Recursos para a família
Orientar os Filhos nos Momentos de Decisão


Lição 15

Orientar os Filhos nos Momentos de Decisão

Objetivo

Ensinar os princípios que ajudarão os pais a orientar os filhos quanto às decisões que tenham de tomar.

Preparação

  1. Ao preparar-se para ensinar, procure meios de utilizar os princípios relacionados na seção “Responsabilidades do Professor”. (Páginas ix–xi deste manual)

  2. Leia os subtítulos em negrito. Eles formam um esboço das doutrinas e princípios da lição. Pondere essas doutrinas e princípios durante a semana como parte de sua preparação, empenhando-se em conseguir a orientação do Espírito para decidir o que deve salientar para atender às necessidades dos alunos.

  3. Caso o manual Noite Familiar: Livro de Recursos (31106 059) esteja disponível, estude a seção “Livre-Arbítrio—A Chave do Desenvolvimento”, nas páginas 237–238, e “Como Recuperar um Filho Afastado”, nas páginas 252–253. Sugere-se que você cite essas seções durante a aula.

  4. Leve uma pedra para a aula. Ela será utilizada na última parte da lição.

Sugestões para o Desenvolvimento da Lição

Os filhos precisam de orientação nos momentos em que tomam decisões.

Leia o seguinte poema, que o Presidente Thomas S. Monson, da Primeira Presidência, citou em um discurso na conferência geral:

A moça, só, ante a encruzilhada,

O Sol brilhante a alumiar-lhe o rosto,

Do desconhecido despreocupada,

Para a corrida tomara posto.

Porém, da estrada, duas surgiam,

E, sem saber para onde iam,

Tomou a estrada que a extraviou

Que da vitória a afastou.

Caíra em tão cruel armadilha,

Por não haver quem lhe indicasse a trilha

Para mostrar-lhe a boa estrada.

Num outro dia ante a encruzilhada,

Outra moça de ideal extremo

Tomara posto para a largada.

Qual a primeira, esta buscava o bem supremo.

Havia, ali, quem conhecesse a trilha.

E a avisasse da vil armadilha.

A má estrada, assim, repudiou

E a coroa conquistou.

Hoje, entre os nobres, caminha altaneira

Por haver quem lhe indicasse, a tempo,

A trilha verdadeira.

(Citado em “Somos Todos Pioneiros”, A Liahona, julho de 1997, pp. 108–109)

Diga que, muitas vezes, as crianças e os jovens se encontram em uma encruzilhada, muitas vezes têm de tomar decisões que terão efeitos duradouros em sua vida. Os pais conhecem a estrada e devem estar presentes para ajudar os filhos a tomar as decisões corretas. Deveria ser possível aos filhos lembrar dos ensinamentos dos pais e, assim, receber orientação e ter confiança no sussurro do Espírito Santo, mesmo quando não é possível ter a companhia dos pais nos momentos de decisão.

Os pais podem ajudar os filhos a exercerem o arbítrio com retidão.

Diga que o arbítrio é uma das maiores dádivas que recebemos do Pai Celestial. Ele nos dá o poder de escolher e de agir por nós mesmos. É por intermédio do arbítrio que decidimos seguir o Salvador e receber as bênçãos da vida eterna. (Ver 2 Néfi 2:25–28.)

Leia Doutrina e Convênios 58:27–28 com os alunos.

• Como esta passagem se aplica aos pais que estejam ajudando os filhos a tomar as decisões corretas?

• Quais são os benefícios de permitir que os filhos tomem decisões?

O material a seguir esboça os princípios que os pais podem seguir para ajudar os filhos a utilizar o arbítrio em retidão. Discuta esses princípios com os alunos.

Ensinar aos filhos o grande plano de felicidade do Pai Celestial

Leia o seguinte trecho de Alma 12:32 com os alunos:

“Portanto, depois de ter-lhes revelado o plano de redenção, Deus lhes deu mandamentos (…).” (Alma 12:32)

• O fato de Deus ter-lhes dado mandamentos depois de revelar-lhes o plano de redenção é significativo. Por quê? Como esse princípio se aplica aos pais na realização do trabalho de incentivar os filhos a obedecerem aos mandamentos?

O Élder Boyd K. Packer, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou:

“Os jovens perguntam ‘por quê’?—Por que nos é ordenado que façamos certas coisas e por que nos é ordenado que não façamos outras? O conhecimento do plano de felicidade (…) dá aos jovens um ‘porque’. (…)

Vocês não estarão com os filhos quando eles forem tentados. Nesses momentos perigosos, eles têm de lançar mão de recursos próprios. Se conseguirem ver a si mesmos no contexto do plano do evangelho, serão extremamente fortalecidos.

Vale a pena repetir o plano muitas vezes. Assim eles terão sempre a consciência do propósito da vida, da realidade do Redentor e do motivo para a existência dos mandamentos.

O estudo das escrituras e as experiências que tiverem na vida serão acréscimos ao testemunho cada vez mais firme de Cristo, da Expiação e da restauração do evangelho.” (The Great Plan of Happiness, [discurso aos professores de religião, 10 de agosto de 1993], p. 3.)

Dar aos filhos instruções claras, baseadas nos princípios do evangelho.

Diga que os pais devem dar instruções claras para os filhos seguirem ao tomarem decisões. Isso inclui ensinar o evangelho e estabelecer padrões de comportamento em casa. O Élder Joe J. Christensen, dos Setenta, ensinou:

Não tenham receio de estabelecer diretrizes e padrões morais. Digam ‘não’ quando for necessário. (…) Expliquem [aos filhos] que há certas coisas que simplesmente não são permitidas em sua família. Há pais que se preocupam, quase que de maneira obsessiva, com a popularidade e aceitação de seus filhos e concordam com muitas coisas que contrariam seus princípios, como modismos caros, roupas sem recato, diversões até altas horas, namoro antes dos 16 anos, filmes proibidos para menores e assim por diante. Os pais e os filhos que permanecem firmes a favor do que é certo podem às vezes sentir-se sós. Passam noites sozinhos em casa, perdem festas e deixam de assistir a filmes. Pode não ser divertido, mas criar filhos não é concurso de popularidade.” (A Liahona, janeiro de 1994, p. 12.)

• O que os pais podem fazer para estabelecer regras morais claras para a família? (Quando os alunos estiverem discutindo essa questão, incentive-os a contarem exemplos da própria vida.)

Leia Morôni 7:15–19 com os alunos.

• Que conselho essa passagem dá quanto a como discernir o que é bom do que é mau? Como os pais podem utilizar esse conselho ao estabelecerem as regras para os filhos?

• Os jovens e as crianças, às vezes, precisam de ajuda para discernir o que é bom do que é mau. Em que aspectos da vida isso acontece? Como os pais poderiam utilizar o conselho dado em Morôni 7:15–19 para ajudar os filhos a tomarem as decisões certas?

Ajudem os filhos a reconhecerem a influência do Espírito Santo na própria vida.

Diga que Morôni 7:15–19 fala da Luz de Cristo, que nos ajuda a discernir o bem do mal. Além de seguir a Luz de Cristo, podemos ser orientados pelo Espírito Santo, que nos “mostrará todas as coisas que [devemos] fazer” (2 Néfi 32:5) e nos ajudará a “saber a verdade de todas as coisas”. (Morôni 10:5) À medida que aprendem a reconhecer e atender os sussurros do Espírito Santo, os filhos recebem mais ajuda para tomar decisões. Depois que os filhos receberem o dom do Espírito Santo, os pais podem ajudá-los a desenvolver o desejo de ser dignos de ter a companhia do Espírito constantemente.

O Élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, contou como a mãe ajudou-o a reconhecer a influência do Espírito Santo:

”Logo depois de meu batismo e confirmação, minha mãe chamou-me em um canto e perguntou: ‘O que você está sentindo?’ Eu descrevi da melhor maneira possível a calorosa paz, conforto e felicidade que sentia. Ela explicou-me que aquele sentimento era o dom que eu acabara de receber, o dom do Espírito Santo. Disse-me que se vivesse dignamente, eu o teria sempre comigo. Esse momento de aprendizado nunca mais me saiu da lembrança. (A Liahona, julho de 1999, Fortalecer as Famílias: Nosso Dever Sagrado, p. 39.)

• O que os pais podem fazer para ajudar os filhos a sentirem e reconhecerem a influência do Espírito Santo? (Algumas das respostas possíveis são que os pais podem incentivar os filhos a estudar as escrituras, escutar música sacra, cumprir os mandamentos e orar fervorosamente. Outra coisa que podem fazer é contar experiências espirituais aos filhos e dizer que os amam.)

Saliente que é essencial que os pais incentivem os filhos a praticar a religião na vida particular, estudando as escrituras individualmente, orando e jejuando. É importante participar das atividades religiosas da família, mas não é o bastante.

Dê aos filhos pequenos a oportunidade de tomar decisões simples.

Diga que os pais podem dar aos filhos pequenos a oportunidade de tomar decisões. Os pais podem fazer com que as decisões sejam simples; normalmente isso seria feito apresentando-se duas opções e certificando-se de que ambas sejam aceitáveis. Por exemplo, um dos pais poderia dizer: “Você quer usar a camisa azul ou a vermelha hoje?” ou “Você prefere ouvir uma história ou continuar brincando até a hora de ir dormir?” Uma vez que tenham apresentado as opções, os pais devem aceitar a decisão do filho.

• Como as decisões simples ajudam a preparar as crianças para tomar decisões bem mais difíceis e abrangentes no futuro?

Ajudar os filhos a compreenderem que certas decisões têm conseqüências eternas.

Diga que quando os filhos têm de tomar decisões difíceis, como, por exemplo, escolher as atividades de que participarão no Dia do Senhor, escolher os amigos, planejar os estudos ou estabelecer as metas profissionais, é importante que saibam basear-se nas verdades do evangelho para avaliar o caso. É essencial que compreendam que as decisões que tomarem podem ter conseqüências eternas. Os pais têm de começar desde cedo a conversar com os filhos a respeito desse princípio.

• Citem algumas coisas que os pais podem fazer para orientar os filhos quando os aconselharem. (Algumas das respostas possíveis são que os pais podem contar experiências próprias, lembrar os filhos dos mandamentos do Senhor e ajudá-los a meditar nas conseqüências eternas de cada opção.)

• Em que situações poderia ser necessário que os pais interferissem no caso de um filho que estivesse tomando más decisões?

Peça a um aluno que leia o seguinte conselho do Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos (Relacionamento Conjugal e Familiar Guia de Estudo do Participante, p. 66):

”É dever dos pais intervir quando ocorrem escolhas erradas. Isso não significa que os pais tirarão dos filhos o precioso dom do livre-arbítrio. Em últimainstância, como o livre-arbítrio é um dom de Deus, a escolha do que farão, como irão comportar-se e no que acreditarão será sempre deles. Mas, como pais, precisamos ter certeza de que eles compreendam qual é o comportamento adequado e as conseqüências que terão de assumir se persistirem em trilhar o caminho errado. Lembrem-se de que vocês podem usar uma censura dentro de casa. Os filmes, as revistas, a televisão, os vídeos, a Internet e outros recursos de mídia estão lá como convidados e só devem ser bem recebidos se forem adequados para o entretenimento da família. Façam de sua casa um refúgio de paz e retidão. Não permitam que influênciasmaléficas contaminem seu próprio ambiente de espiritualidade. Sejam bondosos, sensíveis, gentis e reflitam no que dizem e em como tratam uns aos outros. Então, as metas da família baseadas nos padrões do evangelho, farão com que seja mais fácil tomar boas decisões”. (A Liahona, julho de 1999, p. 103 “COMO CHAMA INEXTINGUÍVEL”.)

Os pais devem deixar que os filhos aprendam com as conseqüências das decisões insensatas.

Diga que, às vezes, os pais devem intervir para ajudar os filhos a tomar as decisões corretas, mas que não devem intervir para evitar que os filhos arquem com as conseqüências das decisões insensatas.

• O que pode acontecer se os pais protegerem os filhos das conseqüências das decisões que tomarem? Quais podem ser as boas conseqüências de deixar que os filhos arquem com as conseqüências naturais das próprias decisões? (Incentive os alunos a contarem experiências próprias. Depois, leia as seguintes declarações.)

O Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos disse: “Pais, não cometam o erro de intervir intencionalmente para suavizar ou eliminar as conseqüências naturais que ocorrem quando um filho decide deliberadamente violar os mandamentos. Esse tipo de atitude dá respaldo a princípios falsos, abre as portas para os pecados mais graves e diminui as probabilidades de arrependimento”. (Ver A Liahona, julho de 1993, p. 35.)

O Élder Robert D. Hales ensinou: “É assustador permitir que nossos filhos aprendam com os erros que venham a cometer. Contudo, eles têm mais desejo de escolher o caminho do Senhor e os valores da família quando o fazem por si mesmos, sem que tentemos impor-lhes nossos valores. O método do Senhor, que é de amor e aceitação, é melhor do que o método de Satanás, que é de forçar e coagir, principalmente quando se trata de criar adolescentes”. (A Liahona, julho de 1999, p. 39, “Fortalecer as Famílias: Nosso Dever Sagrado”.)

Os pais devem demonstrar amor incondicional aos filhos que se tenham desencaminhado.

Diga que é possível que alguns filhos tomem decisões que causem muita tristeza a eles e a outras pessoas, apesar de todo o esforço dos pais. Os pais nunca devem deixar de amar os filhos que se desencaminhem. O Élder Richard G. Scott disse:

“Alguns de vocês têm filhos que não os ouvem e que escolheram caminhos totalmente diferentes. O Pai Celestial passou pela mesma experiência repetidamente. Embora alguns de Seus filhos tenham usado o dom do livrearbítrio para tomar decisões contrárias aos seus conselhos, Ele continua a amá-los. Tenho certeza, porém, que Ele nunca Se culpou pelas escolhas insensatas desses filhos”. (Ver A Liahona, julho de 1993, p. 35.)

Quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, o Élder Howard W. Hunter deu o seguinte conselho aos pais que, apesar de terem-se esforçado ao máximo, sofrem por causa dos erros de um filho:

“O bom pai é aquele que ama, aquele que se sacrifica, aquele que cuida, ensina e proporciona ao filho aquilo de que ele precisa. Se, apesar disso, o filho ainda desobedecer, causar problemas ou for mundano, é bem possível que, apesar dos pesares, o pai possa ser considerado um sucesso. Talvez existam filhos que desafiariam qualquer tipo de pais, independentemente das circunstâncias. Do mesmo modo, talvez existam outros que seriam uma bênção, uma alegria para praticamente qualquer pai ou mãe.” (Ver A Liahona, janeiro de 1984, p. 107.)

Dê a um dos alunos a pedra que você levou para a aula. (Ver a seção “Preparação”, item 4.) Peça-lhe que coloque a pedra bem na frente dos olhos. Depois, peça-lhe que descreva o que vê. Leia a seguinte analogia feita pelo Élder Richard G. Scott quando servia como Setenta: “Quando pego uma pedrinha e a coloco bem na frente de um dos olhos, ela fica parecida com uma grande rocha. Não consigo ver mais nada. Ela toma toda a minha atenção, da mesma forma, os problemas de um ente querido podem afetar todos os momentos de nossa vida. Depois de tentar ajudar fazendo tudo o que realisticamente estiver ao nosso alcance, deixemos o problema nas mãos do Senhor e não nos preocupemos mais. Não desperdicemos nossa energia preocupando-nos inutilmente. O Senhor pegará a pedra que obstrui a nossavisão e joga-la-á entre os problemas que enfrentaremos em nosso progresso eterno. Então conseguiremos vê-la na devida perspectiva. Com o tempo, seremos inspirados e saberemos o que fazer para ajudar. Vendo as coisas dessa perspectiva eterna, teremos mais paz e felicidade, não negligenciaremos as pessoas que precisam de nós e conseguiremos ajudar mais.”(A Liahona, julho de 1988, p. 63.)

• Como os pais demonstram amor aos filhos que se extraviam? O que podem fazer para demonstrar amor sem compactuar com as ações dos filhos?

Leia Lucas 15:11–32 com os alunos. Diga que essa passagem costuma ser chamada de “parábola do filho pródigo”, mas que poderia ser chamada também de “parábola do pai amoroso”.

• O que essa parábola ensina sobre como o amor dos pais influencia os filhos desobedientes?

Quando era Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência, o Presidente Gordon B. Hinckley ensinou:

”Em toda a história do homem, as ações dos filhos rebeldes são repletas de amargura e sofrimento, mas mesmo em caso de rebelião, os fortes laços de família se estendem para abraçar o rebelde.

Não conheço história mais linda em toda a literatura do que aquela contada pelo Mestre, e que aparece no capítulo 15 de Lucas. É a história de um filho orgulhoso e ambicioso, que exigiu sua herança e gastou-a até nada restar. Penitente, regressou ao lar paterno, e o pai, vendo-o chegar à distância, correulhe ao encontro, abraçou-o e beijou-o”. (A Liahona, julho de 1991, p. 82.)

Conclusão

Saliente o quanto é importante orientar os filhos nos momentos em que eles tomarem decisões e, depois, deixar que aprendam com as conseqüências do que fizerem. Lembre aos alunos que o Senhor abençoará os pais que continuarem a amar e a ajudar os filhos. Depois, leia a seguinte declaração que o Bispo RobertD. Hales fez, quando era o Bispo Presidente:

“Certamente os pais cometem erros na criação dos filhos, mas com humildade, fé, oração e estudo, todos podem aprender a buscar um caminho melhor e, ao fazê-lo, abençoar a vida dos familiares e ensinar tradições corretas às gerações futuras”. (A Liahona, janeiro de 1994, p. 10.)

Seguindo a orientação do Espírito, preste testemunho das verdades abordadas em aula.

Indique as páginas 64–67 do guia de estudos do curso de Relacionamento Conjugal e Familiar Guia de Estudo do Participante e incentive os alunos a recapitularem os princípios e doutrinas desta lição (1) colocando em prática no mínimo uma das idéias da seção “Sugestões de Aplicação” e (2) lendo o artigo “Como Chama Inextinguível”, escrito pelo Élder M. Russell Ballard. Saliente que os casados podem beneficiar-se muito lendo juntos os artigos do guia de estudo e conversando sobre eles.