decisões e fazer uma pausa sempre que necessário. Lembremo-nos também das escrituras que nos incentivam a manter o foco nas coisas que são verdadeiras, honestas, justas, puras, amáveis e de boa fama. Desta forma, podemos ajudar as crianças a usar a tecnologia de forma segura e positiva.