Instituto
Capítulo 25: Alma 8–12


Capítulo 25

Alma 8–12

Introdução

A pregação de Alma na cidade de Amonia demonstra como Deus favorece os servos que O obedecem fielmente mesmo nos momentos de grande dificuldade e sacrifício (ver 1 Néfi 1:20). Depois de uma tentativa inicial de pregar nessa cidade iníqua, Alma foi abençoado com a aparição de um anjo que lhe assegurou que sua situação era boa aos olhos de Deus e disse-lhe que voltasse a Amonia, onde um homem chamado Amuleque recebera de um anjo a ordem de receber Alma. Posteriormente, esses dois homens souberam, por inspiração, como enfrentar os advogados habilidosos que estavam determinados a criar discórdias para obter lucro. As experiências de Alma e de Amuleque são um exemplo a ser seguido por nós hoje. Apesar das provas que terá que enfrentar, o Pai Celestial abençoará você e o reconfortará, inspirará e auxiliará na medida em que você se empenhar em obedecê-Lo.

Além disso, esses capítulos demonstram como é grande a força de “um testemunho puro” (ver Alma 4:19) contra aqueles que se opõem à obra do Senhor. Observe o impacto que a doutrina da Ressurreição e a do Juízo Final tiveram sobre Zeezrom. Reflita sobre como essas doutrinas afetam o que você sente e o seu testemunho, bem como as pessoas que o rodeiam.

Comentários

Alma 8:10. “Fervorosa Oração”

  • A expressão “fervorosa oração” indica uma comunicação com Deus intensa e cheia de fé. O Élder Joseph B. Wirthlin (1917–2008), do Quórum dos Doze Apóstolos, sugeriu formas de avaliarmos e aumentarmos o fervor de nossas orações:

    Imagem
    Mulher Orando

    “Hoje, quero pedir-lhe que faça uma pausa para analisar o quanto suas orações são eficazes. Quão próximo você se sente do Pai Celestial? Sente que suas orações são respondidas? Você acha que o tempo que passa orando enriquece e eleva sua alma? Acha que pode melhorar?

    Há muitos motivos pelos quais nossas orações podem carecer de vigor. Às vezes, elas se tornam rotineiras e vazias quando dizemos palavras semelhantes com tanta frequência que elas mais parecem uma recitação do que uma forma de comunicação. Foi isso que o Salvador descreveu como ‘vãs repetições’ (Mateus 6:7). Ele disse que essas orações não serão ouvidas. (…)

    Suas orações às vezes soam e parecem sempre as mesmas? Você já fez uma oração de modo automático, com as palavras saindo de sua boca como se fosse de uma máquina? Às vezes, você se sente entediado ao orar?

    Será que as orações que não exigem muito de sua mente merecem a atenção de nosso Pai Celestial? Quando você perceber que está entrando numa rotina em relação a suas orações, pare e pense. Medite por um instante nas coisas pelas quais sente real gratidão” (“Improving Our Prayers”, Brigham Young University 2002–2003 Speeches, 2003, p. 160; ver também “Como Melhorar Nossas Orações”, A Liahona, agosto de 2004, p. 16).

Alma 8:10–16. O Senhor Nos Auxiliará Se Formos Fiéis

  • Alma tivera sucesso considerável na pregação do evangelho em outras cidades, mas as pessoas de Amonia o ultrajaram, cuspiram nele e expulsaram-no da cidade. Depois disso, um anjo lhe apareceu e assegurou-lhe que seu trabalho fora aceito pelo Senhor e que ele deveria voltar à cidade para mais uma vez pregar ao povo (ver Alma 8:15–16). Falando àqueles que às vezes sentem que todo o seu empenho não foi o bastante ou que falharam, o Presidente Thomas S. Monson declarou:

    “‘Cumpre teu dever, nada melhor há. De todo o restante o Senhor cuidará’ [‘The Legend Beautiful’, Henry Wadsworth Longfellow].

    Para aqueles que acham que são fracos demais para alterar o curso descendente da própria vida, para aqueles que não conseguem manter a determinação de mudar (e isso devido ao maior de todos os temores: o medo de não conseguir), não há certeza mais reconfortante do que a que nos transmitem estas palavras do Senhor: ‘Minha graça basta a todos os que se humilham perante mim; porque caso se humilhem perante mim e tenham fé em mim, então farei com que as coisas fracas se tornem fortes para eles’ [Éter 12:27].

    Os milagres acontecem em toda parte quando magnificamos os chamados do Sacerdócio. Quando a fé elimina a dúvida, quando o serviço abnegado elimina os conflitos egoístas, o poder de Deus leva a efeito Seus propósitos” (Conference Report, outubro de 1999, pp. 64–65; Ensign, novembro de 1999, p. 50).

Alma 8:18. Alma “Voltou Rapidamente”

  • Depois de ouvir a mensagem do anjo, Alma “voltou rapidamente” a Amonia. O Presidente Henry B. Eyring, da Primeira Presidência, ensinou que a pronta obediência ao Senhor é necessária para nosso bem-estar espiritual:

    “Não importa quanta fé tenhamos agora para obedecer a Deus, precisaremos fortalecê-la continuamente e renová-la sempre. Podemos fazer isso tomando agora a decisão de obedecer mais prontamente e perseverar com mais determinação. Aprender a começar cedo e ser constante é a chave da preparação espiritual. (…)

    O Pai Celestial nos ama, Ele e Seu Filho Amado nos deram toda a ajuda possível para passarmos pela prova da vida que temos diante de nós, mas temos de tomar a decisão de obedecer e, então, obedecer mesmo. É por meio de nossas escolhas diárias que adquirimos a fé necessária para passar nas provas de obediência que o tempo traz por meio de nossas escolhas diárias. Podemos decidir agora que faremos prontamente tudo o que Deus pedir de nós” (Conference Report, outubro de 2005, pp. 39, 41; ou “Preparação Espiritual: Começar Cedo e Ser Constante”, A Liahona, novembro de 2005, p. 37).

Alma 8:26. Jejum

  • Alma jejuou para preparar-se mental e espiritualmente para pregar aos habitantes de Amonia. O jejum muitas vezes indica para o Senhor a seriedade com que Lhe pedimos algo. O Presidente James E. Faust (1920–2007), da Primeira Presidência, ensinou: “Em certas ocasiões o jejum é adequado como forte evidência de nossa sinceridade. (…) Quando jejuamos, tornamos nossa alma mais humilde, o que nos coloca em maior sintonia com Deus e com Seus propósitos sagrados” [Conference Report, abril de 2002, p. 68; ou “A Oração Como Corda Salva-Vidas”, A Liahona, julho de 2002, p. 62 (tradução atualizada)].

  • O Élder Joseph B. Wirthlin enumerou várias bênçãos que recebemos quando unimos a oração ao devido jejum:

    “O jejum acompanhado de fervorosa oração tem muito poder. É capaz de envolver nossa mente com as revelações do Espírito. É capaz de fortalecer-nos para resistir aos momentos de tentação.

    O jejum e a oração podem ajudar-nos a desenvolver coragem e confiança. São capazes de fortalecer nosso caráter e aumentar nossa autodisciplina e autocontrole. Em geral, quando jejuamos, nossas orações e pedidos justos surtem mais efeito. Nosso testemunho aumenta. Amadurecemos espiritualmente e santificamos a alma. Toda vez que jejuamos, adquirimos um pouco mais de controle sobre nossos apetites e as paixões humanas. (…)

    Imagem
    Homem em Abstinência de Alimentos

    © 1994 Steve Bunderson

    O jejum feito com o devido espírito e à maneira do Senhor revigora-nos espiritualmente, fortalece nossa autodisciplina, enche nosso lar de paz, ilumina nosso coração com alegria, fortalece-nos contra a tentação, prepara-nos para os momentos de adversidade e abre as janelas do céu” [Conference Report, abril de 2001, pp. 95, 97–98; ver também “A Lei do Jejum”, A Liahona, julho de 2001, p. 88 (tradução atualizada)].

Alma 9:14–23. Grandes Bênçãos Implicam em Grandes Responsabilidades

  • Alma declarou em suas advertências que, ainda que os lamanitas fossem iníquos naquele momento, no dia do juízo, estariam em situação mais favorável perante o Senhor do que o povo de Amonia (ver Alma 9:14). Os lamanitas seguiam tradições incorretas que lhes foram transmitidas por seus antepassados, já os nefitas em geral e o povo de Amonia em particular eram “um povo altamente favorecido pelo Senhor; (…) mais favorecidos do que qualquer outra nação, tribo, língua ou povo” (Alma 9:20). Grandes bênçãos implicam em grandes responsabilidades.

    A irmã Sheri L. Dew, quando era conselheira na presidência geral da Sociedade de Socorro, ensinou: “‘A quem muito é dado, muito é exigido’ (D&C 82:3), e, às vezes, exigem-se coisas difíceis dos discípulos. Mas já não devíamos esperar que a jornada rumo à glória celestial exigisse que ultrapassássemos nossos limites? Às vezes, racionalizamos nossa preocupação com as coisas deste mundo e nossas débeis tentativas de crescer espiritualmente e tentamos consolar-nos uns aos outros com a ideia de que para viver o evangelho não deveria ser preciso tanto esforço. O padrão de comportamento do Senhor sempre será mais rigoroso do que o do mundo, mas, por outro lado, as recompensas do Senhor são infinitamente mais gloriosas do que as do mundo e incluem a verdadeira alegria, paz e salvação” (“We Are Women of God,” Ensign, novembro de 1999, p. 98).

Alma 10:2–3. Leí, “Descendente de Manassés”

  • O fato de Leí ser da linhagem de Manassés cumpre parte da promessa feita a José na antiguidade. Pouco antes de falecer, José do Egito falou das promessas que o Senhor lhe fizera quanto a sua posteridade:

    “Obtive do Senhor uma promessa de que (…) o Senhor Deus suscitará um ramo justo de meus lombos (…)

    E acontecerá que eles serão novamente dispersos; e um ramo será quebrado e conduzido para um país distante; não obstante, eles serão lembrados nos convênios do Senhor, quando vier o Messias (…)

    Assim diz o Senhor Deus de meus pais a mim: (…)

    Imagem
    Leí Pregando

    Portanto o fruto de teus lombos escreverá; e o fruto dos lombos de Judá escreverá; e aquilo que for escrito pelo fruto de teus lombos e também aquilo que for escrito pelo fruto dos lombos de Judá, serão unidos para confundir falsas doutrinas e apaziguar contendas e estabelecer paz entre o fruto de teus lombos, levando-os nos últimos dias a conhecerem seus pais e também meus concertos, diz o Senhor” (TJS, Gênesis 50:24–25, 27, 31; ver também 2 Néfi 3:5, 12).

  • Antes de fugirem para o deserto, Leí e Ismael (ambos descendentes de José) viviam com a família em Jerusalém, que era parte do reino de Judá. Certo estudioso sugeriu uma hipótese que explicaria por que, apesar de serem descendentes de José, os antepassados de Leí viveram em Jerusalém que, em geral, era habitada por descendentes de Judá: “Alguns estudiosos do Livro de Mórmon levantaram a questão de como ainda existiriam descendentes de José em Jerusalém no ano 600 a.C., quando a maior parte dos integrantes das tribos de Efraim e Manassés foram levados em cativeiro pelos assírios por volta do ano 721 a.C. Certa escritura em II Crônicas talvez nos dê uma pista para a solução desse problema. Essa escritura diz que por volta do ano 941 a.C., Asa, rei daquela terra, reuniu em Jerusalém todos os da tribo de Judá e Benjamim ‘e com eles os estrangeiros de Efraim e Manassés’ (II Crônicas 15:9). É possível que entre esses ‘estrangeiros de Efraim e Manassés’ que se reuniram em Jerusalém por volta do ano 941 a.C. estivessem os antepassados de Leí e Ismael” (Daniel H. Ludlow, A Companion to Your Study of the Book of Mormon, 1976, p. 199).

Alma 10:22–23. “As Orações dos Justos”

  • Atente para os efeitos que as orações dos justos tiveram sobre a nação. As orações dos justos também evitaram que os nefitas fossem destruídos posteriormente, nos dias do capitão Morôni e de Samuel, o lamanita (ver Alma 62:40; Helamã 13:12–14).

    O Presidente Spencer W. Kimball, (1895–1985) disse o seguinte quanto as orações dos justos hoje: “Há muitas pessoas direitas e fiéis que obedecem a todos os mandamentos e cuja vida e orações evitam que o mundo seja destruído” (Conference Report, abril de 1971, p. 7; ou Ensign, junho de 1971, p. 16). Quando os justos que viviam em Amonia foram destruídos ou expulsos, suas orações deixaram de proteger a cidade e “toda alma vivente dos amoniaítas foi destruída” (Alma 16:9).

Alma 11:22. “Seis Ontis de Prata”

  • O onti era a maior unidade monetária da sociedade nefita. Um possível motivo da inclusão do sistema monetário nefita em Alma 11 pode ter sido o de demonstrar a extensão do suborno que Zeezrom ofereceu a Amuleque para que este negasse “a existência de um Ser Supremo” (Alma 11:22). Ao que parece, seis ontis de prata eram o equivalente ao pagamento de 42 dias de trabalho de um juiz na sociedade de Amonia (ver Alma 11:3, 11–13).

Alma 11:40. Para Quem a Expiação É Válida?

  • Muitas vezes as pessoas compreendem erroneamente a escritura de Alma 11:40 — ao lê-la há quem entenda que Cristo sofreu somente por aqueles que acreditarem e se arrependerem. Isso é incorreto. As escrituras dizem que o Salvador “sofre as dores dos homens, sim, as dores de toda criatura vivente, tanto homens como mulheres e crianças” (2 Néfi 9:21; ver também Mosias 4:7). Contudo, o Salvador disse que se a humanidade não se arrependesse Seu sangue não a purificaria (ver D&C 29:17). Fica claro que Amuleque estava tentando explicar que, até certo ponto, a Expiação pode não ser aplicada quando os maus preferem não se arrepender, e não que o Salvador só sofreu por aqueles que se arrependessem.

Alma 11:41–45. A Ressurreição

  • O Guia para Estudo das Escrituras define a Ressurreição como sendo “A reunião do corpo espiritual com o corpo físico, de carne e ossos, após a morte (…) [depois da qual] jamais se separarão” (Guia para Estudo das Escrituras, “Ressurreição”). O conhecimento da Ressurreição faz com que a vida mortal tenha mais sentido.

    O Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, falou da “viva esperança” de quem tem fé e confia nessa verdade sagrada, bem como de seu impacto em nossa vida diária:

    “A ‘viva esperança’ que nos é concedida pela ressurreição é a nossa convicção de que a morte não é o fim de nossa existência como seres individuais, mas apenas um passo necessário na transição da mortalidade para a imortalidade. Essa esperança muda toda a nossa visão da vida mortal. (…)

    A certeza da ressurreição nos dá forças e visão para suportar as dificuldades mortais que cada um de nós e nossos entes queridos precisamos enfrentar, tais como as deficiências físicas, mentais ou emocionais que trazemos conosco no nascimento ou que adquirimos durante a vida mortal. Graças à ressurreição, sabemos que essas deficiências mortais são apenas temporárias!

    A certeza da ressurreição nos proporciona um vigoroso incentivo para cumprirmos os mandamentos de Deus durante a vida mortal. (…)

    Além disso, a menos que nossos pecados mortais tenham sido purificados e apagados pelo arrependimento e perdão (ver Alma 5:21; 2 Néfi 9:45–46; D&C 58:42), seremos ressuscitados com uma ‘viva lembrança’ (Alma 11:43) e ‘um conhecimento perfeito de todas as nossas culpas e nossa impureza’ (2 Néfi 9:14; ver também Alma 5:18). A gravidade dessa verdade é salientada por muitas escrituras que indicam que imediatamente após a ressurreição virá o julgamento final (ver 2 Néfi 9:15, 22; Mosias 26:25; Alma 11:43–44; 42:23; Mórmon 7:6; 9:13–14). De fato, ‘esta vida é o tempo para os homens prepararem-se para encontrar Deus’ (Alma 34:32 ). (…)

    Nossa certeza de uma ressurreição para a imortalidade também nos proporciona a coragem para enfrentarmos a própria morte, mesmo aquela que podemos chamar de prematura. (…)

    A certeza da imortalidade também nos ajuda a suportar a separação mortal que ocorre na morte de um de nossos entes queridos. Todos devemos louvar a Deus pela garantia da ressurreição que torna nossa separação mortal temporária e nos dá esperança e forças para seguir adiante” (Conference Report, abril de 2000, pp. 17–18; ou “Ressurreição”, A Liahona, julho de 2000, p. 16).

  • Quando fazia parte do Quórum dos Setenta, o Élder Sterling W. Sill (1903–1994) falou de algumas das bênçãos da Ressurreição ao ensinar que o corpo ressurreto “é de uma beleza que excede o entendimento, com os sentidos mais aguçados, maior percepção e com muito mais capacidade de amar, compreender e ser feliz” (Conference Report, outubro de 1976, p. 67; ou Ensign, novembro de 1976, p. 48).

  • O Presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) também explicou o que a Ressurreição representaria para nosso corpo físico: “Não há motivo para ninguém ficar preocupado com a aparência que as pessoas terão após a ressurreição. No que se refere ao corpo, a morte é um processo purificador. Temos motivos para acreditar que a aparência proveniente da idade desaparecerá e que o corpo será restaurado ao pleno vigor da idade adulta. As crianças ressuscitarão como crianças, pois não há crescimento na sepultura. Elas continuarão a crescer até alcançarem a plena estatura de seu espírito” [Answers to Gospel Questions, Joseph Fielding Smith Jr. (org.), 5 vols., 1957–1966, vol. 4, p. 185].

Alma 12:9. O Que São os “Mistérios de Deus”?

  • O Presidente Joseph Fielding Smith explicou que os mistérios de Deus são simplesmente os princípios divinos do evangelho que são necessários à nossa salvação e que não são compreendidos pelo mundo: “O Senhor prometeu que revelaria Seus mistérios aos que O servem fielmente. (…) O evangelho é muito simples, tanto que até as crianças que chegam à idade da responsabilidade são capazes de entendê-lo. Sem dúvida existem princípios que não podemos compreender nesta vida, mas quando chegar a plenitude veremos que tudo é claro, lógico e compreensível. Os princípios ‘simples’ do evangelho, tais como o batismo e a Expiação, são mistérios para quem não conta com a orientação do Espírito do Senhor” (Church History and Modern Revelation, 2 vols., 1953, vol. 1, p. 43).

    Não se deve confundir os mistérios de Deus com a busca infame de “mistérios” ou coisas que Deus não tenha revelado. Com referência a esse último sentido da palavra mistérios, o Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou: “O termo mistérios também é empregado em um sentido restrito e limitado; esse uso é mais coloquial do que escriturístico e refere-se ao conjunto de ensinamentos que são especulativos, a coisas que o Senhor não revelou claramente em nossa época. É nesse último sentido que a palavra é empregada quando os élderes são aconselhados a afastarem-se dos mistérios” (Mormon Doctrine, 2ª ed., 1966, p. 524).

Alma 12:10–12. Recebemos a “Menor Parte da Palavra” Quando Endurecemos Nosso Coração

  • O Élder Dallin H. Oaks explicou que, quando rejeitamos uma revelação feita por meio do Espírito Santo, limitamos o quanto podemos aprender: “Ensinamos e aprendemos os mistérios de Deus por revelação de Seu Santo Espírito. Se endurecermos o coração para a revelação e limitarmos nossa compreensão ao que pudermos conseguir pelo estudo e pela razão, estaremos restringindo-nos ao que Alma chamou de ‘parte menor da palavra’” (“Nutrir o Espírito”, A Liahona, agosto de 2001, p. 11).

Alma 12:12–14. Julgados por Nossas Palavras, Atos e Pensamentos

  • O Élder Dallin H. Oaks ensinou que não seremos julgados somente pelos atos que praticamos na mortalidade, mas sim por meio de uma avaliação daquilo em que nos tornamos como resultado de nossos atos:

    “O profeta Néfi descreveu o juízo final com base no que nos tornamos: ‘E se suas obras tiverem sido imundas, eles serão imundos; e se forem imundos, não poderão habitar o reino de Deus’ (1 Néfi 15:33; grifo do autor). Morôni declarou: ‘Aquele que é imundo ainda será imundo; e aquele que é justo ainda será justo’ (Mórmon 9:14; grifo do autor; ver também Apocalipse 22:11–12; 2 Néfi 9:16; D&C 88:35). O mesmo se aplicaria a ‘egoísta’ ou ‘desobediente’ ou qualquer outra característica pessoal que não esteja em harmonia com as leis de Deus. Ao referir-se ao ‘estado’ dos iníquos no juízo final, Alma explicou que se formos condenados por nossas palavras, obras e pensamentos, ‘não seremos considerados sem mancha (…) e nesse terrível estado não nos atreveremos a olhar para o nosso Deus’ (Alma 12:14).

    À luz desses ensinamentos, concluímos que o julgamento final não é apenas um balanço do total de atos bons e ruins, ou seja, do que — fizemos. É a constatação do efeito final de nossos atos e pensamentos, ou seja, do que nos tornamos. Não basta fazer tudo mecanicamente. Os mandamentos, ordenanças e convênios do evangelho não são uma lista de depósitos que precisamos fazer numa conta bancária celestial. O evangelho de Jesus Cristo é um plano que nos mostra como podemos tornar-nos o que nosso Pai Celestial deseja que nos tornemos” (Conference Report, outubro de 2000, p. 41; ou “O Desafio de Tornar-se”, A Liahona, janeiro de 2001, p. 40).

Alma 12:15–18. “[A] Segunda Morte Que É a Morte Espiritual”

Alma 12:21. Querubins

Alma 12:24. “Estado de Provação”

  • As expressões estado de provação e período probatório são empregadas somente por Alma no Livro de Mórmon (ver Alma 42:4, 10, 13). O Élder L. Tom Perry, do Quórum dos Doze Apóstolos, descreveu esse período de provação: “O propósito primordial da vida terrena é permitir que nosso espírito, que já existia antes da criação do mundo, se una ao corpo para um período de grandes oportunidades na mortalidade. A associação dos dois nos dá o privilégio de crescimento, desenvolvimento e amadurecimento só possível com a união de espírito e corpo. Com o corpo, passamos por certo número de provações durante o chamado estado probatório de nossa existência. Este é o tempo concedido para aprendermos e nos provarmos merecedores das oportunidades eternas. É tudo parte do plano divino de nosso Pai para Seus filhos” (Conference Report, abril de 1989, p. 16; ou A Liahona, julho de 1989, pp. 13–14).

Alma 12:32. Os Mandamentos Vieram Depois do Plano Ser Conhecido

  • O Presidente Boyd K. Packer, Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que o plano de Deus nos dá respostas para perguntas difíceis. Falando aos professores dos jovens, ele disse:

    “Os jovens perguntam-se ‘por quê?’—Porque nos é ordenado que façamos certas coisas e por que nos é ordenado que não façamos outras? O conhecimento do plano de felicidade, ainda que de forma esquemática, pode fornecer-nos a resposta. (…)

    A maioria das perguntas difíceis que encaramos na Igreja hoje, e poderíamos fazer uma lista incluindo a questão do aborto e tantas outras, todo o questionamento sobre quem pode portar o sacerdócio ou não, não pode ser respondida a menos que se tenha algum conhecimento do plano.

    Alma disse estas palavras e, ultimamente, esta é minha escritura preferida, apesar de vez por outra minha escritura predileta mudar: ‘Depois de ter-lhes revelado o plano de redenção, Deus lhes deu mandamentos’ (Alma 12:32; grifo do autor). (…)

    Caso estejam tentando explicar o ‘porquê’ [aos alunos], sigam este padrão: ‘Depois de ter-lhes revelado o plano de redenção, Deus lhes deu mandamentos’” (“The Great Plan of Happiness” [Simpósio do Sistema Educacional da Igreja, tema: Doutrina e Convênios, 10 de agosto de 1993, p. 3; ver LDS.org, seção gospel library/additional addresses/CES addresses).

Pontos a Ponderar

  • Em Alma 8:18 está registrado que Alma “voltou rapidamente” para Amonia. Em Gênesis 22:3, lemos que “se levantou Abraão pela manhã de madrugada” para levar Isaque à montanha. Como você poderia aplicar esses versículos a si mesmo quando receber inspiração de Deus?

  • Leia Alma 10:6. Em sua opinião o que Amuleque quis dizer quando disse que foi “chamado muitas vezes e não quis ouvir”?

Tarefas Sugeridas

  • Alma 9:8–14 destaca o quanto é importante lembrar-nos. Faça uma lista de experiências espirituais significativas que você teve o privilégio de vivenciar. Sugere-se também que você converse com seus pais e avós e faça uma lista semelhante das experiências espirituais que eles tiveram. Que bênçãos você pode receber se reler essas listas regularmente e sempre acrescentar mais experiências a elas?

  • Alma 11–12 fala da Ressurreição em detalhes. Escreva um breve trabalho a respeito das doutrinas-chave relativas à Ressurreição que se encontram nesses capítulos e do impacto que o conhecimento que você tem da Ressurreição e do juízo exercem em sua vida.