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Perdão


Lição 8

Perdão

O propósito desta lição é ajudar-nos a fortalecer nosso compromisso de perdoar a nós mesmas e aos outros.

Atividade: “Quem Sou Eu?”

Dirija a atividade “Quem Sou Eu?”, solicitando que um membro da classe leia em voz alta as biografias que se encontram abaixo, sem mencionar as referências das escrituras. Não permita que a identidade dos personagens seja revelada antes que se pergunte “Quem Sou Eu?”. A irmã deve levantar a mão no momento que sentir que descobriu a identidade da pessoa descrita. Contudo, a narradora deve continuar a ler até que toda a lista esteja completa, ou que todas as mãos estejam levantadas.

Biografia nº 1

  1. Fui acusado injustamente e encarcerado. (Ver Gênesis 39:11–20.)

  2. Posteriormente, libertaram-me da prisão e deram-me uma elevada posição de liderança num país estrangeiro. (Ver Gênesis 41:37–43.)

  3. Estive separado durante muitos anos de meu pai e de minha família. (Gênesis 41–44.)

  4. Interpretei os sonhos de um copeiro, um padeiro e um governante. (Ver Gênesis 40–41.)

  5. Devido à grande fome que reinava no país, minha família mudou-se para o lugar onde eu vivia. Pude ajudar meus familiares. (Ver Gênesis 45–46.)

  6. Quando eu era menino, meu pai deu-me uma bonita túnica. (Ver Gênesis 37:3.)

  7. Embora meus irmãos me houvessem vendido aos mercadores de escravos, eu os perdoei e nos reunimos alegremente no Egito, vivendo felizes por muitos anos. (Gênesis 45–46)

  8. Quem sou eu?

Resposta: José, filho de Jacó, que foi vendido no Egito. (Ver “Deveis Perdoar Uns aos Outros“, Abelhinhas, Curso A, 1978, lição 3, p. 16.)

• Mostre o auxílio visual 8-a: “O reencontro de José e seus irmãos”. Por que José e seus irmãos puderam reencontrar-se alegremente e viver juntos em harmonia durante muitos anos?

Biografia nº 2

  1. Sou o mais jovem de dois filhos. (Ver Lucas 15:11–12.)

  2. Fui para uma terra distante, onde desperdicei a herança recebida de meu pai. (Ver Lucas 15:13.)

  3. Quando aquela terra sofreu um período de fome, comecei a passar necessidade. (Ver Lucas 15:14.)

  4. Para conseguir alimento, tive que trabalhar alimentando porcos. (Ver Lucas 15:15.)

  5. Lembrei-me de como meu pai alimentava bem seus servos; portanto, decidi voltar para casa e pedir-lhe que me empregasse como servo seu. (Lucas 15:17–19)

  6. Quando meu pai me viu voltando, correu ao meu encontro, beijou-me e deu-me sua melhor túnica, um anel, sapatos e preparou uma festa para celebrar minha volta. (Lucas 15:20–24)

  7. Quem sou eu?

Resposta: O filho pródigo.

• Mostre o auxílio visual 8-b. “A volta do filho pródigo”. Por que foi possível este alegre reencontro?

Essas duas histórias da Bíblia ilustram o que pode acontecer quando os familiares se perdoam uns aos outros.

• O que é perdão? Como as histórias de José e do filho pródigo ilustram esse princípio?

Quando Perdoamos, Colocamos em Prática o Amor Cristão

Jesus nos deu o exemplo perfeito de como devemos perdoar os que nos ofendem. O Élder Robert L. Simpson disse a respeito do exemplo do Salvador:

“A história bíblica conta que nenhum homem mortal jamais foi tão humilhado e passou por tanta dor e sofrimento como o Salvador do mundo, durante Suas horas finais na mortalidade. (…)

Ali pendia Ele, com o corpo machucado e sangrando e ainda assim escarnecido por Seus inimigos; e foi em meio a tudo isso que Jesus [rogou], talvez em voz baixa, com profunda reverência: ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem’”. (Lucas 23:34) (“Forgiveness”, Improvement Era, dezembro de 1966, p. 1148)

Assim como Jesus perdoou, também nós devemos perdoar.April Aaron é uma jovem santo dos últimos dias que seguiu o exemplo do Salvador. Quando a caminho de um baile da Igreja em São Francisco, Califórnia, April foi atacada por um homem que a esfaqueou ao tentar roubar-lhe a bolsa. Ao ser agredida, ela perdeu a vista direita e recebeu ferimentos profundos na perna direita e no braço esquerdo. E qual foi a resposta de April, ao ser interrogada sobre seu agressor?

“Acho que ele deve estar sofrendo. Deveríamos sentir pena de alguém como ele. (…)

Gostaria que alguém pudesse fazer algo por ele, que pudesse ajudá-lo. Ele precisa receber algum tratamento. Quem sabe o que pode levar uma pessoa a fazer o que ele fez? Se não o encontrarem, é provável que faça a mesma coisa novamente.” [Citado por Spencer W. Kimball em O Milagre do Perdão (1969), p. 294, Reimpresso 1999.]

• De que forma April demonstrou amor Cristão pela pessoa que a atacou?

Jens Christian Johansen, membro da Igreja na Dinamarca, também possui a capacidade cristã de perdoar. Em seu diário pessoal, ele registrou: “Ao amontoar o feno e fazer meu trabalho, joguei doze fardos por cima da cerca para meu vizinho, pois não tinha feno para o seu cavalo e suas vacas, e havíamos verificado que um pouco do nosso havia sido retirado na noite anterior. (…) Prefiro dar-lhe um pouco do nosso, do que deixar que roube”. (Citado por Rex D. Pinegar em “Grandfather Johansen’s Example”, New Era, setembro de 1977, p. 4.)

• Como o irmão Johansen demonstrou haver perdoado seu vizinho por ter-lhe roubado o feno?

Quando soubermos perdoar como April e o irmão Johansen, estaremos amando os outros da mesma forma que Cristo.

• Mostre o cartaz com a seguinte declaração: Sinto que a expressão máxima do amor a Deus e aos homens é o perdão. (Marion D. Hanks, “Even as Christ Forgave”, New Era, junho de 1974, p 4.) Leia a declaração para a classe.

É Exigido de Nós que Perdoemos a Todos

Freqüentemente dizemos ou fazemos coisas que causam dor e sofrimento ao próximo. Outros com freqüência dizem ou fazem coisas que nos ofendem. Para ajudar-nos a resolver tais problemas, Jesus Cristo aconselhou:

“Portanto, digo-vos que vos deveis perdoar uns aos outros; pois aquele que não perdoa a seu irmão suas ofensas está em condenação diante do Senhor; pois nele permanece o pecado maior.

Eu, o Senhor, perdoarei a quem desejo perdoar, mas de vós é exigido que perdoeis a todos os homens.” (D&C 64:9–10; grifo do autor)• Que pessoas estão incluídas no termo “todos os homens”?

• Quem é nosso irmão? (Ver D&C 64:9; 76:23–24.) O que acontecerá se deixarmos de perdoar aqueles que nos ofendem? Quem comete o pecado maior—aquele que ofende ou aquele que se recusa a perdoar?

Na primeira parte desta lição, vimos duas histórias ilustrando como problemas familiares foram resolvidos pelo perdão.

• Qual seria o resultado, se marido e mulher perdoassem prontamente as ofensas mútuas? Se irmãos se perdoassem? Se os pais perdoassem os filhos? Se os filhos perdoassem os pais?

• Ler Mateus 5:44. Segundo essa escritura, a quem devemos perdoar?

• Qual seria o resultado, se perdoássemos prontamente as ofensas de nossos vizinhos? Dos membros da Igreja? Dos amigos?

Jesus Cristo ensinou que, se formos ofendidos, não devemos esperar que o ofensor venha pedir perdão. Devemos procurá-lo e fazer as pazes com ele. (Ver Mateus 5:23–24.) O Pai Celestial não perdoará nossos pecados, a menos que nosso coração esteja livre de ódio, ressentimento e mágoas dos outros. (Ver Mateus 6:14–15.)

• Peça a uma irmã que leia Mateus 18:21–22. De que outra forma podemos dizer “setenta vezes sete?”

Para perdoar a todos, é necessário que também perdoemos a nós mesmas. Quando cometemos um erro, devemos arrepender-nos e esquecer. Às vezes é mais fácil perdoar os outros do que a nós mesmas, mas perdoar “a todos os homens” é perdoar a todas as pessoas, incluindo a nós mesmas.

• Por que às vezes achamos difícil perdoar a nós mesmas? Por que é importante que perdoemos a nós mesmas?

Precisamos Perdoar para Progredir

O Élder Boyd K. Packer relatou esta história:

“Há muitos anos, aprendi uma lição com o homem mais santo que já encontrei na vida. Era firme e sereno, com profunda força espiritual que muitos tentavam desfrutar.

Ele sabia exatamente como ministrar aos que estavam sofrendo. Estive presente a várias ocasiões nas quais ele abençoou pessoas doentes ou aflitas.

Sempre tivera uma vida de préstimos, tanto na Igreja quanto na comunidade (…).Certa vez, ensinou-me uma lição com uma de suas experiências na vida. Embora pensasse conhecê-lo, revelou-me coisas que nem imaginaria. (…)

Casou-se com uma jovem adorável e tudo parecia ir bem. Tinha um bom emprego, com futuro brilhante. Eram profundamente apaixonados e ela esperava o primeiro bebê.

Na noite em que o bebê deveria nascer, houve complicações. Não conseguiram encontrar o único médico da cidade, e após muitas horas de trabalho de parto, as condições da mãe tornaram-se desesperadoras.

O médico finalmente chegou e, sentindo a urgência do caso, agiu rapidamente; logo depois o bebê nasceu, e parecia que a crise havia passado.

Alguns dias mais tarde, a jovem mãe faleceu da mesma infecção que o médico estivera tratando naquela mesma noite, em outra casa.

O mundo desabou para ele; nada mais parecia certo. Havia perdido sua bem-amada e não tinha condições de cuidar de um bebê tão novinho e ao mesmo tempo trabalhar.

Com o passar do tempo, seu pesar aumentou. ‘Aquele médico devia ser proibido de clinicar Ele trouxe a infecção para a minha mulher; se tivesse cuidado, ela estaria viva hoje.’ Não conseguia pensar em mais nada e, em sua amargura, tornou-se ameaçador.

Certo dia, uma criança bateu à sua porta e disse-lhe, simplesmente: ‘Meu pai quer que o senhor venha comigo’.

‘Meu pai’ era o presidente da estaca. Um jovem magoado e aflito ia ver seu líder espiritual; esse pastor de almas estivera observando seu rebanho e tinha algo a dizer-lhe.

O conselho desse servo sábio foi simples: ‘João, esqueça. Nada no mundo a trará de volta. Tudo o que fizer, só vai piorar as coisas. João, esqueça’.

Meu amigo contou-me que esse havia sido o seu Getsêmani, a sua hora decisiva.

Como poderia esquecer? Um terrível erro fora cometido, e alguém deveria pagar por ele.

Aflito, tentou reunir suas idéias. E isso não aconteceu de imediato. Por fim decidiu que, fossem quais fossem os resultados, seria obediente.

Ele determinou-se a seguir o conselho desse líder espiritual que demonstrava sabedoria. Esqueceu.Em seguida, disse-me: ‘Já era velho, quando finalmente compreendi. Foi só quando consegui enxergar um pobre médico do interior—sobrecarregado de trabalho, mal pago, correndo de porta em porta nas casas dos pacientes, com escassez de remédios, nenhum hospital, poucos instrumentos. Ele lutava para salvar vidas e era bem-sucedido na maioria das vezes.

Ele chegara na hora da crise, quando duas vidas estavam por um fio, e agiu sem demora’.

‘Já era velho’, repetiu ele, ‘quando compreendi. Teria arruinado minha vida e outras mais’.

Quanto agradeceu ao Senhor de joelhos por haver recebido aquele simples conselho de um líder sábio: ‘João, esqueça’.

Esse é meu conselho para vocês. Se estiverem sofrendo por causa de ressentimentos, amargura, desapontamento ou ciúmes, controlem seus sentimentos. Poderão não controlar as coisas dos outros, mas controlarão as coisas que estão dentro de si.

“Digo, portanto: João, esqueça, Maria, esqueça.” (“O Bálsamo de Gileade,” A Liahona, fevereiro de 1978, pp. 81–83)

• Por que João disse que perdoar o médico era como seu “Getsêmani”? Quando João começou a progredir? Quais foram algumas virtudes que João desenvolveu ao perdoar?

O Élder Sterling W. Sill, contou a história a seguir:

“Há algum tempo conversei com uma senhora de 53 anos de idade, que cometera uma transgressão moral aos 18. Ela sabia que seu pecado era grave, mas, por haver-se arrependido milhares de vezes, podemos confiar na promessa do Senhor de que fora perdoada. No entanto, ela nunca se perdoou. Por sentir-se impura e inferior, afastou-se de suas amizades, recusou casar-se e tornou-se uma espécie de reclusa social e espiritual. Durante 35 anos, ela degradou-se a si mesma, com acusações e recriminações pessoais. Sua vida de remorso transformou-se em algo muito abaixo da pessoa maravilhosa que Deus pretendia que ela fosse. Seu pecado aos 18 anos fora muito grave, mas durante 35 anos ela o tornara ainda maior, desperdiçando a coisa mais valiosa do mundo, que é uma esplêndida vida humana.” [What Doth It Profit (1965), p. 183]

Quando ficamos remoendo nossos fracassos e erros, ou continuamos a abrigar no coração ressentimentos, recusando-nos a perdoar a nós mesmas ou aos outros, desperdiçamos tempo e energia, sem realizar coisa alguma, e inibimos nosso progresso espiritual.

Conclusão

Não é fácil perdoar ao próximo e a nós mesmas. Pode ser um dos maiores obstáculos que enfrentamos na vida. Quando perdoamos plenamente, em nosso coração ou por palavras, abrimos caminho para progredirmos, melhorarmos nossa vida e para sermos felizes. Preparamo-nos para pedir ao Senhor perdão dos pecados. Ele nos disse que, quando perdoa nossos pecados, deles não mais Se lembra. (Ver D&C 58:42.) Tirar da mente e do coração as ofensas que nos fazem e delas não mais nos lembrar é parte importante do perdão. Ao esquecer os ressentimentos para com o próximo, trazemos paz à nossa vida. Procuraremos o Espírito Santo e estaremos preparados para receber Sua orientação. Aceitaremos a crítica pessoal, seremos capazes de usá-la para nosso desenvolvimento e progrediremos rumo à exaltação no reino de nosso Pai Celestial.

As ofensas são inevitáveis, mas não devemos deixar que elas estraguem nossa vida. Se tivermos um coração clemente, perdoaremos as ofensas. Cada uma de nós deve esforçar-se para orar sinceramente: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores“. (Mateus 6:12)

Desafio

Reflita em seus sentimentos: Você tem mágoas? Se tiver, o que fará para sobrepujá-las? Peça ao Pai Celestial que a ajude a perdoar.

Escrituras Adicionais

  • Mosias 26:30–31 (perdoar uns aos outros)

  • Doutrina e Convênios 42:88–89 (o procedimento da Igreja em relação às ofensas)

  • Doutrina e Convênios 82:1 (quando perdoamos, o Senhor nos perdoa)

  • Doutrina e Convênios 98:39–48 (com que freqüência devemos perdoar)

Preparação da Professora

Antes de apresentar esta lição:

  1. Leia Princípios do Evangelho, capítulo 19, “Arrependimento”.

  2. Prepare-se para dirigir a atividade do início da lição.

  3. Prepare o cartaz sugerido na lição ou escreva as informações no quadro-negro.

  4. Se desejar, designe às irmãs a apresentação de histórias, escrituras ou citações da lição.