Ensinar à Maneira do Salvador
Um Professor Que Ajuda a Salvar Almas
As razões por que o Salvador ensinou dão sentido à maneira como Ele ensinou. Porventura seria diferente nosso propósito?
Admito que, quando penso sobre ensinar à maneira do Salvador, costumo pensar em como Ele ensinou. O que Ele fez? Como interagia com as pessoas? Afinal de contas, Ele é o Mestre dos mestres! Mas, se quisermos ensinar como Ele o fez, é essencial entender por que Ele ensinava. Por fim, o “porquê” vai fazer toda a diferença para nós e para aqueles a quem ensinamos.
Quando o Salvador ensinava, Seu propósito não era preencher o tempo, entreter ou despejar um grande volume de informações. Tudo o que Ele fez — inclusive ensinar — tinha o propósito de levar as pessoas de volta a Seu Pai. O desejo e a missão do Salvador eram salvar os filhos do Pai Celestial (ver 2 Néfi 26:24). Em nossa busca para ensinar como Ele ensinou, podemos aprender a sermos motivados pelo mesmo propósito que O motivou.
Em outras palavras, ensinar à maneira do Salvador é ser um professor cujo propósito é o de ajudar a salvar almas.
O Desejo de Salvar Outras Pessoas
Um dos meus relatos favoritos do Livro de Mórmon é a história dos filhos do rei Mosias, que abdicaram do reino dos nefitas para estabelecer o reino de Deus entre os lamanitas. Eles abriram mão de um reino terreno em favor de um Reino Celestial. Renunciaram ao conforto e à segurança que tinham entre os nefitas para estar entre seus inimigos, os lamanitas, a fim de “talvez salvar a alma de alguns deles” (Alma 26:26).
Qual era a motivação desses servos do Senhor? “Não podiam suportar que qualquer alma humana se perdesse; e até mesmo a ideia de que alguma alma tivesse de sofrer o tormento eterno fazia-os tremer e estremecer” (Mosias 28:3). Tal motivação fez com que eles passassem por “muitas aflições” (Alma 17:5, 14).
Essa história me inspirou a pensar: Estou fazendo o que posso para trazer outras pessoas a Cristo? Tenho como objetivo salvar almas?
Tornar-se um Professor Que Ajuda a Salvar Almas
Quando queremos ensinar pelo mesmo motivo que o Salvador o fez, conhecer os princípios de como Ele ensinava torna-se mais significativo. Mais do que apenas técnicas, esses princípios servem como padrões para nos tornarmos como Ele. Ao aplicarmos as seguintes ideias de maneira sistemática, bem como as outras ideias encontradas no material Ensinar à Maneira do Senhor, podemos não somente ensinar mais como Ele, mas sermos mais como Ele.
Buscar Revelação Antes
Para ajudar no trabalho de salvar almas, precisamos da revelação. A revelação vem “linha sobre linha, preceito sobre preceito, um pouco aqui e um pouco ali” (2 Néfi 28:30) e demanda tempo. Portanto, começamos a nos preparar antecipadamente e sempre buscamos obter revelação.
Amar as Pessoas
Amar pode ser a maneira mais eficaz que um professor pode encontrar para conseguir salvar almas. Pode ser algo simples como saber o nome de cada aluno, perguntar como foi a semana deles, cumprimentá-los por um bom discurso que fizeram ou por alguma meta ou realização deles. Demonstrar interesse e amor faz com que eles se abram e os ajuda a serem receptivos ao Espírito Santo.
Prepare-se para Ensinar Tendo em Mente as Necessidades dos Alunos
Um professor que ajuda a salvar almas se concentra nos alunos. Ao revisarmos o material da lição, enfocamos o que vai atender melhor às necessidades deles, não as nossas. Não nos preocupamos em preencher o tempo, mas em preencher a mente e o coração. Pensamos não apenas no que vamos dizer ou fazer, mas no que os alunos vão dizer ou fazer. Queremos que compartilhem as ideias deles, pois isso edifica a união, abre o coração e os ajuda a exercer fé.
Concentre-se na Doutrina
É comum aos professores avaliarem sua eficácia por meio do quanto conseguem estimular a participação dos alunos, mas esse é só um elemento da experiência. Se a classe tem muita participação, mas com pouca doutrina, temos que providenciar o que o Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, chamou de “biscoito de polvilho teológico”. Nós lhes oferecemos algo gostoso, mas deixamos de nutrir os membros da classe com o poder que a doutrina tem de sustentar.
O Profeta Joseph Smith ensinou: “O homem é salvo na mesma proporção em que adquire conhecimento”.1 Precisamos ajudar aqueles que ensinamos a adquirir o tipo mais importante de conhecimento — o da doutrina de Jesus Cristo.
Quando nós e os membros da classe compartilhamos nossos pensamentos e sentimentos, devemos sempre relacioná-los às escrituras e às palavras dos profetas dos últimos dias. Recentemente, o irmão Tad R. Callister, presidente geral da Escola Dominical, ensinou: “O professor ideal está constantemente se esforçando para relacionar os comentários dos alunos à doutrina. Por exemplo, o professor pode dizer: ‘A experiência que você compartilhou me fez lembrar de uma escritura’, ‘Que verdades do evangelho aprendemos dos comentários que ouvimos?’ ou ‘Alguém gostaria de prestar testemunho do poder dessa verdade da qual estamos falando?’”2
Convidar o Espírito Santo para Testificar
Um professor que ajuda a salvar almas compreende que o que diz e faz ao ensinar tem como objetivo convidar a influência do Espírito Santo para a vida das pessoas. O Espírito Santo é o professor. Um dos papéis do Espírito Santo é testificar da verdade, especialmente sobre o Pai e o Filho. Portanto, quando ensinamos sobre o Pai Celestial e Jesus Cristo e sobre o evangelho Deles, convidamos o Espírito Santo a testificar aos membros da classe. Se eles permitirem, o poder do Espírito Santo vai fortalecer-lhes o testemunho e mudar-lhes o coração. O testemunho Dele é mais poderoso do que a visão.3
Convidar os Alunos a Agirem por Si Mesmos
Estava recentemente em uma aula da Escola Dominical na qual a professora iniciou pedindo aos membros da classe que compartilhassem algo que tenha sido particularmente significativo para eles quando leram a designação de escrituras da semana e como eles as haviam aplicado em sua vida. Isso gerou um debate significativo sobre o conhecimento e as descobertas que fizeram por si mesmos. Foi muito natural para a professora acrescentar à conversa os pontos doutrinários que havia preparado para ensinar. O que mais me impressionou foi como ela se concentrou em incentivar os alunos a vivenciarem por si mesmos o poder da palavra de Deus.
Nossa meta como professores não é apenas ter uma grandiosa experiência na classe, preencher o tempo ou dar uma boa aula. A verdadeira meta é trilhar com as outras pessoas o caminho de volta a nosso Pai Celestial e a Jesus Cristo. Nossa meta é nos tornar professores que ajudam a salvar almas.