2013
O Mundo Precisa de Pioneiros Hoje
Julho de 2013


Mensagem da Primeira Presidência

O Mundo Precisa de Pioneiros Hoje

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Presidente Thomas S. Monson

Para muitos, a jornada pioneira de 1847 não começou em Nauvoo, Kirtland, Far West ou Nova York, mas na longínqua Inglaterra, Escócia, Escandinávia ou Alemanha. As criancinhas não conseguiam compreender plenamente a fé dinâmica que motivava seus pais a deixar familiares, amigos, conforto e segurança para trás.

Um pequenino poderia perguntar: “Mãe, por que estamos saindo de casa? Para onde vamos?”

“Venha, meu querido, vamos para Sião, a cidade de nosso Deus.”

Entre a segurança do lar e a promessa de Sião, estavam as águas turbulentas e traiçoeiras do impetuoso Atlântico. Quem poderia relatar os temores que se apossaram do coração humano naquelas perigosas travessias? Inspirados pelos serenos sussurros do Espírito, sustentados por uma fé simples, porém firme, aqueles santos pioneiros confiaram em Deus e partiram em sua jornada.

Finalmente chegaram a Nauvoo para em seguida partirem novamente, enfrentando as dificuldades da trilha. Lápides de flores silvestres e pedras assinalavam os túmulos ao longo de toda a rota de Nauvoo até Salt Lake City. Esse foi o preço que alguns pioneiros tiveram de pagar. O corpo deles jaz em paz, mas seu nome viverá para sempre.

Bois cansados avançavam lentamente, rodas de carroções rangiam, homens valentes se esforçavam arduamente, tambores de guerra rufavam e coiotes uivavam. Mas inspirados pela fé e impelidos por provações prosseguiram com firmeza. Com frequência cantavam:

Vinde, ó santos, sem medo ou temor;

Mas alegres andai.

Rude é o caminho ao triste viajor,

Mas com fé caminhai. (…)

Tudo bem! Tudo bem!1

Aqueles pioneiros se lembravam das palavras do Senhor: “Meu povo deve ser provado em todas as coisas a fim de preparar-se para receber a glória que tenho para ele, sim, a glória de Sião”.2

A passagem do tempo nos obscurece a memória e diminui nosso apreço por aqueles que trilharam o caminho da dor, deixando para trás uma trilha marcada pelas lágrimas de sepulcros sem lápide. Mas e quanto aos desafios de hoje? Será que não há estradas pedregosas para seguir, montanhas íngremes para subir, abismos para cruzar, trilhas para abrir, rios para atravessar? Ou acaso não há uma necessidade muito premente daquele espírito pioneiro para afastar-nos dos perigos que nos ameaçam tragar e para nos conduzir à segurança de Sião?

Nas décadas que se passaram desde a Segunda Guerra Mundial, os padrões de moralidade foram sendo rebaixados cada vez mais. O crime aumenta vertiginosamente, a decência está em franca decadência. Muitos estão numa montanha russa gigante de desastre, buscando a emoção do momento enquanto sacrificam as alegrias da eternidade. E assim, perdemos a paz.

Esquecemos como os gregos e romanos prevaleceram magnificamente num mundo bárbaro e como esse triunfo chegou ao fim: como a ociosidade e a indolência acabaram por vencê-los e por levá-los à ruína. No final, mais do que a liberdade, desejavam segurança e uma vida confortável. E perderam tudo: o conforto, a segurança e a liberdade.

Não cedam às tentações de Satanás, mas permaneçam firmes na defesa da verdade. Os anseios não realizados da alma não serão satisfeitos por uma jornada sem fim em busca de alegria em meio às emoções das sensações fortes e do vício. O vício nunca conduz à virtude. O ódio jamais promove o amor. A covardia nunca gera coragem. A dúvida jamais inspira a fé.

Alguns têm dificuldade para resistir às zombarias e aos comentários maldosos de tolos que ridicularizam a castidade, a honestidade e a obediência aos mandamentos de Deus. Mas o mundo sempre fez pouco caso da fidelidade a princípios. Quando Noé foi instruído a construir uma arca, o povo insensato olhou para o céu sem nuvens e zombou e o ridicularizou: até que as chuvas chegaram.

Será que precisamos aprender essas duras lições tantas e tantas vezes? Os tempos mudam, mas a verdade persiste. Quando deixamos de nos beneficiar com as experiências do passado, estamos fadados a repeti-las com todo o seu sofrimento, com toda a sua dor e angústia. Será que não temos a sabedoria de obedecer Àquele que conhece o fim desde o princípio — nosso Senhor, que elaborou o plano de salvação — em vez de àquela serpente que desprezou a beleza desse plano?

Um dicionário define um pioneiro como “alguém que vai à frente para preparar ou abrir o caminho para que outros o sigam”.3 Será que conseguimos adquirir a coragem e a firmeza de propósito que caracterizaram os pioneiros de uma geração anterior? Será que podemos realmente nos tornar pioneiros?

Sei que podemos. Oh, como o mundo precisa de pioneiros hoje em dia!

Ensinar Usando Esta Mensagem

As escrituras explicam que os mestres familiares devem “admoestar, explicar, exortar e ensinar e convidar todos a virem a Cristo” (D&C 20:59). Você pode salientar as advertências e os convites contidos na mensagem do Presidente Monson para as pessoas que você visitar. Pode trocar ideias com elas sobre maneiras de reconhecer e seguir exemplos justos, evitar falsidades e aprender com os erros dos outros. Pergunte às pessoas que você ensinar como elas podem ser pioneiras hoje em dia.

As crianças podem aprender sobre os pioneiros lendo a série Na Trilha, na página 62 desta revista.

Ilustração fotográfica: Welden C. Andersen