Em 16 e 17 de dezembro de 1833, o profeta Joseph Smith recebeu uma revelação sobre os santos do Missouri que haviam deixado suas casas para escapar de duras perseguições. Muitos desses santos tinham sido obrigados a abandonar todos os seus pertences. A revelação que o profeta recebeu, registrada em Doutrina e Convênios 101, é discutida em três lições deste manual. Esta segunda lição traz a descrição do Senhor de algumas condições do Milênio. Contém ainda palavras de consolo e conselho para os santos.
Peça aos alunos que citem alguns acontecimentos futuros para os quais estejam se preparando. Enumere-os no quadro. Pergunte aos alunos o que estão fazendo a fim de se preparar para os acontecimentos.
Por que vocês se empenham na preparação?
Explique-lhes que Doutrina e Convênios 101 contém instruções sobre a preparação para a Segunda Vinda de Jesus Cristo e o Milênio. Resuma Doutrina e Convênios 101:17–21 e explique-lhes que a promessa do Senhor de reunir os santos na cidade de Sião no condado de Jackson, Missouri “estava em suspenso enquanto as pessoas estivessem santificando-se pelo grande dom e pelas respectivas responsabilidades. Nesse ínterim, os honestos de coração estavam coligando-se nos vales das Montanhas Rochosas [e nas estacas de todo o mundo]. (…) Foram erigidos templos. (…) Mas Sião será estabelecida no local escolhido” (James E. Talmage, Regras de Fé, 12ª ed., 1924, p. 353; ver também Doutrina e Convênios — Manual do Aluno, 2ª ed., Manual do Sistema Educacional da Igreja, 2001, p. 240).
Peça a um aluno que leia Doutrina e Convênios 101:22–23 em voz alta. Peça à classe que acompanhe e procure algo que o Senhor instou os santos a fazerem em preparação para Sua Segunda Vinda.
De acordo com os versículos 22 e 23, o que podemos fazer para nos prepararmos para a Segunda Vinda? (Os alunos devem expressar que podemos nos preparar para a Segunda Vinda do Salvador invocando Seu nome, vivendo de acordo com os princípios do evangelho, reunindo-nos e permanecendo em lugares santos. Escreva esse princípio no quadro.)
Para vocês, o que significa “[permanecer] em lugares santos”? Em que ocasiões vocês sentiram estar num lugar santo?
Como o fato de se reunir em lugares santos com outros santos dos últimos dias os ajuda a se prepararem para a Segunda Vinda do Senhor?
Para preparar os alunos para entender as palavras do Senhor em Doutrina e Convênios 101:24–34, explique-lhes que esses versículos se referem à destruição dos iníquos por ocasião da Segunda Vinda de Jesus Cristo e às condições que existirão na Terra durante o Milênio. Divida a turma em duplas. Peça às duplas que estudem Doutrina e Convênios 101:24–34 e procurem as condições que existirão durante o Milênio. Depois de lhes conceder tempo suficiente, peça-lhes que relatem o que aprenderam. Peça a um aluno que anote as respostas no quadro.
Quais condições do quadro vocês mais anseiam vivenciar? Por quê?
O Senhor garante aos santos do Missouri que, se perseverarem na fé, acabarão por participar de Sua glória
Lembre aos alunos que, quando o Senhor concedeu a revelação de Doutrina e Convênios 101, os santos do Missouri tinham passado por enormes dificuldades. Você pode pedir-lhes que resumam algumas dificuldades sobre as quais aprenderam na lição anterior.
Peça a um aluno que leia Doutrina e Convênios 101:35–38 em voz alta. Peça aos demais que acompanhem e procurem verdades ensinadas pelo Senhor e conselhos que Ele deixou para consolar e fortalecer os santos em suas provações.
Que verdades e conselhos contidos nos versículos 35–38 podem ter trazido consolo para os santos que estavam sofrendo no Missouri? (À medida que os alunos responderem, pergunte-lhes como cada uma das verdades ou dos conselhos pode ter consolado os santos.)
Como vocês expressariam a promessa do Senhor no versículo 35 com suas próprias palavras? (Os alunos devem responder formulando um princípio semelhante ao seguinte: Quem sofrer perseguição pelo nome do Salvador e perseverar na fé participará da glória de Deus. Você pode escrever essa verdade no quadro.)
Explique aos alunos que os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo sempre O seguem, mesmo quando perseguidos por causa de sua fé. Peça a um aluno que leia em voz alta o seguinte relato feito pelo presidente James E. Faust, da Primeira Presidência. Antes da leitura, explique à classe que a história é sobre Rafael Monroy e Vicente Morales, dois santos dos últimos dias que viveram no México no início do século 20. Em 1915, foram capturados por um grupo violento de soldados. Peça aos alunos que identifiquem como o irmão Monroy e o irmão Morales foram fiéis em meio a perseguições.
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Presidente James E. Faust
“Rafael Monroy era presidente do pequeno ramo de San Marcos, México, e Vicente Morales era seu primeiro conselheiro. (…) Disseram-lhes que seriam poupados se entregassem suas armas e renunciassem à sua estranha religião. O irmão Monroy disse a seus captores que ele não tinha nenhuma arma e simplesmente tirou do bolso sua Bíblia e o Livro de Mórmon. Ele disse: ‘Cavalheiros, essas são as únicas armas que eu carrego; são as armas da verdade contra o erro’.
Como nenhuma arma foi encontrada, os irmãos foram cruelmente torturados para que contassem onde as armas estavam escondidas. Mas não havia nenhuma arma. Depois foram levados sob escolta para os arredores da pequena cidade, onde seus captores os encostaram a uma árvore diante de um pelotão de fuzilamento. O oficial encarregado lhes ofereceu liberdade se abandonassem sua religião e se unissem aos zapatistas, mas o irmão Monroy respondeu: ‘Minha religião vale mais para mim do que minha própria vida e não posso renunciar a ela’.
Disseram-lhe que seriam fuzilados e perguntaram a eles se tinham algum pedido. O irmão Rafael perguntou se poderia fazer uma oração antes de ser executado. Lá, na presença de seus executores, ele se ajoelhou e, num tom que todos podiam ouvir, orou e pediu que Deus abençoasse e protegesse seus entes queridos e cuidasse do pequeno ramo que ficaria sem seu líder. Ao terminar a oração, ele usou as palavras do Salvador quando foi pendurado na cruz e orou por seus executores: ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem’ (Lucas 23:34). Após isso o pelotão fuzilou o irmão Monroy e o irmão Morales” (“Discipulado”, A Liahona, novembro de 2006, p. 20; com base em Rey L. Pratt, “A Latter-day Martyr” [Um mártir dos últimos dias], Improvement Era, junho de 1918, pp. 720–726).
Peça aos alunos que pensem em ocasiões em que sofreram perseguição (ou foram alvo de chacota ou intimidação) por causa de sua fé em Jesus Cristo e Sua Igreja. Você pode convidar alguns alunos para contar suas experiências.
Quando vocês são perseguidos devido a sua crença em Jesus Cristo e Sua Igreja, o que podem fazer para responder com fé?
O Senhor declara que Seu povo do convênio é o sal da terra
A fim de preparar os alunos para entender os ensinamentos do Senhor em Doutrina e Convênios 101:39–42, mostre duas amostras de sal: uma amostra de sal puro e outra de sal misturado com outras substâncias, como terra.
Direcione a atenção dos alunos para a primeira amostra de sal.
Quais são alguns usos do sal? (Possíveis respostas: o sal pode ser usado para realçar o sabor, conservar alimentos e curar feridas como desinfetante.)
Peça a um aluno que leia Doutrina e Convênios 101:39 em voz alta e oriente a classe a identificar as pessoas que o Senhor comparou ao sal.
De acordo com o Senhor, quem é “como o sal da Terra”?
Explique-lhes que a palavra sabor se refere a um gosto ou uma qualidade distintiva.
A seu ver, o que significa ser o sabor dos homens?
Para ajudar os alunos a entender melhor o que significa ser o sabor dos homens, peça a alguém que leia em voz alta a seguinte declaração do élder Carlos E. Asay, dos setenta:
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Élder Carlos E. Asay
“Quando o Senhor usou a expressão ‘sabor dos homens’, referia-Se àqueles que O representam. Fazia alusão aos que se arrependeram, foram purificados nas águas do batismo e fizeram o convênio de tomar sobre si Seu nome e Sua causa. Além disso, estava falando daqueles que iam partilhar, por convênio, de Seu poder do sacerdócio. Referia-se a vocês e a mim” (“O sal da Terra: Sabor dos homens e salvadores dos homens”, A Liahona, outubro de 1980, p. 70).
O que as expressões “sal da terra” e “sabor dos homens” nos ensinam sobre nossas responsabilidades para com as outras pessoas?
Ajude os alunos a entender que, como povo do convênio de Deus, temos a responsabilidade de ajudar todas as pessoas da Terra a receber Suas bênçãos (ver Abraão 2:8–11). Escreva a seguinte frase incompleta no quadro: Para ajudar as pessoas da Terra a receber as bênçãos de Deus, devemos…
Peça a um aluno que leia Doutrina e Convênios 101:40–42 em voz alta. Peça à classe que acompanhe e procure advertências e promessas do Senhor.
Saliente que o versículo 40 inclui a frase “se esse sal da Terra perder seu sabor”. Para ajudar os alunos a entender o significado desse trecho, chame a atenção deles para a segunda amostra de sal. Explique-lhes que o sal não perde seu sabor quando envelhece. Perde o sabor quando é misturado com outras substâncias e contaminado por elas.
De acordo com o versículo 41, o que nos leva a perder o sabor como sal da Terra? (Os pecados.) A seu ver, por que nossos pecados dificultam nosso empenho de ajudar as pessoas a receber as bênçãos de Deus?
Como vocês reformulariam o versículo 42 com suas próprias palavras? (Se os alunos precisarem de ajuda para responder a essa pergunta, explique-lhes que alguém que se exalta é orgulhoso, ao passo que alguém que se humilha é humilde perante o Senhor.)
Com base nas advertências e promessas do Senhor em Doutrina e Convênios 101:40–42, como vocês completariam o princípio que está no quadro? (Complete o princípio do quadro usando as respostas dos alunos. Embora os alunos possam empregar palavras diferentes, devem identificar o seguinte princípio: Para ajudar as pessoas da Terra a receber as bênçãos de Deus, devemos nos arrepender de nossos pecados e ser humildes.)
O que podemos fazer todos os dias para evitar a contaminação pelo pecado?
Peça aos alunos que avaliem em silêncio se há pecados contaminando sua vida. Incentive-os a se arrepender desses pecados a fim de se tornarem puros perante o Senhor e ajudarem melhor as outras pessoas a receber as bênçãos Dele.
O élder Bruce R. McConkie, do Quórum dos Doze Apóstolos, falou sobre uma ocasião em que o Senhor mandará os santos dos últimos dias construírem a cidade de Sião:
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Élder Bruce R. McConkie
“Não há nenhum motivo para incerteza ou ansiedade no tocante à edificação de Sião — no sentido de Nova Jerusalém — nos últimos dias. No passado o Senhor deu a Seu povo a chance de edificar aquela Sião de onde sairia a lei para todo o mundo. Eles fracassaram. Por quê? Porque não estavam preparados nem dignos, como ainda é o caso de nós que compomos o reino atualmente. Quando nós, como povo, estivermos preparados e dignos, o Senhor voltará a nos dar tal mandamento e a obra seguirá avante — no devido tempo, antes da Segunda Vinda, e sob a direção do presidente da Igreja. Até lá, nenhum de nós precisa tomar providências individualmente para a coligação no Missouri ou fazer preparativos para adquirir propriedades lá. Aprendamos, isto sim, os grandiosos conceitos correlatos e nos tornemos dignos para qualquer trabalho que o Senhor venha a nos confiar no presente. Algumas coisas ainda precisam acontecer antes da construção do condado de Jackson” (A New Witness for the Articles of Faith [Uma Nova Testemunha das Regras de Fé], 1985, p. 586).
Em Doutrina e Convênios 101:23–25, lemos sobre três sinais e acontecimentos no mundo ligados à Segunda Vinda do Salvador. Nas citações a seguir, apóstolos modernos dão ensinamentos proféticos sobre esses sinais e acontecimentos:
1. “Toda carne juntamente [O] verá” (D&C 101:23). O élder Orson Pratt, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse: “A Segunda Vinda do Filho de Deus há de ser algo de natureza completamente diferente de tudo o que já ocorreu até agora na face da Terra. Virá acompanhada de grande poder e glória e não será algo visível somente numa pequena parte da Terra (…) apenas por alguns, mas será um acontecimento testemunhado por todos, toda carne verá a glória do Senhor. Quando Ele se revelar pela segunda vez, todo olho, não só dos que estiverem vivos na carne, na mortalidade, naquele momento na Terra, mas até os mortos (…) hão de vê-Lo nessa ocasião” (Deseret News: Semi-Weekly, 25 de abril de 1876, p. 1).
2. “Toda coisa corruptível (…) será consumida” (D&C 101:24). O élder Bruce R. McConkie, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou: “Por ocasião do início da era milenar, a Terra (a vinha do Senhor) será queimada. Toda coisa corruptível será consumida (D&C 101:24); todos os orgulhosos e praticantes de iniquidade serão queimados como palha (Malaquias 4:1; D&C 29:9; 64:23–25, 133:63–64); os pecadores serão destruídos (Isaías 13:9–14); e haverá uma separação total dos justos e dos iníquos (D&C 63:54). Só conseguirão suportar esse dia aqueles que forem dignos de viver em uma esfera paradisíaca ou terrestre” (Mormon Doctrine [Doutrina Mórmon], 2ª ed., 1966, p. 494).
3. “Todas as coisas tornar-se-ão novas” (D&C 101:25). O élder Parley P. Pratt, do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu o seguinte acerca dessa renovação: “Um novo céu e uma nova Terra são prometidos pelos autores das escrituras sagradas. Ou, em outras palavras, os sistemas planetários hão de ser transformados, purificados, refinados, exaltados e glorificados, à semelhança da ressurreição, por meio da qual todos os males e imperfeições físicos serão desfeitos” (Key to the Science of Theology [A Chave para a Ciência da Teologia], 10ª ed., 1965, p. 61).
O presidente Joseph Fielding Smith ensinou que durante o Milênio “não haverá morte até os homens envelhecerem. As crianças não morrerão, mas viverão até a idade de uma árvore. Isaías indica que são cem anos (ver Isaías 65:20–22)” (Doutrinas de Salvação, comp. por Bruce R. McConkie, 1954–1966, vol. 1, pp. 86–87).
O presidente Smith também explicou que a morte durante o Milênio será uma transição pacífica:
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Presidente Joseph Fielding Smith
“Quando Cristo vier, os santos que estiverem na Terra serão vivificados e arrebatados para encontrá-Lo. Isso não quer dizer que quem estiver vivendo na mortalidade nessa época será transformado e passará pela ressurreição, pois é preciso que mortais permaneçam na Terra até o fim dos mil anos. Contudo, ocorrerá uma mudança em todos os que permanecerem na Terra: eles serão vivificados a fim de não estarem sujeitos à morte até uma idade avançada. Os homens morrerão aos cem anos de idade, e a mudança para o estado imortal será instantânea. Não se construirão túmulos durante esses mil anos” (O Caminho da Perfeição, 1978, p. 273).
O profeta Joseph Smith incentivou os santos a exercer a fé ao enfrentarem suas provações:
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Profeta Joseph Smith
“Estamos diante de um povo que adotou um sistema de religião impopular, e a adesão a ele lhe valeu repetidas perseguições. Um povo que, devido a seu amor a Deus e apego a Sua causa sofreu fome, nudez, perigos e quase todo tipo de privação. Um povo que, por causa de sua religião, teve de prantear a morte prematura dos pais, cônjuges e filhos. Um povo que preferiu a morte à escravidão e à hipocrisia e honradamente se manteve fiel a seu caráter e permaneceu firme e inamovível em momentos que puseram à prova a alma dos homens. Permaneçam firmes, santos de Deus, perseverem mais um pouco, e as tempestades da vida passarão, e vocês serão recompensados por esse Deus de quem são servos e que valorizará devidamente todos os seus labores e aflições por amor a Cristo e ao evangelho. Seus nomes passarão à posteridade como santos de Deus e homens virtuosos” (History of the Church [História da Igreja], vol. 4, p. 337).
“Um químico de renome mundial me disse que o sal não perde o sabor com o tempo. Só perde o sabor por mistura e contaminação. (…)
O sabor e a qualidade fogem de um homem quando ele contamina a mente com pensamentos impuros, profana a boca faltando com a verdade e aplica mal sua força realizando atos malignos” (“O sal da Terra: Sabor dos homens e salvadores dos homens”, A Liahona, outubro de 1980, pp. 70–71).