1990–1999
Compreender nossa Verdadeira Identidade
April 1998


Compreender nossa Verdadeira Identidade

Há muito tempo, vocês e eu nascemos como filhas na família do Pai Celestial. (…) Todas vocês eram mulheres valentes e nobres na vida pré-mortal.

Família: que nome sagrado para quem mais amamos. Se alguém lhes perguntasse qual é a melhor coisa em sua família, o que seria? Sei que a maioria das famílias, inclusive a minha, não são perfeitas, mas todos os dias tentamos ser mais gentis e ter mais consideração uns pelos outros. No mês passado, meu pai morreu. Aprendi muitas lições com meu pai. Ele tinha tanta fé. Dizia que “morrer é como passar para uma outra sala”. No dia em que morreu, pensei: Papai morreu hoje. Este foi seu último dia na Terra. Ele acabou de passar para outra sala. Foi uma experiência terna e sagrada para minha família e para mim.

Foi meu pai quem me ensinou sobre a vida pré-mortal. Disse que há muito tempo, vocês e eu nascemos como filhas na família do Pai Celestial. Tomamos decisões sagradas que influenciaram o que fazemos agora. Quando eu era mais jovem, meu avô abençoou-me. A bênção foi para que eu “aqui, continuasse meu ministério ao qual me havia dedicado com tanta nobreza lá”. Se tive um ministério na pré-mortalidade, vocês também tiveram. Não foi por acaso que vocês nasceram agora, neste momento histórico do mundo. Todas vocês eram mulheres valentes e nobres na vida pré-mortal.

Abraão disse: “Ora, o Senhor mostrara a mim, Abraão, as inteligências que foram organizadas antes de o mundo existir; e entre todas essas havia muitas das nobres e grandes”. (Abraão 3:22) Sabiam que ele estava falando de vocês? Todas vocês são nobres e grandes, nascidas para viver nesta época na Terra.

Todas viemos dos mais diversos tipos de família. Algumas de vocês está fazendo coisas difíceis e estão saindo-se muito bem. Algumas podem estar preocupadas com o relacionamento com a mãe ou o pai enquanto aprendem juntos a viver em família. Estão aprendendo que às vezes o Salvador acalma a tempestade, às vezes deixa que ela ruja e as acalme.

Parafraseando o que o Élder Jeffrey R. Holland disse: “O [lar] não é um mosteiro de pessoas perfeitas”, às vezes é um hospital onde cuidamos de quem amamos. (Ver “Encheu de Bens os Famintos”, A Liahona, janeiro de 1998, p.76.)

Uma jovem escreveu: “Todos em minha família passam por dificulda-des, mas tento apoiá-los e ajudá-los. (…) Todos ajudamo-nos uns aos outros. Queremos estar juntos por toda a eternidade”.

Ficamos tão impressionadas que todas vocês, moças, estejam voltando o coração para sua família. Há uma moça que ilumina todo lugar aonde vai. Ela escreveu: “Ajudo meus familiares fazendo-os rir. Quando estão tristes, tento alegrá-los de novo”. Outra jovem disse: “Já que pertenço a uma família em que ninguém é membro, nem eu, acho que minha tarefa é ser o exemplo de uma moça que tenta viver o evangelho. Pouco a pouco, levo para casa as bênçãos e bons sentimentos que recebo da única igreja verdadeira”. Na África, duas moças de Gana, que são irmãs, cantam as belas canções de Sião e transmitem um espírito de paz à família.

Às vezes, as moças têm dificuldades especiais quando a família não está completa. No último verão no Alasca, conheci uma presidente das Moças que havia perdido a mãe quando tinha três anos. Ela foi criada pelo pai e filiou-se à Igreja aos 14 anos. Perguntei-lhe como havia aprendido a fazer coisas femininas, como, por exemplo, arrumar o cabelo e pôr a mesa. Ela disse: “Observei minhas líderes das Moças! Quando vi que uma sabia cozinhar, pensei: Quero ser igualzinha a ela. Agora, sempre que limpo a casa, penso em minha consultora das Lauréis”. Por isso, mesmo que sua própria família seja imperfeita, vocês podem pensar e fazer planos para sua futura família.

Quando vocês se preparam para serem donas de casa, estão fazendo exatamente o que o Senhor quer. No coração de toda moça, há um profundo desejo de um dia tornar-se esposa e mãe. Esses sentimentos foram semeados em sua alma muito antes de virem a esta Terra. O Presidente Gordon B. Hinckley disse: “As mulheres, em sua maioria, encontram a maior realização, a maior felicidade no lar e na família. [Gordon B. Hinckley, “Motherhood” (Maternidade), Teachings of Gordon B. Hinckley (Ensinamentos de Gordon B. Hinckley), 1997, p. 387.)

Voltar o coração para a família! A comemoração mundial de 1998 tem muitas sugestões de como vocês podem voltar o coração para sua família, inclusive seus antepassados. O Espírito de Elias está com as moças. Em todo o mundo, há centros de história da família, que são lugares onde podemos descobrir nossos antepassados e raízes. As moças adoram isso. Certa jovem escreveu: “A primeira vez que fomos ao centro de história da família, não queríamos ir. Parecia tão monótono, mas fiquei animada quando encontrei o nome de minha tetravô no computador”. Conforme buscamos nossos antepassados e fazemos o trabalho do templo por eles, sentimos o poder que vem de freqüentar a casa do Senhor.

Martha Milanes, uma líder das Moças na Colômbia, escreveu: “Nosso templo logo será dedicado. Como será gloriosa a experiência de ver todas as nossas moças fazendo o trabalho [batismal] por seus antepassados! [A comemoração] é tão inspirada que também sinto o desejo de voltar o coração para minha família. Essa será nossa oferta ao Senhor em Seu templo aqui na Colômbia”.

Obrigada, moças, por tudo o que dão. Continuando a participar dessa comemoração mundial, vocês irão sentir-se fortalecidas pelo poder do Espírito. Continuando a orar, ler as escrituras e guardar os mandamentos, o Espírito Santo irá sussurrar-lhes que pertencem à família real do Pai Celestial e que Ele as ama muito. Isso testifico, em nome de Jesus Cristo. Amém.