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CAPÍTULO DOIS: A INFLUÊNCIA DAS TRADIÇÕES DA NOVA INGLATERRA EM JOSEPH SMITH


CAPÍTULO DOIS

A INFLUÊNCIA DAS TRADIÇÕES DA NOVA INGLATERRA EM JOSEPH SMITH

TODOS SOMOS AFETADOS e influenciados pelo meio em que vivemos. Somos criados e influenciados pela família e pelos amigos e interagimos com o ambiente à nossa volta. Joseph Smith cresceu na fazenda da família e esteve quase que exclusivamente sob influência da família. Aprendeu no lar os mais importantes legados das tradições da Nova Inglaterra. Seus pais incentivavam o trabalho árduo, o patriotismo e a religiosidade. Joseph escutou, aprendeu e assimilou muitas dessas tradições. Em sua infância, Joseph Smith começou a incorporar e manifestar qualidades que o ajudariam a cumprir a missão para a qual fora preordenado.

OS ANTEPASSADOS PATERNOS DE JOSEPH SMITH

Um estudo dos antepassados de Joseph Smith mostra que sua família possuía importantes traços de caráter que se perpetuaram nele. Joseph desenvolveu fortes laços familiares, aprendeu a trabalhar arduamente, a pensar por si mesmo, a servir o próximo e a amar a liberdade. Ele relembra: “O amor à liberdade foi-me infundido na alma por meus avós enquanto me embalavam no colo”.1 Apesar de nem sempre terem sido filiados a uma igreja, várias gerações de seus antepassados procuraram seguir bons princípios religiosos, e houve quem predissesse que um importante líder espiritual surgiria dentre seus descendentes.

Cercado por uma cadeia de montanhas, a aproximadamente trinta quilômetros ao norte de Boston, Massachusetts, encontra-se o pequeno município de Topsfield, onde viveram muitos dos antepassados do Profeta. Cinco gerações da família Smith moraram em Topsfield. A primeira delas foi a do trisavô de Joseph Smith, Robert Smith, que emigrou de Topsfield, Inglaterra, para Boston em 1638, ainda adolescente. Robert casou-se com Mary French. Depois de passarem uma curta temporada próximo a Rowley, estabeleceram-se em Topsfield, Massachusetts. Tiveram dez filhos. Quando Robert faleceu, em 1693, deixou um espólio avaliado em 189 libras, uma quantia relativamente grande para a época. Samuel Smith, filho de Robert e Mary, nasceu em 1666. Nos registros da cidade e do condado, ele é descrito como sendo um “cavalheiro” e aparentemente exerceu cargo público. Casou-se com Rebecca Curtis, com quem teve nove filhos.

O primeiro filho de Samuel e Rebecca nasceu em 1714. Samuel Jr. foi um renomado líder comunitário e apoiou a Guerra da Independência Americana. Lê-se em seu obituário: “Foi amigo sincero dos libertadores deste país e incansável defensor das doutrinas do cristianismo”.2Samuel Jr. casou-se com Priscilla Gould, que era descendente de um dos fundadores de Topsfield. Priscilla faleceu após dar à luz cinco filhos, e Samuel casou-se com a prima dela, que também se chamava Priscilla. Ela não teve filhos, mas criou os filhos da primeira esposa de Samuel, incluindo o avô de Joseph Smith, Asael.

Asael, que nasceu em 1744, era filiado à religião predominante da Nova Inglaterra, os congregacionistas, mas acabou perdendo a fé em todas as religiões organizadas. Achava que os ensinamentos das igrejas estabelecidas não se conciliavam com as escrituras e o bom senso. Aos vinte e três anos de idade, casou-se com Mary Duty, de Rowley, Massachusetts. Com muito sacrifício, Asael mudou-se com a família de Derryfield, New Hampshire, de volta para Topsfield, onde trabalhou por cinco anos a fim de liquidar dívidas que o pai não conseguira saldar antes de morrer.

A família Smith permaneceu em Topsfield até 1791, quando Asael, Mary e seus onze filhos mudaram-se por algum tempo para Ipswich, Massachusetts, e depois para Tunbridge, Vermont, em busca de terras virgens e baratas. Em Tunbridge, Asael continuou a trabalhar para a comunidade e nos trinta anos em que lá morou ocupou quase todos os cargos públicos existentes.

A filosofia de Asael coincidia com a dos universalistas, que acreditavam em Jesus Cristo como um deus de amor que salvaria todos os Seus filhos. Da mesma forma que todos os universalistas, Asael preferia a idéia de um deus que estivesse mais interessado na salvação em vez da destruição da humanidade. Ele acreditava na vida após a morte.

Em uma mensagem enviada à família, ele escreveu: “A alma é imortal (…). Tudo o que fizerem para Deus façam-no de maneira séria. Quando pensarem Nele, falarem Dele, orarem para Ele ou voltarem-se de qualquer outra maneira para Sua grandiosa majestade, façam-no com sinceridade de coração. (…) Quanto à religião, estudem sua natureza e verifiquem se ela é composta de meras formalidades externas ou se aborda o coração oculto do homem. (…)

Tenho certeza absoluta de que Cristo, meu Salvador, é perfeito e nunca me desapontará. A Ele confio suas almas, corpos, condições, nomes, virtudes, vida, morte e tudo o mais; e a mim mesmo, esperando a ocasião em que Ele irá transformar este meu corpo desprezível e torná-lo semelhante a Seu glorioso corpo”.3

Asael Smith predisse também que “Deus levantaria um ramo de sua família que seria de grande benefício à humanidade”.4 Muitos anos mais tarde, ao receber de seu filho, Joseph Smith Sênior, um exemplar recémimpresso do Livro de Mórmon, Asael mostrou-se extremamente interessado. George Albert Smith escreveu: “Meu avô Asael acreditou plenamente no Livro de Mórmon e leu-o quase de capa a capa”.5Asael morreu no outono de 1830, com a certeza de que o neto Joseph era o profeta tão esperado que dera início a uma nova era religiosa.

Mary Duty viveu seis anos mais que o marido. Em 1836, Mary viajou para Kirtland, Ohio, acompanhada por Elias Smith, um neto missionário, para encontrar-se com os filhos, netos e bisnetos. “O encontro da avó com o neto profeta e seu irmão foi uma experiência comovente; Joseph abençoou-a e disse-lhe que era a mulher mais honrada da Terra.” Mary aceitou plenamente o testemunho do neto e tinha a firme intenção de ser batizada. Infelizmente, devido a sua idade e condições de saúde, o batismo não pôde ser realizado. Mary morreu em 27 de maio de 1836, apenas dez dias após sua chegada a Kirtland.

OS ANTEPASSADOS MATERNOS DE JOSEPH SMITH

Sabe-se relativamente pouco sobre a família Mack, da qual descendia Lucy Mack, mãe de Joseph. John Mack descendia de uma linhagem de ministros religiosos escoceses. Saindo de Inverness, sua cidade natal, chegou à Nova Inglaterra em 1669 e morou vários anos em Salisbury, Massachusetts. Mudou-se com a esposa para Lyme, Connecticut, em 1696. Seu oitavo filho, Ebenezer, casou-se com Hannah Huntley e, durante algum tempo, prosperaram na fazenda da família Mack. Essa prosperidade, contudo, foi efêmera, de modo que Solomon, nascido em 1732, teve que empregar-se como aprendiz numa fazenda vizinha, em Lyme, com apenas quatro anos de idade. Solomon relata: “Meu patrão tratava-me como se eu fosse propriedade sua, e não um ser humano igual a ele”.7 Solomon continuou como aprendiz até os 21 anos, mas o patrão nunca lhe ensinou nada sobre religião ou conversou com ele a esse respeito.

Por quase todo o restante de sua vida, Solomon procurou adquirir a segurança que não tivera na juventude. Terminado seu período de aprendizado, alistou-se para servir na guerra contra os índios e franceses. Nos anos subseqüentes, trabalhou como mercador, negociante de terras, comandante de navio mercante, moleiro e fazendeiro. Apesar de esforçarse bastante, não teve muito sucesso, sendo vítima de acidentes, dificuldades e problemas financeiros.

Esse animado aventureiro teve um pouco mais de sorte em 1759, quando conheceu e casou-se com Lydia Gates, uma professora culta e bem educada, que era a filha mais velha do respeitado e bem-sucedido diácono da igreja congregacional, Daniel Gates. Lydia tinha sido congregacionista ativa desde a juventude. Embora Lydia e Solomon tivessem formação bastante diferente, seu casamento foi muito sólido. Lydia encarregou-se da educação secular e religiosa dos oito filhos. Provavelmente ensinou o marido a ler e a escrever junto com os filhos. Solomon achava que Lydia não somente possuía “o refinamento da cultura, mas também aquela jóia inestimável que, numa esposa e mãe de família, é realmente uma pérola de grande valor, ou seja, um caráter piedoso e devoto”.8

Logo após o casamento, Solomon adquiriu duzentos e quarenta hectares de terras virgens ao norte de Nova York. Um ferimento na perna impediu-o de limpar o terreno conforme estipulava o contrato, e acabou perdendo a propriedade. Em 1761, Solomon e Lydia estabeleceram-se com dois filhos pequenos em Marlow, New Hampshire. Permaneceram ali por dez anos e tiveram mais quatro filhos. Em 1771 a família Mack mudou-se para Gilsum, New Hampshire, onde nasceram mais dois filhos. Lucy, a caçula, foi a mãe do Profeta Joseph Smith.

Durante a Guerra da Independência Americana, Solomon serviu algum tempo no exército. Alistou-se depois em um batalhão de artilharia, mas logo ficou doente e foi mandado para casa. Provavelmente teria ficado mais seguro permanecendo com sua unidade. Pouco depois de voltar para casa, acabou debaixo de uma árvore abatida pelo filho. Depois de quatro meses de recuperação, caiu em uma roda d’água. Depois disso passou a sofrer períodos de perda de consciência aos quais ele dava o nome de “acessos”.9

Mas Solomon Mack não conseguiu ficar muito tempo afastado da aventura. Acompanhado de seus filhos adolescentes alistou-se como marujo em um navio corsário americano. Depois da guerra, ele se tornou tripulante de um navio pesqueiro, comprou o navio quando este foi danificado por um furacão, e mais tarde perdeu-o num naufrágio. Solomon, então, ficou doente. Ao voltar para casa, quatro anos depois, sem nada, Solomon encontrou Lydia e os filhos sem terem onde morar, pois haviam sido vítimas de fraude. “Tanto fazia estar vivo ou morto”, escreveu ele sobre essa época. Mas com muito trabalho, logo conseguiu novamente prover o sustento a família.10

Solomon Mack nunca tinha sido um homem declaradamente religioso, apesar de acreditar em Deus e ter um bom coração. Não era muito inclinado a ler as escrituras ou a freqüentar uma igreja, mas em 1810 foi forçado pelo reumatismo a rever seus valores. “Depois disso, decidi não mais perseguir ilusões, mas devotar minha vida ao serviço de Deus e de minha família.”11Naquele inverno, leu a Bíblia e orou fervorosamente, encontrando por fim a paz que procurava para sua alma e mente. Até sua morte, em 1820, Solomon passou grande parte de seu tempo relatando sua conversão a outras pessoas e aconselhando-as a servir o Senhor. Escreveu uma autobiografia na esperança de ajudar outras pessoas a não ficarem obcecadas pela aquisição de bens materiais como havia acontecido com ele. Compartilhou vigorosamente essa convicção com seus netos, entre os quais estava o jovem Joseph Smith Jr.. Solomon faleceu três semanas antes de completar oitenta e oito anos, vários meses depois da notável visão que seu neto teve do Pai e do Filho, da qual Solomon provavelmente não chegou a ficar sabendo.

Durante os anos de infortúnio e aventura de Solomon, sua esposa, Lydia Gates, proporcionou estabilidade e orientação para os filhos. Todos eles, particularmente Lucy, a caçula, demonstraram que essa influência foi muito importante em sua vida. Lucy atribui à mãe “toda a educação religiosa bem como a maior parte das oportunidades educacionais que tive na vida”.12

Lucy, apesar de ser inteligente e positiva e ter sido criada em um ambiente religioso, não teve grandes experiências espirituais até os dezenove anos de idade. Questionava-se sobre o significado da vida e logo concluiu que precisaria mudar sua atitude sombria. Para evitar ser considerada mundana, decidiu filiar-se a uma igreja, mas ficou desapontada com as diferenças de opinião entre os vários ministros religiosos. Perguntou-se: “Como posso decidir sobre uma questão tão importante como essa, se nenhuma das igrejas se parece com a Igreja de Cristo que existia antigamente!”13

Lucy não encontrou resposta satisfatória para seu dilema espiritual. Aparentemente convencida de que as igrejas existentes não poderiam satisfazer suas necessidades, decidiu deixar temporariamente de lado a procura de uma igreja, e sua ansiedade foi aos poucos desaparecendo. Em menos de dois anos, conheceu Joseph Smith Sênior e casou-se com ele. Mal fazia idéia de que daquela união nasceria um filho profeta que ofereceria consolo e orientação a todos que, da mesma forma que Lucy, procuravam encontrar a Igreja de Jesus Cristo.

OS PAIS DO PROFETA

Lucy Mack conheceu Joseph Smith Sênior quando visitava o irmão dela, Stephen, em Tunbridge, Vermont. Joseph tinha vinte e cinco anos, mais de 1,80 m de altura e um corpo vigoroso como o de seu pai, Asael. Depois do casamento, em 24 de janeiro de 1796, passaram a morar em uma das fazendas da família em Tunbridge. No decorrer dos seis anos que ali moraram, nasceram-lhes os três primeiros filhos. Em 1802, Joseph e Lucy arrendaram sua fazenda de Tunbridge, possivelmente porque o solo era muito pedregoso, e mudaram-se para Randolph, onde abriram um estabelecimento comercial.

Em Randolph, Lucy ficou doente. O médico diagnosticou tuberculose, a mesma doença que causara a morte de suas irmãs mais velhas, Lovisa e Lovina. Ouvindo os médicos dizerem que iria morrer, Lucy implorou ao Senhor que lhe poupasse a vida, para poder cuidar dos filhos e do marido.

Lucy escreveu: “Fiz solene convênio com Deus de que se Ele me permitisse viver, eu procuraria servi-Lo com o máximo de minha capacidade. Pouco depois, ouvi uma voz dizer-me: ‘Busca e acharás; bate e ser-te-á aberta. Seja consolado o teu coração; assim como crês em Deus, crê em Mim também.’

“(…) Tão logo tive condições, esforcei-me para encontrar alguém que pudesse instruir-me de modo mais perfeito no caminho da vida e salvação (…)

(…) Fui de um lugar para o outro, procurando obter informações e encontrar, se possível, um espírito agradável que tocasse meu coração e assim me fortalecesse e me ajudasse a pôr em prática as resoluções que havia tomado (…)

(…) Senti que naquela época não existia na Terra a religião que eu procurava. Por isso, decidi examinar a Bíblia e, tendo Jesus e Seus discípulos como guia, esforcei-me por alcançar de Deus aquilo que nenhum homem podia dar-me ou tirar de mim (…).

Por fim, cheguei à conclusão de que era minha obrigação ser batizada. Assim sendo, depois de encontrar um ministro disposto a batizar-me sem exigir que me unisse a qualquer das denominações religiosas, fui batizada para obedecer a essa ordenança”.14

Enquanto Lucy se preocupava com sua religião e salvação, o marido estava iniciando um empreendimento financeiro que acabaria tendo maus resultados. Ao saber que a raiz de ginseng encontrada na vegetação silvestre de Vermont era muito valorizada na China, Joseph, que já enfrentara uma série de reveses financeiros, investiu bastante dinheiro nessa planta. Depois de comprar uma quantidade considerável, um certo Sr. Stevens, de Royalton, ofereceu-lhe três mil dólares pelo lote, mas Joseph recusou a oferta. Ao viajar para Nova York a fim de fazer os preparativos para o embarque das plantas, Joseph foi seguido pelo Sr. Stevens, que descobriu em que navio estava o carregamento de Joseph. Tendo sua própria carga de ginseng, o Sr. Stevens enviou o filho como representante seu e de Joseph na venda do produto. O jovem Stevens vendeu o carregamento de ginseng por bom preço, mas falsificou o valor pago e entregou a Joseph Smith Sênior apenas um barril de chá. Quando a desonestidade dos Stevens foi descoberta, eles fugiram para o Canadá com o dinheiro, deixando Joseph e Lucy com uma dívida de mil e oitocentos dólares. Lucy relata: “Meu marido precisou vender esta fazenda, que valia aproximadamente mil e quinhentos dólares, por apenas oitocentos dólares a fim de saldar rapidamente a dívida”.15A essa quantia Lucy acrescentou os mil dólares que havia recebido como presente de casamento. Saldaram a dívida, mas ficaram sem dinheiro.

Joseph e Lucy mudaram-se para Royalton, Vermont, por algum tempo, e depois seguiram para Sharon, no condado de Windsor, onde arrendaram a fazenda de Solomon Mack. Joseph trabalhou na terra durante o verão e deu aulas na escola durante o inverno. Enquanto moravam em Sharon, Joseph e Lucy tiveram outro filho, nascido no dia 23 de dezembro de 1805, a quem deram o nome de Joseph. Ao lhe darem esse nome, cumpriram a profecia de José do Egito, que predisse que um “vidente escolhido” seria erguido dentre seus descendentes. Esse vidente seria identificado, entre outras maneiras, por receber o nome do antigo patriarca José, sendo esse também o nome de seu pai. (Ver 2 Néfi 3:14–15.)

Joseph Smith Sênior e Lucy eram pais dedicados e esforçaram-se por ensinar preceitos religiosos aos filhos. Lucy, em especial, incentivava os filhos a estudarem a Bíblia. Seu filho William, nascido em 1811, relembra a preocupação da mãe com respeito aos assuntos religiosos: “Minha mãe era uma mulher muito religiosa e extremamente interessada no bem-estar dos filhos, tanto nesta vida quanto na vida futura, e usava de todos os métodos possíveis a uma mãe amorosa para convencer-nos a buscar a salvação da alma”.16

Joseph Smith Sênior era tão carinhoso quanto grande. Heber C. Kimball relata que ele era “um dos homens mais alegres que já conheci e tão inofensivo quanto uma criança”.17 Lucy disse que ele era “o companheiro mais carinhoso e o pai mais amoroso com que uma família poderia ser abençoada”.18

Apesar de menos inclinado a ensinar a família, Joseph Sênior era um homem religioso. William relembra: “Os hábitos religiosos de meu pai [eram] estritamente corretos e morais”.19Da mesma forma que seu pai, Asael, Joseph não acreditava nas igrejas tradicionais, mas sempre teve grande fé em Deus. Durante o ano de 1811, sua “mente ficou muito preocupada com questões religiosas”.20Enquanto estava nesse estado de agitação e ansiedade, teve o primeiro de uma série de sonhos que ocorreriam durante um período de oito anos. No primeiro sonho, Joseph viu-se caminhando por um campo estéril coberto de árvores secas, sendo acompanhado por um espírito que lhe explicou que o campo representava o mundo sem religião. Foi-lhe informado que encontraria uma caixa de comida que o tornaria sábio. Tentou comer, mas foi impedido por vários animais com chifres. Contou a Lucy que acordou tremendo, mas feliz, e que estava convencido de que até mesmo os ministros religiosos nada sabiam a respeito do reino de Deus.

Mais tarde, em 1811, Joseph Sênior teve outro sonho marcante, que relatou à família. Era muito parecido com o sonho de Leí sobre a árvore da vida. Joseph viu-se seguindo por um caminho que levava a uma bela árvore frutífera. Ao começar a comer o delicioso fruto, percebeu que deveria conduzir sua esposa e sua família até a árvore, para que pudessem desfrutar dela juntos. Foi buscá-los, e comeram juntos. Joseph conta: “Sentimo-nos extremamente felizes, sendo-nos difícil expressar toda a nossa alegria.”21

Seu último sonho ocorreu em 1819, em Nova York, pouco antes da primeira visão de seu filho. Um mensageiro disse: “Sempre (…) te considerei estritamente honesto em todos os teus negócios (…) Vim dizer-te que esta será a última vez que te visitarei e que te falta apenas uma coisa para assegurares tua salvação”.22Acordou antes de descobrir o que lhe faltava. Como a comunicação celestial sempre fez parte da vida de Joseph Smith Sênior, não lhe foi difícil aceitar o chamado profético de seu filho. Mais tarde, ficou sabendo que lhe faltavam os princípios e ordenanças do evangelho de Jesus Cristo, que o Senhor restaurou por intermédio de seu filho Joseph.

A INFÂNCIA DE JOSEPH SMITH

Durante a infância de Joseph Smith, sua família mudou-se freqüentemente, à procura de solo fértil ou de outro meio adequado para ganhar seu sustento. Na primeira mudança após seu nascimento, a família saiu de Sharon e foi para Tunbridge. Em 1807, logo após o nascimento de Samuel, mudaram-se para Royalton, Vermont, onde nasceram mais dois meninos. Pouco depois do nascimento de William, em 1811, a família Smith mudou-se para a pequena comunidade de West Lebanon, New Hampshire, e começou, de acordo com Lucy, “a alcançar com alegria e satisfação a prosperidade resultante de nossos esforços recentes”.23Seu otimismo transformou-se em desespero quando a epidemia de febre tifóide chegou a West Lebanon, “alastrando-se tremendamente”. Foi uma epidemia que varreu o norte do vale de Connecticut, deixando seis mil mortos. Um por um, os filhos da família Smith contraíram a doença. Sophronia, depois de ter estado doente por três meses, chegou quase a morrer, mas começou a recuperar-se quando Joseph e Lucy imploraram ao Senhor que lhe poupasse a vida.

Joseph Smith Jr., que estava com sete anos recuperou-se de uma febre em apenas duas semanas, mas teve complicações que o obrigaram a ser submetido a quatro cirurgias. A complicação mais grave envolvia um inchaço e infecção do osso da tíbia da perna esquerda, enfermidade hoje conhecida como osteomielite. Joseph sofreu dores intensas por mais de duas semanas. Durante todo esse período, seu irmão Hyrum demonstrou-lhe grande afeto. Lucy relata: “Hyrum sentava-se ao lado dele por muito tempo, quase dia e noite, segurando e apertando a parte acometida de sua perna entre as mãos, para que o irmão enfermo conseguisse suportar a dor”.24

As primeiras duas tentativas de reduzir o inchaço e drenar a infecção da perna de Joseph falharam. O cirurgião chefe recomendou amputação, mas Lucy não aceitou e exigiu dos médicos: “Não podem amputar-lhe a perna, e não irão amputá-la, sem tentarem mais uma vez”.25Providencialmente, “o único médico nos Estados Unidos que operava de modo drástico e bem-sucedido a osteomielite” naquela época era o Dr. Nathan Smith, um brilhante médico do Dartmouth Medical College, de Hanover, New Hampshire.26 Ele foi o cirurgião principal, ou pelo menos o consultor chefe no caso de Joseph. O método pelo qual o Dr. Smith tratava essa doença estava gerações à frente de seu tempo.

Joseph insistiu para não ser amarrado e recusou-se a tomar conhaque ou vinho a fim de abrandar a dor. Pediu a sua mãe que saísse do quarto para não vê-lo sofrer. Lucy consentiu, mas quando os médicos quebraram parte do osso com o formão, fazendo Joseph gritar de dor, ela correu de volta para o quarto. “Oh, mãe, saia, saia”, gritou Joseph. Lucy saiu, mas voltou pela segunda vez e foi novamente repelida.27Depois de tratado o problema, Joseph viajou com seu tio Jesse Smith para a cidade portuária de Salem, Massachusetts, na esperança de que a brisa do mar ajudasse na recuperação. Devido à gravidade da cirurgia, sua recuperação foi lenta. Joseph teve que andar com auxílio de muletas por três anos e mesmo depois desse tempo ainda mancava discretamente, mas recuperou a saúde e teve uma vida robusta.

De acordo com sua mãe, a cirurgia de Joseph provavelmente foi o único incidente notável de sua infância.28Em 1813, a família mudou-se para Norwich, Vermont, onde se presume que Joseph tenha freqüentado uma escola comum ou uma escola de gramática por um breve período. Também recebeu instrução religiosa e secular no lar e provavelmente participava de atividades ao ar livre e de jogos de sua época. Era alto, atlético e cheio de energia, mas também pensativo e calmo. Sua mãe disse que Joseph “parecia muito menos inclinado à leitura superficial do que qualquer outro de nossos filhos, mas era dado à meditação e ao estudo profundo”.29Em Norwich, a família Smith começou a cultivar as terras do Doutor Murdock. Foi sua última tentativa de ganhar a vida no cultivo do solo em Vermont. Lucy escreveu: “No primeiro ano, perdemos a colheita; mas, vendendo as frutas que cresciam no terreno, conseguimos sustentar a família”.30No segundo ano, a colheita também foi um tremendo fracasso.

No terceiro ano, a colheita da família Smith foi destruída pela geada, juntamente com a de quase todas as outras pessoas da região, no fatídico ano sem verão de 1816. Esse ano ficou conhecido como “mil e oitocentos e frio de morrer”. O vulcão Tambora, nas Índias Orientais Holandesas (Indonésia) explodiu em violenta erupção, em abril de 1815. Essa foi considerada a maior erupção vulcânica registrada na história. Estima-se terem sido expelidas cento e cinco quilômetros cúbicos de cinzas vulcânicas. A poeira subiu para a estratosfera, obscurecendo o sol de modo mais intenso do que qualquer vulcão desde o ano de 1600 e alterando o padrão climático do mundo por um período bastante prolongado.31

A Nova Inglaterra sofreu muito o impacto dessa mudança climática. Quatro geadas intensas ocorreram entre 6 de junho e 30 de agosto, destruindo tudo, com exceção das plantações mais resistentes. Sem saber a causa de tudo aquilo, mas desencorajados pelas sucessivas perdas de colheita, centenas de pessoas saíram da Nova Inglaterra, entre as quais estava a família Smith, de Norwich, Vermont. Durante a década de 1810–1820, houve um grande êxodo de Vermont. Mais de sessenta cidades de Vermont sofreram queda no número de habitantes.32 A maioria desses moradores de Vermont partiu para oeste animada pelos anúncios divulgados nos jornais de que existiam terras disponíveis em Nova York, Pensilvânia e Ohio, onde se dizia haver “muitas árvores, muita água, fácil acesso e terras indiscutivelmente férteis — tudo isso a ser pago a longo prazo, pelo preço de apenas dois ou três dólares o acre”.33

A MUDANÇA PARA PALMYRA

Em 1816, Joseph Smith Sênior viajou para Palmyra, condado de Ontário, Nova York, em companhia de um certo Sr. Howard. Antes de partir, pagou todas as suas dívidas em dinheiro ou transferiu-as para seus devedores, mas alguns de seus credores e devedores não estavam de posse de seus livros na hora do acerto e deixaram de registrar as transações. Joseph, contudo, chamou testemunhas para comprová-las. Acreditando que todas as suas contas estivessem acertadas, Joseph partiu para Palmyra e adquiriu terras. Em seguida, enviou um comunicado a Lucy, instruindo-a a colocar seus pertences em um carroção e preparar-se para partir. Caleb Howard, primo do Sr. Howard que havia viajado com Joseph até Palmyra, foi contratado para dirigir a junta de bois e levar a família Smith até Nova York. No entanto, antes que Lucy Smith partisse para Nova York com os filhos a fim de reunir-se ao marido, alguns daqueles credores apareceram e apresentaram suas contas, alegando que não haviam sido saldadas. Lucy descreveu o evento: “Concluí que seria preferível pagar aquelas cobranças injustas a arriscar-me a ser processada. Portanto, com sacrifício considerável, levantei a quantia exigida, que era de cento e cinqüenta dólares, e saldei a dívida”. Alguns vizinhos bem-intencionados sugeriram recolher doações para ajudá-la a pagar o que devia, mas Lucy recusou a oferta. “A idéia de receber ajuda daquela maneira era extremamente repulsiva para mim.”34

Depois de acertadas as contas, Lucy, sua mãe, Lydia, e seus oito filhos, cujas idades variavam desde a de um bebê de colo, Don Carlos, até a de Alvin, com dezessete anos, partiram para Nova York, com Caleb Howard. Em South Royalton, a mãe de Lucy, Lydia, ficou ferida quando seu carroção virou. Lydia foi levada até a casa de seu filho, em Tunbridge, e mãe e filha despediram-se entre lágrimas. A idosa Lydia aconselhou a filha: “Continue fiel no serviço de Deus até o fim de seus dias, para que eu possa ter o prazer de abraçá-la em um mundo melhor e mais justo lá nas alturas”.35Lydia faleceu dois anos mais tarde, em Royalton, em decorrência dos ferimentos que sofreu naquela ocasião.

No transcorrer da viagem da família Smith, Lucy descobriu que “o Sr. Howard, nosso cocheiro, era um sujeito sem princípios e sem sentimentos”.36Ele gastou em bebidas e jogos o dinheiro que Joseph Sênior lhe havia pago para levar sua família até Nova York.37Joseph Jr., que na época era um menino de dez anos, relatou mais tarde que mesmo não tendo-se recuperado completamente da cirurgia na perna, Howard fez com que andasse, “na minha condição debilitada, através da neve, mais de sessenta quilômetros por dia, durante vários dias, nos quais sofri dores intensas e extremo cansaço”.38

Em Utica, várias milhas antes de seu destino, Howard descarregou os pertences da família Smith e estava prestes a levar consigo a junta de bois, quando Lucy o enfrentou, dizendo: “Senhor, proíbo-o de tocar nessa junta ou levá-la um passo adiante que seja”. A resoluta Lucy então carregou novamente o carroção e conduziu a junta pelo resto do caminho até Palmyra. Chegou com apenas dois centavos, mas estava “feliz por gozar novamente da companhia do marido e poder estar, juntamente com os filhos, recebendo os cuidados e o afeto de um companheiro e pai amoroso”.39

A INFLUÊNCIA DA NOVA INGLATERRA EM JOSEPH SMITH

A família Smith foi apenas uma das muitas famílias da Nova Inglaterra cujos nomes estão ligados à Restauração. Brigham Young, o sucessor de Joseph; Heber C. Kimball, um fiel Apóstolo; e vários outros líderes da Igreja têm antepassados da Nova Inglaterra.

Entre eles estavam homens e mulheres que navegaram no Mayflower ou serviram na Guerra da Independência Americana.40Essas pessoas independentes e trabalhadoras que construíram casas e comunidades em meio ao ambiente selvagem da Nova Inglaterra foram pessoas notáveis. Eram patrióticas e tinham consciência de suas responsabilidades sociais e religiosas. Joseph Smith não tinha por que desculpar-se de suas origens relativamente humildes, pois contava com sólido legado moral.

Muitos dos preceitos do puritanismo que moldaram o ambiente em que Joseph viveu complementaram alguns princípios e doutrinas que lhe seriam reveladas mais tarde como profeta. Quando Joseph recebeu a revelação: “Não serás ocioso” (D&C 42:42), isso confirmou as virtudes do estilo de vida frugal e dinâmico da Nova Inglaterra. Quando o Senhor lhe disse que deveria procurar aprender nos melhores livros “mesmo pelo estudo e também pela fé” (D&C 88:118), isso reafirmou a ênfase puritana na educação. Quando, mais tarde, Joseph anunciou o conceito de uma sociedade teocrática ideal, ele adotou um princípio com que a Nova Inglaterra puritana podia facilmente se identificar.

Mas Joseph Smith não estava limitado a sua herança da Nova Inglaterra. Durante sua vida, ele divulgou doutrinas e ordenanças do evangelho que se opunham frontalmente a sua formação puritana, mas eram superiores em amplitude e clareza a toda formulação religiosa feita por qualquer outro líder religioso anterior a ele. Por exemplo: Seu conceito de um Deus pessoal e amoroso opunha-se ao conceito calvinista de um severo Deus de justiça. As revelações que declaravam que a Trindade é formada por três pessoas separadas e distintas contrariavam frontalmente a teologia trinitária do calvinismo.

Mas acima de qualquer influência do ambiente estava Deus, que foi quem moldou as idéias de Joseph Smith. De fato, a teologia SUD declara que o Senhor conhecia Joseph Smith em uma esfera anterior e o preparou para assumir esse importante papel na restauração da Igreja de Deus na Terra. Joseph referia-se a sua preordenação ao dizer: “Todo homem que tem um chamado de ministrar aos habitantes do mundo foi ordenado para esse propósito no Grande Conselho dos céus antes de o mundo existir. Suponho que fui ordenado para este mesmo ofício naquele Grande Conselho”.41

Brigham Young disse o seguinte a respeito de Joseph Smith: “Foi decretado nos conselhos da eternidade, muito antes de serem estabelecidos os alicerces da Terra, que ele, Joseph Smith, seria o homem que na última dispensação deste mundo traria à luz a palavra de Deus ao povo e receberia a plenitude das chaves e poder do sacerdócio do Filho de Deus. O Senhor observou-o, bem como a seu pai, ao pai de seu pai, e a todos os seus antepassados até Abraão, e de Abraão até o dilúvio, do dilúvio até Enoque e de Enoque até Adão. O Senhor acompanhou essa família e essa linhagem desde sua origem até o nascimento desse homem. Ele foi preordenado na eternidade para presidir esta última dispensação.”42

NOTAS

  1. History of the Church, 5:498.

  2. Salem Gazette, 22 Nov. 1785, citado em Richard Lloyd Anderson, Joseph Smith’s New England Heritage (A Herança que Joseph Smith Recebeu da Nova Inglaterra), (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1971), pp. 89, 91.

  3. Citado em Anderson, Joseph Smith’s New England Heritage, pp. 124–25, 129; ver também pp. 130–40.

  4. George A. Smith, “Memoirs of George A. Smith” (Memórias de George Albert Smith), p. 2, citado em Anderson,Joseph Smith’s New England Heritage, p. 112; ver também History of the Church, 2:443.

  5. Smith, “Memoirs”, p. 2, citado em Anderson,Joseph Smith’s New England Heritage, pp. 112–13.

  6. Edward W. Tullidge, History of Salt Lake City (História de Salt Lake City) (Salt Lake City: Star Printing Co., 1886), p. 157.

  7. Solomon Mack, Narrative of the Life of Solomon Mack (Biografia de Solomon Mack) (Windsor, Vt.: [1811]), p. 4.

  8. Lucy Mack Smith, manuscrito preliminar de Biographical Sketches of Joseph Smith (Esboços Biográficos de Joseph Smith), citado em Anderson, Joseph Smith’s New England Heritage, p. 27.

  9. Ver Mack, Narrative of the Life of Solomon Mack, pp. 11–12, 17; ver também Richard L. Bushman, Joseph Smith and the Beginnings of Mormonism (Chicago: University of Illinois Press, 1984), p. 15.

  10. Mack, Narrative of the Life of Solomon Mack, p. 17; ver também Bushman, Joseph Smith and the Beginnings of Mormonism, pp. 15–16.

  11. Lucy Mack Smith, History of Joseph Smith (História de Joseph Smith),org. Preston Nibley (Salt Lake City: Bookcraft, 1958), pp. 7–8.

  12. Smith, Biographical Sketches, p. 68, citado em Anderson, Joseph Smith’s New England Heritage, p. 29.

  13. Smith, History of Joseph Smith, p. 31.

  14. Smith, History of Joseph Smith, pp. 34–36.

  15. Smith, History of Joseph Smith, p. 40.

  16. William Smith, William Smith, William Smith on Mormonism (William Smith Fala sobre Mormonismo) (Lamoni, Iowa: Herald Steam Book and Job Office, 1883), p. 6.

  17. Journal of Discourses, 8:351.

  18. Smith, History of Joseph Smith, p. 182.

  19. William Smith, citado em Richard Lloyd Anderson, “Joseph Smith’s Home Environment” (A Vida no Lar de Joseph Smith), Ensign,jul 1971, p. 58.

  20. Smith, History of Joseph Smith, p. 46.

  21. Smith, History of Joseph Smith, p. 49; ver também pp. 48–50.

  22. Smith, History of Joseph Smith, p. 68.

  23. Smith, History of Joseph Smith, p. 51.

  24. Smith, History of Joseph Smith, p. 55.

  25. Smith, History of Joseph Smith, p. 56.

  26. LeRoy S. Wirthlin, “Nathan Smith (1762–1828) Surgical Consultant to Joseph Smith” [Nathan Smith (1762–1828) Consultor Cirúrgico da Operação de Joseph Smith],Brigham Young University Studies, Primavera de 1977, p. 337; ver também LeRoy S. Wirthlin, “Joseph Smith’s Boyhood Operation: An 1813 Surgical Success” (A Operação do Menino Joseph Smith: Uma Cirurgia Bem-Sucedida em 1813), em Sidney B. Sperry Symposium, 26 Jan. 1980, pp. 328–47.

  27. Smith, History of Joseph Smith, p. 57.

  28. Ver Smith, History of Joseph Smith, p. 67.

  29. Smith, History of Joseph Smith, p. 82.

  30. Smith, History of Joseph Smith, p. 59.

  31. Henry Stommel e Elisabeth Stommel, Volcano Weather (Clima Vulcânico) (Newport, R.I.: Henry e Elisabeth Stommel, 1983), pp. 3, 11–12.

  32. Larry C. Porter, “A Study of the Origins of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints in the States of New York and Pennsylvania, 1816–1831” (Estudo das Origens de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias nos Estados de Nova York e Pensilvânia, 1816–1831), Tese de Doutorado, Brigham Young University, 1971, p. 30.

  33. Lewis D. Stilwell, “Migration from Vermont (1776–1860)” [Migração de Vermont (1776–1860)], citado em Proceedings of the Vermont Historical Society (Atas da Sociedade Histórica de Vermont) (Montpelier, Vt.: Vermont Historical Society, 1937), p. 135.

  34. Smith, History of Joseph Smith, p. 61.

  35. Smith, History of Joseph Smith, p. 62.

  36. Smith, History of Joseph Smith, p. 62.

  37. Ver Milton V. Backman, Jr., Joseph Smith’s First Vision, 2ª ed. (Salt Lake City: Bookcraft, 1980), p. 165.

  38. Manuscrito da História da Igreja, citado em Dean C. Jessee, ed., The Personal Writings of Joseph Smith (Manuscritos de Joseph Smith) (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1984), p. 666; grafia atualizada.

  39. Smith, History of Joseph Smith, p. 63.

  40. Ver Gustive O. Larson, “New England Heritage Leadership in the Rise and Progress of the Church” (A Influência do Legado da Nova Inglaterra no Surgimento e Progresso da Igreja), Improvement Era, ago. 1968, p. 81.

  41. History of the Church, 6:364.

  42. Journal of Discourses, 7:289–90.

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house Joseph Smith was born in

The birthplace of Joseph Smith was Sharon township, Vermont. The granite memorial to Joseph Smith was erected and the site dedicated on 23 December 1905 by President Joseph F. Smith in commemoration of the centennial of the Prophet’s birth.

The monument is 38 1/2 feet high, one foot for each year of his life. The Memorial Cottage (immediately left of the monument), which was used as a visitors’ center, was completed and dedicated at the same time as the monument.

Cronologia

Data

 

Evento Significativo

1638

Robert Smith, o primeiro antepassado paterno de Joseph Smith a viajar da Inglaterra para a América, chega a Massachusetts

1669

John Mack, o primeiro antepassado materno de Joseph Smith a viajar da Inglaterra para a América, chega a Massachusetts

24 jan. 1796

Casamento de Joseph Smith Sênior e Lucy Mack

23 dez. 1805

Nascimento de Joseph Smith Jr., no município de Sharon, condado de Windsor, Vermont

1812–13

Aos sete anos de idade, Joseph Smith é submetido a uma cirurgia devido a complicações da febre tifóide

1816

A família Smith muda-se de Norwich, Vermont, para Palmyra, Nova York

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pedigree chart

The Ancestry of Joseph Smith

Joseph Smith

Born 23 December 1805

Place Sharon, Windsor Co., Vermont

Died 27 June 1844

Place Carthage, Hancock Co., Ilinois

Joseph Smith, Sr.

Born 12 July 1771

Place Topsfield, Essex Co. Massachusetts

Died 14 September 1840

Place Nauvoo, Hancock Co., Illinois

Asael Smith

Born 7 March 1744

Place Topsfield, Essex Co., Massachusetts

Died 31 October 1830

Place Stockholm, St. Lawrence Co., New York

Mary Duty

Born 11 October 1743

Place Rowley, Essex Co., Massachusetts

Died 27 May 1836

Place Kirtland, Lake Co., Ohio

Lucy Mack

Born 8 July 1776

Place Gilsum, Cheshire, Co., New Hampshire

Died 14 May 1856

Place Nauvoo, Hancock Co., Illinois

Solomon Mack

Born 15 September 1732

Place Lyme, New London Co., Connecticut

Died 23 August 1820

Lydia Gates

Born 3 September 1732

Place East Haddam, Middlesex Co., Connecticut

Died about 1817

Place Royalton, Windsor Co., Vermont

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cemetery monument

The Smith family marker in Pine Grove Cemetery, Topsfield, Massachusetts. Buried here are Samuel Smith; his wife, Rebecca; Samuel II; and his wife, Priscilla Gould. George A. Smith helped erect the monument to his ancestors in 1873.

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old house in Topsfield

Five generations of the Smith family lived in Topsfield: Robert Smith, Samuel Smith I, Samuel Smith II, Asael Smith, and Joseph Smith, Sr. Joseph Smith, Sr., was born in this house on 12 July 1771. The home was torn down in 1875.

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map of New England

Joseph Smith’s ancestors lived in New England.

Canada

Connecticut

New Hampshire

New York

Massachusetts

Vermont

Albany

Boston

Connecticut River

Derryfield (Manchester)

Gilsum

Hudson River

Ipswich

Lake Champlain

Lebanon

Marlow

Merrimack River

New York City

North Lyme

Randolph

Rowley

Salisbury

Sharon

South Royalton

Topsfield

Tunridge

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“A Narrative of the Life of Solomon Mack” title page

Title page of Solomon Mack’s autobiography

Courtesy of the John Carter Brown Library at Brown University

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Store in Tunbridge

This is Tunbridge’s general store. It was still in use after 160 years. Traditionally, it is the place Joseph, Sr., and Lucy first met.

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house and fields in Tunbridge Gore

Tunbridge Gore, Vermont, was the first home of Joseph and Lucy Smith. Hyrum Smith was born here on 9 February 1800.

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map of Vermont and New Hampshire townships

The Joseph Smith, Sr., family moved several times in New England. (1) Following Joseph and Lucy’s marriage in 1796 they lived and farmed in Tunbridge, Vermont. (2) In 1802 they moved to Randolph and opened a mercantile establishment. (3) The next year they returned to Tunbridge. (4) Also in 1803, they sold the Tunbridge farm and moved to Royalton for a few months. (5) In 1804 they moved to Sharon township in Windsor County, where Joseph Smith, Jr., was born. (6) They moved back to Tunbridge, where Samuel Harrison was born. (7) In 1808 they again moved to Royalton, where Ephraim and William were born. (8) In 1811 they moved to West Lebanon, New Hampshire, where a typhoid epidemic struck the family. (9) In 1813 they moved to Norwich, Vermont, where they experienced three successive crop failures. (10) Crop failures forced a final move to the Palmyra vicinity in New York in 1816.

Bethel

New Hampshire

Norwich

Randolph

Royalton

Sharon

Strafford

Thetford

Tunbridge

Vermont

Connecticut River

Hanover (Dartmouth College)

Lebanon

Smith Farm

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map of Sharon and surrounding townships

Joseph Smith was born in the township of Sharon in Windsor County, Vermont. This should not be confused with the village of Sharon southeast of the Smith farm. As the map shows, the farm was on the township line.

Town(Township) of Tunbridge

Town(Township) of Strafford

Town (Township) of Royalton

Town (Township) of Sharon

Orange County, Vermont

Village of North Tunbridge

Village of Tunbridge

Village of Strafford

Village of South Royalton

Village of Sharon

Birthplace of Joseph Smith

White River

Windsor County, Vermont

Filhos de Joseph Smith Sr., e Lucy Mack Smith

Nome

Data Nasc.

Local de Nasc.

Data de Falec.

1. Criança

aproximadamente 1797

Tunbridge, Vermont

aproximadamente1797 1797

2. Alvin

11 de fevereiro de 1798

Tunbridge, Vermont

19 de novembro de 1823

3. Hyrum

9 de fevereiro de 1800

Tunbridge, Vermont

27 de junho de 1844

4. Sophronia

16 de maio de 1803

Tunbridge, Vermont

1876

5. Joseph, Jr.

23 de dezembro de 1805

Sharon, Vermont

27 de junho de 1844

6. Samuel Harrison

13 de março de 1808

Tunbridge, Vermont

30 de julho de 1844

7. Ephraim

13 de março de 1810

Royalton, Vermont

24 de março de 1810

8. William

13 de março de 1811

Royalton, Vermont

13 de novembro de 1893

9. Catherine

28 de julho de 1812

Lebanon, New Hampshire

1º de fevereiro de 1900

10. Don Carlos

25 de março de 1816

Norwich, Vermont

7 de agosto de 1841

11. Lucy

18 de julho de 1821

Palmyra, New York

9 de dezembro de 1882

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Nathan Smith

Nathan Smith, one of young Joseph Smith’s physicians
Yale University Art Gallery. Gift of the Medical Class of 1826 to the School of Medicine

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map of New England

The Appalachian Mountains formed a formidable barrier to western migration in the early history of the United States. Explorers eventually found three tolerable routes from the tidewater to the interior: the Great Genesee Road’s Mohawk Turnpike in New York; the National Road in Maryland, Pennsylvania, and Ohio; and the Wilderness Road in North Carolina, Tennessee, and Kentucky.

The Smith family used the first of these routes to travel to the Palmyra, New York, region. The path came out of New England in Massachusetts to Albany in eastern New York and up the Mohawk River valley.

Lake Ontario

Lake Erie

Appalachian Mountains

National Road

Louisville

Baltimore

Buffalo

Mohawk Turnpike

Boston

Richmond

Wilderness Road