2019
A missão milagrosa do profeta Joseph Smith
Janeiro de 2019


A missão milagrosa do profeta Joseph Smith

Extraído do discurso “Joseph Smith: O profeta e o homem”, proferido no Seminário para a Liderança da Missão no dia 25 de junho de 2018.

Joseph Smith realizou mais coisas do que qualquer outro homem poderia realizar em tão pouco tempo. A única explicação possível é que tenha recebido ajuda celestial.

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Painting of Joseph Smith

Joseph Smith, de William Whitaker

Decidi falar sobre Joseph Smith, o profeta e o homem. Falando a respeito dele, espero contribuir com a sua compreensão das realizações singulares e milagrosas do profeta que iniciou esta dispensação.

A relação entre o conhecimento e testemunho sobre Joseph Smith e o trabalho missionário é vital. Todos conhecemos alguns pesquisadores que aceitam as doutrinas básicas do evangelho, mas simplesmente não conseguem aceitar o fato de que um rapaz de 14 anos recebeu a visita do Pai e do Filho, traduziu o Livro de Mórmon e se tornou o profeta que conhecemos. As pessoas que têm dificuldades em aceitar o profeta Joseph Smith precisam aprender com esse ensinamento do presidente Russell M. Nelson:

“A missão de Joseph na mortalidade foi preordenada. Sua mente receptiva e pura estava aberta às instruções do Senhor. Mas, para os padrões do mundo, Joseph era improvável. E a tarefa de ser o profeta desta última dispensação parecia totalmente impossível. Esse exemplo ilustra um princípio que geralmente é verdadeiro sobre como o Senhor trabalha: Ele usa o improvável para realizar o impossível!”1

É muito importante que nossos missionários tenham um testemunho do chamado divino e da obra milagrosa do profeta Joseph Smith.

Faz 65 anos que estudo a vida de Joseph Smith. Nasci em 1932, quando a Igreja tinha pouco mais de cem anos. Creio que sou um típico membro da Igreja fiel deste segundo século. Não conhecemos Joseph Smith pessoalmente, mas sentimos que o conhecemos e o amamos por tudo o que ele revelou e ensinou. Somos testemunhas da realidade da previsão poética de que “milhões conhecerão ‘o irmão Joseph’”.2

I. Joseph Smith, o profeta

Conhecemos Joseph Smith como o primeiro profeta desta dispensação, o instrumento do Senhor na Restauração. Mas o que o Senhor restaurou por meio desse profeta? Nem todos os membros da Igreja (e pouquíssimos não membros) estão cientes dos acréscimos esclarecedores e sólidos que o Senhor inspirou o profeta Joseph a fazer à doutrina cristã. Aqui está uma breve lista:

  • A natureza do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

  • As funções associadas a esses três membros da Trindade e Seu relacionamento com os seres mortais.

  • A natureza da Queda do homem.

  • O propósito da vida mortal no cumprimento do plano do Pai para Seus filhos a fim de alcançarem seu destino eterno.

  • O papel da Expiação de Jesus Cristo para assegurar a imortalidade e conceder a oportunidade de vida eterna.

  • O papel do casamento para esta vida e para a eternidade no plano do Pai.

  • O papel essencial do sacerdócio e das ordenanças no plano do Pai.

  • O papel essencial do sacerdócio e das ordenanças vicárias no plano do Pai.

  • O conhecimento de que Deus deseja salvar todos os Seus filhos e de que toda pessoa que já viveu sobre essa Terra — tendo conhecido ou não a respeito de Jesus Cristo — é capaz de alcançar o céu mais elevado futuramente.

  • O relacionamento da fonte tríplice de verdade sobre o homem e sobre o universo: a ciência, as escrituras e a revelação contínua.

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images of the plan of salvation

Leaving Eden, Savior, e Between Heaven and Earth, de Annie Henrie Nader

Qualquer pessoa que estude, mesmo que seja uma pequena parte dessa lista — quer acredite ou não —, deve reconhecer que Joseph Smith está na nascente de um imenso fluxo de ideias religiosas novas, preciosas e ousadas. Conforme lemos no manual Pregar Meu Evangelho, a plenitude do evangelho foi restaurada na Terra por meio de Joseph Smith.3

Vocês já perceberam que minha lista não menciona especificamente o fato de Joseph ter trazido à luz o Livro de Mórmon, um novo volume de escrituras que é, obviamente, a fonte de muitas daquelas novas ideias religiosas. Esse livro merece uma menção especial. Seu título proclama sua função principal: “Outro Testamento de Jesus Cristo”. Mas além desse papel principal, há mais coisas. Eis o que um escritor erudito disse a respeito do livro:

“O Livro de Mórmon propõe um novo propósito para a América de se tornar um reino da justiça, em vez de um império da liberdade. Contra o aumento da riqueza e da desigualdade, o Livro de Mórmon defende a causa dos pobres. (…) Contra o governo republicano, ele propõe um governo justo de juízes e reis, sob a lei de Deus. Contra o cânone fechado da Bíblia e das religiões que não operam milagres, o Livro de Mórmon defende a revelação, os milagres e as revelações contínuas para todas as nações. Contra o ceticismo, ele promove a crença; contra o nacionalismo, um reino universal. Prevê desastres para a nação se o amor à riqueza, a oposição à revelação e a civilização dos gentios prevalecerem sobre a retidão, a revelação e sobre Israel”.4

Ainda mais importante foi o que o presidente Nelson disse recentemente a respeito do Livro de Mórmon: “É o instrumento por meio do qual a prometida coligação de Israel será cumprida”.5

Conforme lemos no manual Pregar Meu Evangelho, o profeta Joseph Smith disse que o Livro de Mórmon é “a pedra fundamental de nossa religião”.6

A maioria dos não membros não conhece as grandes contribuições de Joseph Smith ao pensamento religioso. Em um notável estudo de abrangência nacional, o especialista em pesquisa Gary Lawrence descobriu que metade das pessoas que ele estudou achava que os membros da Igreja eram isolados e misteriosos e tinham “crenças estranhas”.7 Quando ele perguntava aos entrevistados: “Qual é a principal reivindicação do mormonismo?”, somente uma pessoa em sete era capaz de descrever qualquer coisa próxima da ideia de restauração ou do restabelecimento da religião cristã original. Da mesma forma, quando outra pesquisa nacional pediu aos participantes que descrevessem suas impressões sobre nossa religião, ninguém mencionou palavras ou ideias relacionadas ao cristianismo primitivo ou restaurado.8

Essas descobertas nos lembram de que não devemos deixar que nossos missionários suponham que as pessoas conheçam muito a respeito de nossa fé. Aqueles que eles ensinam podem ter ouvido a palavra mórmon, mas os missionários não devem presumir que a maioria tenha um mínimo de conhecimento dos princípios básicos de nossa fé.

II. Joseph Smith, o homem

Aqui estão alguns de meus pensamentos pessoais sobre a vida extraordinária de Joseph Smith.9 O Joseph Smith que conheci em minha pesquisa pessoal, a maior parte em Illinois, EUA, era um homem da fronteira — jovem, emocional, dinâmico e tão amado e achegado a seu povo que eles o chamavam com frequência de “irmão Joseph”. Sua relativa juventude abrangeu seu ministério profético. Tinha 14 anos na época da Primeira Visão, 21 anos quando recebeu as placas de ouro e apenas 23 quando terminou a tradução do Livro de Mórmon (em menos de 60 dias de trabalho).

Mais da metade das revelações de Doutrina e Convênios foram dadas ao profeta quando ele tinha 25 anos ou menos. Tinha 26 anos quando a Primeira Presidência foi organizada e um pouco mais de 33 anos quando escapou da prisão em Missouri e reassumiu a liderança dos santos. Ele tinha somente 38 anos e meio quando foi assassinado.

Durante sua curta vida, Joseph Smith teve mais do que sua porção de aflições mortais. Quando tinha por volta de 7 anos passou por uma cirurgia na perna terrivelmente dolorosa. Devido à pobreza da família, teve pouca educação formal e quando jovem teve de trabalhar muitas horas para ajudar a colocar comida na mesa da família. Joseph Smith foi atacado fisicamente em muitas ocasiões. Enquanto tentava cumprir as desgastantes responsabilidades de seu chamado sagrado, ele teve de trabalhar como agricultor ou comerciante para prover o sustento de sua família. Ele fez isso sem os dons espirituais notáveis que o sustentavam em seu chamado profético. O Senhor o avisou, dizendo: “E nas obras terrenas não terás força, porque teu chamado não é esse” (Doutrina e Convênios 24:9).

Em assuntos espirituais, Joseph Smith não tinha modelos com os quais pudesse aprender a ser um profeta e um líder. Precisou contar com pessoas inexperientes. Ele e essas pessoas se esforçaram e aprenderam juntos. Joseph era extremamente rápido em adquirir conhecimento e maturidade. Sem dúvida alguma possuía dons incomuns. Como diríamos nos dias de hoje, ele “aprendia rápido”. Disse que estava sendo ensinado por mensageiros celestiais e por outras revelações de Deus, e eu acredito nele.

Um de seus dons pessoais fica evidente pelo amor e pela lealdade das pessoas extraordinárias que o seguiam. Quando Joseph desafiou seus seguidores a superar suas imperfeições pessoais, ele não se colocou acima deles e era amado por isso. Em um sermão feito pouco mais de um mês antes de ser assassinado, Joseph declarou: “Eu nunca disse que era perfeito, mas não há erro nas revelações que ensinei”.10 Joseph Smith tinha um “temperamento naturalmente alegre” (Joseph Smith—História 1:28) que conquistava quase todos os que o conheceram. Um conhecido disse: “O amor que os santos tinham por ele era inexprimível”.11 A companhia de seus amigos era uma alegria para Joseph, que considerava a edificação da sociedade e da comunidade como os principais propósitos do evangelho.

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Painting of Joseph Smith

Joseph Smith, de William Whitaker

Observei certa vez: “Joseph Smith viveu toda sua vida na fronteira, onde os homens tinham de usar a força bruta contra a natureza e, às vezes, uns contra os outros. Ele era um homem grande, forte e fisicamente ativo. Gostava de esportes competitivos, o que incluía jogos com bastões, que era um teste de força física (ver History of the Church [História da Igreja], vol. 5, p. 302). Nossos arquivos contêm muitos relatos de suas brincadeiras de luta com os amigos e conhecidos. Em um domingo, ele e Brigham Young pregaram aos santos em Ramus, Illinois, que ficava a um dia de viagem de Nauvoo. Na segunda-feira, antes de partir, Joseph pôs à prova sua destreza na luta contra um homem que alguém descreveu como ‘o valentão de Ramus’. (ver Joseph Smith Journal [Diário de Joseph Smith], 13 de março de 1843, registrado por Willard Richards, Joseph Smith Collection [Coletânea de Joseph Smith], Acervo da Igreja). Joseph o derrubou. Ainda bem que a programação das conferências hoje em dia não permite aos membros locais a oportunidade de testarem as autoridades visitantes dessa forma”.12

Poucos homens foram alvo de tantas agressões à sua missão ou às suas reminiscências quanto Joseph Smith. Fiz uma investigação nas acusações contra ele, em uma pesquisa pessoal nos registros originais de Illinois, onde Joseph passou os últimos cinco anos de sua vida. Uma dessas acusações foi feita quando Joseph Smith era prefeito, e o conselho municipal de Nauvoo fechou o jornal de oposição, o Nauvoo Expositor. As hostilidades contra a Igreja se concentraram nessa censura e levaram diretamente ao assassinato de Joseph.

Antigos historiadores da Igreja, incluindo o élder B. H. Roberts, haviam reconhecido que essa foi uma ação ilegal. Mas, quando pesquisei o assunto como um jovem professor de direito, fiquei surpreso em encontrar uma base jurídica para essa ação nas leis de Illinois de 1844. Houve muitas censuras a jornais na fronteira no período da Guerra Civil. A emenda da Constituição dos Estados Unidos que garantiu a liberdade de imprensa como proteção contra as ações dos governos municipais e estaduais só foi adotada em 1868 e posta em vigor, como lei federal, em 1931.13 Devemos julgar as ações contra Joseph Smith tendo como base as leis e as circunstâncias da época dele, não da nossa.

Quando o historiador MarvinS. Hill e eu éramos estudantes na Universidade de Chicago, ficamos intrigados com o fato pouco conhecido de que cinco homens foram levados ao tribunal de Illinois acusados pelo assassinato de Joseph Smith. Por mais de dez anos, vasculhamos bibliotecas e arquivos do país inteiro à procura de qualquer informação sobre esse julgamento de 1845 e sobre as pessoas envolvidas. Revisamos em nosso livro as palavras e as ações de cidadãos de Illinois que conheceram Joseph Smith pessoalmente — alguns que o amavam e arriscaram a vida por ele, e outros que o odiavam e planejaram matá-lo. Nada em nossas descobertas nos registros originais da corte, ou nos depoimentos do longo julgamento, revelou qualquer coisa que pudesse desonrar o homem que foi assassinado.14

O acesso aos registros da corte de Illinois nos levou a outra área de pesquisa que permanecia intocada sobre Joseph Smith. Joseph I. Bentley, na época um estudante de direito em Chicago, e eu descobrimos numerosos registros das atividades comerciais de Joseph Smith. Em 1976, escrevemos juntos um artigo de Revisão de Leis para a Brigham Young University sobre esse assunto.15 A década de 1840 sucedeu um período de depressão e pânico financeiro em toda a nação. As condições econômicas nos estados de fronteira, como Illinois, eram desastrosas. Por exemplo, os biógrafos de Abraham Lincoln descreveram as dificuldades financeiras dele naquela década, quando os negócios eram precários, muitas dívidas não eram pagas e os processos judiciais eram comuns.16

Os inimigos de Joseph Smith o acusaram de fraude na transferência de bens e imóveis, a maioria realizada em nome da Igreja. Uma sucessão de processos judiciais, que se estenderam por quase uma década, examinaram minuciosamente essas acusações. Finalmente, em 1852, muito depois do êxodo dos santos de Illinois (portanto, não havia causa política ou de qualquer outro tipo concebível que favorecesse os santos ou seu líder profeta), um juiz federal concluiu esse litígio com uma sentença declarando não ter sido encontrada qualquer fraude ou outra impropriedade moral por parte de Joseph Smith.17

Acadêmicos conhecedores das questões públicas daquele período escreveram o seguinte sobre a campanha de Joseph Smith para a presidência dos Estados Unidos:

“Embora não tenha tido uma chance real de vencer a eleição nacional de 1844, participou de forma inteligente como candidato de um terceiro partido, definitivamente decidido a encorajar reformas jurídicas nos Estados Unidos. Ele tinha esperanças e trabalhou para aperfeiçoar a opinião pública sobre questões importantes, incluindo a escravidão, a liberdade religiosa, as prisões e o direito às propriedades públicas. Ele e Robert F. Kennedy continuam a ser os dois únicos americanos assassinados enquanto eram candidatos à presidência dos Estados Unidos”.18

O caráter de Joseph Smith talvez tenha sido melhor compreendido pelos homens que o conheciam bem e eram próximos a ele na liderança da Igreja. Eles o amavam e o apoiavam como profeta. “Seu irmão Hyrum escolheu morrer a seu lado. John Taylor, que também estava ao lado de Joseph quando ele foi assassinado, disse: ‘Eu testifico diante de Deus, anjos e homens que ele era um homem bom, honrado e virtuoso (…) — que esse caráter público e privado era exemplar — e que ele viveu e morreu como um homem de Deus’ (The Gospel Kingdom [O Reino do Evangelho], 1987, p. 355; ver também D&C 135:3). Brigham Young declarou: ‘Não acredito que homem algum na Terra tenha conhecido [Joseph Smith] tão bem quanto eu; atrevo-me a dizer que, com exceção de Jesus Cristo, nunca houve nem há no mundo homem melhor do que ele’ (“Remarks” [Considerações] Deseret News, 27 de agosto de 1862, p. 65).”19

III . Joseph Smith e a lei

Como fica evidente nos exemplos que já citei, meu interesse de longa data em história jurídica inclui um interesse especial nas interações de Joseph Smith com o sistema jurídico americano da época dele. Tradicionalmente, os historiadores afirmavam que Joseph Smith foi uma das partes de quase 40 ações jurídicas. Hoje em dia, com o benefício do trabalho realizado na coleção Joseph Smith Papers, sabemos que esse número é maior do que 220. Essas ações jurídicas variaram “de casos simples de cobrança a [litígios] complexos, envolvendo teorias jurídicas sofisticadas. (…) Joseph contratou muitos advogados (…) para cuidar dos casos e fazer a defesa contra essas ações (…), tanto civis quanto criminais”.20

Com base na notável riqueza de conhecimento que temos sobre a vida do profeta, o estudioso da Igreja Jeffrey N. Walker escreveu: “Não há como negar que Joseph Smith esteve íntima, ativa e consistentemente envolvido com o sistema jurídico americano. Há muito o que se perder se ignorarmos essas atividades importantes, sobre como ele gastou seu tempo e suas energias de modo brilhante e eficaz — tanto que Daniel H. Wells, advogado, juiz e procurador geral, que conhecia Smith muito bem, declarou: ‘A vida inteira conheci homens da lei. Joseph Smith foi o melhor advogado que já conheci em toda a minha vida’ [conforme citado em Journal of Jesse Nathaniel Smith: The Life Story of a Mormon Pioneer, 1834–1906, 1953, p. 456]”.21

Três autores da Igreja resumem da seguinte maneira: “Com seu forte envolvimento no sistema jurídico, Smith rapidamente aprendeu as regras do jogo e usou legalmente essas regras para sua plena vantagem, esforçando-se para fazer uso total das novas oportunidades e das proteções proporcionadas pelas leis da jovem nação. Suas escolhas jurídicas e sua conduta deixam claro que estava bem informado sobre assuntos jurídicos e que tomou medidas específicas para fazer uso apropriado de tudo o que era permitido pela lei, quando obteve os direitos autorais do Livro de Mórmon sob as leis federais, realizou casamentos sob as leis de Ohio, formou as leis municipais de Nauvoo, invocou a proteção integral da liberdade religiosa, fez uso efetivo de novas leis que regiam a venda de terras federais, afirmou [o] direito de habeas corpus, exigiu um local adequado ou solicitou cobertura sob a lei de falências recém-adotada pelo governo federal. Em seu tempo livre, ele estudava livros sobre as leis. Conhecia o teor exato da constituição americana e a linguagem específica dos estatutos estaduais. Sem dúvida, ao longo de sua vida, ele estava bem ciente do desenvolvimento jurídico da época, tanto no nível estadual como no federal”.22

De forma significativa, esses três autores adicionaram esta citação: “Como réu, nunca foi condenado por qualquer crime. Sempre que teve um julgamento justo, foi considerado um cidadão íntegro e honesto”.23

Os resumos detalhados dos litígios do profeta, selecionados e analisados no livro que citei, dependeram do trabalho de vários estudantes da escola de direito J. Reuben Clark, que fizeram cursos sobre o assunto e o trabalho detalhado que resultou no livro escrito por esses três autores. Fiquei fascinado com a descrição deles a respeito desses alunos de direito:

“Os estudantes de direito que usaram publicações anteriores deste livro como livro didático chegaram consistentemente à opinião de que Joseph era responsável, de confiança, leal, prudente, misericordioso, cauteloso, meticuloso, cumpridor da lei, paciente, positivo, engenhoso, perspicaz, esclarecido, um bom juiz de caráter e, até mesmo, juridicamente brilhante (para usar algumas das próprias palavras deles), especialmente quando se tratava de proteger os direitos civis e religiosos de outros ou cumprir os deveres que lhes eram confiados. (…) Joseph Smith nunca perdeu a fé na Constituição e se esforçou para trabalhar solidamente sob sua proteção, mesmo que muitas vezes tenha se sentido frustrado, desapontado e desconfiado das pessoas que a aplicavam”.24

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Drawing of Joseph Smith

Joseph Smith the Prophet, de Dan Weggelend, cortesia do Museu de História da Igreja

IV. Conclusão

Joseph Smith realizou, ao longo da vida, mais do que qualquer outro homem poderia realizar em tão pouco tempo. A única explicação possível é que tenha recebido ajuda celestial. Eu gosto deste resumo:

“Ele traduziu e publicou o Livro de Mórmon em Nova York; organizou a Igreja em Nova York e depois se estabeleceu em Ohio, no Missouri e em Illinois; fundou as cidades de Kirtland, Far West e Nauvoo; chamou e treinou centenas de líderes da Igreja; estudou hebraico e a Bíblia; fundou a Sociedade de Socorro de Nauvoo; administrou negócios, sozinho e com sócios; projetou imóveis e construiu templos; escreveu e publicou artigos e editoriais; teve uma família grande e um grande círculo de amigos; serviu em vários cargos civis, incluindo o de comandante-em-chefe de um grande exército de homens, e foi o prefeito e o juiz principal da cidade de Nauvoo. Falou com regularidade em serviços semanais de adoração, dedicações e em frequentes funerais; atraiu centenas de milhares de seguidores, estimulando um grande número de conversos a imigrar para os Estados Unidos”.25

Em um discurso de conferência geral que dei há 20 anos, eu disse o seguinte:

“Como outros santos dos últimos dias fiéis, construí minha vida sobre o testemunho e a missão do profeta Joseph Smith. Em todas as minhas leituras e pesquisa original, nunca fui dissuadido de meu testemunho sobre seu chamado profético e sobre a restauração do evangelho e do sacerdócio que o Senhor iniciou por seu intermédio. Confirmo solenemente o testemunho de Joseph Smith na famosa carta Wentworth de 1842, que diz:

‘O estandarte da verdade foi erguido; nenhuma mão iníqua pode impedir o progresso da obra; perseguições podem levantar-se, turbas podem agrupar-se, exércitos podem reunir-se, a calúnia pode difamar, mas a verdade de Deus irá adiante com coragem, nobreza e independência até que tenha penetrado todo continente, visitado todo clima, varrido cada país e sido proclamada em cada ouvido, até que os propósitos de Deus sejam cumpridos e o Grande Jeová declare que a obra está concluída’ (Times and Seasons, 1º de março de 1842, p. 709; citado em Daniel H. Ludlow, ed., Encyclopedia of Mormonism [Enciclopédia do Mormonismo], 5 vols., 1992, vol. 4, p. 1754”.26

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Missionaries in Indonesia

Irmãos e irmãs, testifico de Jesus Cristo, nosso Salvador, que apareceu com o Pai ao jovem profeta e sobre Quem o Pai disse: “Este é Meu Filho Amado. Ouve-O!” (Joseph Smith—História 1:17). Temos ouvido as revelações de nosso Senhor Jesus Cristo desde aquela época. Esta é a Igreja Dele. Somos portadores da autoridade de Seu santo sacerdócio. Seguimos adiante em Sua causa. Testifico do chamado do profeta Joseph Smith e do chamado dos profetas que o sucederam nesta grande obra da qual fazem parte.

Notas

  1. Russell M. Nelson, Accomplishing the Impossible [Realizar o Impossível], 2015, pp. 1–2.

  2. Ver “Hoje ao profeta louvemos”, Hinos, nº 27 no hinário em inglês.

  3. Ver Pregar Meu Evangelho: Guia para o Serviço Missionário, 2004, p. 37.

  4. Richard Lyman Bushman, Joseph Smith: Rough Stone Rolling, 2005, p. 105.

  5. Russell M. Nelson, em Sarah Jane Weaver, “President Nelson Shares the ‘Hopes of My Heart’ with New Mission Leaders”, Church News, 26 de junho de 2018, news.LDS.org.

  6. Pregar Meu Evangelho, p. 107; ver também Introdução do Livro de Mórmon.

  7. Gary C. Lawrence, How Americans View Mormonism: Seven Steps to Improve Our Image, 2008, p. 32.

  8. Ver Gary C. Lawrence, How Americans View Mormonism, 2008, p. 42.

  9. Esta parte do texto até a referência 10 é adaptada do artigo de Dallin H. Oaks: “Joseph Smith in a Personal World” [Joseph Smith em uma Perspectiva Pessoal], em John W. Welch, The Worlds of Joseph Smith: A Bicentennial Conference at the Library of Congress [O Mundo de Joseph Smith: Uma Conferência do Bicentenário na Biblioteca do Congresso], 2006, p. 159.

  10. Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 547.

  11. Mary Alice Cannon Lambert, em “Joseph Smith, the prophet” [Joseph Smith, o profeta], Young Woman’s Journal [Diário das Moças], dezembro de 1905, p. 554.

  12. Dallin H. Oaks, “Joseph, o homem e o profeta”, A Liahona, julho de 1996, p. 75.

  13. Ver Dallin H. Oaks, “The Suppression of the Nauvoo Expositor”, Utah Law Review, 1965, vol. 9, pp. 862–903.

  14. Ver Dallin H. Oaks e Marvin S. Hill, Carthage Conspiracy: The Trial of the Accused Assassins of Joseph Smith [Conspiração em Carthage: O Julgamento dos Acusados de Assassinar Joseph Smith], 1975.

  15. Ver Dallin H. Oaks e Joseph I. Bentley, “Joseph Smith and Legal Process: In the Wake of the Steamboat Nauvoo”, BYU Law Review, vol. 1976, nº 3, 1976, pp. 735–782.

  16. Ver David Herbert Donald, Lincoln, 1995, pp. 94–118.

  17. Ver Dallin H. Oaks e Joseph I. Bentley, “Joseph Smith and Legal Process”, p. 781.

  18. Gordon A. Madsen, Jeffrey N. Walker e John W. Welch, eds., Sustaining the Law: Joseph Smith’s Legal Encounters [Cumprir a Lei: Os Encontros Jurídicos de Joseph Smith], 2014, pp. x–xi.

  19. Dallin H. Oaks, “Joseph, o homem e o profeta”, p. 76.

  20. Jeffrey N. Walker, em Gordon A. Madsen e outros, eds., Sustaining the Law, p. vi.

  21. Jeffrey N. Walker, em Gordon A. Madsen e outros, eds., Sustaining the Law, p. vii.

  22. Gordon A. Madsen e outros, eds., Sustaining the Law, p. xvii.

  23. Gordon A. Madsen e outros, eds., Sustaining the Law, pp. xvii–xviii.

  24. Gordon A. Madsen e outros, eds., Sustaining the Law, p. xviii.

  25. Gordon A. Madsen e outros, eds., Sustaining the Law, pp. xi–xii.

  26. Dallin H. Oaks, “Joseph, o homem e o profeta”, p. 76.

Idade:

Evento:

14

Teve a Primeira Visão

21

Recebeu as placas de ouro

23

Terminou de traduzir o Livro de Mórmon

25

Recebeu metade das revelações de Doutrina e Convênios

26

A Primeira Presidência foi organizada

33

Escapou da prisão no Missouri e reassumiu a liderança

38

Foi martirizado