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Capítulo 12: 2 Néfi 25–27


Capítulo 12

2 Néfi 25–27

Introdução

Néfi fez comentários proféticos acerca das profecias de Isaías que ele transcreveu. Preste muita atenção aos esclarecimentos de Néfi quanto ao papel do Salvador no processo de levar a efeito a salvação dos filhos do Pai Celestial, quanto aos grandes males enfrentados pelos que quiserem viver em retidão nos últimos dias e quanto às bênçãos relativas à Restauração prometida. O surgimento do Livro de Mórmon representa uma parte considerável da Restauração que fora profetizada. Além de preparar o mundo para reconhecer a obra grandiosa do Senhor nos últimos dias, os escritos de Néfi ajudarão você a saber aplicar a Expiação para receber perdão.

Comentários

2 Néfi 25:1–8. Auxílios para a Compreensão de Isaías

  • Para encontrar materiais que o ajudem a compreender Isaías, veja a seção de comentários relativa a 1 Néfi 20–21, na página 45.

2 Néfi 25:4. “Cheios do Espírito de Profecia”

  • O Presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) esclareceu a expressão “espírito de profecia” e falou de como podemos alcançar esse dom:

    “Todo membro da Igreja pode receber revelações. O Profeta disse que todo homem deve ser profeta; que o testemunho de Jesus é o espírito de profecia. Todo membro da Igreja tem não só o privilégio, mas também o dever de conhecer a verdade que o libertará, e isso não é possível a menos que ela lhe seja revelada. (…)

    O dom do Espírito Santo é dado aos membros da Igreja para que tenham o espírito de profecia e de revelação. Deixo bem claro, porém, que os membros não recebem revelações para liderar a Igreja” (Church History and Modern Revelation, 2 vols., 1953, vol. 2, pp. 217–218).

2 Néfi 25:9–30:18. O Sermão de Néfi aos Judeus, aos Filhos de Leí e aos Gentios

  • O seguinte panorama resume os capítulos 25–30 de 2 Néfi, que contêm o sermão que Néfi dirigiu a três diferentes grupos de pessoas: os judeus, os filhos de Leí e os gentios.

    A Mensagem de Néfi aos Judeus (2 Néfi 25:10–20)

    Mensagem de Néfi aos filhos de Leí (2 Néfi 25:21–26:11)

    • Os escritos de Néfi são preservados e passados de geração em geração; a posteridade de José seria preservada (ver 25:21)

    • Os nefitas alegram-se em Cristo; o propósito da lei de Moisés (ver 25:23–30)

    • Sinais seguidos de destruição; aparição de Cristo aos Nefitas; destruição dos nefitas (ver 26:1–11)

    A Mensagem de Néfi aos Gentios (2 Néfi 26:12–29:14)

    Resumo (2 Néfi 30:1–8)

2 Néfi 25:13. “Com Poder de Cura em Suas Asas”

  • O Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, falou de como necessitamos do efeito de cura da Expiação, não só no que se refere ao perdão de nossas transgressões, mas para todos os momentos difíceis da vida.

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    A Segunda Vinda do Salvador

    Harry Anderson, © IRI

    “[O Salvador] ressurgiu dos mortos ‘com poder de cura em suas asas’.

    Oh! Como precisamos todos da cura que o Redentor pode proporcionar-nos! Trago uma mensagem de esperança para aqueles que anseiam pelo alívio dos fardos pesados que lhes foram colocados sobre os ombros, sem terem sido provocados por alguma ação consciente de sua parte, pois vivem em retidão. Baseia-se em princípios contidos nos ensinamentos do Salvador. Seu desafio pode ser uma séria deficiência física, a batalha com alguma doença duradoura ou a luta diária contra uma doença que lhes ameace a vida. Pode ter raízes na morte de um ente querido, na angústia causada por alguém acorrentado ao pecado, ou no abuso ou nos maus-tratos manifestados em quaisquer de suas formas malignas. Testifico que, seja qual for a causa, o alívio duradouro está ao nosso alcance, com base em condições estabelecidas pelo Senhor” [Conference Report, abril de 1994, p. 7; ver também “Ser Curado”, A Liahona, julho de 1994, p. 7 (tradução atualizada)].

2 Néfi 25:15–17. A Volta de Judá

  • O Presidente Wilford Woodruff (1807–1898) falou do povo da tribo de Judá e salientou as grandes bênçãos que se cumprirão à medida que ele realizar a tarefa que lhe foi determinada nas profecias — a tarefa de reunir-se e tomar posse das terras de sua herança e reconstruir o grande templo de Jerusalém: “Essa é a vontade do grande Eloim, oh, casa de Judá, e quando forem chamados a realizar essa obra, o Deus de Israel os ajudará. Um futuro e um destino grandioso os aguardam e não há como evitar que eles se cumpram; vocês são a semente real e escolhida e o Deus da casa de seu pai os manteve como uma nação distinta durante mil e oitocentos anos, apesar de toda a opressão do mundo gentio como um todo. (…) Quando se encontrarem com Siló, seu Rei, vocês O reconhecerão; seu destino está traçado, não há como fugir dele. É verdade que, depois que voltarem às terras de sua herança e reconstruírem a Cidade e o Templo, pode ser que os gentios reúnam seus exércitos para guerrear contra vocês (…); mas quando essa aflição lhes sobrevier, o Deus vivo que guiou Moisés no deserto os livrará e Siló virá e ficará em seu meio e lutará por vocês nas batalhas; e vocês O conhecerão e as aflições dos judeus terão fim” (citado por Matthias F. Cowley em Wilford Woodruff: History of His Life and Labors, 2ª ed., 1909, pp. 509–510).

2 Néfi 25:17. “Uma Obra Maravilhosa e um Assombro”

  • A expressão “uma obra maravilhosa e um assombro” também aparece em Isaías 29:14 e se refere à Restauração do evangelho nos últimos dias. Em 2 Néfi 27, lemos a respeito do importante papel do Livro de Mórmon nessa Restauração. Isaías profetizou que à medida que o Livro de Mórmon ajudasse a dispersar as trevas de quase dois mil anos de apostasia, a “sabedoria” dos supostos “sábios e instruídos” pereceria e “o entendimento dos seus prudentes” seria inútil (2 Néfi 27:26).

  • O Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) relatou alguns dos acontecimentos admiráveis que fariam parte dessa obra maravilhosa e desse assombro:

    “No ano de 1820, raiou o dia glorioso em que um menino sincero e cheio de fé foi a um bosque e alçou a voz em oração, à procura de sabedoria da qual ele sentia tanta necessidade.

    Em resposta, ocorreu uma manifestação gloriosa. Deus, o Pai Eterno, e o Senhor Jesus Cristo ressurreto apareceram a ele e lhe falaram. O véu que permanecera cerrado por dois milênios agora se abria para introduzir a dispensação da plenitude dos tempos.

    A isso seguiu-se a restauração do santo sacerdócio, primeiro do Aarônico e, depois, o de Melquisedeque, pelas mãos daqueles que eram seus portadores na Antiguidade. Outro testamento, como uma voz que fala desde o pó, surgiu para ser uma segunda testemunha da realidade e divindade do Filho de Deus, do grande Redentor do mundo.

    As chaves da autoridade divina foram restauradas, inclusive as necessárias para unir as famílias nesta vida e na eternidade por meio de um convênio que nem a morte pode destruir.

    A princípio a pedra era tão pequena que mal podia ser notada, mas cresceu e cresceu e continuará rolando até preencher a Terra” (Conference Report, outubro de 1999, p. 94; ver também A Liahona, janeiro de 2000, p. 87).

1 Néfi 25:19. “Seu Nome Será Jesus Cristo”

  • É significativo que o nome Jesus Cristo apareça com frequência no Livro de Mórmon. A adoração a uma fonte de salvação, claramente identificada como sendo Jesus Cristo, é um laço que une os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias aos adoradores de Cristo na América Antiga. Ele também é o mesmo que fundou Sua Igreja entre os santos do Novo Testamento e foi em nome de Jesus Cristo que Adão foi batizado (ver Moisés 6:52). Sendo assim, os santos do mundo, em todas as eras, viam Jesus Cristo, Aquele que Néfi testificou ser “o filho de Deus”, como a fonte de sua força e salvação (2 Néfi 25:19).

2 Néfi 25:20–21. Os Registros de Néfi São Preservados para as Gerações Futuras

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    Néfi Escrevendo em Placas

    © 1988 Paul Mann

    O Senhor ordenou a Néfi que fizesse um registro. Néfi sabia que tinha recebido o mandamento de escrever e sabia o que escrever; ainda que, talvez, nem sempre soubesse o motivo disso. O que ele sabia era que “esses registros seriam preservados e passados a futuras gerações para auxiliar na Restauração” (Robert J. Matthews, Selected Writings of Robert J. Matthews: Gospel Scholars Series, 1999, p. 356).

2 Néfi 25:22. Julgados pela Boa-Vontade com Que Recebemos o Livro de Mórmon

  • O Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) falou de como é importante estudar o Livro de Mórmon e das consequências imprevistas de negligenciar esse estudo:

    “Será que nossa atitude quanto a esse livro tem consequências eternas? Tem sim, tanto para o nosso bem como para nossa condenação.

    Todo membro da Igreja deve encarar o estudo desse livro como uma missão para a vida inteira. Quem não age assim, coloca a própria alma em perigo e negligencia aquilo que poderia proporcionar-lhe harmonia espiritual e intelectual durante toda a vida. O converso que edifica sua casa na rocha de Cristo por meio do Livro de Mórmon e se apega firmemente à barra de ferro é diferente daquele que não o faz” (A Witness and a Warning, 1988, pp. 7–8).

2 Néfi 25:23. A Doutrina da Graça

  • A palavra “graça” refere-se ao auxílio e força divinos concedidos pela imensa misericórdia e amor de Jesus Cristo. “É por meio da graça do Senhor Jesus, que tem efeito devido a Seu sacrifício expiatório, que toda a humanidade será levantada em imortalidade e cada um receberá seu próprio corpo, que deixará a sepultura em um estado imortal. É também por meio da graça do Senhor que cada um, por meio da fé na Expiação de Jesus Cristo, caso se arrependa dos próprios pecados, recebe forças e auxílio para praticar as boas obras que não teriam como praticar se contassem apenas com os próprios recursos. A graça é o que possibilita aos homens e mulheres alcançarem a vida eterna e a exaltação após haverem feito tudo a seu alcance para guardar os mandamentos.

    Todo ser mortal necessita da graça divina, em virtude da queda de Adão e também por causa das fraquezas humanas. Contudo, a graça não basta para salvar exceto aqueles que se esforçarem ao máximo. Daí a explicação: ‘É pela graça que somos salvos, depois de tudo o que pudermos fazer’ (2 Néfi 25:23). Na verdade, é a graça de Jesus Cristo que possibilita a salvação. Esse princípio se encontra na parábola da videira e dos ramos contada por Jesus (João 15:1–11). Ver também João 1:12–17; Efésios 2:8–9; Filipenses 4:13; D&C 93:11–14)” (Bible Dictionary, “Grace”, p. 697; ver também o Guia para Estudo das Escrituras, “Graça”).

  • O Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, falou dos efeitos da graça e como essa é uma doutrina importante para os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias:

    “Alguns cristãos acusam os santos dos últimos dias (…) de negarem a graça de Deus, por afirmarem que ganham a própria salvação. Respondemos a essa acusação com as palavras dos profetas do Livro de Mórmon. Néfi ensinou: ‘Pois trabalhamos diligentemente (…) a fim de persuadir nossos filhos (…) a acreditarem em Cristo e a reconciliarem-se com Deus; pois sabemos que é pela graça que somos salvos, depois de tudo o que pudermos fazer’ (2 Néfi 25:23). O que é ‘tudo o que pudermos fazer’? Certamente isso inclui o arrependimento (ver Alma 24:11) e o batismo, guardar os mandamentos e perseverar até o fim. Morôni rogou: ‘Sim, vinde a Cristo, sede aperfeiçoados nele e negai-vos a toda iniquidade; e se vos negardes a toda iniquidade e amardes a Deus com todo o vosso poder, mente e força, então sua graça vos será suficiente; e por sua graça podeis ser perfeitos em Cristo (…)’ (Morôni 10:32).

    Não somos salvos em nossos pecados, como em uma salvação incondicional em que confessemos a Cristo e depois, inevitavelmente, pequemos durante o restante da vida (ver Alma 11:36–37). Somos salvos de nossos pecados (ver Helamã 5:10), pela renovação contínua de nosso arrependimento e purificação por intermédio da graça de Deus e de Seu bendito plano de salvação (ver 3 Néfi 9:20–22)” (Conference Report, abril de 1998, p. 77; ou “Vocês Foram Salvos?”, A Liahona, julho de 1998, p. 67).

2 Néfi 25:26. Regozijar-se em Cristo

  • O Presidente Gordon B. Hinckley observou que o conhecimento obtido por meio da Restauração permite que verdadeiramente nos regozijemos em nosso Salvador: “Como Igreja, temos recebido críticas, muitas delas. Elas dizem que não acreditamos no Cristo tradicional da cristandade. Há um pouco de verdade no que elas dizem. Nossa fé, nosso conhecimento, não se baseia nas antigas tradições, em credos originados de uma compreensão limitada e das quase infindáveis discussões dos homens que tentam chegar a uma definição do Cristo ressurreto. Nossa fé, nosso conhecimento, provém do testemunho de um profeta nesta dispensação que viu pessoalmente o grande Deus do universo e Seu Filho Amado, o Senhor Jesus Cristo ressurreto. Eles falaram com ele, e ele falou com Eles. Ele testificou aberta, inequívoca e inconfundivelmente sobre essa grande visão. Fora uma visão do Todo-Poderoso e do Redentor do mundo, gloriosa além da nossa compreensão, mas certa e inequívoca quanto ao conhecimento que trouxe. É com base nesse conhecimento, enraizado no solo profundo da revelação moderna, que nós, segundo as palavras de Néfi, ‘falamos de Cristo, regozijamo-nos em Cristo, pregamos a Cristo, profetizamos de Cristo e escrevemos de acordo com nossas profecias, para que [nós e] nossos filhos [saibamos] em que fonte procurar a remissão de [nossos] pecados’ (2 Néfi 25:26)” [Conference Report, abril de 2002, pp. 107–108; ver também “Voltarmo-nos para Cristo”, A Liahona, julho de 2002, p. 102 (tradução atualizada)].

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    A Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Junto ao Christus

    © IRI

  • O Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, ligou a alegria em Jesus Cristo ao mandamento de obedecer às leis e ordenanças do evangelho:

    “(…) A minha maior emoção e a mais alegre de todas as realizações é a oportunidade de, parafraseando Néfi, falar de Cristo, regozijar-me em Cristo, pregar a Cristo e profetizar de Cristo (2 Néfi 25:26) onde quer que esteja e com quem quer que seja, até meu último alento. Certamente não poderia haver propósito mais elevado nem privilégio maior do que o de ser testemunha especial do nome de Cristo no mundo todo (D&C 107:23).

    Minha maior ansiedade, porém é proveniente desse mesmo encargo. Certo trecho de escritura lembra-nos com grande simplicidade: ‘[Os] que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho’ (I Coríntios 9:14). Além de minhas palavras, de meus ensinamentos e do testemunho que eu prestar com palavras, minha vida também tem que fazer parte desse testemunho de Jesus. Todo o meu ser deve refletir a divindade desta obra. Não poderia dar testemunho dela se alguma coisa que eu dissesse ou fizesse diminuísse, de qualquer forma, sua fé em Cristo, seu amor a Sua Igreja ou seu respeito ao santo apostolado” (Conference Report, outubro de 1994, pp. 39–40; ver também Ensign, novembro de 1994, p. 31).

2 Néfi 25:28. Seguir a Cristo e aos Líderes Que Ele Chama

  • O Élder Charles Didier, dos Setenta, falou de como dar ouvidos ao Salvador e aos líderes que Ele chama na Terra é importante para o fortalecimento do testemunho:

    “Uma vez que haja um testemunho, da mesma forma que uma chama que precisa de combustível e oxigênio para queimar, ele precisa ser alimentado e cuidado, para não esmaecer e morrer. Um testemunho moribundo corresponde, na verdade, a uma futura negação de Cristo, nosso Salvador e Redentor. (…)

    Infelizmente, alguns obtêm um testemunho e depois o negam e acabam por perdê-lo. Como isto acontece? Assim como há passos a serem seguidos para a obtenção de um testemunho, basta fazer exatamente o oposto para negá-lo ou perdê-lo. Não orem; a porta da revelação ficará fechada. Não sejam humildes, em vez disso ouçam sua própria voz, pois ela é superior. Não participem das ordenanças do evangelho, em vez disso, sigam as práticas do mundo. Não sigam os líderes da Igreja, em vez disso, critiquem-nos. Não ouçam os profetas e não sigam seus conselhos, em vez disso interpretem suas declarações da maneira que mais lhes convier. Não obedeçam aos mandamentos, em vez disso vivam de acordo com seus próprios apetites e desejos” [Conference Report, outubro de 1991, p. 86; ver também “Testemunho”, A Liahona, janeiro de 1992, p. 69 (tradução atualizada)].

2 Néfi 26:11. “O Espírito do Senhor Não Tentará Influenciar para Sempre o Homem”

  • O Élder Joseph B. Wirthlin (1917–2008), do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou o quanto é importante esforçar-se diligentemente para merecer que o Espírito Santo continue conosco: “Assim como todos os dons, [o dom do Espírito Santo] deve ser recebido e aceito para ser desfrutado. Quando as mãos do sacerdócio foram impostas sobre sua cabeça para confirmá-lo membro desta Igreja, você ouviu as palavras: ‘Recebe o Espírito Santo’. Isso não significa que o Espírito Santo torna-Se seu companheiro constante incondicionalmente. As escrituras nos advertem que o Espírito do Senhor ‘não contenderá sempre com o homem’ [ver Gênesis 6:3; ver também 2 Néfi 26:11; D&C 1:33; Moisés 8:17]. Ao sermos confirmados, recebemos o direito da companhia do Espírito Santo, mas esse é um direito ao qual precisamos ser dignos continuamente, por meio da obediência e da dignidade. Não podemos supor que se trata de um direito adquirido incondicionalmente” (Conference Report, abril de 2003, p. 27; ver também “O Indescritível Dom”, A Liahona, maio de 2003, p. 26).

2 Néfi 26:15–16. A Voz Que Fala desde o Pó

  • Néfi parafraseou Isaías 29:4 para mostrar que, ainda que seu povo fosse destruído, “os que forem destruídos falar-lhes-ão da terra e sua fala será fraca desde o pó e a sua voz será como a de alguém que evoca espíritos” (2 Néfi 26:16). Em seu significado original esses “espíritos” mencionados corresponderiam aos espíritos que inspiram alguém a fazer algo ou aos espíritos dos mortos. Ainda que isso soe estranho para nós hoje, no passado transmitia a ideia comum de que as pessoas falecidas ainda podem influenciar os vivos. Nesse sentido, a voz do povo de Néfi, ou seja dos que há séculos “adormeceram no pó” (2 Néfi 27:9) agora sussurra “desde o pó” por meio das páginas do Livro de Mórmon, o qual Joseph Smith literalmente tirou “de debaixo da terra” (Isaías 29:4; ver Joseph Smith—História 1:51–52).

2 Néfi 26:22. “Guia-os pelo Pescoço com um Cordel de Linho”

  • Quando era do quórum dos Setenta, o Élder Carlos E. Asay (1926–1999) explicou como se faz um cordel de linho e como ele se transforma em um jugo opressor impossível de se romper: “A primeira transgressão é como um único fio de linho, que pode ser facilmente rompido e deixado de lado; mas cada vez que repetimos a transgressão, outro fio se entrelaça ao primeiro, e outro e mais outro, e assim por diante, até que o cordel se torna uma corda de muitos fios quase impossível de se romper. Como disse Samuel Johnson, ‘as cadeias do hábito são tão frágeis que não as percebemos até se terem tornado tão fortes que não se pode mais quebrá-las’” (The Road to Somewhere: A Guide for Young Men and Women, 1994, p. 88).

2 Néfi 26:29. O Pecado das Artimanhas Sacerdotais

  • Néfi explicou que as artimanhas sacerdotais ocorrem quando o homem coloca-se a si mesmo “como uma luz para o mundo” (2 Néfi 26:29). Jesus ensinou o contrário disso aos nefitas: “Eis que eu sou a luz que levantareis” ( 3 Néfi 18:24).

  • O Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos, acrescentou que as artimanhas sacerdotais podem ocorrer tanto na Igreja como entre os inimigos da Igreja: “Portanto, tomemos cuidado com os falsos profetas e falsos mestres, sejam homens ou mulheres, que colocam a si mesmos como se fossem porta-vozes da doutrina da Igreja e procuram espalhar doutrinas falsas para atrair seguidores por meio de simpósios, livros e periódicos cujo conteúdo se opõe às doutrinas fundamentais da Igreja. Acautelem-se daqueles que dizem e publicam coisas contrárias às ensinadas pelos verdadeiros profetas de Deus e que ativamente tentam fazer seguidores sem qualquer consideração pelo bem eterno daqueles a quem seduzem. Como Neor e Corior do Livro de Mórmon, valem-se de sofismas para enganar e levar outras pessoas a aderir a seus pontos de vista. Colocam a si mesmos ‘como uma luz para o mundo, a fim de obter lucros e louvor do mundo; não [procuram], porém, o bem-estar de Sião’ (2 Néfi 26:29)” (Conference Report, outubro de 1999, p. 78; ver também “Acautelai-vos dos Falsos Profetas e Falsos Mestres”, A Liahona, janeiro de 2000, p. 73).

2 Néfi 26:33. “Convida Todos a Virem a Ele”

  • O Presidente James E. Faust (1920–2007), da Primeira Presidência, desafiou-nos a abandonar os preconceitos e trabalhar no reino como irmãos:

    “Espero que sobrepujemos qualquer diferença de hábitos, raças e línguas. (…)

    Minha experiência me diz que nenhuma raça ou classe parece superior a outra em espiritualidade e fidelidade. (…)

    A paz espiritual não se encontra na raça, civilização ou nacionalidade, mas em nosso compromisso com Deus e com os convênios e as ordenanças do evangelho” (Conference Report, abril de 1995, pp. 80–81, 83; ou “Herdeiros do Reino de Deus”, A Liahona, julho de 1995, p. 65).

  • O Élder M. Russell Ballard explicou que as bênçãos do evangelho se aplicam a todos os filhos de Deus:

    “O Pai Celestial ama todos os filhos de modo igual, perfeito e infinito. O amor que Ele tem por suas filhas não difere do que sente pelos homens. Nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo, também ama igualmente os homens e as mulheres. Seu sacrifício expiatório e Seu evangelho destinam-se a todos os filhos de Deus. Durante Seu ministério terreno, Jesus serviu igualmente a homens e mulheres: curou tanto homens como mulheres e ensinou a ambos.

    (…) Por exemplo, a fé, o arrependimento, o batismo e o dom do Espírito Santo são requisitos para todos os filhos de Deus, seja de que sexo forem. O mesmo ocorre com os convênios e as bênçãos do templo. A obra e glória de nosso Pai é levar a efeito a imortalidade e a vida eterna de seus filhos (ver Moisés 1:39). (…) O dom da vida eterna, está disponível a todos nós” (ver “Igualdade na Diversidade”, A Liahona, janeiro de 1994, p. 96).

2 Néfi 27. O Senhor Fará “uma Obra Maravilhosa e um Assombro”

  • A última parte dos escritos de Isaías transcritos por Néfi (Isaías 29) revela que no registro bíblico faltam muitas profecias importantes quanto à Restauração do evangelho nos últimos dias. A comparação atenta de Isaías 29 e do mesmo capítulo extraído das placas de latão (2 Néfi 27) mostra que algumas verdades “claras e sumamente preciosas” foram retiradas da Bíblia (1 Néfi 13:26–27), entre elas temos:

    1. A contextualização das profecias para os últimos dias (ver 2 Néfi 27:1).

    2. O “livro” que, de acordo com a profecia de Isaías, surgiria nos últimos dias (versículo 6).

    3. O livro estaria “selado” (versículos 7–8).

    4. O papel de Morôni e de Joseph Smith na revelação do Livro de Mórmon (ver versículos 9–10).

    5. As “três testemunhas” que veriam o “livro” e testificariam “a veracidade (…) das coisas que ele contém” (versículos 12–13).

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      As Placas de Ouro

      © 1987 Greg K. Olsen

    Não é difícil imaginar que com a remoção dessas profecias quanto à Restauração, o adversário pretendia perverter “os caminhos retos do Senhor, a fim de [cegar] os olhos e [endurecer] o coração dos filhos dos homens” (1 Néfi 13:27).

2 Néfi 27:1–2. “Embriagados de Iniquidade”

  • O Presidente Boyd K. Packer, Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, comentou sua preocupação com os grandes problemas da sociedade de hoje:

    “Não sei de nada na história da Igreja nem na história do mundo que se compare com a situação atual. Nada do que acontecia em Sodoma e Gomorra excedia a iniquidade e depravação que nos cercam hoje.

    Ouvem-se palavras profanas, vulgaridade e blasfêmia em toda parte. Iniquidades e perversão indizíveis que antes eram praticadas ocultamente, em cantos escuros, hoje são praticadas abertamente e até contam com proteção legal.

    No tempo de Sodoma e Gomorra, essas coisas eram localizadas, agora se alastraram pelo mundo todo e estão entre nós” [“The One Pure Defense” (Uma Autoridade Geral Fala à Nós, 6 de fevereiro de 2004), p. 4, www.LDSces.org].

2 Néfi 27:7–11. “Eis que o Livro Estará Selado”

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    O Profeta Joseph Smith Traduzindo as Placas de Ouro

    © 1982 Robert Barrett

    O Élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, falou das escrituras que ainda serão reveladas, principalmente as do Livro de Mórmon: “Ainda receberemos muitas outras escrituras que foram escritas, inclusive as de Enoque (ver D&C 107:57), os escritos completos do Apóstolo João (ver Éter 4:16), os registros das tribos perdidas de Israel (ver 2 Néfi 29:13) e aproximadamente dois terços das placas do Livro de Mórmon, correspondentes à parte que estava selada: ‘E dia virá em que as palavras do livro, que estavam seladas, serão lidas nos telhados das casas; e serão lidas pelo poder de Cristo; e serão reveladas aos filhos dos homens todas as coisas que ocorreram aos filhos dos homens e que ocorrerão até o fim da Terra’ (2 Néfi 27:11). Hoje carregamos três ou quatro escrituras encadernadas em um só volume, mas chegará o dia, já que mais escrituras virão, em que talvez seja preciso puxar um carrinho abarrotado de livros” (A Wonderful Flood of Light, 1990, p. 18).

2 Néfi 27:12. O Livro Será Visto por Três Testemunhas

  • O Élder Dallin H. Oaks esclareceu o seguinte quanto ao vigoroso depoimento das Três Testemunhas: “Os três homens escolhidos para serem testemunhas do Livro de Mórmon foram Oliver Cowdery, David Whitmer e Martin Harris. Seu testemunho escrito, conhecido como ‘Depoimento de Três Testemunhas’ foi incluído em todas as quase 100 milhões de cópias do Livro de Mórmon que a Igreja publicou desde 1830. Essas testemunhas testificaram solenemente que ‘[viram] as placas que contêm este registro’ e ‘as gravações feitas nas placas’. Testificaram que as placas ‘foram traduzidas pelo dom e poder de Deus, porque assim [lhes] foi declarado por sua voz’. Testificaram também: ‘Declaramos solenemente que um anjo de Deus desceu dos céus, trouxe-as e colocou-as diante de nossos olhos, de maneira que vimos as placas e as gravações nelas feitas e sabemos que é pela graça de Deus, o Pai, e de nosso Senhor Jesus Cristo que vimos e testificamos que estas coisas são verdadeiras’” [Conference Report, abril de 1999, p. 45; ver também A Liahona, julho de 1999, p. 41 (tradução atualizada)].

  • Consulte o gráfico “As Testemunhas das Placas do Livro de Mórmon” no apêndice (página 437). Ele contém dados de cada uma das Três Testemunhas e das Oito Testemunhas.

2 Néfi 27:13. Outras Poucas Pessoas Dariam Testemunho das Placas

2 Néfi 27:15–19. Mostrar o Livro ao Instruído

  • O Senhor instruiu Joseph Smith a encarregar Martin Harris de procurar um homem instruído. Oliver Cowdery conta que, quando Morôni apareceu pela primeira vez a Joseph Smith entre 21 e 22 de setembro de 1823, citou-lhe a profecia de Isaías transcrita em 2 Néfi 27 e disse que cabia a Joseph cumpri-la: “‘No entanto’, disse ele, ‘antes que se faça a tradução, é preciso que se cumpra a escritura que diz que as palavras de um livro selado foram apresentadas a um homem instruído; pois assim Deus determinou que não daria aos homens margem para desculpas e mostraria aos mansos que Seu braço não perdeu a força para salvar’” (“Letter IV. To W. W. Phelps”, Messenger and Advocate, fevereiro de 1835, p. 80). Essa profecia se cumpriu em 1828 quando Martin Harris visitou um homem “instruído” chamado Charles Anthon (ver Joseph Smith—História 1:63–65).

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    Martin Harris e Charles Anthon

    William Whitaker, © IRI

    O Élder Neal A. Maxwell, do Quórum dos Doze Apóstolos, ampliou o episódio singular referente ao professor Anthon de forma a incluir a reação geral das pessoas instruídas deste mundo quanto ao Livro de Mórmon: “Isso não se refere somente ao professor Anthon, já que o plural (os instruídos) é empregado [2 Néfi 27:20]. Esse trecho sugere uma predisposição da maior parte das pessoas instruídas do mundo que, no geral, não encaram o Livro de Mórmon com seriedade. Mesmo quando chegam a lê-lo não o compreendem realmente, exceto sob o ponto de vista que exclui os milagres, inclusive o milagre que trouxe o livro à luz ‘pelo dom e poder de Deus’” (The Book of Mormon: A Great Answer to ‘the Great Question’”, em Monte S. Nyman e Charles D. Tate Jr. (org.), The Book of Mormon: First Nephi, The Doctrinal Foundation, 1988, p. 9).

2 Néfi 27:20. “Eu Posso Fazer Minha Própria Obra”

  • O Élder Neal A. Maxwell falou de como o Senhor no final vencerá todas as objeções a Sua obra: “Deus vive num eterno agora em que passado, presente e futuro estão continuamente diante Dele (ver D&C 130:7). Suas determinações divinas são garantidas, pois tudo que Ele Se propõe a fazer em Seu coração, sem dúvida o fará (ver Abraão 3:17). Ele conhece o fim desde o princípio! (Ver Abraão 2:8.) Deus é plenamente capaz de ‘fazer [Sua] própria obra’ (ver 2 Néfi 27:20) e levar a efeito todos os Seus propósitos, o que não é verdade em relação aos melhores planos do homem, porque frequentemente fazemos mau uso de nosso arbítrio!” (Conference Report, abril de 2003, p. 72; ou “Preocupai-vos com a Vida da Alma”, A Liahona, maio de 2003, p. 68).

  • Em uma ocasião anterior o Élder Maxwell também observou que Deus alcança Seus objetivos sem anular o arbítrio humano: “Como sua peça central, que é a Expiação, está no devido lugar, sabemos que tudo mais no plano de Deus por fim também acontecerá. Não há dúvida que Deus é capaz de realizar sua própria obra! (Ver 2 Néfi 27:20–21.) Já há muito tempo, ao traçar Seu plano para a família humana, Deus deixou ampla margem para todos os erros humanos. Todos os Seus propósitos triunfarão sem que se anule o arbítrio moral do homem. Além disso, todos os Seus propósitos serão alcançados no devido tempo (ver D&C 64:32)” (Conference Report, outubro de 1990, p. 17; ou Ensign, novembro de 1990, p. 15).

2 Néfi 27:21. “Em Meu Devido Tempo”

  • O Élder Neal A. Maxwell falou da questão do que nós achamos ser o momento certo e do momento certo de acordo com Deus: “A fé também inclui confiança em que Deus sabe o momento adequado para tudo, pois ele disse: ‘Todas as coisas, porém, deverão realizar-se a seu tempo’ (D&C 64:32). Ironicamente, alguns que reconhecem a existência de Deus são postos à prova pela escolha que Deus faz do momento apropriado para as coisas, tanto global como pessoalmente!” (Conference Report, abril de 1991, p. 119; ou A Liahona, maio de 1991, p. 101).

    Em outra ocasião o Élder Maxwell disse: “Ter fé que Deus fará tudo no momento certo equivale a ser capaz de dizer: ‘Tudo seja feito no momento que o Senhor determinar’, mesmo que não entendamos muito bem a questão” [“Glorify Christ” (Uma Autoridade Geral Fala a Nós, com Élder Neal A. Maxwell, 2 de fevereiro de 2001), p. 7, www.LDSces.org].

2 Néfi 27:35. “Os Que Murmuraram Aprenderão Doutrina”

  • O Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, falou de como os que murmuram contra a verdade revelada aprenderão novas doutrinas: “Esse é o propósito do Livro de Mórmon. Os membros de falsas igrejas que erram em espírito, que pensam que têm a verdade, recebem, pelo Livro de Mórmon, a plenitude do evangelho. Aqueles que fundamentaram suas crenças em versículos isolados e passagens obscuras e que se admiraram e murmuraram com aparentes conflitos bíblicos são levados a aprender a doutrina correta. Eles não mais se preocuparão com questões como a Expiação, salvação somente pela graça, batismo de criancinhas, sacerdócio, dons do Espírito, passagens relativas a uma apostasia, a uma restauração do evangelho e à coligação de Israel. Tudo entrará em seu devido lugar graças a essa nova testemunha de Cristo e de Seu evangelho” (The Millennial Messiah, 1982, pp. 174–175).

Pontos a Ponderar

  • O que você entende da expressão “depois de tudo o que pudermos fazer” e de sua relação com a salvação pela graça? (2 Néfi 25:23.)

  • Alguma vez você viu o orgulho e o amor ao dinheiro contribuírem para o declínio espiritual de pessoas que o cercam? Como isso aconteceu?

  • Néfi falou da importância da existência de testemunhas em 2 Néfi 27. Identifique as diferentes testemunhas a que ele se refere (ver versículos 12–14). De que forma cada membro da Igreja, inclusive você, desempenha o papel de testemunha para comprovar a palavra de Deus? (Ver versículo 14.)

Tarefas Sugeridas

  • Explique a um membro de sua família ou a um amigo de confiança a doutrina da graça conforme declarada pelo profeta Néfi.

  • Prepare um discurso ou uma lição para a noite familiar a respeito do cumprimento da profecia de Isaías quanto a “obra maravilhosa e um assombro” (2 Néfi 27:26) que o Senhor vem realizando nos últimos dias.