2022
Encontrar uma Agulha no Palheiro
Outubro de 2022


MENSAGEM DA PRESIDÊNCIA DE ÁREA

Encontrar uma Agulha no Palheiro

Deus quer muito que levemos os nomes de nossos próprios parentes ao templo. Ele intervirá em nossos planos para nos ajudar a encontrá-los.

A minha avó deixou a Lituânia depois da Primeira Guerra Mundial. Seu marido morreu lutando na Primeira Guerra Mundial. Então, sozinha, ela juntou seus recursos e viajou com seus quatro filhos para o Brasil para começar uma nova vida.Ela deve ter sentido que estava a deixar o seu património para trás, juntamente com a família, amigos e cultura. Atravessava sozinha o mundo para um país que não falava a sua língua. Ela sabia que nunca mais veria sua terra natal, mas ela não imaginava a importância que aquele lugar teria para os seus netos.

Vinte anos atrás, 60 anos depois que aquela mulher corajosa deixou sua casa, meu irmão Nelson e eu viajamos juntos de volta para a Lituânia. Estávamos numa jornada para descobrir a nossa ligação familiar há muito perdida. Encontramos mais do que esperávamos.

Acredito que fomos movidos pelo espírito de Elias para começar essa busca. Esperávamos, pelo menos, encontrar os registros de nossos antepassados, para que pudéssemos dar-lhes a oportunidade de receber os convênios de Deus na Casa do Senhor.

Só tínhamos pedaços de papel e algumas pistas para nos ajudar a começar a busca. Tínhamos uma foto de uma prima chamada Marcelle que era criança quando a minha avó deixou o país. Também recebemos dois cartões postais enviados por Marcelle à nossa família no Brasil. Eles tinham sido enviados sem um endereço de retorno, mas tinham um selo postal indicando a cidade a partir da qual tinha sido enviado. Um cartão postal foi enviado em 1935, e o outro em 1945. Eles tinham sido enviados de duas cidades diferentes.

Só poderíamos procurar pela nossa família na Lituânia durante quatro dias antes de regressarmos a casa. O tempo era curto. No nosso primeiro dia, pedimos ao nosso guia que nos levasse à cidade de onde o cartão postal mais recente tinha sido enviado. Pensamos que devíamos começar por aí. Esperávamos que as pessoas no lugar mais recente em que ela viveu se lembrassem dela.

Depois de duas horas de carro, percebemos um erro. O nosso guia não seguiu as nossas instruções. Ele nos levou para a cidade de onde o primeiro cartão postal tinha vindo. Desapontados, pedimos ao guia que nos levasse a uma Igreja Católica, na esperança de que pudéssemos encontrar algumas informações sobre o paradeiro de nossa prima Marcelle, ou de sua família.

Ainda consigo visualizar na minha mente a pequena Igreja Católica para a qual fomos levados. Quando chegamos, vi um padre a trancar o portão que levava à entrada da igreja. Ele parecia estar de saída.

Estacionamos o nosso carro rapidamente e corremos para parar o padre e perguntar-lhe se ele já tinha ouvido falar de uma Marcelle Aidukaitis. Para nossa surpresa, ele nos disse que conhecia uma mulher com esse nome. Ela era uma freira que havia falecido há 10 anos atrás. Ele não sabia se ela era a Marcelle que estávamos a procura, mas disse que sabia onde era a casa da família dela e que estava disposto a nos levar lá.

A família que conhecemos era mesmo a família que procurávamos. Tínhamos encontrado a nossa família na Lituânia. Tínhamos encontrado uma agulha no palheiro na nossa primeira tentativa. Um verdadeiro milagre.

Ainda penso sobre como Deus nos guiou naquele dia. Primeiro, ao contrário das nossas instruções, o nosso guia levou-nos para uma cidade diferente da que esperávamos ir. Em seguida, chegamos à Igreja Católica no preciso momento em que o padre, que se lembrava de Marcelle, estava a sair do local. Se tivéssemos atrasado por apenas 30 segundos naquela viagem de duas horas, não teríamos encontrado o padre. Se o padre não precisasse de tempo para trancar os portões, não o teríamos encontrado. Se alguma coisa tivesse corrido de forma diferente, não faço ideia se teríamos conseguido encontrar a nossa família durante essa viagem — se é que alguma vez teríamos encontrado.

Mas Deus conhecia nossa intenção e nos guiou exatamente para onde precisávamos estar.

Três dias depois, tivemos uma reunião familiar com os parentes que encontramos na Lituânia. Estavam presentes mais de 60 membros da família. Uma coisa incrível.

Deus quer muito que levemos os nomes de nossos próprios parentes para o templo, e para realizar ordenanças de salvação para eles, que Ele irá intervir em nossos planos para nos ajudar a encontrá-los. Quando mostrarmos o mínimo interesse em procurá-los, Ele fará milagres.

Convido a todos a sentir a mão de Deus neste trabalho, fazendo o que pudermos para levar os nossos próprios parentes falecidos ao templo. Que Deus nos abençoe nesta grande causa.