2018
“Um Processo de Remoção de Arranhões”
August 2018


Mensagem de Setenta de Área

“Um Processo de Remoção de Arranhões”

“Vemos milagres acontecerem em nossas vidas, vemos o reflexo da imagem do Mestre em nosso semblante, e sentimos a calma que pode vir somente do sacrifício expiatório do Mestre polidor de almas.”

Na indústria pedreira, o granito e o mármore são alisados e polidos com lixa. É durante esse processo exigente que um pedreiro especialista cuidadosamente transforma uma pedra bruta em uma pedra com um acabamento de brilho semelhante a um espelho. Através de seu esforço meticuloso, ele pode transformar uma pedra com um aspeto rugoso num objeto bem polido e altamente desejável.

Quando o mestre pedreiro inicia o processo de polir na superfície do granito, ele seleciona sabiamente a ferramenta abrasiva com o correto grau de grossura. A superfície rugosa inicial é alisada com abrasivos grossos, e a grossura da ferramenta selecionada é medida em uma escala de tamanho do grão. Isso é semelhante ao uso de uma lixa quando se alisa a madeira — a grossura do grão cuidadosamente selecionada para corresponder ao acabamento desejado.

Enquanto ele guia a ferramenta sobre a superfície da pedra com propósito, ele permite que o processo de abrasão siga seu curso. As fases iniciais são críticas para alcançar o resultado final desejado. Para entregar um acabamento de alto brilho, ele garante que cada fase do processo de polimento receba o tempo e o esforço necessário para remover as marcas de arranhadura e riscos, um processo que não pode ser apressado. No final de cada fase, ele muda para um grão mais liso, usando as partículas abrasivas mais finas — e consequentemente, a superfície da pedra fica mais lisa. Na prática, a fase de polimento da pedra é a parte mais demorada do processo da fabricação, e muitas vezes causa frustração para aqueles que são impacientes.

O mestre pedreiro monitora e controla cuidadosamente a temperatura causada pela abrasão constante, permitindo que a água mantenha o processo frio o suficiente para evitar danos à pedra. Este processo abrasivo constante fornece o resultado desejado. À medida que o tempo passa, a ferramenta abrasiva mais fina faz com que a superfície da pedra se torne um pouco mais brilhante, até que finalmente a superfície da pedra tenha um acabamento de alto brilho. Com algumas técnicas de polimento, uma fase final de polimento é usada, onde a fricção constante aumenta a temperatura para “queimar” o brilho sobre a superfície da pedra. É nessa fase que o mestre pedreiro pode ver sua imagem como um reflexo na superfície.

Muitos exemplos de superfícies de pedra polida podem ser vistos ao nosso redor nesta época arquitectónica moderna. Meu lugar favorito para ver essas magníficas superfícies de pedra polida é no templo de Joanesburgo, onde o chão e as bancadas são revestidos com pedras lindamente polidas.

Ao considerarmos o meticuloso processo de polimento da pedra, podemos relacioná-lo com nossas próprias experiências que mudam e definem a vida. Como o Mestre que molda vidas cuidadosamente e pacientemente pule-nos até a perfeição — se tivermos a humildade e determinação de concretizar o resultado desejado. Por muitos anos tenho observado irmãos e irmãs fiéis a passarem pelo processo de serem polidos e aperfeiçoados para tirar as arestas e remover os arranhões profundos das suas vidas, causados por corações de pedra e teimosia. A experiência na minha própria vida também tem sido assim.

O convite do Salvador a todos os que sofrem de corações endurecidos, mentes orgulhosas e espíritos teimosos é simples e claro, amoroso e bondoso — “sede aperfeiçoados nele” (Morôni 10:32).

Ele também nos convida a negar a nós próprios de inquidade: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28–30).

Quando nos humilhamos sem ser obrigados a ser humildes, temos o direito de receber as bênçãos de um bondoso Pai Celestial que quer nos abençoar através do seu filho, nosso Salvador, Jesus Cristo (ver Alma 32:14–16).

O mestre polidor de vidas está pronto para nos ajudar a remover os arranhões profundos e polir as arestas. Quando o fazemos, vemos milagres acontecerem em nossas vidas, vemos o reflexo da imagem do Mestre em nosso semblante, e desfrutamos da calma que somente pode vir através do sacrifício expiatório do mestre polidor de almas.

Assim como aconteceu com Alma, Saul, Pedro e Jonas, nós também podemos desfrutar dos efeitos alisantes da expiação do Salvador, Jesus Cristo, e desfrutar da bênção de felicidade eterna. Compartilhar a glória celestial com um Pai Celestial que quer que retornemos a sua presença como famílias eternas.

Às vezes nos encontramos no deserto, mesmo à deriva em um mar de dúvida, lançados de um lado para outro sem nenhuma rocha para nos segurarmos, estranhos à voz familiar que chama: “Não volvereis a mim agora, arrependendo-vos de vossos pecados e convertendo-vos, para que eu vos cure?” e “tereis vida eterna” (3 Néfi 9:13–14).

À medida que esforçamo-nos para viver nossas vidas em harmonia com os ensinamentos do Mestre e permitir que ele remova os arranhões em nossos corações e polua nossas vidas, nos tornamos exemplos brilhantes do que é o verdadeiro discipulado — e demonstramos como a fé em Cristo pode mudar até mesmo o coração mais duro. Coisas maravilhosas acontecem quando exercitamos nossa fé em Jesus, e andamos retamente e dizemos, “Sim Senhor, eis-me aqui, mostre-me o que devo fazer para viver consigo de novo.”

Testifico do Cristo vivo, o Salvador do mundo — que Ele vive e nos ama, que nosso Pai Celestial nos ama. Testifico que a fé é um verbo e só pode ter um efeito na vida daqueles que seguem a palavra. Oro por paz nos vossos lares e vossos corações e por amor e prosperidade ao andarem com fé.

Élder Jacques A. Van Reenen foi chamado como Setenta de Área em 2013. Estudou Engenharia Elétrica e tem o seu próprio negócio, que fornece ferramentas para as indústrias de pedra e construção. Ele e sua esposa, Christine, são pais de três filhos. O Élder e a Irmã Van Reenen residem em Benoni, na África do Sul.