Recursos para a família
Ensinar os Filhos Verbalmente e Por meio dos Exemplos


Lição 12

Ensinar os Filhos Verbalmente e Por meio dos Exemplos

Objetivo

Ajudar os alunos a compreenderem que os pais são responsáveis por ensinar os filhos verbalmente e por meio dos exemplos e por buscar a inspiração divina em tudo o que fizerem para ensinar.

Preparação

  1. Ao preparar-se para ensinar, procure meios de utilizar os princípios relacionados na seção “Responsabilidades do Professor”. (Páginas ix–xi deste manual)

  2. Leia os subtítulos em negrito. Eles formam um esboço das doutrinas e princípios da lição. Pondere essas doutrinas e princípios durante a semana como parte de sua preparação, empenhando-se em conseguir a orientação do Espírito para decidir o que deve salientar para atender às necessidades dos alunos.

  3. Se o manual Noite Familiar: Livro de Recursos (31106 059) estiver disponível, estude as seções “Ensinar Através do Exemplo” (páginas 242–244) e “Como Persuadir as Crianças” (páginas 244–245). Sugere-se que você utilize essas seções durante a aula.

Sugestões para o Desenvolvimento da Lição

Os pais têm a responsabilidade de ensinar os filhos. Conte esta história que o Presidente Gordon B. Hinckley, 15º Presidente da Igreja, relatou:

“Estávamos casados havia pouco tempo quando construímos nossa primeira casa. Tínhamos pouco dinheiro. Eu mesmo fiz a maior parte do trabalho (…). Plantei os jardins e os gramados. A primeira das muitas árvores que plantei era uma acácia-meleira sem espinhos. (…) Era uma árvore franzina, com uns dois centímetros de diâmetro. Era tão flexível que conseguia dobrá-la em qualquer direção. Não prestei muita atenção nela à medida que os anos passaram.

Um dia, durante o inverno, quando a árvore estava sem folhas, olhei para ela por acaso através da janela. Notei que ela estava inclinada na direção oeste, disforme e desequilibrada. Quase não consegui acreditar. Fui até lá e me abracei a ela com a intenção de endireitá-la. Mas o tronco agora tinha quase trintacentímetros de diâmetro. Minha força não significava coisa alguma. (…)

Quando foi plantada, um pedaço de barbante teria sido suficiente para mantê-la no lugar contra a força do vento. Eu poderia, e deveria, ter colocado esse barbante sem nenhum esforço, mas não o fiz, e a árvore cedeu às forças que se abateram contra ela.” (A Liahona, janeiro de 1994, p. 64.)

• Como a experiência do Presidente Hinckley se compara à responsabilidade que os pais têm de ensinar os filhos? (Quando os alunos estiverem discutindo essa questão, leia Provérbios 22:6 com eles.)

Falando da experiência que teve com a árvore, o Presidente Hinckley disse: “Vi coisa semelhante, muitas vezes, em crianças cuja vida observei. Os pais que as trouxeram ao mundo parecem ter renunciado à sua responsabilidade.

Os resultados foram trágicos. Algumas âncoras teriam sido suficientes para dar-lhes o vigor necessário para suportar as forças que moldaram sua vida”. (A Liahona, janeiro de 1994, p. 64.)

Diga que o Senhor conferiu aos pais o dever sagrado de ensinar os filhos. Essa responsabilidade não deve ser menosprezada nem transferida para outros. O Élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos, salientou:

Não podemos e não devemos permitir que a escola, a comunidade, a televisão, ou mesmo as organizações da Igreja estabeleçam os valores de nossos filhos. O Senhor destinou essa tarefa aos pais, que não podem fugir dela ou delegá-la. Outras pessoas podem ajudar, mas a responsabilidade é dos pais. Portanto, devemos manter a santidade do lar, pois é nele que os filhos desenvolvem seus valores, atitudes e hábitos”. (A Liahona, julho de 1991, p. 90.)

• Por que é essencial que os pais ensinem os filhos, em vez de transferirem essa responsabilidade para outros? Quais são os riscos de os pais deixarem de cumprir essa responsabilidade?

• O que os outros membros da família, como, por exemplo, os avós e tios, podem fazer para ajudar os pais no trabalho de ensinar os filhos?

Os pais podem ser inspirados no que se refere a ensinar os filhos.

Peça aos alunos que abram Doutrina e Convênios 42:14. Diga que nesse versículo há uma chave importante para os pais que estão ensinando os filhos. Depois, leia o versículo com os alunos.

• Que chave encontramos nesse versículo? (Temos de ensinar pelo Espírito.) O que significa ensinar pelo Espírito?

Leia 2 Néfi 32:5 e 33:1 com os alunos. Saliente que o Espírito, ou seja, o Espírito Santo, ajuda-nos a saber o que devemos dizer. Quando os pais ensinam de acordo com o sussurro do Espírito Santo, ele leva a mensagem ao coração dos filhos.

Leia, ou repita, o seguinte conselho do Presidente Gordon B. Hinckley:

“Pais, amem seus filhos. Tratem-nos com carinho. Eles são muito preciosos. Eles são importantíssimos. Eles são o futuro. Vocês precisam de uma sabedoria maior que a sua própria para criá-los. Precisam de ajuda do Senhor. Orem para receber essa ajuda e sigam a inspiração que receberem.” (A Liahona, janeiro de 1996, p.98.)

• Por que os pais precisam ser inspirados no trabalho de ensinar os filhos? O que os pais podem fazer para atrair a influência do Espírito Santo ao ensinarem os filhos?

Conte esta história, que o Élder F. Enzio Bush, dos Setenta, relatou:

“Certo dia, quando determinadas circunstâncias me fizeram estar em casa numa hora não habitual, ouvi o nosso garoto de onze anos, que estava chegando da escola, xingar sua irmã menor, em um outro cômodo da casa. Aquelas palavras me ofenderam, eram palavras que nunca imaginei ouvir da boca de nosso filho. Na hora da raiva, meu primeiro impulso foi pegá-lo. Mas, felizmente, para isso tive de atravessar a sala e abrir uma porta para chegar a ele e, lembro-me que, naqueles breves segundos, orei fervorosamente ao Pai Celestial, pedindo que me ajudasse a resolver o problema. Fui tomado de paz. A raiva passou.

Nosso filho, perplexo ao ver-me em casa, ficou com medo quando me aproximei. Para minha surpresa, ouvi-me dizendo: ‘Bem-vindo à casa, filho!’ com a mão estendida em cumprimento. Em seguida, convidei-o formalmente a sentar-se comigo na sala para uma conversa particular. Ouvi-me externando meu afeto por ele. Falei-lhe da batalha íntima que todos nós temos de travar diariamente.

Ao expressar minha confiança nele, ele desatou a chorar e reconheceu seu erro e condenou-se excessivamente. Agora estava na hora de eu colocar sua transgressão na devida perspectiva e consolá-lo. Sobreveio-nos um espírito maravilhoso e choramos juntos, abraçando-nos com amor e, finalmente, com alegria. O que poderia ter sido um confronto desastroso entre pai e filho transformou-se, com o auxílio dos poderes celestes, numa das mais belasexperiências de nosso relacionamento e que nunca nos saiu da lembrança.” (Ver A Liahona, julho de 1982, p. 113.)

• Se o pai tivesse seguido o impulso de reagir com raiva, qual poderia ter sido o resultado?

Peça aos alunos que falem de ocasiões em que o Espírito Santo os tenha levado a ensinar ou ajudar um filho de determinada maneira (…) talvez de um modo diferente do que tencionavam a princípio.

• O que os pais podem fazer para se prepararem para receber a orientação do Espírito Santo? (Quando os alunos estiverem discutindo a questão, peça-lhes que leiam algumas das seguintes passagens de escritura, ou todas elas: Alma 17:2–3; D&C 11:21; 20:77; 121:45–46; 136:33.)

Os pais ensinam por meio de exemplos e palavras.

Diga que há duas maneiras básicas de os pais ensinarem os filhos: por meio dos exemplos e das palavras.

• Quando os pais ensinam os filhos, como os exemplos fazem com que as palavras tenham significado?

Peça aos alunos que leiam a seguinte declaração que o Élder James E. Faust fez quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos (Relacionamento Conjugal e Familiar Guia de Estudo do Participante, p. 49):

“Ao tentarem ensinar os filhos a evitar os perigos, os pais não devem dizer: ‘Somos experientes e sábios quanto às coisas do mundo, e podemos chegar mais perto da beira do abismo do que vocês’. Os filhos podem tornar-secínicos e descrentes das coisas ensinadas no lar, se os pais forem hipócritas. Por exemplo, quando os pais assistem a um filme e proíbem os filhos de fazerem o mesmo, sua credibilidade diminui. Os pais devem ser honestos, se esperam que os filhos também o sejam. Devemos ser virtuosos, se esperamos que nossos filhos sejam virtuosos; se esperamos que eles sejam honrados, também devemos ser honrados.” (Ver A Liahona, janeiro de 1991, pp. 36–37.)

• O que os pais podem fazer para ensinar os princípios do evangelho por meio dos exemplos?

Quando era o Bispo Presidente, o Bispo Robert D. Hales disse: “Ao meditar [em meu relacionamento] com minha própria família, não posso deixar de pensar no exemplo que recebi de meus pais”. (A Liahona, janeiro de 1994, p.8.) Estas lembranças demonstram como o Bispo Hales aprendeu com os pais: “Meu pai ensinou-me o respeito pelo sacerdócio. Quando eu servia no Sacerdócio Aarônico, distribuíamos o sacramento usando bandejas de aço inoxidável que, freqüentemente, ficavam manchadas por causa da água. Como portador do Sacerdócio Aarônico, eu ajudava na preparação do sacramento. Meu pai pedia-me que levasse as bandejas para casa e, juntos, nós as areávamos com palha de aço até que brilhassem. Ao distribuir o sacramento, eu sabia que tinha ajudado a tornar essa ordenança um pouco mais sagrada.” (Ver A Liahona, janeiro de 1994, p. 8.)

“Sou grato pela mãe que tive, dedicada ao marido e aos filhos—que ensinava pelo exemplo. Sou grato pelo serviço que devotou à Sociedade de Socorro por mais de trinta anos. Depois de tirar minha carta de motorista, aos dezesseis anos, tive o privilégio de aprender com ela, acompanhando-a quando ela e o bispo iam cuidar dos pobres e necessitados.” (Ver A Liahona, julho de 1992, pp. 68–69.)

• Que oportunidades os pais têm de ensinar os filhos por meio de palavras?

Enquanto os alunos discutem essa questão, diga que a lição 16 tratará da oração e estudo das escrituras em família e da noite familiar. Além dessas ocasiões regulares, temos muitas oportunidades informais de ensinar na vida diária. Nessas ocasiões as coisas que ensinamos podem ter grande impacto, pois estão intimamente ligadas às experiências que as crianças estão vivendo. Como essas oportunidades podem ser bastante efêmeras, os pais precisam reconhecê-las e estar prontos para ensinar os princípios que os filhos estejam preparados para aprender.

• Citem algumas oportunidades informais de ensino para as quais os pais podem estar atentos. (Caso os alunos tenham dificuldade de responder a essa questão, sugere-se que você mencione as seguintes idéias para iniciar a discussão.)

Os pais podem deparar-se com uma oportunidade de ensinar nas ocasiões em que os filhos tiverem dúvidas ou estiverem preocupados, tiverem problemas para entender-se com os irmãos ou amigos, tiverem a oportunidade de tomar uma decisão, estiverem preocupados, ou tiverem dúvidas, quanto a alguma idéia apresentada pelos meios de comunicação. Outras oportunidades de ensinar surgem quando os filhos precisam aprender com os erros que cometem, quando estão prestando serviço, quando precisam controlar a raiva ou quando precisam de ajuda para reconhecer a influência do Espírito Santo.

• Como as coisas que a família faz rotineiramente podem proporcionar oportunidades de ensinar?

• Como os pais podem conseguir oportunidades de ensinar ao conversar ou fazerem alguma coisa a sós com cada filho? O que os pais podem fazer para certificar-se de dedicarem algum tempo para estar a sós com cada filho?

• Falem das coisas que tenham conseguido ensinar aos filhos em ocasiões informais.

Diga que nas próximas quatro lições, este curso abordará os princípios que os pais devem ensinar aos filhos e as oportunidades para fazê-lo.

Conclusão

Saliente que, quando os pais buscam a orientação do Senhor, Ele os orienta no trabalho de ensinar os filhos. Os pais têm de ser diligentes e consistentes no trabalho de ensinar os filhos por meio dos exemplos e das palavras.

Seguindo a orientação do Espírito, preste testemunho das verdades abordadas em aula.

Indique as páginas 48–53 do guia de estudos do curso de Relacionamento Conjugal e Familiar Guia de Estudo do Participante e incentive os alunos a recapitularem os princípios e doutrinas desta lição (1) colocando em prática no mínimo uma das idéias da seção “Sugestões de Aplicação” e (2) lendo o artigo “O Maior Desafio do Mundo: Ser Bons Pais”, escrito pelo Élder James E. Faust, e o artigo “Uma Mesa Rodeada de Amor”, escrito pelo Élder LeGrand R. Curtis. Saliente que os casados podem beneficiar-se muito lendo juntos os artigos do guia de estudos e conversando sobre eles.