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CAPÍTULO 2: A ORIENTAÇÃO DO ESPÍRITO


CAPÍTULO 2

A ORIENTAÇÃO DO ESPÍRITO

INTRODUÇÃO

Durante toda a vida, tomamos decisões importantes. Algumas decisões se referem a assuntos do dia-a-dia nos quais talvez não precisemos da orientação do Senhor em cada detalhe. Mas o Senhor prometeu que podemos buscar a Sua ajuda e orientação. O Espírito Santo desempenha no plano de salvação a missão especial de abençoar e inspirar os filhos do Pai Celestial. Foi-nos prometido que “pelo poder do Espírito Santo podeis saber a verdade de todas as coisas”. (Morôni 10:5)

O Presidente Ezra Taft Benson, o décimo terceiro Presidente da Igreja, explicou: “O Espírito Santo é um dom do Pai Celestial. O Espírito Santo ajudanos a escolher o certo e protege-nos do mal. Ele sussurra-nos com uma voz mansa e suave para que façamos o que é certo. Quando fazemos o que é bom, sentimo-nos bem, e esse é o Espírito Santo que nos fala. O Espírito Santo é um companheiro maravilhoso. Ele sempre estará pronto a ajudar-nos”. (Conference Report, abril de 1989, p. 103; ou Ensign, maio de 1989, p. 82)

A orientação espiritual está disponível em todos os aspectos de nossa vida, inclusive nos estudos, no emprego e no casamento.

PRINCÍPIOS A SEREM COMPREENDIDOS

  • O Espírito Santo pode proporcionar consolo, paz e orientação em nossa vida.

  • A orientação do Espírito Santo está ao alcance de todos os membros dignos da Igreja.

  • A oração é um meio de recebermos a orientação do Espírito.

DECLARAÇÕES E ESCRITURAS DE APOIO

O Espírito Santo pode proporcionar consolo, paz e orientação em nossa vida.

  • “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, (…), esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” (João 14:26)

  • “(…) foste iluminado pelo Espírito da verdade (…).

    Não dei paz a tua mente (…)? Que maior testemunho podes ter que o de Deus?” (D&C 6:15, 23)

  • “Pois eis que vos digo novamente que, se entrardes pelo caminho e receberdes o Espírito Santo, ele vos mostrará todas as coisas que deveis fazer.” (2 Néfi 32:5)

  • Élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos: “Precisamos do Espírito Santo como nosso companheiro constante para ajudar-nos a fazer escolhas melhores nas decisões com que nos deparamos no dia-a-dia. Nossos rapazes e moças são bombar deados com as coisas vis do mundo. A companhia do Espírito lhes dará for ças para resistir ao mal, quando neces sário, para arrependerem-se e voltarem ao caminho estreito e aper tado. Nenhum de nós está imune às tentações do adversário. Todos preci samos do fortalecimento proporciona do pelo Espírito Santo. As mães e os pais devem, em espírito de oração, convidar o Espírito Santo a habitar em seu lar dedicado. Com o auxílio do Espírito Santo, os membros da família poderão fazer escolhas sábias, escolhas que os ajudarão a regressar juntos para a presença do Pai Celestial e Seu Filho Jesus Cristo para viverem com Eles eternamente”. (A Liahona, janeiro de 2001, p. 8)

  • Élder James E. Faust, que na época era do Quórum dos Doze Apóstolos: “O Espírito Santo é a maior garantia de paz interior em nosso mundo instável. Ele pode ampliar mais a nossa mente e dar-nos um melhor sentimento de bem-estar do que qualquer produto químico ou qualquer outra substância terrena. Ele acalma os nervos; instila paz em nossa alma. Esse Consolador pode estar conosco ao procurarmos melhorar. Pode agir como fonte de revelação para alertar-nos de um perigo iminente e também ajuda a impedir que cometamos erros. Ele pode ampliar nossos sentidos naturais para que vejamos mais claramente, ouçamos melhor e lembremos o que devemos lembrar. Ele é um meio de aumentar ao máximo a nossa felicidade”. (Conference Report, abril de 1989, p. 41; ou Ensign, maio de 1989, pp. 32–33)

  • Presidente James E. Faust, da Primeira Presidência: “Se forem dignos, os que possuem esse dom espiritual poderão usufruir de mais compreensão, luz e orientação em tudo o que fizerem na vida, tanto material como espiritualmente. O Espírito Santo presta testemunho da verdade e grava em nossa alma um testemunho da realidade de Deus, o Pai, e de Seu Filho Jesus Cristo, de maneira tão inequívoca que nenhum poder ou autoridade terrena pode tirar-nos tal conhecimento. Na verdade, não ter o Espírito Santo é como ter um corpo sem um sistema imunológico.” (A Liahona, julho de 2001, p. 70)

A orientação do Espírito Santo está ao alcance de todos os membros dignos da Igreja.

  • “Àquele que for batizado em meu nome o Pai dará o Espírito Santo.” (2 Néfi 31:12)

  • “Deus confere [o Espírito Santo] àqueles que o amam e se purificam perante ele.” (D&C 76:116)

  • Élder Henry B. Eyring, do Quórum dos Doze Apóstolos: “Para ter o Espírito Santo como seu companheiro, você precisa ser digno, purificado pela Expiação de Jesus Cristo. Portanto, sua obediência aos mandamentos, sua disposição e suas perguntas determinarão com que clareza o Mestre poderá guiá-lo”. (A Liahona, novembro de 2002, p. 76)

  • Élder Joseph B. Wirthlin, do Quórum dos Doze Apóstolos:

    “O Espírito Santo pode ajudá-los em tudo o que fizerem, inclusive na escola e quando estiverem com seus amigos.

    No entanto, a principal missão do Espírito Santo é prestar testemunho de nosso Pai Celestial e Seu Amado Filho Jesus Cristo. Se forem cuidadosos no cumprimento dos mandamentos, o Espírito Santo irá ajudá-los a aprender mais a respeito do Pai Celestial e Jesus Cristo. Ele irá iluminar sua mente quando ponderarem e estudarem as escrituras a cada dia.

    Os sussurros do Espírito Santo podem chegar até vocês como aquela voz mansa e delicada. Vocês não poderão crescer e tornar-se [a pessoa] que devem ser a menos que antes se elevem acima do mundo que clama por sua atenção. Por exemplo: Algumas das músicas do mundo são degradantes, vulgares e inadequadas e irão impossibilitá-los de ouvir os sussurros do Espírito Santo. Introduzir em seu corpo substâncias que foram proibidas pelo Senhor na Palavra de Sabedoria irá impedi-los de sentir e reconhecer os sussurros do Espírito Santo.

    Deixar de viver uma vida limpa e casta é algo que abafa os sussurros do Espírito. Elevem seus pensamentos acima daquilo que é vulgar e imoral. Não assistam a programas de televisão e filmes questionáveis, não entrem em sites da Internet pecaminosos e afastem-se de toda forma de entretenimento que mostre ou incentive a imoralidade e a violência. Fujam da pornografia como se fosse uma doença mortal e contagiosa. Vocês não podem permitir que se tornem escravos e cativos desse vício. Isso irá afastar o Espírito Santo e Sua influência de sua vida.” (A Liahona, janeiro de 2000, p. 48)

  • Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos: “Tornamo-nos receptivos à inspiração e revelação pela obediência aos mandamentos de Deus, pela oração e pela atenção que damos aos ensinamentos dos profetas vivos”. (“Scripture Reading and Revelation”, Ensign, janeiro de 1995, p. 7)

A oração é um meio de recebermos a orientação do Espírito.

  • “Pedi ao Pai, em meu nome, com fé, acreditando que recebereis, e tereis o Espírito Santo, que manifesta todas as coisas que são convenientes aos filhos dos homens.” (D&C 18:18)

  • “Recebereis o Espírito por meio de oração.” (D&C 63:64)

  • Presidente James E. Faust: “Para recebermos revelação e inspiração, é preciso que obedeçamos a certas regras e diretrizes: Elas incluem (1) Procurar honesta e sinceramente obedecer aos mandamentos de Deus; (2) estar espiritualmente sintonizado para receber a mensagem divina; (3) orar [a Deus] humilde e fervorosamente, e (4) buscar resposta com fé inabalável”. (“Comunhão com o Santo Espírito”, A Liahona, março de 2002, p. 7)

  • Élder Henry B. Eyring: “Já recebi resposta a minhas orações. Essas respostas eram muito claras quando minha vontade era subjugada pela insuperável necessidade de conhecer o desejo do Senhor. É desse modo que a resposta do amoroso Pai Celestial pode ser falada à mente, por meio da voz mansa e delicada, e escrita no coração”. (A Liahona, janeiro de 2001, p. 100)

  • Élder Dallin H. Oaks:

    “Nem sempre recebemos inspiração ou revelação quando a pedimos. Às vezes, o recebimento da revelação é adiado, e às vezes se espera que tomemos nossa própria decisão com base no estudo e raciocínio. Não podemos forçar as coisas espirituais. É preciso que seja assim. O propósito de nossa vida de obter experiência e desenvolver fé, esse propósito seria frustrado se nosso Pai Celestial nos esclarecesse imediatamente todas as dúvidas ou nos guiasse em todos os atos. Precisamos tomar “Não podemos forçar as coisas espirituais.” decisões e sentir as conseqüências delas para desenvolver auto-suficiência e fé. Até nas decisões que consideramos muito importantes, às vezes não recebemos resposta a nossas orações. Isso não significa que nossas orações não foram ouvidas. Significa apenas que oramos sobre uma decisão que, por um motivo ou outro, devemos tomar sem sermos guiados pela revelação.

    Talvez estejamos pedindo orientação para escolher uma dentre as alternativas que sejam igualmente aceitáveis ou igualmente inaceitáveis. Não existe uma resposta certa e uma resposta errada para todas as perguntas. Para muitas questões, há apenas duas respostas erradas ou duas respostas certas. (…)

    Não é provável que uma pessoa que procure orien tação para escolher entre duas alternativas igualmente aceitáveis ao Senhor receba resposta a suas orações. Portanto, há ocasiões em que podemos servir de modo produtivo em dois campos diferentes de trabalho. Qualquer uma das respostas é correta. De modo seme lhante, não é provável que o Espírito do Senhor nos dê revelações sobre assuntos triviais. (…) Creio que o Senhor espera que tomemos a maior parte de nossas decisões usando a inteligência e a experiência que Ele nos deu. Quando alguém pediu ao Profeta Joseph Smith um conselho sobre determinado assunto, o Profeta declarou: ‘Perguntar a Deus, ou vir à Sua presença é algo muito sério; e tememos consultá-Lo sobre assuntos de pouca ou nenhuma importância’. [Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, p. 24]” (The Lord’s Way 1991, pp. 36–38)

  • Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos:

    1. Quando Deus responderá a nossas orações?

      “Diante de mim, sentava-se uma senhora chorosa. Com olhos marejados, contou-me que não sabia mais em que acreditava. Disse que se havia debatido e orado por muitos dias para saber como tomar uma decisão vitalmente importante em sua vida, mas sem sucesso. Disse angustiada: ‘Não sei o que fazer. Se me disser o que devo fazer, eu o farei’. Com as mãos sobre as escrituras, continuou: ‘Deus disse que nos ajudaria. Ele responde às orações de todos. Por que não atende às minhas?’

      Quando se está preso no turbilhão da emoção, fica difícil libertar-se sozinho. Oro para poder ajudar aqueles que abrigam esse tipo de sentimentos.

      Quando orações insistentes parecem não obter resposta, talvez seja porque não entendemos certas verdades acerca da oração, ou não reconhecemos as respostas quando as recebemos.

      Nosso Pai Celestial não nos colocou na Terra para fracassarmos, mas para que tenhamos um sucesso glorioso. Pode parecer paradoxal, mas é por isso que, às vezes, pode ser muito difícil reconhecer as respostas à oração. Alguns procuram enfrentar a vida exclusivamente com sua própria experiência e capacidade de ajudar- se. Outros procuram inspiração divina na oração, para saberem o que fazer. Quando necessário, essas pessoas se qualificam a receber um poder muito superior à sua capacidade pessoal.

      A comunicação com nosso Pai nos Céus não é um assunto trivial. É um privilégio sagrado, fundamentado em princípios imutáveis. Quando recebemos ajuda de nosso Pai Celestial, isso acontece em resposta à fé, à obediência e ao emprego adequado do arbítrio.

      É um equívoco supor que toda oração que fizermos será respondida imediatamente. Certas orações exigem considerável esforço de nossa parte. É verdade que, às vezes, temos impressões não decorrentes de um pedido específico. Geralmente dizem respeito a “Nosso Pai Celestial não nos colocou na Terra para fracassarmos.” algo que precisamos saber e não temos outros meios de descobrir.

      Estamos aqui na Terra para ganhar a experiência que não poderíamos obter de outra maneira. Temos a oportunidade de crescer, desenvolver-nos e adquirir maturidade espiritual. Para isso, temos de aprender a aplicar a verdade. A maneira como enfrentamos os desafios e resolvemos problemas difíceis é decisivamente importante para nossa felicidade.

    2. Como devemos orar?

      A fim de compreender melhor a oração, tenho escutado conselhos, ponderado as escrituras e estudado a vida de profetas e outras pessoas. O que me pareceu mais proveitoso, contudo, foi imaginar uma criança recorrendo confiante ao Pai amoroso, bondoso, sábio e compreensivo que deseja o nosso sucesso.

      Não se preocupe por não saber expressar bem seus sentimentos. Simplesmente converse com o Pai. Ele ouve toda oração e responderá à Sua própria maneira.

      Quando Lhe expomos um problema e uma possível solução, Ele às vezes res ponde ‘sim’, e às vezes, ‘não’. Muitas vezes, Ele retarda uma resposta, não por falta de interesse, mas por amar nos perfeitamente. Ele quer que apli quemos as verdades que nos concedeu. A fim de progredirmos, precisamos confiar em nossa capacidade de tomar decisões corretas. Precisamos fazer o que achamos ser certo. No devido tempo, Ele responderá. Ele não nos abandona.

      Descrevi a absoluta realidade de nosso relacionamento com o Pai. Não há nada que Ele desconheça. Ele está a par de cada uma de nossas necessidades e poderia dar-nos todas as respostas. No entanto, sendo Seu propósito a nossa felicidade eterna, Ele nos incentiva a tomar decisões corretas.

      Como uma criança, às vezes nos comportamos mal, agimos insensatamente e sentimos que não podemos abordar nosso Pai com um problema. Quando a comunicação está tensa, como é maravilhoso contarmos com um Mediador que resolve as coisas se obedecermos aos Seus conselhos e nos arrependermos. Esse é o nosso Irmão mais velho, o Salvador.

    3. Como podemos reconhecer quando nossas orações são respondidas?

      Talvez as experiências de Oliver Cowdery tenham sido registradas para aprendermos como orar e reconhecer as respostas à oração. Foi dito a Oliver:

      ‘(…) tão certamente quanto vive o Senhor,(…) tão certamente receberás conhecimento de todas as coisas que pedires com fé, com um coração honesto, crendo que receberás (…)

      Eis que eu te falarei em tua mente e em teu coração, pelo Espírito Santo’. (D&C 8:1–2; grifo do autor)

      Ao receber uma impressão em nosso coração, podemos usar nossa mente para refutá-la, racionalizando, ou para aceitá-la. Tenha cuidado com o que faz com uma impressão que receber do Senhor.

    4. Que papel desempenha a fé no recebimento de respostas a nossas orações?

      Oliver aprendeu ainda: ‘Lembra-te de que sem nada podes fazer; portanto pede com fé. Não trates essas coisas levianamente; não peças o que não deves (…)

      E ser-te-á feito segundo a tua fé’. (D&C 8:10–11; grifo do autor)

      ‘Pedir com fé’ significa pedir com confiança em nosso santo Pai. Como acontece a muitos de nós, Oliver não reconhecia a evidência das respostas já concedidas pelo Senhor às orações. A fim de abrir os olhos dele e os nossos, foi dada esta revelação por intermédio de Joseph Smith:

      ‘Bem-aventurado és pelo que fizeste; porque me procuraste e eis que, tantas vezes quantas inquiriste, recebeste instruções de meu Espírito. Se assim não fora, não terias chegado ao lugar onde agora estás.

      Eis que tu sabes que me inquiriste e que te iluminei a mente; e agora te digo estas coisas para que saibas que foste iluminado pelo Espírito da verdade’. (D&C 6:14–15; grifo do autor)

      Se achar que Deus não respondeu às suas orações, pondere essas escrituras; depois procure cuidadosamente em sua vida evidências de respostas já recebidas Dele.

    5. Como as respostas chegam ao coração e à mente?

      Para ajudar-nos a reconhecer as respostas dadas, o Senhor disse:

      ‘Se desejas mais um testemunho, volve tua mente para a noite em que clamaste a mim em teu coração a fim de saberes a respeito da veracidade destas coisas.

      Não dei paz a tua mente quanto ao assunto?’ (D&C 6:22–23; grifo do autor)

      O O Senhor esclarece mais, aconselhando-nos a ponderar o problema em nossa mente e depois pergun- tar-Lhe se está certo:

      ‘Se estiver certo, farei arder dentro de ti o teu peito; portanto sentirás que está certo.

      Mas se não estiver certo, não terás tais sentimentos; terás, porém, um estupor de pensamento’. (D&C 9:8–9; grifo do autor)

    6. E se a resposta que buscamos demorar para chegar?

      É de importância vital reconhecermos que o Senhor responde ainda de uma terceira maneira, retardando a resposta quando oramos. Por que Ele faria isso?

      Ele é nosso Pai perfeito. Ama-nos mais do que conseguimos imaginar. Ele sabe o que é melhor para nós. Quer que ajamos para adquirirmos a necessária experiência.

      Quando Ele nos responde sim, é para dar-nos confiança.

      Quando responde não, é para impedir o erro.

      Quando retarda a resposta, é para que cresçamos por meio da fé Nele, da obediência aos Seus mandamentos e da disposição de agir de acordo com a verdade. Espera-se que assumamos a responsabilidade pela decisão tomada de acordo com Seus ensinamentos, sem prévia confirmação. Não devemos ficar passivamente sentados ou reclamando porque o Senhor não Se manifestou. Devemos agir.

      Geralmente, o que decidimos fazer está certo. E Ele confirmará o acerto de nossa opção à Sua própria maneira. Essa confirmação geralmente acontece por meio de auxílios recebidos ao longo do caminho. Nós os descobriremos se formos espiritualmente sensíveis. São como que bilhetes de um Pai amoroso manifestando Sua aprovação. Se, confiantes, começarmos algo não acertado, Ele nos impedirá, avisando-nos antes de termos avançado demais. Perceberemos essa ajuda reconhecendo uma sensação perturbadora ou desassossego.

    7. Como podemos ser mais espiritualmente sensíveis aos sussurros do Espírito?

      O empenho de Néfi em conseguir as placas de latão mostra como os princípios funcionam. Quando foi pedido aos irmãos mais velhos que fossem, eles reclamaram e não receberam ajuda. Néfi recebeu esta certeza: ‘Serás abençoado pelo Senhor, porque não murmuraste’. (1 Néfi 3:6) As palavras de Néfi ‘Eu irei e cumprirei’ revelam um compromisso positivo de agir e de ter sucesso usando uma lei espiritual. (1 Néfi 3:7)

      Néfi continuou confiante apesar de duas tentativas malogradas. Entrou sorrateiramente na cidade, dirigindo- se à casa de Labão sem dispor de todas as respostas. Diz ele: ‘Fui conduzido pelo Espírito, não sabendo de antemão o que deveria fazer’. E acrescenta significativamente: ‘Não obstante, segui em frente’. (1 Néfi 4:6-7; grifo do autor)

      Néfi estava disposto a tentar sempre de novo, com o máximo empenho. Externou sua fé sabendo que seria ajudado. Recusou-se a desanimar. E, por agir com confiança no Senhor, ser obediente e fazer o uso devido de seu arbítrio, recebeu orientação. Foi sendo inspirado passo a passo até obter sucesso, e segundo as palavras de sua mãe, foi-lhe dado ‘(…) o poder de [executar] o que o Senhor [lhe] havia ordenado’. (1 Néfi 5:8; grifo do autor)

      Néfi sabia que precisava confiar em Deus, exercer fé e agir de forma a ser ajudado passo a passo. Ele não resmungou nem exigiu explicação plena. Observe bem, contudo, que ele não esperou passivamente por ajuda. Ele agiu! De acordo com a lei espiritual, ele foi inspirado e recebeu poder para agir.

    8. Como podemos impedir que nossos desejos pessoais interfiram na influência do Espírito?

      Às vezes não reconhecemos as respostas à oração por estarmos demasiadamente desejosos de receber a confirmação de nossos próprios desejos. Então não percebemos que o Senhor gostaria que fizéssemos coisa diferente. Tenha o cuidado de buscar a vontade Dele.

      Confesso não saber como tomar uma decisão correta exceto quando há retidão e confiança no Pai Celestial. O princípio simplesmente não funciona quando usamos o arbítrio intencionalmente em oposição à vontade de Deus. Havendo um pecado de que não nos arrependemos, somos deixados à nossa própria sorte, tropeçando e lutando sozinhos. Podemos, porém, ser resgatados pelo arrependimento pessoal.

    9. Qual a maneira mais freqüente de recebermos respostas?

      Ao buscar inspiração para ajudar-nos a decidir, o Senhor sussurra-nos suavemente. Esses sussurros exigem que reflitamos, exerçamos fé, trabalhemos, lutemos às vezes e ajamos. Raramente recebemos de imediato uma resposta completa para um assunto decisivamente importante ou problema complexo. Quase sempre ela vem aos poucos, sem que o fim esteja à vista.

    10. Que papel tem a gratidão ao Senhor em nossas orações?

      Reservei o mais importante sobre a oração para o final. É a gratidão! Nosso sincero empenho em agradecer ao nosso Pai amado gera maravilhosos sentimentos de paz, auto-estima e amor. Não importa quão difíceis sejam nossas condições, o sincero reconhecimento e apreço fazem nossa mente transbordar de gratidão.

      Por que os mais pobres sabem melhor como agradecer ao Senhor? Nas regiões serranas da Guatemala, os membros mal conseguem subsistir. Ir ao templo exige grande sacrifício. Uma visita requer um ano de preparativos. É preciso trabalhar arduamente, sacrificar-se para economizar dinheiro e mantimentos, além da necessidade de fiar, tingir e tecer pano para roupas novas. Segue-se a longa caminhada, descalços, descendo as montanhas, a travessia do Lago Isabel e a viagem de ônibus, dispondo de pouco alimento. Cansados e exaustos, eles chegam ao templo. Esfregam-se até brilhar de limpos, vestem a roupa nova e entram na Casa do Senhor.

      Depois de vestirem roupas brancas, são ensinados pelo Espírito, recebem as ordenanças e fazem convênios. Certa irmã montanhesa foi fortemente tocada pelo espírito e significado da investidura. Ao entrar na sala celestial, encontrou ali outros sentados com a cabeça curvada em reverência. Ajoelhou-se inocentemente na entrada da sala, esquecida dos outros. De cabeça inclinada, soluçando, ficou vinte minutos derramando o que lhe ia no coração ao Pai Celestial. Finalmente, com o vestido molhado de lágrimas, ergueu a cabeça. A compreensiva diretora do templo perguntou-lhe: ‘Posso ajudá-la?’ Ao que ela respondeu: ‘Oh, faria isso? Este é o meu problema: Tenho procurado agradecer ao Pai nos céus por todas minhas bênçãos, mas acho que não consigo comunicar-Lhe o que sinto. Quer ajudar-me a dizer-Lhe quão grata sou?’

      O conselho sobre a oração é verdadeiro. Tenho-o comprovado exaustivamente no laboratório de minha própria vida. Descobri que, às vezes, o que parece ser uma barreira impenetrável à comunicação é um passo gigantesco a ser dado com confiança.

      Se buscar a ajuda do Senhor, certifique-se de que sua vida seja limpa, seus motivos, justos, e que está disposto a fazer o que Ele disser, pois Ele responderá às suas orações. Ele é seu Pai e ama você. Vocé é Seu filho amado. Ele ama você com perfeito amor e quer ajudá-lo.

      Em nome de Jesus Cristo. Amém.” (Conference Report, setembro–outubro de 1989, pp. 38–41; ou Ensign, novembro de 1989, pp. 30–32)

APLICAÇÃO E EXEMPLOS

Oliver Cowdery era professor em Palmyra, Nova York, na época em que o Profeta Joseph Smith estava traduzindo o Livro de Mórmon em Harmony, Pensilvânia. Oliver ficou sabendo do trabalho do Profeta e sentiu que devia ajudar. Ele viajou para a Pensilvânia e começou a trabalhar como escrevente para Joseph Smith. Alguns dias depois, Oliver pediu a Joseph que perguntasse ao Senhor se Oliver estava fazendo a coisa certa. Em resposta, o Senhor disse: “Bem-aventurado és pelo que fizeste; porque me procuraste e eis que, tantas vezes quantas inquiriste, recebeste instruções de meu Espírito. Se assim não fora, não terias chegado ao lugar onde agora estás”. (D&C 6:14) O Senhor elogiou Oliver Cowdery por suas orações pessoais e explicou que ele já havia recebido respostas a suas orações por meio do Espírito.

  • Por que às vezes não reconhecemos a orientação do Espírito Santo?

  • De acordo com Doutrina e Convênios 6:15, 23, quais são as duas maneiras pelas quais podemos receber revelação sem nos dar conta disso?

  • Descreva como você poderia desenvolver mais sensibilidade ao Espírito ao orar sobre sua escola ou trabalho.

Faltava apenas um mês para que Emeka terminasse o curso médio. Ele nunca tinha pensado muito no que faria depois de formatura. Sua atenção estivera voltada aos estudos, esportes e amigos. A família de Emeka tinha poucos recursos financeiros e não poderia sustentá-lo se ele quisesse ir para a faculdade ou para uma escola técnica. Ele sentiu que estava num momento difícil e que a decisão que tomasse teria conseqüências drásticas para o resto de sua vida. Ele sempre acreditara que se trabalhasse arduamente e tivesse uma atitude positiva teria sucesso em qualquer coisa que fizesse. Estava então diante de várias decisões que mudariam sua vida e eram mais importantes do que tudo que ele tinha feito até aquele momento.

  • Onde Emeka poderia buscar ajuda?

  • O que ele pode fazer espiritualmente antes de tomar essas decisões?

  • Depois que Emeka se esforçar para fazer tudo que estiver ao seu alcance, como o Espírito Santo pode ajudá-lo?

PONTOS A PONDERAR

  • Que verdades o Espírito Santo testificou a você?

  • Como você pode saber que está sendo influenciado pelo Espírito?

  • O que você pode fazer a cada dia para aumentar a influência do Espírito Santo em sua vida?

ANOTAÇÕES E IMPRESSÕES: