Ensinamentos dos Presidentes
O Dia do Senhor: Deleitoso


Capítulo 16

O Dia do Senhor: Deleitoso

O Dia do Senhor é dia para adoração ativa e alegre.

Da Vida de Spencer W. Kimball

Ao viajar por todo o mundo e visitar os membros da Igreja, o Presidente Spencer W. Kimball ficava satisfeito ao ver que os santos estavam honrando o Dia do Senhor. Ele mencionou o fato de ter conhecido dois homens em especial que tinham sido abençoados por seu esforço para santificar o Dia do Senhor:

“Recentemente, entrevistei numa estaca um homem para um cargo importante na reorganização da unidade. Perguntei-lhe: ‘Qual é sua profissão? Ele respondeu: ‘Opero um posto de serviço’. Indaguei: ‘Você abre seu negócio no Dia do Senhor?’ Sua resposta foi: ‘Não, não abro’. ‘Mas então como consegue ter lucro? A maioria dos operadores de postos de serviço acham que precisam abrir no Dia do Senhor’. ‘Saio-me bem’, garantiu ele. ‘O Senhor é bondoso comigo’. ‘Você não enfrenta uma concorrência acirrada?’, perguntei. ‘Sem dúvida’, respondeu. ‘Do outro lado da rua há um homem que mantém seu posto aberto o dia inteiro aos domingos.’ ‘E você nunca abre?’, indaguei. ‘Não, senhor’, respondeu ele, ‘e sou grato por isso. O Senhor é bondoso e tenho o suficiente para minhas necessidades.’

Eu estava em outra estaca, também para uma reorganização, e outro irmão estava sendo cogitado para um dos cargos mais elevados; e quando lhe perguntamos qual era sua profissão, respondeu que era dono de uma mercearia. ‘Bem, a maioria das lojas abre no Dia do Senhor. Você abre a sua?’ ‘Fechamos nosso estabelecimento aos domingos’, afirmou ele. ‘Mas como você consegue competir com as lojas que permanecem abertas sete dias por semana? ‘Competimos. E posso dizer que nos saímos muito bem’, foi sua resposta. ‘Mas o Dia do Senhor não seria o dia mais lucrativo?’ ‘Sim’, retrucou ele, ‘é bem provável que vendêssemos duas vezes mais no Dia do Senhor do que num dia normal, mas estamos indo bem mesmo assim, e o Senhor tem sido bondoso, generoso e magnânimo’. (…) Não pude deixar de dizer-lhe: ‘Que Deus o abençoe, irmão fiel. O Senhor presta atenção a esses sacrifícios aparentes. Seu dinheiro é limpo. Ele certamente não o impedirá de achar o caminho para o reino de Deus’.”1

O Presidente Kimball considerava o Dia do Senhor como um dia para adoração ativa e alegre — o momento de deixar para trás as coisas do mundo e preencher o dia com atividades justas. Citando escrituras, ele incentivava os santos a tornarem o Dia do Senhor “deleitoso” e encararem-no “com o coração e o semblante alegres” (Isaías 58:13; D&C 59:15).2

Ensinamentos de Spencer W. Kimball

O Senhor sempre ordenou a Seu povo que honrasse o Dia do Senhor.

Moisés desceu do Monte Sinai que estremecia e fumegava e levou aos errantes filhos de Israel os Dez Mandamentos, regras fundamentais de conduta na vida. Contudo, esses mandamentos não eram novos. Eram conhecidos por Adão e sua posteridade, que tinham recebido ordens para guardá-los desde o princípio e foram meramente reiterados pelo Senhor a Moisés. E os mandamentos precederam até mesmo a vida terrena e faziam parte do teste para os mortais estabelecido nos conselhos do céu.

O primeiro dos Dez Mandamentos exige que os homens adorem o Senhor; o quarto designa o Dia do Senhor especialmente para essa adoração:

“Não terás outros deuses diante de mim. […]

Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.

Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra.

Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.

Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.” (Êxodo 20:3, 8–11)

Para muitos, quebrar o Dia do Senhor é algo sem muita importância, mas para nosso Pai Celestial trata-se da desobediência a um dos principais mandamentos. É uma evidência do fato de o homem falhar no teste individual estabelecido para todos antes da criação do mundo, “para ver se farão todas as coisas que o Senhor seu Deus lhes ordenar” (Abraão 3:25). (…)

O mandamento solene trazido do trovejante Monte Sinai foi “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar“. Esse mandamento nunca foi abolido nem modificado. Na verdade, foi reforçado nos tempos modernos:

“Lembra-te, porém, de que no dia do Senhor oferecerás tuas oblações e teus sacramentos ao Altíssimo, confessando teus pecados a teus irmãos e perante o Senhor.

E nesse dia não farás qualquer outra coisa; seja teu alimento preparado com singeleza de coração para que (…) tua alegria seja completa” (D&C 59:12–13).3

O Dia do Senhor não é um dia para negócios ou recreação.

Exorto todos os santos de todas as partes a observarem com mais seriedade o Dia do Senhor. O dia santificado do Senhor está perdendo rapidamente seu significado sagrado no mundo inteiro. (…) Cada vez mais, o homem destrói os propósitos sagrados do Dia do Senhor em busca de riquezas, diversões e a adoração de deuses falsos e materiais. Continuamos a instar todos os santos e pessoas tementes a Deus de todos os lugares a observarem o Dia do Senhor e santificarem-no. Os negócios não permanecerão abertos no Dia do Senhor se não houver clientes nesse dia santo. O mesmo de dará com clubes, eventos esportivos e áreas recreativas de toda natureza. Tudo indica que a busca ao dinheiro está prevalecendo sobre o mandamento do Senhor: “Guardareis os meus sábados, e o meu santuário reverenciareis” (Levítico 19:30).4

Observamos que em nosso mundo cristão, em muitos lugares ainda há estabelecimentos comerciais abertos no sagrado Dia do Senhor. Temos certeza de que a cura para isso está em nós mesmos, os clientes. Certamente, as lojas e demais comércios não permaneceriam abertos se nós, o público, deixássemos de comprar neles. Peço que reavaliem essa questão. Abordem-na na noite familiar e discutam-na com seus filhos. Seria maravilhoso se todas as famílias decidissem que de agora em diante nenhuma compra seria feita no Dia do Senhor.5

Tornamo-nos, em grande parte, um mundo de violadores do Dia do Senhor. Aos domingos, os lagos estão cheios de barcos, as praias lotadas, os teatros contam com sua maior freqüência e os campos de golfe recebem multidões de jogadores. O Dia do Senhor é o dia preferido para rodeios, convenções, piqueniques familiares; até mesmo grandes partidas esportivas realizam-se nesse dia sagrado. “Os negócios não podem parar” é o lema de muitos, e nosso dia santificado perdeu toda conotação religiosa e é apenas um dia como os outros. E como tantas pessoas tratam esse dia como um simples feriado, numerosas outras se aprestam para atender às expectativas dos que buscam divertimento e dinheiro. (…)

Caçar e pescar no Dia do Senhor não é santificá-lo. Plantar, cultivar a terra ou colher no Dia do Senhor não é santificá-lo. Fazer piqueniques ao ar livre, assistir a jogos, rodeios, corridas, espetáculos ou outras formas de diversão nesse dia não é santificá-lo.

Por mais estranho que pareça, alguns santos dos últimos dias, fiéis em todos os demais aspectos, justificam-se ao faltarem às reuniões da Igreja de vez em quando para participar de atividades recreativas, achando que perderão a melhor pesca caso não estejam no rio no dia de abertura da temporada ou que as férias não serão longas o bastante se eles não partirem no domingo ou que perderão um filme que desejam ver se não forem ao cinema no Dia do Senhor. E ao quebrarem o Dia do Senhor, em geral levam a família consigo. (…)

Não estou criticando as atividades recreativas legítimas — esportes, piqueniques, jogos e filmes. Tudo isso tem o potencial de revitalizar a existência, e a Igreja como organização promove ativamente essas atividades. Contudo, há um momento e um lugar certos para todas essas coisas saudáveis: hora de trabalhar, hora de jogar, hora de louvar ao Senhor. (…)

É verdade que alguns precisam trabalhar no Dia do Senhor. E, de fato, há atividades verdadeiramente necessárias, como o atendimento aos doentes, por exemplo, e elas podem mesmo servir para santificar o Dia do Senhor. Contudo, nesses casos, devemos realmente verificar nossa motivação.6

Às vezes, a observância do Dia do Senhor é encarada como uma questão de sacrifício e renúncia, mas não é o caso. Basta simplesmente que nos organizemos e atribuamos tempo para tudo. Há tempo suficiente, principalmente em nossa época atual da história do mundo, durante os seis dias da semana para realizarmos nosso trabalho e divertirmo-nos. Há muito o que se pode fazer para organizar e incentivar atividades no meio da semana, sem quebrar o Dia do Senhor.7

O Dia do Senhor é um dia para aperfeiçoarmo-nos espiritualmente por meio da adoração e ações dignas.

O Dia do Senhor é um dia sagrado no qual fazemos coisas dignas e santas. A abstinência do trabalho e da recreação é importante, mas insuficiente. O Dia do Senhor exige pensamentos e atos construtivos, e se uma pessoa apenas ficar ociosa no Dia do Senhor, estará violando-o. Para observá-lo, as pessoas precisam ajoelhar-se para orar, preparar aulas, estudar o evangelho, meditar, visitar os doentes e aflitos, escrever cartas para os missionários, tirar uma soneca, ler livros salutares e assistir a todas as reuniões previstas desse dia.8

Reservem tempo [no Dia do Senhor] para reunirem-se com a família e conversar, estudar as escrituras, visitar os amigos, parentes e os enfermos e solitários. Também é um momento excelente para escrever no diário e fazer o trabalho de história da família.9

Em hebraico, o termo para Dia do Senhor (Shabbat) significa “descanso”. Envolve contemplação, tranqüilidade serena e paz de espírito. É um dia para deixarmos de lado interesses egoístas e atividades que consumam nosso tempo.

O Dia do Senhor foi concedido às gerações humanas como um convênio perpétuo. [Ver Êxodo 31:16.] É um sinal entre o Senhor e Seus filhos para sempre. [Ver Êxodo 31:17.] É um dia para adoração e para externarmos gratidão e reconhecimento ao Senhor. É um dia para abandonarmos todos os interesses pelas coisas do mundo e louvarmos ao Senhor com humildade, pois a humildade é o início da exaltação. É um dia não para aflições e fardos, mas para repouso e prazeres justos. Não é um dia para lautos festins, mas um dia de refeições simples e banquetes espirituais. (…) É um dia que nos foi concedido generosamente pelo Pai Celestial. É um dia em que os animais podem ser soltos no pasto para descansar; quando o arado pode ser guardado no celeiro e outras máquinas desligadas; um dia em que o empregador e o empregado, mestre e servo estão livres do plantio, da escavação, do trabalho. É um dia em que os escritórios podem ser fechados, os negócios adiados e os problemas esquecidos; um dia em que estamos temporariamente liberados da ordem: “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra (…)”. [Ver Gênesis 3:19.] É um dia em que o corpo pode descansar, a mente relaxar e o espírito crescer. É um dia em que se pode cantar, orar, pregar, prestar testemunho e em que o homem pode elevar-se, quase desfazendo o tempo, o espaço e a distância entre ele e seu Criador.

O Dia do Senhor é um dia em que devemos avaliar a nós mesmos: analisar nossas fraquezas, confessar nossos pecados às pessoas e ao Senhor. É um dia para jejuarmos “com saco e cinzas”. É um dia para lermos bons livros, meditarmos e ponderarmos, um dia para estudarmos as aulas do sacerdócio e das organizações auxiliares, um dia para estudarmos as escrituras e prepararmos discursos, um dia para tirarmos uma soneca, descansarmos e relaxarmos, um dia para visitarmos os doentes, um dia para pregarmos o evangelho, um dia para fazermos o trabalho missionário, um dia para conversarmos calmamente com a família e conhecermos melhor nossos filhos, um dia para namorarmos adequadamente, um dia para fazermos o bem, um dia para bebermos na fonte do conhecimento e da instrução, um dia para buscarmos perdão para nossos pecados, um dia para aperfeiçoarmos nosso espírito e nossa alma, um dia para readquirirmos nossa estatura espiritual, um dia para participarmos dos símbolos do sacrifício e expiação [do Senhor], um dia para contemplarmos as glórias do evangelho e da eternidade, um dia para elevarmo-nos no caminho que conduz ao Pai Celestial.10

Esperamos (…) que antes ou depois de sua série de reuniões dominicais, dependendo de como for seu horário de reuniões, vocês façam o que o Salvador instou os discípulos nefitas a fazer: Depois de ensiná-los, Ele pediu que fossem para casa e refletissem e orassem sobre o que fora dito. (Ver 3 Néfi 17:3.) Tenhamos em mente esse modelo.11

Um Dia do Senhor pleno e abundante inclui freqüentar as reuniões da Igreja e tomar o sacramento.

Parece que a idéia de um Dia do Senhor pleno e abundante inclui adorá-Lo, aprender sobre Ele e tomar Seu sacramento. Ele deseja que preenchamos esse dia com atividades úteis e espirituais. Deseja que façamos tais coisas com ação de graças e o coração e o semblante alegres, sem muito riso. Deseja que nossos homens e rapazes assistam à reunião do sacerdócio tendo antes estudado a lição e com o coração satisfeito. Deseja que seu povo freqüente a Escola Dominical e lá aprenda Seu plano de salvação. Deseja que Seu povo assista à reunião sacramental para cantar com os santos e orar em espírito com quem estiver orando e tomar os símbolos do sacramento, renovando o compromisso de total fidelidade, renúncia incondicional, trabalho infatigável e a mente voltada constantemente para Ele.12

Quem deve assistir às reuniões sacramentais? O mandamento foi dirigido por meio do Profeta àqueles “cujos pés estão sobre a terra de Sião”, os membros de Sua Igreja. [Ver D&C 59:3, 9.] Não é algo que se exige apenas dos adultos, mas também dos jovens e dos idosos. (…) O que os pais poderiam fazer de melhor para fortalecer a família do que levar a família inteira — os grandes e os pequenos — para a capela a fim de assistirem às reuniões sacramentais? Lá, os filhos adquirirão o hábito da freqüência regular, não poderão quebrar o Dia do Senhor e, ainda que sejam muito pequenos, aprenderão com os ensinamentos e os testemunhos, bem como com o Espírito reinante. Os líderes de estaca, ala e quórum devem ser um exemplo no tocante a isso para as pessoas.13

Quando eu era pequeno, foi-me incutido o hábito de ir às reuniões sacramentais. Minha mãe sempre me levava com ela. Nas tardes em que fazia calor, eu logo ficava sonolento e apoiava-me no colo dela para dormir. Talvez eu não tenha aprendido muito com os discursos, mas adquiri o hábito de ir às reuniões. Esse hábito permaneceu ao longo de toda a minha vida.14

Nenhuma criança pequena absorve a luz do sol conscientemente; contudo, inconscientemente a luz dá forças a seu organismo. Nenhuma criança conhece o valor do leite materno nem da comida enlatada que ingere. No entanto, é assim que ela adquire força e energia para crescer e um dia se tornar adulta. (…)

E todas as crianças, sem darem plenamente conta, podem absorver muito numa reunião sacramental. Absorverão algo a cada vez.15

Não seria uma enorme perda de tempo e energia se a cada manhã de domingo parássemos para perguntar: “Vou ou não à reunião do sacerdócio? Vou ou não à reunião sacramental hoje? Vamos ou não vamos?” Quanto esforço desperdiçado. (…) Decidam-se de uma vez por todas.16

Um conhecido meu ficava em casa todos os domingos e se justificava dizendo que ganhava mais lendo um bom livro em casa do que assistindo à reunião sacramental e ouvindo discursos medíocres. Mas o lar, por mais sagrado que seja, não é a casa de oração. Nele, não se administra o sacramento; nele, não há o convívio com os demais membros da Igreja nem a confissão dos pecados aos irmãos. As montanhas podem ser chamadas de templos de Deus e as florestas e rios Suas criações, mas somente na capela, ou casa de oração, podem-se cumprir todos os requisitos do Senhor. Assim, Ele instruiu-nos: “É conveniente que a igreja se reúna amiúde para partilhar do pão e do vinho, em lembrança do Senhor Jesus” (D&C 20:75).17

Não vamos às reuniões dominicais para nos divertir nem mesmo para sermos apenas instruídos. Vamos para adorar o Senhor. É uma responsabilidade individual e, a despeito do que se diga no púlpito, se uma pessoa desejar adorar o Senhor em espírito e em verdade, deve fazê-lo assistindo às reuniões, tomando o sacramento e refletindo sobre as belezas do evangelho. Se a reunião para você foi um fracasso, você é o culpado. Ninguém pode adorar o Senhor em seu lugar; é você que deve buscar sua própria proximidade com o Senhor.18

O Senhor prometeu bênçãos aos que observarem fielmente o Dia do Senhor.

O propósito do mandamento [santificar o Dia do Senhor] não é privar o homem de algo. Todos os mandamentos dados por Deus a Seus servos é para o benefício daqueles que os recebem e guardam. É o homem que se beneficia com a observância cuidadosa e rigorosa; é o homem que sofre ao violar as leis de Deus. (…)

Em minhas viagens, conheci pessoas que abrem mão de lucros que poderiam ganhar no Dia do Senhor e não realizam atividades proibidas. Conheci pecuaristas que não realizam suas atividades habituais com o gado no Dia do Senhor; vendedores de frutas na beira de estrada que, apesar de trabalharem dia e noite durante a estação das frutas, param aos domingos; donos de farmácias, restaurantes, lojas que não abrem as portas no Dia do Senhor — e os proprietários não têm problemas financeiros e, ao mesmo tempo, sentem satisfação genuína por cumprirem a lei. E a cada vez que vejo pessoas abrindo mão desse tipo de lucros, regozijo-me e peço no coração que sejam abençoadas por sua fé e firmeza.19

Sei que nunca sofreremos, em última análise, de quaisquer sacrifícios financeiros aparentes, pois [Deus] deu-nos o mandamento de seguir Suas leis e em seguida nos desafiou:

“(…) fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes” (Malaquias 3:10).20

No tocante a esse mandamento, bem como a outros, sigamos o profeta Josué: “Agora, pois, temei ao Senhor, e servi-o com sinceridade e com verdade; (…) escolhei hoje a quem sirvais; (…) porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24:14–15).

Então, poderemos esperar as bênçãos prometidas aos filhos de Israel: “Guardareis os meus sábados, e reverenciareis o meu santuário. Eu sou o Senhor.

Se andardes nos meus estatutos, e guardardes os meus mandamentos, e os cumprirdes,

Então eu vos darei as chuvas a seu tempo; e a terra dará a sua colheita, e a árvore do campo dará o seu fruto;

E a debulha se vos chegará à vindima, e a vindima se chegará à sementeira; e comereis o vosso pão a fartar, e habitareis seguros na vossa terra.

Também darei paz na terra, e dormireis seguros, e não haverá quem vos espante” (Levítico 26:2–6).21

Se amarmos o Senhor, observaremos o Dia do Senhor e o santificaremos.

Parece que o motivo pelo qual tantas pessoas têm dificuldade para guardar o Dia do Senhor é que ele ainda está escrito em tábuas de pedra e não em seu coração. (…)

(…) Em nossa época, parece que [o Senhor] reconheceu a inteligência de seu povo e concluiu que eles captariam o espírito total de adoração e observância do Dia do Senhor quando lhes disse:

“Oferecerás em sacrifício ao Senhor teu Deus em retidão, sim, um coração quebrantado e um espírito contrito” (D&C 59:8).

(…) Ele deu-nos o primeiro e grande mandamento:

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mateus 22:37).

É inconcebível que uma pessoa que ame o Senhor de todo o coração e toda a alma e com o coração quebrantado e o espírito contrito reconheça os dons ilimitados que o Senhor lhe concedeu se recuse a passar um único dia entre sete em espírito de gratidão e ação de graças e a realizar as boas obras do Senhor. A observância do Dia do Senhor é um indicativo da profundidade de nosso amor ao Pai Celestial.22

Muitas vezes, as pessoas não sabem distinguir quais atividades são dignas ou não do Dia do Senhor. Mas se amarmos o Senhor de todo o coração, poder, mente e força; se deixarmos de lado nosso egoísmo e controlarmos nossos desejos; se avaliarmos cada atividade no Dia do Senhor pelo padrão do espírito de adoração; se formos honestos com o Senhor e com nós mesmos; se oferecermos um “coração quebrantado e um espírito contrito”, é pouco provável que venhamos a quebrar o Dia do Senhor no decorrer de nossa vida.23

Sugestões para Estudo e Ensino

Tenha em mente as idéias a seguir ao estudar o capítulo ou ao preparar-se para ensinar. Há auxílios adicionais nas páginas v–ix

  • Leia as páginas 184–186. Reflita sobre a importância atribuída por Deus ao Dia do Senhor e por que esse dia é diferente dos demais na semana. O que torna o Dia do Senhor “deleitoso”?

  • Leia as páginas 187–189, procurando identificar coisas que não devemos fazer no Dia do Senhor. Por que essas atividades são inadequadas para o Dia do Senhor? Nas páginas 189–193 o Presidente Kimball dá exemplos de “atividades úteis e espirituais” para o Dia do Senhor. O que você e sua família fazem para melhorar a observância do Dia do Senhor?

  • O Presidente Kimball disse que “devemos realmente verificar nossa motivação” caso sejamos levados a trabalhar no Dia do Senhor (página 189). O que podemos fazer para manter um espírito de adoração dominical quando precisarmos trabalhar?

  • O que significa dizer que o Dia do Senhor é um dia de descanso? (Há alguns exemplos nas páginas 190–191.) Por que é errado ficar ocioso, sem fazer nada no Dia do Senhor?

  • Examine os propósitos da freqüência às reuniões da Igreja nas páginas 192–193. Qual foi uma ocasião recente em que você sentiu o espírito de adoração numa reunião da Igreja e por quê? Como você pode tornar sua freqüência e adoração mais significativas?

  • O Presidente Kimball testificou das bênçãos que recebemos quando santificamos o Dia do Senhor. (Páginas 194–195; ver também as histórias das páginas 184 e 186.) Quais são algumas bênçãos que você recebeu por ter guardado esse mandamento?

  • Numa noite familiar ou conselho familiar, decida o que os membros de sua família podem fazer para ajudar uns aos outros a santificar o Dia do Senhor.

Escrituras Relacionadas: Gênesis 2:1–3; Marcos 2:23–28; 3:1–5; Mosias 13:16–19; D&C 68:29.

Notas

  1. Conference Report, outubro de 1953, p. 55.

  2. Ver “The Sabbath — A Delight”, Ensign, janeiro de 1978, pp. 4–5.

  3. Faith Precedes the Miracle (1972), pp. 267–269.

  4. Conference Report, outubro de 1978, p. 5; ou Ensign, novembro de 1978, p. 5.

  5. Conference Report, outubro de 1975, p. 6; ou Ensign, novembro de 1975, p. 6.

  6. Ensign, janeiro de 1978, pp. 2, 4, 5.

  7. Ensign, janeiro de 1978, p. 4.

  8. Ensign, janeiro de 1978, p. 4.

  9. Conference Report, abril de 1981, p. 62; ou Ensign, maio de 1981, p. 45.

  10. “The Fourth Commandment”, em M Man – Gleaner Manual 1963–1964 (manual do líder), pp. 277–278.

  11. Conference Report, abril de 1980, p. 5; ou Ensign, maio de 1980, p. 4.

  12. “The Fourth Commandment”, pp. 279–280.

  13. The Teachings of Spencer W. Kimball, ed. Edward L. Kimball (1982), p. 221.

  14. Conference Report, outubro de 1944, p. 43.

  15. The Teachings of Spencer W. Kimball, p. 517.

  16. The Teachings of Spencer W. Kimball, p. 517.

  17. The Teachings of Spencer W. Kimball, p. 220.

  18. Ensign, janeiro de 1978, pp. 4–5.

  19. Ensign, janeiro de 1978, pp. 4, 5.

  20. Conference Report, outubro de 1953, p. 56.

  21. Ensign, janeiro de 1978, p. 5.

  22. “The Fourth Commandment”, pp. 275–276.

  23. “The Fourth Commandment”, p. 280.