Vozes da Igreja
Ver Nosso Bebê Partir Desta Vida
Ilustração: Allen Garns
Depois do primeiro ultrassom, o médico nos disse que havia uma chance de nosso novo bebê ter síndrome de Down. Meu marido e eu não esperávamos escutar isso e minha visão do futuro mudou imediatamente.
Durante a gravidez, vi-me cheia de perguntas e preocupações sobre o que esperar. Mas nos preparamos cuidadosamente para a chegada do bebê. Quando o dia do parto chegou, senti fortemente que alguém bonito e especial estava prestes a nascer.
Chamamos o bebê de Santiago e, logo depois do nascimento, soubemos que ele não só tinha síndrome de Down, mas também algumas sérias complicações que afetaram seu coração, fígado e seus pulmões. Imediatamente, os médicos e as enfermeiras colocaram-no em um respirador artificial e um aparelho de coração-pulmão artificial. Com o passar dos dias, com o bebê no hospital, meu marido e eu começamos a conversar sobre como íamos cuidar de Santiago e de seus irmãos. Foi então que entendemos o quanto precisávamos de nosso Pai Celestial.
O pequeno “Santi” melhorou o suficiente para ficar sem o respirador artificial. Quando começou a respirar sem ajuda, foi como se dissesse: “Mãe, vou ser forte e fazer minha parte”. Ele apertava nossos dedos em sua mãozinha. Ele era forte, mas seu coração não. Ele teve um ataque cardíaco e, pouco depois, retornou a seu Pai Celestial.
Nunca imaginei que passaria por algo assim. Esperar com tanta expectativa um filho chegar, fazer planos para ele e depois vê-lo partir desta vida é uma das coisas mais dolorosas que um pai ou uma mãe podem passar.
Meu marido e eu fomos ao templo depois do enterro de Santiago. Quando entramos, sentimo-nos consolados. Sabia que um dia conheceria meu bebê e teria a bênção de ser sua mãe. Sou grata pelos templos e pelas famílias eternas. Agora cabe a nós viver de maneira a poder estar com o pequeno Santiago novamente.