Recursos para a família
Enfrentar as Dificuldades do Casamento


Lição 4

Enfrentar as Dificuldades do Casamento

Objetivo

Ajudar os alunos a aprenderem que marido e mulher devem empenhar-se juntos para enfrentar as dificuldades e que podem decidir reagir com paciência e amor em vez de fazê-lo com frustração e raiva.

Preparação

  1. Estude os princípios relacionados na seção “As Responsabilidades do Professor”. (Páginas ix–xi deste manual.) Procure meios de utilizar esses princípios ao preparar-se para ensinar.

  2. Leia os subtítulos em negrito. Eles formam um esboço das doutrinas e princípios da lição. Pondere essas doutrinas e princípios durante a semana como parte de sua preparação, empenhando-se em conseguir a orientação do Espírito para decidir o que deve salientar para atender às necessidades dos alunos.

  3. Estude as passagens de escritura indicadas na página 19 para estar preparado para dirigir a discussão a respeito delas.

  4. Caso o manual Noite Familiar Livro de Recursos (31106 059) esteja disponível, estude a seção “Como Resolver os Conflitos de um Casamento”, páginas 240–241. Considere a idéia de utilizar essa seção em aula.

Sugestões para o Desenvolvimento da Lição

Todos os casados passam por dificuldades.

Leia ou repita esta história contada pelo Élder Bruce C. Hafen, dos Setenta:

“[Uma] noiva suspirou de alegria no dia de seu casamento, dizendo: ‘Mãe, todos os meus problemas terminaram!’ ‘É o que você pensa’, respondeu a mãe, ‘eles estão só começando’”. (A Liahona, janeiro de 1997, p. 27.)

• Quais são alguns dos problemas e dificuldades que os casados podem ter? (Sugere-se que você escreva as respostas dos alunos no quadro-negro. A lista abaixo contém algumas das respostas possíveis.)a. Divergências de opinião.b. Egoísmoc. Mágoad. Problemas de saúdee. Impossibilidade de ter filhosf. Envelhecimentog. Membros da família com deficiências físicas ou mentaish. A busca da sensação de realização depois de não haver mais filhos morando em casa.i. A morte de entes queridosj. Problemas financeirosl. Filhos que se desviamm. Calamidades naturais

Diga que algumas dificuldades são resultado de problemas no relacionamento conjugal; outras são parte natural da vida.

O marido e a mulher podem vencer qualquer dificuldade se encararem o casamento como um relacionamento de convênio.

Diga que a reação de cada casal às dificuldades será diferente, dependendo de como encarem o relacionamento conjugal. Escreva as palavras contrato e convênio no quadro-negro.

Diga que os contratos são acordos por escrito entre duas pessoas ou grupos de pessoas, que podem ser colocados em vigor pelas leis do país. Os convênios [do evangelho] são semelhantes aos contratos, mas são muito mais abrangentes. A palavra convênio pode ser utilizada para referir-se um acordo entre duas ou mais pessoas, mas, no contexto do evangelho, refere-se aos acordos que fazemos com o Senhor. Nos convênios, o Senhor dita os termos e nós prometemos cumpri-los. (Ver Guia para Estudo das Escrituras, “Convênio”, pp. 43–44.) Sempre que cumprimos o que prometemos, o Senhor fica obrigado a cumprir o que prometeu. (Ver D&C 82:10.)

Diga que, na sociedade de hoje, muitas pessoas encaram o casamento como um mero contrato. Peça aos alunos que reflitam sobre as seguintes perguntas, mas não as respondam em voz alta.

• Quando marido e mulher encaram o casamento como um contrato, o que é possível que façam ao surgirem os problemas conjugais? O que eles farão caso encarem o casamento como um convênio?

O Élder Bruce C. Hafen, dos Setenta, observou: “Quando surgem problemas, os parceiros de um contrato de casamento procuram a felicidade separando-se um do outro. Casaram-se visando benefícios e permanecerão juntos apenas enquanto receberem o que haviam combinado. Por outro lado, quando aparecem problemas em um casamento realizado sob o convênio, marido e mulher esforçam-se para superá-los. (…) Um companheiro de contrato dá 50 por cento. Um companheiro de convênio dá 100 por cento. O casamento é um convênio por natureza, não apenas um contrato que possa ser cancelado a bel-prazer”. (A Liahona, janeiro de 1997, p. 27.)

Quando as dificuldades aparecem, podemos decidir enfrentá-las com paciência e amor em vez de fazê-lo com frustração ou raiva.

Saliente que, apesar de haver certos problemas inevitáveis, marido e mulher podem decidir como reagirão a eles. O Élder Lynn G. Robbins, dos Setenta, explicou: “Ninguém nos tira do sério. As pessoas não nos irritam. Não há quaisquer forças atuando. Ficar zangado é uma escolha consciente, uma decisão; portanto, podemos escolher não nos zangar. Nós escolhemos!”. (A Liahona, julho de 1998, p. 89.)

Saliente que o Pai Celestial nos concedeu o arbítrio, o poder de escolhermos e agirmos por nós mesmos. Podemos utilizar o nosso arbítrio escolhendo ser pacientes e carinhosos quando surgirem as dificuldades.

Peça aos alunos que se revezem na leitura das seguintes escrituras em voz alta. À medida que cada escritura for lida, incentive os alunos a discutirem o que marido e mulher poderiam fazer para aplicá-la ao reagirem às dificuldades do casamento e da vida quotidiana.

  • Mosias 18:21 I

  • João 4:18 I

  • Pedro 4:8 (Ver a Tradução de Joseph Smith, no Guia para Estudo das Escrituras.)

  • João 13:34–35

  • João 16:33

  • 2 Néfi 31:20

  • Doutrina e Convênios 24:8

  • Alma 38:12 3

  • Néfi 11:29–30

  • Tiago 1:19–20

  • Mosias 3:19

• Quando percebemos que estamos ficando frustrados ou zangados o que podemos fazer para dominar nossos sentimentos? (A relação abaixo contém algumas das respostas possíveis.)

  1. Sair da situação em que nos encontramos até ficarmos mais calmos.

  2. Orar pedindo ajuda e orientação.

  3. Quando tivermos uma divergência, parar para pensar no que a outra pessoa esteja sentindo e no que a leva a agir ou pensar assim.

  4. Procurar a ajuda dos líderes locais da Igreja e, caso necessário, de conselheiros profissionais cujo ponto de vista e os métodos estejam de acordo com os ensinamentos da Igreja.

Para demonstrar que marido e mulher são capazes de escolher como reagir aos problemas, leia a seguinte história. Diga que ela é um exemplo dos probleminhas diários que acontecem no casamento.

”Era um daqueles dias em que nada parece dar certo. Por mais que ela corresse o tempo todo, não conseguia atender às necessidades de sua família. A vizinha, que tinha mais filhos do que ela, parecia tão animada que Délia começou a duvidar de sua própria capacidade como mulher, esposa e mãe.

Bento estava a caminho de casa com mais fome do que nunca. Tivera que dirigir 130 quilômetros a mais que o normal, porque fora necessário fazer uma entrega de equipamentos agrícolas, e agora estava cansado.

A idéia de chegar em casa parecia melhor a cada instante. Paz. Comida. Descanso.

Délia ouviu o barulho do carro de Bento e olhou para o relógio. Oh, não! Quase sete horas? E agora? Ela tentara fazer o jantar, mas (…)

Ouviu a porta abrindo e, rapidamente, colocou o frango no forno.

Bento entrou, encostou-se na parede e sorriu para Délia. Ela parecia tensa, e ele notou a mesa vazia. Fez uma pausa e respirou fundo.”

Faça estas perguntas aos alunos:

  • Se Bento estivesse preocupado somente consigo mesmo, o que aconteceria?

  • Se Bento estivesse preocupado com a esposa, como reagiria?

Depois de discutir a resposta a essas perguntas, continue a história:

”Bento respirou fundo, sorriu para Délia e disse: ‘Parece que cheguei bem em tempo de ajudar’. A tensão que ela sentia desapareceu. Aliviada, beijou-o e disse: ‘Que bom que você chegou, Bento. Sei que teve um dia exaustivo, e eu queria que o jantar estivesse pronto!’ Apontou para a mesa vazia.

’Vamos terminá-lo juntos’, disse ele, abraçando-a. Começaram a contar um ao outro as dificuldades que enfrentaram. Enquanto Bento arrumava a mesa, Délia cuidava do frango no forno, contando ao marido como ficara sobrecarregada o dia todo. Bento esqueceu-se da fome e começou a pensar no que poderia fazer para que os dias da mulher fossem menos pesados.” (Ver Noite Familiar: Livro de Recursos, 1983, p. 241.)

Conclusão

Indique as páginas 16–17 de Relacionamento Conjugal e Familiar Guia de Estudo do Participante. Incentive os alunos a recapitularem as doutrinas e princípios desta lição (1) seguindo pelo menos uma das sugestões da seção “Sugestões deAplicação” e (2) lendo o artigo “Arbítrio e Ira”, escrito pelo Élder Lynn G. Robbins. Saliente que os casados podem beneficiar-se muito lendo juntos os artigos do guia de estudos e conversando sobre eles.

Recursos Complementares

Os maus-tratos ao cônjuge e o abuso ofendem a Deus

Diga que, às vezes, quando estão com raiva ou se sentem frustrados, o marido e a mulher passam a comportar-se de modo ofensivo e destrutivo. Marido e mulher não devem maltratar um ao outro nunca, de forma alguma. Os maus-tratos e o abuso são uma violação dos mandamentos de Deus e vão contra as declarações enfáticas dos líderes da Igreja. O Presidente George Albert Smith, oitavo presidente da Igreja, declarou: “Ninguém nunca maltratou outra pessoa enquanto estivesse com o espírito do Senhor. Isso só acontece quando estamos com algum outro espírito”. [Conference Report (Relatório da Conferência Geral), outubro de 1950, p. 8.]

Transmita a seguinte informação de modo breve:

O abuso e os maus-tratos ao cônjuge podem ser de ordem psicológica, física ou sexual.

Os maus-tratos psicológicos incluem atitudes como gritar, insultar, fazer comentários ofensivos ou depreciativos, agir de modo autoritário, humilhar o cônjuge diante dos filhos ou de outras pessoas, negar o apoio ou o afeto como forma de castigo e ignorar ou desdenhar os sentimentos do cônjuge.

Os maus-tratos físicos incluem empurrar, agarrar, sacudir, bater, esbofetear, coagir e negar o sustento.

O abuso sexual pode ser psicológico ou físico, e inclui o assédio sexual, infligir dor, utilizar a força ou a intimidação e, nos momentos de contato físico íntimo, insistir em fazer coisas que o outro considere desagradáveis.

Diga que se algum aluno tiver outras dúvidas quanto ao que é considerado abuso ou maus-tratos, devem aconselhar-se com o bispo.

Leia ou repita a seguinte declaração do Presidente Gordon B. Hinckley, 15º Presidente da Igreja. Saliente que apesar de o Presidente Hinckley ter feito esta advertência aos maridos que abusam ou maltratam a mulher, ela também se aplica às mulheres. Peça aos alunos para, em pensamento, avaliarem o próprio comportamento enquanto escutam este conselho:

“Diante dos outros, alguns [homens] aparentam ser muito corretos durante o dia, mas quando chegam em casa, à noite, deixam de lado o autocontrole e, diante da mais leve provocação, ficam furiosos, expressando sua raiva em palavras e atos.

Nenhum homem que se porta dessa maneira perversa e totalmente inadequada é digno do sacerdócio de Deus. Nenhum homem que age dessa forma é digno dos privilégios da Casa do Senhor. Lamento muito que haja alguns homens que não mereçam o amor da esposa e dos filhos. Há filhos que têm medo do pai, e mulheres que têm medo do marido. Se algum desses homens estiver ouvindome, como servo do Senhor eu o repreendo e chamo-o ao arrependimento. Controlem-se. Dominem seu gênio. A maior parte das coisas que os enfurecemsão insignificantes, e que preço terrível estão pagando por sua ira! Peçam que o Senhor os perdoe. Peçam o perdão de sua esposa. Peçam desculpas a seus filhos.” (A Liahona, janeiro de 1997, p. 73.)Diga que algumas pessoas começam a apresentar algumas características desse tipo de comportamento sem se darem conta. Outras reconhecem que precisam mudar de atitude, mas sentem que precisam de ajuda para fazê-lo.

Se quem tem esse tipo de comportamento buscar humildemente a ajuda e orientação do Senhor, conseguirá, se desejar, ajuda para compreender e mudar o próprio comportamento abusivo. Pode recorrer ao bispo, que é quem pode aconselhá-lo. É possível que ele recomende que procurem algum órgão deassistência da comunidade que tenha padrões compatíveis com os da Igreja.

• De que forma os maus-tratos e o abuso do cônjuge podem atingir os filhos do casal?

Além de pedir que os alunos respondam, diga que os maus-tratos e o abuso dão um exemplo duradouro do emprego de métodos destrutivos nas tentativas de resolver os problemas. É comum que as pessoas que tenham testemunhado esse tipo de abuso na infância maltratem outras pessoas e dêem continuidade a esse ciclo depois de casadas.

• Como os filhos são influenciados ao verem os pais resolverem os problemas com bondade e paciência?

Diga que quando os pais enfrentam as dificuldades com amor e maturidade, os filhos aprendem bons hábitos que podem perdurar enquanto viverem. Quando era o Bispo Presidente, o Bispo Robert D. Hales disse: “Ver que bons pais podem ter opiniões diferentes e que essas opiniões podem ser resolvidas sem que haja discussões, gritos ou objetos voando, ajuda os filhos. Eles precisam ver e sentir uma comunicação calma, onde haja respeito pelo ponto de vista do outro, para que também saibam como agir quanto a diferenças que surgirem na vida”. (Ver A Liahona, janeiro de 1994, p. 10.)