Devocionais de 2017
Um elo forte


Um elo forte

Uma Autoridade Geral Fala a Nós, com o Élder David A. Bednar

Devocional Mundial para Jovens Adultos • 10 de setembro de 2017 • Sede da Estaca Apex Carolina do Norte

A corrente de gerações

Minha mensagem tem como base uma experiência que Susan e eu tivemos em setembro de 1999. O Presidente Gordon B. Hinckley foi ao Ricks College, agora BYU–Idaho, para dedicar o recém-concluído edifício Spencer W. Kimball. Susan e eu tivemos o privilégio de acompanhar o Presidente e a irmã Hinckley durante um dia muito espiritual e memorável.

Enquanto esteve no campus, o Presidente Hinckley falou em um devocional para os alunos, funcionários e professores. Eu estava sentado ao púlpito a apenas alguns metros do Presidente da Igreja restaurada do Senhor enquanto ele proferia sua mensagem. Até hoje, neste exato momento ao olhar para o rosto de vocês e falar com vocês, tenho uma vívida lembrança do Presidente Hinckley ao púlpito no auditório Hart. Lembro-me dos princípios ensinados por ele, de seu tom de voz, das expressões faciais e das coisas que aprendi por meio do poder do Espírito Santo ao ouvi-lo falar.

Convido vocês a participarem de uma parte do devocional.

“Sábado e domingo passados, estávamos em Columbus, Ohio, dedicando um novo e belo templo. O templo e a capela da ala próxima estavam cheios em todas as seis sessões. O Espírito do Senhor estava presente e foi uma ocasião maravilhosa e significativa dedicar o segundo templo da história da Igreja no grande Estado de Ohio.

Comigo estavam minha esposa e minha filha, que estava lá para ajudar sua mãe. Para nossa alegria, uma neta e dois de seus filhos, nossos bisnetos, vieram de St. Louis, onde moram. (…)

Enquanto eu estava sentado no Templo de Columbus Ohio, no outro dia, olhando para meus bisnetos, algo especial aconteceu comigo. De repente, percebi que eu estava no meio de três gerações de antepassados que eu conhecia e que nasceram antes de mim e três gerações que nasceram depois de mim. Meu coração literalmente se voltou para meus pais. Meu coração também se voltou para minha posteridade. Visualizei uma corrente de gerações; essa corrente remonta a um passado distante do qual sabemos muito pouco. Agora se estende por três gerações depois de mim. Imaginei essa corrente em minha mente, até agora intacta, brilhante e forte. (…)

Então pensei, quando eu estava no templo, que sou um elo, ligando todas as gerações do passado e todas as gerações do futuro. Tudo o que tenho de mente e corpo, tecido, membros, juntas e cérebro decorreram como uma herança daqueles que nasceram antes de mim. E tudo o que minha posteridade tem foi passado de mim para eles. Não podemos quebrar essa corrente. Minha posteridade não pode quebrar essa corrente. (…)

Gostaria de falar com eloquência para transmitir a vocês, jovens que estão aqui hoje, o sentimento que tive no templo, o desejo imenso e maravilhoso de que nem eu, nem minha posteridade devem jamais quebrar a corrente de gerações de nossa família.

Para vocês, digo com toda a energia que possuo, não se tornem um elo fraco em sua corrente de gerações. Vocês vieram a este mundo com uma herança maravilhosa. Vocês vieram de grandes homens e mulheres, de homens valentes e corajosos, de mulheres que realizaram muito e de imensa fé. Nunca os decepcionem. Nunca façam nada que possa enfraquecer a corrente da qual vocês são uma parte fundamental.”1

A imagem da corrente de gerações ficou clara em minha mente. A advertência de não se tornar um elo fraco na corrente de gerações tocou muito meu coração. O conselho de não fazer nada que enfraquecesse a corrente de gerações penetrou em minha alma. Para Susan e eu, as lições simples e poderosas que aprendemos naquela tarde de setembro influenciaram para o bem nosso casamento, nossa família e todos os aspectos de nossa vida.

A família Call

Quando Susan era jovem e morava em Afton, sua cidade natal, no Wyoming, ela conhecia e admirava uma família de sua ala que é um exemplo maravilhoso de corrente de gerações.

Palavras da irmã Susan K. Bednar

Na ala onde cresci, morava uma família incrível que tinha 14 filhos. A mãe e o pai, Bessie e Evan Call, casaram-se no templo e permaneceram fiéis a seus convênios. Eles ensinaram a doutrina do evangelho restaurado a seus filhos e foram abençoados por criar uma família justa.

Há vários anos, encontrei uma bela moça em uma reunião sacramental da qual eu participava. Quando ela se apresentou a mim, mencionou que eu conhecia sua mãe. Sua mãe era filha do irmão e da irmã Call e uma amiga muito querida em minha juventude. Essa moça que encontrei na reunião sacramental era neta do casal Call. Depois de perguntar, soube que ela era a 44ª neta dos 96 netos e que seu bebê era o 230º bisneto de Bessie e Evan Call. Esses números me deixaram perplexa. Que posteridade enorme!

Desde essa época, sempre penso: e se o irmão e a irmã Call não tivessem se casado no templo nem cumprido seus convênios? E se eles não tivessem permanecido fiéis à “imensa fé” das gerações anteriores? E se eles não tivessem ensinado o evangelho a seus filhos por preceito e pelo exemplo? E se eles tivessem sido o elo fraco de suas gerações? Quantas pessoas teriam sido afetadas? A resposta é clara. As decisões tomadas por esse casal poderiam ter influenciado mais de 300 familiares, e o número continua a crescer à medida que mais bisnetos e trinetos nascem na família.

Comparem isso com uma experiência diferente que tive com uma querida amiga não membro que conheço há muito tempo. Imaginem o meu choque quando ela, informalmente, mencionou que tinha uma avó mórmon. Fiquei surpresa porque ela não conhecia nada sobre a Igreja e nunca teve interesse em conhecer a doutrina e os princípios do evangelho. Embora eu não saiba a resposta, muitas vezes me perguntei: “Quando a corrente de gerações foi quebrada?” A conclusão clara é que minha amiga nunca experimentou as bênçãos do evangelho de Jesus Cristo em sua vida por causa das decisões tomadas por aqueles que a precederam.

Sendo elo da corrente de suas gerações, vocês devem reconhecer que as decisões que tomam agora e no futuro não afetam apenas vocês. Suas decisões afetam tanto os que os precederam como os que vierem depois de vocês. O exemplo e a influência de sua obediência aos princípios do evangelho, o poder de sua retidão pessoal e as consequências das decisões que vocês tomam para o bem ou para o mal afetarão muitas gerações. Sejam um elo forte na corrente de suas gerações.

Tenho um testemunho do evangelho restaurado de Jesus Cristo. Testifico que o casamento entre homem e mulher foi ordenado por Deus e que a família é essencial ao destino eterno dos filhos de Deus.

Testifico que, por causa de Seu sacrifício expiatório, Jesus Cristo nos redime de nossos pecados e de nossas escolhas erradas e também nos dá forças maiores que as nossas próprias para permanecermos fiéis ao evangelho e aos convênios que fazemos, principalmente quando passamos pelas difíceis experiências da vida.

Sei que o Espírito Santo proporciona impressões espirituais à nossa mente e ao nosso coração e nos ajudará a descobrir e a colocar em prática maneiras para sermos um elo fiel na corrente de nossas gerações. Em nome de Jesus Cristo. Amém.

Término da participação da irmã Susan K. Bednar

Um elo forte

Terei como base para as minhas observações os ensinamentos do Presidente Hinckley sobre nossa “corrente de gerações”. Ele clara e enfaticamente descreveu o que não devemos fazer para não nos tornarmos um elo fraco na corrente de gerações. Quero me concentrar no que devemos fazer para nos tornarmos um elo forte na corrente de gerações.

Em Doutrina e Convênios 128:18 aprendemos que “a Terra será ferida com maldição, a menos que exista um elo de ligação de um ou outro tipo entre os pais e os filhos, sobre um assunto ou outro — e qual é esse assunto? É o batismo pelos mortos. Pois nós, sem eles, não podemos ser aperfeiçoados; nem podem eles, sem nós, ser aperfeiçoados. nem podem eles nem podemos nós ser aperfeiçoados sem os que morreram no evangelho; pois é necessário, na introdução da dispensação da plenitude dos tempos, dispensação essa que está começando a introduzir-se, que uma total, completa e perfeita união e fusão de dispensações e chaves e poderes e glórias ocorram e sejam reveladas desde os dias de Adão até o tempo atual”.2

Convido-os a refletirem sobre duas perguntas básicas sobre essa escritura.

Primeira pergunta: o que é o elo de ligação? O Presidente Joseph F. Smith ensinou: “Precisa haver um elo que ligue e una os pais aos filhos e os filhos aos pais, até que toda a corrente da família de Deus seja unida em uma só, e todos se tornarão família de Deus e de Seu Cristo”.3

A restauração da autoridade e das chaves do sacerdócio nesta dispensação final torna possível a cada um de nós receber, lembrar e honrar as ordenanças de salvação individual e exaltação da família. Elias de fato veio conforme prometido para conferir as chaves do sacerdócio e a autoridade para selar e voltar os corações e estabelecer os elos entre as gerações. Há novamente na Terra nestes últimos dias servos autorizados que podem conferir as bênçãos sagradas dada pelo Salvador, “que tudo o que selares na Terra será selado no céu; e tudo o que ligares na Terra, em meu nome e pela minha palavra, diz o Senhor, será ligado eternamente nos céus; e todos os pecados que remires na Terra serão remidos eternamente nos céus”.4

Assim, “as ordenanças vicárias que realizamos dentro dos templos, a começar pelo batismo, tornam possível a ligação entre as gerações, cumprindo o propósito da criação da Terra”.5

Segunda pergunta: como esse elo garante que a Terra não seja ferida com maldição? O Presidente Joseph Fielding Smith declarou: “Não é somente o batismo pelos mortos, mas também o selamento dos pais, e o selamento dos filhos aos pais, para que houvesse uma ‘completa e perfeita união e fusão de dispensações e chaves e poderes e glórias’ desde o início até o final dos tempos. Sem esse poder selador na Terra, a confusão reinaria e a desordem tomaria o lugar da ordem no dia em que o Senhor viesse e é claro que isso não pode acontecer, pois todas as coisas são governadas e controladas por uma lei perfeita no reino de Deus”.6

Por que a Terra seria amaldiçoada? “Simplesmente porque, se não houver um elo que ligue os pais aos filhos — elo esse que são as ordenanças em favor dos mortos — todos nós seríamos rejeitados; toda a obra de Deus falharia e seria totalmente destruída. (…) A restauração da autoridade para selar [ou influência justa] salva a Terra da total destruição por ocasião da vinda de Jesus Cristo.”7

Essas verdades fundamentais do evangelho nos ajudam a entender por que o “casamento entre homem e mulher foi ordenado por Deus e que a família é essencial ao plano do Criador para o destino eterno de Seus filhos”.8

Alguns de vocês vivenciaram grande pesar em relações familiares abusivas ou desestruturadas. E por isso, vocês podem ter pouco ou nenhum desejo de ser ligados às pessoas que infligiram tal dor e sofrimento.

Por favor, ouçam: os laços familiares eternos são somente ligados por meio da autoridade do sacerdócio e da retidão pessoal. Sejam quais forem as coisas ruins que podem ter acontecido em sua família, testifico e prometo que o Senhor Jesus Cristo é a fonte de cura, renovação e restauração de que você precisa.

O choro talvez tenha durado uma noite de sua adversidade, mas a alegria pode vir pela manhã de sua nova vida possibilitada por nosso Redentor e Salvador.9

Portanto, o que deve ser feito?

Quando debatíamos assuntos importantes no Quórum dos Doze Apóstolos, o Presidente Boyd K. Packer com frequência perguntava: “Portanto, o que deve ser feito?” Para mim, essa pergunta significava: “Então, que importante diferença espiritual essa ideia, proposta ou curso de ação fará na vida dos membros da Igreja?” Ela realmente abençoará aqueles a quem servimos?” Em essência, ele estava nos convidando a ponderar sobre o valor e as implicações do assunto sobre o qual estávamos nos aconselhando. Aprendi que a pergunta “portanto, o que deve ser feito?” é muito útil para manter meu pensamento centralizado em uma questão e para identificar as coisas que mais importam.

Então vocês devem estar se perguntando: “Irmão Bednar, qual é o ‘portanto, o que deve ser feito?’ de sua mensagem?” Acredito que a resposta a essa pergunta pode ser encontrada em três perguntas que alguns de vocês podem estar se fazendo neste momento.

Muitos rapazes e muitas moças que estão participando deste devocional fazem parte da primeira geração de membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Vocês ouviram e receberam a mensagem do evangelho restaurado de Jesus Cristo, foram batizados e confirmados pela devida autoridade do sacerdócio e atualmente estão prosseguindo com firme fé em Cristo. Não importa se vocês são recém-conversos ou se já são membros há muito tempo, vocês são a fonte de força da Igreja e a salvação de sua família presente e futura. Vocês são o primeiro elo na corrente de suas gerações.

Mas vocês podem estar se perguntando: “Sendo o único membro da Igreja em minha família e porque enfrento forte oposição de meus pais, irmãos e de outros membros da família, como posso me tornar um elo forte?”

Ao lerem e ouvirem histórias sobre os primeiros pioneiros desta dispensação que sofreram perseguição, suportaram sofrimento físico e atravessaram as planícies para se estabelecerem em Salt Lake City, talvez se perguntem se teriam feito o que eles fizeram. Mas muitos de vocês estão fazendo o que eles fizeram! A natureza exata e os tipos de desafios que vocês enfrentam hoje podem ser diferentes dos desafios dos pioneiros, mas a oposição à verdade restaurada é a mesma hoje e se intensifica cada vez mais.

Em abril de 1986, o chefe de uma tribo na Gana central faleceu. Fred Antwi, o meio-irmão do chefe, estava ajudando na preparação para o funeral e um ano antes tinha sido batizado e confirmado membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Fred não sabia, mas a irmã mais nova do chefe, a rainha-mãe, estava fazendo planos para que ele se tornasse o novo chefe da tribo.

Na noite anterior ao enterro, sua irmã conversou em particular com Fred e perguntou a ele: “Você sabe quais são os planos da família para você?” Fred respondeu: “Não, até que alguém me conte”. A irmã então disse: “Você será o novo chefe”. Fred ficou surpreso e disse enfaticamente: “Não! Minha religião não permitirá que eu faça isso”.

Servir como chefe é uma honra. O chefe é o chefe supremo em suas vilas e, quando ele fala, as pessoas fazem o que são instruídas. O chefe recebe suporte financeiro e qualquer coisa que ele sentir que precisa será fornecida a ele. Fred estava servindo como presidente de ramo na época em que ficou sabendo sobre a possibilidade de se tornar o chefe. E ele simplesmente não estava disposto a participar de rituais tribais que eram contrários aos princípios do evangelho do Salvador.

Agora cito a própria resposta de Fred ao anúncio surpreendente de sua irmã. “Naquela mesma noite, peguei meu carro e fui visitar um de nossos anciãos da tribo em um vilarejo próximo. Queria falar com ele sobre a notícia que havia sido compartilhada comigo. Ele explicou: ‘Estou ciente dos planos, mas não posso fazer nada para ajudá-lo a não se tornar o chefe’.”

Fred então disse: “Sou cristão e minha religião não permitirá que eu seja um chefe, porque há muitas coisas que um chefe deve fazer que não farei”. O ancião da tribo respondeu: “Bem, então volte e diga aos seus líderes da tribo que você é um cristão e que não pode ser o chefe”. Fred disse: “Voltei e informei os líderes, mas eles ignoraram minha mensagem”.

Fred continuou: “Meu meio-irmão (o antigo chefe) seria enterrado à meia-noite, então eu estava dirigindo meu carro atrás de outros familiares em seus próprios carros. Ao chegar a uma bifurcação na estrada, no caminho para o enterro, em vez de virar à esquerda com os outros, virei à direita em uma estrada que levava à Cape Coast e acelerei”.

Fred não teve nenhum contato com os demais familiares pelos próximos seis meses. Mais tarde, ele ficou sabendo que, se ele tivesse ido ao enterro, ele teria sido nomeado o próximo chefe, colocando-o em uma situação muito difícil. Por fim, descobriu que seu sobrinho, um dos filhos da rainha-mãe, foi nomeado o novo chefe.

Ao escolher virar à direita e seguir para Cape Coast, Fred estava fortalecendo o primeiro elo na corrente de suas gerações. Firme em seu testemunho da doutrina e dos princípios do evangelho restaurado, o curso de vida de Fred mudou de maneiras milagrosas. Ele e a irmã Antwi foram os primeiros missionários de tempo integral da África Ocidental chamados para servir no Templo de Gana. Atualmente, Fred e sua esposa servem, respectivamente, como conselheiro e assistente da diretora na presidência do Templo de Acra Gana.

Sendo um recém-converso à Igreja restaurada do Salvador, Fred foi abençoado e fortalecido para vencer a forte oposição de sua família, de seus amigos e de conhecidos. E o irmão e a irmã Antwi ensinaram diligentemente o evangelho de Jesus Cristo a seus filhos e estabeleceram padrões de retidão em sua família que estão alcançando gerações. Assim como tudo começou com Fred e a esposa, isso também começa com vocês!

Para vocês que são a primeira geração de membros da Igreja: isso começa com vocês! Vocês são os pioneiros para seus antepassados e para sua posteridade. Os membros falecidos que os precederam na corrente de suas gerações estão orando por sua ajuda, e aqueles que virão depois de vocês estão confiando em sua fidelidade. Vocês verdadeiramente têm o poder de se tornar elos fortes. Lembrem-se: isso começa com vocês. E com a ajuda do Senhor, vocês podem fazê-lo!

Alguns de vocês podem estar se perguntando: “Como posso ter esperança de criar uma família eterna se nunca fui membro de um lar forte de membros?” Algumas observações de minha própria experiência podem ajudá-los.

Minhas “correntes de gerações” pessoais são bem diferentes em minha linhagem materna e paterna. Na corrente da minha mãe, sou da quinta geração de membros da Igreja. Seus antepassados filiaram-se à Igreja na Inglaterra e na Suíça nos primórdios da Restauração. Assim, na linhagem de minha mãe, sou um elo de uma longa corrente de gerações fiéis.

Na linhagem de meu pai, sou da primeira geração de membros da Igreja. Pelo fato de meu pai não ter se filiado à Igreja até mais tarde em sua vida, meu irmão mais velho e eu fomos os primeiros da família Bednar a receber o sacerdócio. Fui o primeiro em nossa família a servir como missionário de tempo integral. Assim, como muitos de vocês, sou o primeiro elo do evangelho na corrente de gerações da família Bednar.

Meu pai foi um homem bom, dedicado e trabalhador. Eu o amo e aprendi, trabalhando com ele, grandes lições que me ajudaram a me tornar a pessoa que sou hoje. Minha mãe me ensinou a orar e a amar as escrituras. Eu a amo e agradeço pela chama de fé que ela acendeu em mim. No entanto, é interessante notar que não me lembro de orar, de estudar as escrituras ou de fazer uma noite familiar juntos em família. Eu orava e lia o Livro de Mórmon com minha mãe, mas nunca fizemos essas coisas como pai, mãe e filhos.

Com a ajuda do Senhor, vocês podem criar uma família eterna mesmo se não vieram do tipo de lar de membros às vezes em destaque nas capas da revista Liahona. Lembrem-se sempre de que isso começa com vocês!

O próprio fato de ter vivenciado padrões familiares justos em minha infância criou em mim um forte desejo de trabalhar diligentemente com Susan para garantir que tais padrões sempre fizessem parte do lar que criamos juntos. Ao nos aconselharmos e rogarmos por ajuda em nossas orações, fomos inspirados e abençoados para ajudar nossos filhos a aprender os princípios do evangelho restaurado do Salvador. Certamente não fomos pais perfeitos, mas recebemos os dons espirituais de que precisamos e buscamos força por meio Dele.10

Vocês e eu não estamos presos em nossas experiências passadas. Não somos inteira e totalmente vítimas de nossas condições atuais ou cativos de nosso ambiente. O Espírito Santo nos ensinará todas as coisas que devemos fazer, incluindo os padrões de retidão familiar dos quais não participamos anteriormente. Isso começa com vocês! E com a ajuda do Senhor, vocês podem fazê-lo!

Alguns de vocês talvez foram magoados por familiares ou por líderes respeitados que não honraram os convênios sagrados do casamento. Vocês podem se perguntar: “Se meus pais ou outros casais que conheço foram selados no templo e seu casamento não deu certo, como posso ter esperança de que meu casamento vai durar para sempre?”

Para vocês que vivenciaram a dor de um divórcio em sua família ou sentiram a agonia da confiança violada, lembrem-se: isso começa novamente com vocês! Um elo na corrente de suas gerações pode ter sido quebrado, mas outros elos justos e o que resta da corrente são eternamente importantes. Vocês podem fortalecer sua corrente e talvez até ajudar a restaurar os elos quebrados. Esse trabalho será realizado de maneira individual, um por um.

Somos filhos e filhas de Deus. De acordo com o plano eterno de felicidade do Pai, somos dotados com o dom do arbítrio moral e somos agentes com a capacidade de agir. Não somos meros objetos que recebem a ação. Somos nossos próprios árbitros e devemos ocupar-nos zelosamente em realizar muita retidão.11

Um casamento feliz e gratificante não é encontrado, ele é criado por um homem e por uma mulher que cumprem convênios. Temo que alguns de vocês possam estar em uma busca sem fim por algo que não existe. Não há nenhum cônjuge em potencial perfeito que pode protegê-los da dor emocional e da angústia espiritual. Mas, com a força do Senhor, um homem e uma mulher fiéis atuando como agentes podem criar um casamento gratificante e a família eterna que esperam e anseiam ter.

O serviço abnegado em um relacionamento conjugal exige paciência e persistência em um mundo que incentiva incansavelmente o egoísmo e o egocentrismo. Mas isso começa com vocês, ao agirem e prosseguirem com fé no Salvador, buscando continuamente a ajuda do céu e exercendo seu arbítrio moral em retidão. Vocês podem fazê-lo com a ajuda do Senhor.

Promessas, bênção e testemunho

Meus amados irmãos e irmãs, rogo-lhes com toda a energia de minha alma que se tornem um elo forte na corrente de suas gerações.

Tornar-se um elo forte começa com vocês fazendo as coisas simples que o irmão e a irmã Call fizeram para honrar os convênios sagrados e para ensinar seus filhos a viver e a amar o evangelho restaurado de Jesus Cristo.

Tornar-se um elo forte começa com vocês tendo coragem e fé no Salvador para virar à direita, como o irmão Antwi fez.

Tornar-se um elo forte começa com vocês confiando que o Espírito Santo lhes ensinará todas as coisas e iluminará seu caminho mesmo quando não souberem de antemão o que devem fazer.

Tornar-se um elo forte começa com vocês diligente e corajosamente afugentando as trevas do meio de vocês12 e permanecendo firmes contra os males sedutores dos últimos dias.

Invoco sobre vocês uma bênção apostólica que, pelo poder do Espírito Santo, entendam mais plenamente a importância de seu lugar na corrente de gerações. Sei que serão abençoados e fortalecidos ao se esforçarem para se tornar um elo forte. E prometo que, com a ajuda do Senhor, vocês podem fazê-lo!

Presto testemunho com alegria de que Jesus Cristo é o Filho do Deus vivo. Sei que Ele vive, que Ele ressuscitou e que nos conhece e nos ama individualmente. Testifico que a autoridade e as chaves do sacerdócio que conectam a Terra e o céu foram restauradas à Terra nestes últimos dias. E sei que, ao seguirmos o plano eterno do Pai, seremos felizes nesta vida e nossa família poderá ser eterna. Presto testemunho disso no sagrado nome do Senhor Jesus Cristo. Amém.

Notas

  1. Gordon B. Hinckley, “Chains” [Correntes], devocional no Ricks College, 7 de setembro de 1999, video.byui.edu; ver também Discourses of President Gordon B. Hinckley, Volume 1: 1995–1999 [Discursos do Presidente Gordon B. Hinckley, Volume 1: 1995–1999], 2005, pp. 471–477.

  2. Doutrina e Convênios 128:18; grifo do autor.

  3. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith, 2011, p. 411.

  4. Doutrina e Convênios 132:46.

  5. D. Todd Christofferson, “A redenção dos mortos e o testemunho de Jesus”, A Liahona, janeiro de 2001, p. 12.

  6. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Fielding Smith, 2013, p. 230.

  7. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Fielding Smith, p. 230.

  8. “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, novembro de 2010, última contracapa.

  9. Ver Salmos 30:5.

  10. Ver “Sim, eu Te seguirei”, Hinos, nº 134.

  11. Ver Doutrina e Convênios 58:27–28.

  12. Ver Doutrina e Convênios 50:23–25.