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Capítulo 20 Mosias 9–17


Capítulo 20

Mosias 9–17

Introdução

Do capítulo 9 ao 24 de Mosias conta-se a história da colônia formada pelo grupo que, sob a liderança de Zênife, saiu da terra de Zaraenla para colonizar a terra de Leí-Néfi. Esse registro corresponde a um período de quase 80 anos, começando por volta do ano 200 a.C. e terminando com o retorno desse grupo para a terra de Zaraenla por volta do ano 121 a.C. Isso corresponde aproximadamente ao período do reinado de Mosias I, Benjamim e Mosias II na terra de Zaraenla. Nesse período, Zênife, Noé e Lími reinaram na terra de Leí-Néfi.

No governo do rei Noé, o profeta Abinádi exortou o povo ao arrependimento. Ele também profetizou sua destruição iminente devido ao afastamento de Deus. Além disso, os ensinamentos de Abinádi confirmam a divindade do Salvador, Sua união com o Pai e o grande sacrifício que Ele faria no processo da Expiação. Estudando as palavras de Abinádi, você poderá renovar o sentimento de gratidão pelo sacrifício do Salvador e passar a ser ainda mais grato pela Expiação.

No martírio de Abinádi, vemos sua grande coragem. Seu testemunho levou Alma a converter-se, mas custou-lhe a vida. Ao ponderar os acontecimentos do ministério de Abinádi, pense na influência que uma única pessoa justa teve sobre as gerações futuras. Por meio desse único converso de que temos conhecimento (Alma), vieram várias gerações de profetas que prepararam o povo para a vinda de Jesus Cristo. Assim como Abinádi, você também pode ter uma profunda influência sobre os membros de sua família e outros conhecidos se testificar a verdade e viver em retidão.

Comentários

Comentário Que Antecede Mosias 9

  • O comentário que aparece antes do cabeçalho do capítulo 9 de Mosias faz parte do registro original entregue ao Profeta Joseph Smith (ver a seção de comentários referentes ao Primeiro Livro de Néfi: Seu Governo e Ministério, na página 12). A frase “Abrange os capítulos 9 a 22” foi acrescentada quando o Livro de Mórmon foi publicado com subdivisão de capítulos na edição de 1879.

Mosias 9. O Registro de Zênife

  • Tanto Mosias 9:1–4 como Ômni 1:27–29 contam a história da primeira expedição de Zênife para voltar a colonizar a terra de Néfi-Leí; contudo, Mosias 9:1–2 revela o motivo por que a primeira expedição terminou em guerra obrigando os sobreviventes a voltarem à terra de Zaraenla. Zênife não tinha gosto por guerra e desejava viver em paz entre os lamanitas. Os capítulos 9 e 10 de Mosias foram escritos por Zênife e não foram resumidos por Mórmon nem contêm qualquer comentário dele. Observe que Mosias 8 corresponde a 121 a.C., e Mosias 9 corresponde a 200 a.C. O registro retrocede 80 anos para contar o que aconteceu na terra de Leí-Néfi no período em que o rei Benjamim e o rei Mosias reinaram em Zaraenla.

Mosias 9:16–18; 10:10–11, 19. “Com a Força do Senhor”

  • Zênife registrou que eles lutaram “com a força do Senhor” na guerra contra os lamanitas (ver Mosias 9:16–18; 10:10–11, 19). Apesar de o número de pessoas que lutavam ao lado de Zênife ser muito menor, elas venceram os lamanitas que atacaram seu povo com relativamente poucas fatalidades. Seu sucesso deveu-se a sua fidelidade a Deus. O Senhor ouviu suas súplicas e as abençoou com forças. Ao longo de todo o Livro de Mórmon, vemos que uma das formas pelas quais Deus demonstra Sua terna misericórdia é fortalecendo Seu povo. O povo do rei Benjamim, em Zaraenla, venceu os lamanitas por ter lutado “com a força do Senhor” (Palavras de Mórmon 1:14).

    No livro de Alma, o sucesso do exército nefita pode ser atribuído a sua confiança no auxílio divino, pois Deus os ajudaria em batalha, e não no tamanho do exército (ver Alma 2:27–31; 43:49–51; 56:56). Apesar de nossas batalhas de hoje em dia não serem físicas, a expressão “com a força do Senhor” nos ensina que nós também podemos pedir a ajuda de Deus para ter forças para vencer nossos inimigos.

Mosias 9–22. A História de Zênife e Seu Povo

  • O livro de Mosias muitas vezes pode causar confusão devido às diferentes histórias contadas e aos retrospectos nele encontrados (consulte o gráfico “Retrospectos, do Livro de Ômni ao Final do Livro de Mosias”, no apêndice, página 441). A história contida entre os capítulos 9 e 22 de Mosias corresponde a um retrospecto de aproximadamente 80 anos, época em que Zênife e um pequeno número de seus seguidores saíram de Zaraenla para voltar à terra de Néfi. Esse registro contém a história dos reis Zênife, Noé e Lími. Esse retrospecto leva o leitor de volta na história principal contada no Livro de Mórmon quando o grupo liderado por Zênife volta a unir-se ao povo de Zaraenla, em Mosias 25.

Mosias 10:11–17. Tradições Incorretas

  • Os lamanitas aceitavam como verdadeira uma versão distorcida dos acontecimentos ocorridos na viagem original de seus antepassados que vieram de Jerusalém. Essas tradições incorretas foram passadas de geração em geração e fizeram com que os lamanitas tivessem grandes preconceitos e um “ódio eterno” contra os nefitas (Mosias 10:17). Em revelações modernas, o Senhor alertou-nos de que Satanás emprega as tradições incorretas para tirar “a luz e a verdade dos filhos dos homens” (D&C 93:39; ver também D&C 123:7–8). Por causa dessas tradições, os lamanitas achavam justo matar, roubar e tentar destruir ou escravizar os nefitas (ver Mosias 10:17).

  • O Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou o que devemos fazer quando uma tradição de nossa família ou de nossa cultura é contrária ao plano de Deus ou a Seus padrões. Ele aconselhou-nos a examinar atentamente nossa vida e a descobrir quais tradições são divergentes dos ensinamentos do Senhor:

    “Seu Pai Celestial designou você para nascer especificamente na linhagem da qual recebeu sua herança de raça, cultura e tradições. Essa linhagem pode proporcionar uma rica herança e ser grande motivo de júbilo. No entanto, você tem a responsabilidade de verificar se existe alguma parte dessa herança que deva ser descartada por contrariar o plano de felicidade do Senhor.

    Talvez você se pergunte como é possível verificar se uma tradição está em conflito com os ensinamentos do Senhor e deve ser abandonada. Não é fácil. Descobri como isso é difícil ao procurar sobrepujar algumas de minhas próprias tradições incorretas. (…) Os costumes e as tradições tornam-se parte de nós e não é fácil avaliá-los de modo objetivo. Estude atentamente as escrituras e os conselhos dos profetas para compreender como o Senhor deseja que você viva. Depois, avalie cada parte de sua vida e faça os ajustes necessários. Procure ajuda de uma pessoa que você respeite e tenha sido capaz de abandonar algumas convicções ou tradições profundamente arraigadas que não estavam em harmonia com o plano do Senhor. (…)

    Na sua cultura, o marido exerce um papel dominador e autoritário, tomando todas as decisões importantes da família? Esse padrão precisa ser amenizado para que tanto o marido quanto a mulher ajam como companheiros em igualdade, tomando juntos as decisões referentes a sua própria vida e à família. (…)

    Eis aqui outras tradições que têm de ser abandonadas. Toda tradição herdada:

    Que viole a Palavra de Sabedoria;

    Que determine que as pessoas sejam forçadas a submeter-se a outras por causa da posição hierárquica, geralmente hereditária;

    Que incentive o estabelecimento de um sistema de castas;

    Que incite o conflito com outras culturas” [Conference Report, abril de 1998, pp. 112–113; ver também “Remover as Barreiras à Felicidade”, A Liahona, julho de 1998, p. 95 (tradução atualizada)].

Mosias 11:2–19, 27. Noé “Seguiu os Desejos de Seu Próprio Coração”

  • Ver os comentários sobre a questão das concubinas na seção de comentários referentes a Jacó 1:15, na página 120.

  • Mórmon descreveu vividamente a iniquidade do rei Noé (ver Mosias 11:2–19, 27). Posteriormente, Mosias empregou o exemplo do rei Noé para ilustrar a principal razão para que se abandonasse o governo por reis: “Quanta iniquidade um rei iníquo faz com que se cometa; sim, e que grandes destruições! Sim, lembrai-vos do rei Noé” (Mosias 29:17–18). O total egoísmo do rei Noé em sua busca por satisfação dos desejos carnais é um alerta para os leitores modernos quanto ao fim de pessoas assim.

Mosias 11:20. O Profeta Abinádi

  • O Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos, salientou a coragem e disposição com que Abinádi obedecia o Senhor: “Abinádi enfureceu o iníquo rei Noé com seu corajoso testemunho do Senhor Jesus Cristo. Por fim, aquele grande missionário ofereceu o sacrifício final por seu testemunho e sua fé, mas não antes de seu puro testemunho ter tocado um coração que acreditou. Alma, um dos sacerdotes do rei Noé, ‘arrependeu-se de seus pecados (…); [aceitou Jesus como o Cristo] e andando secretamente entre o povo, começou a ensinar as palavras de Abinádi’ (Mosias 18:1). Muitos foram convertidos ao evangelho de Jesus Cristo como resultado direto do vigoroso testemunho sobre o Salvador, prestado por Abinádi, no qual uma pessoa acreditou: Alma” (Conference Report, outubro de 2004, p. 43; ou “Testemunho Puro”, A Liahona, novembro de 2004, p. 40).

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    Abinádi na Corte do Rei Noé
  • Quando fazia parte do Quórum dos Setenta, o Élder Cree-L Kofford falou da influência e do exemplo de Abinádi: “O que há de tão especial em Abinádi? Talvez seja sua total obediência quando (pelo que se sabe, sozinho), foi para o meio de pessoas que provavelmente ele já sabia que o matariam para declarar-lhes a palavra do Senhor e exortá-los ao arrependimento. Talvez seja exatamente por sabermos tão pouco a seu respeito, ou talvez seja simplesmente pela forma como ele enfrentou as adversidades que o atingiram de forma tão direta. Seja qual for a razão, Abinádi era e é especial. Sua vida, há tanto tempo atrás, ainda é capaz de estimular a mente e fazer o coração bater mais forte” (“Abinádi”, Heroes from the Book of Mormon, 1995, pp. 69–70). Sabemos que Abinádi era daquele povo, não de outra sociedade. É óbvio que ele vivia em retidão e foi chamado para advertir as pessoas de seu próprio povo de que se não se arrependessem, seriam levadas em cativeiro e haveria destruição.

Mosias 11:21; 12:1–2, 8. As Advertências de Abinádi

  • O povo do rei Noé não deu ouvidos à primeira advertência de Abinádi (ver Mosias 11:21) e, por isso, dois anos depois ele voltou com advertências ainda mais sérias. A consequência foi que eles foram levados em cativeiro e, se não fosse por terem-se arrependido, teriam sido destruídos (ver Mosias 12:1–2, 8). Muitas vezes a vida é assim, quando deixamos a obediência para depois ou demoramos para atender ao profeta incorremos em consequências mais graves.

Mosias 12:15–24. Aquele Que Anuncia Boas-Novas

  • Um dos sacerdotes iníquos do rei Noé desafiou Abinádi a responder a esta pergunta: “Que significam as palavras (…): Quão belos são sobre os montes os pés do que anuncia boas- novas, que proclama a paz, que anuncia o bem?” (Mosias 12:20–21.) Durante a leitura de Mosias 12–15, observe como Abinádi responde a essa pergunta em detalhes.

Mosias 12:34–36; 13:11–26. Os Dez Mandamentos

  • O Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) declarou que os Dez Mandamentos (ver Êxodo 20:3–17 ) são parte essencial do evangelho de Jesus Cristo em todas as gerações: “Os Dez Mandamentos, [foram] escritos pelo dedo de Jeová em duas pedras, para a salvação, segurança e felicidade dos filhos de Israel e de todas as gerações vindouras” (Conference Report, outubro de 1991, p. 71; ou “Nossa Solene Responsabilidade”, A Liahona, janeiro de 1992, p. 54).

Mosias 13:28. “A Salvação Não Se Alcança Somente pela Lei”

  • O Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, testificou que Jesus Cristo é absolutamente necessário, mesmo para quem vive em retidão: “É inquestionável que as pessoas têm uma capacidade impressionante e podem realizar muitas coisas importantes, mas com toda a nossa obediência e boas obras, não podemos ser salvos da morte nem dos efeitos de nossos pecados sem a graça que nos é oferecida por meio da Expiação de Jesus Cristo. O Livro de Mórmon deixa isso claro. Ele ensina que ‘a salvação não se alcança somente pela lei’ (Mosias 13:28). Em outras palavras, não se alcança a salvação simplesmente por se guardar os mandamentos, pois ‘pela lei nenhuma carne é justificada’ (2 Néfi 2:5). Até quem tenta obedecer e servir a Deus com todo o coração, poder, mente e força é servo inútil (ver Mosias 2:21). O ser humano não é capaz de operar sua própria salvação” (“Another Testament of Jesus Christ”, Ensign, março de 1994, p. 67).

Mosias 13:34. “O Próprio Deus Desceria”

  • A palavra Deus geralmente se refere ao Pai Celestial e é Ele a quem devemos adorar. É verdade que Jesus Cristo também é Deus. Os santos dos tempos do Velho Testamento conheciam-No como Jeová, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. O Élder James E. Talmage (1862–1933), do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que as escrituras ajudam-nos a entender o caráter divino de Jesus Cristo e Seu papel como Deus: “Reivindicamos autoridade escriturística para a asserção de que Jesus Cristo foi e é o Deus Criador, o Deus que Se revelou a Adão, Enoque e a todos os patriarcas e profetas antediluvianos até Noé; o Deus de Abraão, Isaque e Jacó; o Deus de Israel como povo unido e o Deus de Efraim e Judá após a divisão da nação hebraica; o Deus que Se manifestou aos profetas desde Moisés até Malaquias; o Deus do Velho Testamento e o Deus dos nefitas. Afirmamos que Jesus Cristo foi e é Jeová, o Eterno” (Jesus, o Cristo, p. 32).

Mosias 13:27–35. A Lei de Moisés e Jesus Cristo

  • O Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou qual é a relação entre a lei de Moisés e o evangelho de Jesus Cristo:

    “O leitor moderno não deve encarar a lei mosaica, seja na Antiguidade ou nos tempos atuais, como sendo meramente um conjunto de rituais religiosos monótonos seguidos com total submissão (e, às vezes, com rigor militar) por um povo duro de coração que era incapaz de aceitar a Cristo e Seu evangelho. Esse convênio histórico, concedido pela mão do próprio Deus, (…) destinava-se (…) à orientação espiritual, a abrir o caminho para Cristo. (…)

    É crucial compreender que a lei de Moisés estava fundamentada no evangelho de Jesus Cristo (que já existia antes dela) e, portanto, incluía muitos de seus aspectos básicos. Ela nunca se destinou a ser distinta do evangelho de Jesus Cristo e, certamente não se destinava a ser antagônica a ele. (…) Seu objetivo nunca foi diferente do objetivo da lei maior: ambas destinavam-se a aproximar as pessoas de Cristo” (Christ and the New Covenant, 1997, pp. 136–137, 147).

Mosias 14:1–12. As Profecias Messiânicas de Isaías

  • Para ensinar com vigor o quanto a Expiação é importante, Abinádi citou as palavras de Isaías. O Élder Jeffrey R. Holland explicou como a escritura contida em Isaías 53 (Mosias 14) é importante testemunha do papel do Salvador: “Certamente a declaração mais sublime, extensa e lírica quanto à vida, morte e ao sacrifício expiatório do Senhor Jesus Cristo encontra-se no capítulo 53 de Isaías, citado na íntegra, no Livro de Mórmon, por Abinádi quando apresentou-se acorrentado diante do rei Noé” (Christ and the New Covenant, p. 89).

Mosias 14:5. “Pelas Suas Feridas Somos Curados”

  • Referindo-se ao sofrimento de Jesus Cristo durante a Expiação, bem como sua capacidade de curar, o Élder M. Russell Ballard disse o seguinte:

    “Que paz, que consolo é essa grande dádiva que recebemos por meio do amor e da graça de Jesus Cristo, o Salvador e Redentor de toda a humanidade! (…)

    Apesar de Sua vida ser pura e sem pecados, pagou o mais alto preço do pecado, pelos pecados que vocês, eu e todos que já viveram cometeram. Sua angústia mental, emocional e espiritual foi tanta que fez com que Ele sangrasse por todos os poros (ver Lucas 22:44; D&C 19:18). Mas Jesus sofreu de boa vontade para que tivéssemos a oportunidade de ser purificados por meio de nossa fé Nele (…). Sem a Expiação do Senhor, nenhuma dessas bênçãos estaria ao nosso alcance e não nos conseguiríamos preparar nem tornar dignos de voltar a viver na presença de Deus” (Conference Report, abril de 2004, pp. 86–87; “Expiação e o Valor de uma Alma”, A Liahona, maio de 2004, p. 84).

Mosias 15:1–7. Como Cristo É Tanto o Pai Como o Filho

  • Às vezes as escrituras referem-se a Jesus Cristo pelo título de “Pai”. O Élder M. Russell Ballard explicou por que, às vezes, diz-se que Jesus Cristo é tanto o Pai como o Filho:

    “Como Cristo pode ser tanto o Pai como o Filho? Na verdade não é tão complicado quanto parece. Apesar de ser o Filho de Deus, Jesus Cristo é o cabeça da Igreja, que é a família dos crentes. Quando nascemos de novo espiritualmente, somos adotados por Sua família e Ele passa a ser nosso Pai ou líder. (…)

    Essa doutrina não diminui de forma alguma o papel de Deus, o Pai, mas acreditamos que ela aprofunda nosso entendimento do papel de Deus, o Filho, nosso Salvador Jesus Cristo. Deus, o Pai Celestial, é o Pai de nosso espírito; falamos de Deus, o Filho, como sendo o pai dos justos. Ele é considerado ‘Pai’ por causa de Sua relação com aqueles que aceitam Seu evangelho e, assim, tornam-se herdeiros da vida eterna. O terceiro membro da Trindade, o Espírito Santo, que também é um Deus, tem a missão específica de ensinar e dar testemunho das verdades referentes à divindade de Deus, o Pai, e de Deus, o Filho” (“Building Bridges of Understanding”, Ensign, junho de 1998, pp. 66–67).

  • Em 30 de junho de 1916, sob a liderança do Presidente Joseph F. Smith, a Primeira Presidência e os Doze Apóstolos fizeram uma declaração detalhada quanto ao Pai e ao Filho intitulada: “O Pai e o Filho: Exposição Doutrinária da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos” [não disponível em português]. Parte dessa declaração explica como as escrituras referem-se a Jesus Cristo tanto como o “Filho” quanto, às vezes, como o “Pai”:

    O ‘Pai’ como Criador. (…) As escrituras que, sob qualquer forma, referem-se a Deus como sendo o Pai dos céus e da Terra indicam que Deus é o Criador, o Organizador dos céus e da Terra.

    É nesse sentido, como fica claro pelo contexto em cada caso, que Jeová, que é Jesus Cristo, o Filho de Eloim, é chamado de ‘Pai’, e até de ‘o próprio Pai Eterno dos céus e da terra’ [ver Éter 4:7; Alma 11:38–39; Mosias 15:4; 16:15]. (…)

    Jesus Cristo É o ‘Pai’ Daqueles Que Vivem de Acordo com Seu Evangelho. [Outro] sentido em que Jesus Cristo é considerado ‘Pai’ é Sua relação com aqueles que aceitam Seu evangelho e, assim, tornam-se herdeiros da vida eterna (…).

    O Senhor disse a Seus servos fiéis da atual dispensação: ‘Não temais, filhinhos, porque sois meus e eu venci o mundo; e fazeis parte daqueles que meu Pai me deu’ (D&C 50:41). (…)

    Jesus Cristo é o ‘Pai’ por Indicação e Autoridade Divina. (…) Jesus, o Filho, representou e ainda representa Eloim, Seu Pai, em poder e autoridade. (…) Sendo assim, o Pai delegou Seu nome ao Filho; e Jesus Cristo falou e ministrou em nome do Pai e, assim, no que toca ao poder, autoridade e caráter divino, Seus atos e palavras, no presente e no passado, são os atos e palavras do Pai” (“The Father and The Son”, Ensign, abril de 2002, pp. 14–15, 17).

Mosias 15:10–13. A Semente de Cristo

  • O Élder Dallin H. Oaks explicou como é possível tornar-se filho de Jesus Cristo: “Por essas grandes escrituras do Livro de Mórmon aprendemos que o Senhor Jesus Cristo assumirá os pecados daqueles que se qualificam pela fé e pelo arrependimento, e pelo cumprimento das leis e ordenanças do evangelho. Em sentido espiritual e figurado, eles se tornarão os filhos e filhas de Cristo, herdeiros do Seu reino. Esses são os que serão chamados pelo Seu nome no último dia” [Conference Report, abril de 1985, p. 104; ou A Liahona, julho de 1985, p. 91 (tradução atualizada)].

  • Enquanto era Bispo Presidente, o Élder Merrill J. Bateman descreveu como Jesus veria Sua semente: “O Salvador, como membro da Trindade, conhece cada um de nós pessoalmente. Isaías e o profeta Abinádi afirmaram que, quando Cristo pusesse Sua alma ‘por expiação do pecado, [veria] a sua posteridade’ (Isaías 53:10; comparar com Mosias 15:10). Abinádi explica que ‘sua semente’ são os justos, aqueles que seguem os profetas (ver Mosias 15:11). No jardim e na cruz, Jesus viu cada um de nós e não apenas tomou sobre Si nossos pecados, mas também experimentou nossos sentimentos mais profundos, para saber como consolar-nos e fortalecer-nos” (Conference Report, abril de 1995, pp. 15–16; ou “O Poder de Curar a Partir do Interior”, A Liahona, julho de 1995, p. 13).

Mosias 15:13–20. Quão Belos São os Pés

  • Abinádi parafraseou Isaías e louvou todas as grandes bênçãos que os santos profetas que proclamaram a paz receberam e que ainda receberão (ver Mosias 15:15–17) bem como o Salvador, que é o “fundador da paz” (ver Mosias 15:18). Essa mensagem de paz é que o Redentor viria, como de fato veio, redimir Seu povo do pecado e levar a efeito a ressurreição dos mortos (ver Mosias 15:18, 20).

  • Quando fazia parte do Quórum dos Setenta, o Élder Carlos E. Asay (1926–1999) disse o seguinte dessa imagem empregada por Isaías:

    “Ninguém é mais belo nem bem-aventurado do que quem serve a Deus pregando a verdade e sendo o exemplo vivo dela. Esse é o trabalho mais belo de todos, e o que mais nos santifica! (…)

    Os pés, a voz, o semblante e todo o ser dessas pessoas que pregam as verdades de salvação serão sempre queridos e belos aos novos conversos, principalmente aos que sofreram devido aos próprios pecados. Aos olhos de quem recebe o conhecimento de Cristo e de Seu poder de salvação, os missionários que andaram tanto para levar-lhes a mensagem do evangelho têm poucos defeitos, se é que têm algum” (The Seven M’s of Missionary Service, 1996, pp. 135–136).

Mosias 15:20–31. A Primeira Ressurreição

  • Jesus Cristo foi a primeira pessoa desta Terra a ressuscitar. Portanto, o período que as escrituras chamam de Primeira Ressurreição começou com Seu triunfo sobre a morte e continuará até o final do Milênio. Abinádi ensinou que entre os que participariam da Primeira Ressurreição estariam “os profetas e todos os que acreditaram em suas palavras” (Mosias 15:22), os que morreram em ignorância, sem que lhes fosse declarada a salvação (ver Mosias 15:24; ver também D&C 45:54) e as criancinhas que morrem antes de tornarem-se responsáveis (ver Mosias 15:25; Morôni 8:1–24).

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    Chart of Order of the Resurrection

    A Ordem da Ressurreição

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    Gráfico da Ordem da Ressurreição

    Ressurreição dos herdeiros do reino Celestial

    Ressurreição de Cristo

    Ressurreição dos herdeiros do reino Terrestre

    Início do Milênio

    Ressurreição dos herdeiros do reino Telestial

    Ressurreição dos filhos de perdição

    Fim da ressurreição dos justos

    Fim do Milênio

    Início da ressurreição dos iníquos

    Brian D. Garner, Search These Things Diligently, 2003, p. 151.

Mosias 15:25. As Criancinhas Têm a Vida Eterna

  • No que se refere à salvação das criancinhas, o Profeta Joseph Smith (1805–1844) ensinou: “As crianças serão exaltadas na presença de Deus e do Cordeiro (…) , onde desfrutarão a plenitude da luz, glória e inteligência que foi preparada no reino celestial” (History of the Church, vol. 4, pp. 555–556).

Mosias 17:6–20 O Exemplo de Abinádi

  • O Élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, ressaltou a necessidade de seguirmos o exemplo que Abinádi nos deu de coragem para guardar os mandamentos:

    “Que vigoroso exemplo Abinádi deve ser para todos nós! Ele obedeceu corajosamente aos mandamentos do Senhor — ainda que isso lhe tenha custado a vida!

    Profetas de todas as dispensações voluntariamente colocaram a vida em risco. Com valentia fizeram a vontade de Deus, proclamando Sua palavra.

    O Profeta Joseph Smith foi ‘como um cordeiro para o matadouro’ (D&C 135:4), nunca vacilando no cumprimento dos mandamentos do Senhor.

    Pensem no exemplo de nosso Salvador. (…) Ele (…) perseverou até o fim, cumpriu Sua missão divina e realizou o sacrifício expiatório por toda a humanidade.

    (…) Sigamos o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo e dos profetas do passado e do presente. Talvez não nos seja exigido dar nossa vida como mártires, o que aconteceu com muitos profetas. O que nos é requerido é obediência aos mandamentos do Senhor e fidelidade aos convênios que fizemos com Ele” [Conference Report, abril de 1996, p. 49; ou “Se Queres (…) Entrar na Vida, Guarda os Mandamentos”, A Liahona, julho de 1996, p. 35 (tradução atualizada)].

Pontos a Ponderar

  • Em sua opinião, o que significa ter os mandamentos do Senhor “escritos no coração”? (Ver Mosias 13:11.)

  • Por que é importante saber que o Salvador era e é um Deus? Como saber disso deveria afetar nossa fé em Sua capacidade de nos salvar?

  • Como você pode viver em retidão apesar da iniquidade que existe em toda parte?

Tarefas Sugeridas

  • Leia Mosias 12:34–13:24 e marque nesses versículos cada um dos Dez Mandamentos. Escolha um desses mandamentos para obedecer mais plenamente. Anote em seu diário o que você fará para conseguir isso.

  • Leia Mosias 14 e compare com Mosias 3:7–8. Resuma em uma página Mosias 14 com suas próprias palavras ou escreva um testemunho de uma página dizendo o que o Salvador significa para você.