2012
A Visão dos Profetas Concernente à Sociedade de Socorro: Fé, Família e Auxílio
Maio de 2012


A Visão dos Profetas Concernente à Sociedade de Socorro: Fé, Família e Auxílio

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Julie B. Beck

Fé, família e auxílio — essas três palavras simples passaram a expressar a visão dos profetas no tocante às irmãs da Igreja.

Nos últimos anos, com frequência tenho sido inspirada a falar sobre a Sociedade de Socorro — seus propósitos e suas qualidades,1 o valor de sua história,2 seu trabalho e parceria com os bispos e quóruns do Sacerdócio de Melquisedeque.3 Parece-me relevante agora concentrar nossa atenção na visão dos profetas concernente à Sociedade de Socorro.4

Assim como os profetas do Senhor têm continuamente ensinado aos élderes e sumos sacerdotes os seus propósitos e deveres, eles também têm compartilhado sua visão em relação às irmãs da Sociedade de Socorro. Pelos seus conselhos, fica evidente que os propósitos da Sociedade de Socorro são: aumentar a fé e a retidão pessoal, fortalecer a família e o lar, e procurar e ajudar os necessitados. Fé, família e auxílio — essas três palavras simples passaram a expressar a visão dos profetas no tocante às irmãs da Igreja.

Desde o início da Restauração os profetas têm compartilhado sua visão a respeito de mulheres fortes, fiéis e decididas, que entendem seu valor e propósito eternos. Ao estabelecer a Sociedade de Socorro, o Profeta Joseph Smith instruiu a primeira presidente a “presidir esta sociedade, para cuidar dos pobres — cuidando de suas necessidades e atendendo aos vários assuntos da instituição”.5 Ele visualizou a organização como “uma sociedade seleta, separada de todos os males do mundo”.6

Brigham Young, o segundo Presidente da Igreja, instruiu seus conselheiros e o Quórum dos Doze Apóstolos a orientarem os bispos a “[deixar as irmãs] organizarem a Sociedade de Socorro Feminina nas diversas alas”. Ele acrescentou: “Algumas pessoas podem pensar que isso é uma coisa sem importância, mas não é”.7

Posteriormente, o Presidente Joseph F. Smith disse que, em contraste com as organizações do mundo, que são “feitas por homens ou por mulheres”, a Sociedade de Socorro “foi criada por Deus, autorizada por Deus, instituída por Deus e ordenada por Deus”.8 O Presidente Joseph F. Smith disse às irmãs que a elas “foram dados poder e autoridade para fazer muitas coisas grandiosas”.9 Ele disse: “Vocês são membros da maior organização de mulheres do mundo, uma organização que é parte vital do reino de Deus na Terra e cujo desígnio e funcionamento ajudam seus membros fiéis a alcançar a vida eterna no reino de nosso Pai”.10

Uma Esfera de Influência Mais Abrangente

A cada ano, centenas de milhares de mulheres e moças tornam-se parte desse “círculo de irmãs”11 que está sempre se expandindo. Depois disso, seja onde for que a irmã more ou onde quer que sirva, ela mantém sua condição e associação como membro da Sociedade de Socorro.12 Por causa dos importantes propósitos da Sociedade de Socorro, a Primeira Presidência expressou o desejo de que as moças comecem a preparar-se para a Sociedade de Socorro bem antes de completar dezoito anos de idade.13

A Sociedade de Socorro não é um programa. É uma parte oficial da Igreja do Senhor que foi “ordenada por Deus” para ensinar, fortalecer e inspirar as irmãs em seus objetivos concernentes à fé, à família e ao auxílio prestado às pessoas. A Sociedade de Socorro é um modo de vida para as mulheres santos dos últimos dias e sua influência vai bem além da aula de domingo ou de uma atividade social. A Sociedade de Socorro segue o padrão das discípulas que serviram com o Senhor Jesus Cristo e Seus apóstolos em Sua Igreja primitiva.14 Foi-nos ensinado que “é tão obrigatório para uma mulher incorporar em sua vida as virtudes que são promovidas pela Sociedade de Socorro quanto é, para os homens, desenvolver em sua vida os padrões de caráter promovidos pelo sacerdócio”.15

Quando o Profeta Joseph Smith organizou a Sociedade de Socorro, ele ensinou às irmãs que elas deveriam “socorrer os pobres” e “salvar almas”.16 Em seu encargo de “salvar almas”, as irmãs foram autorizadas a organizar uma esfera de influência mais abrangente e a participar dela. A primeira presidente da Sociedade de Socorro foi designada a fim de expor as escrituras, e a Sociedade de Socorro ainda tem, na Igreja do Senhor, a responsabilidade essencial de ensinar. Quando Joseph Smith disse às irmãs que a organização da Sociedade de Socorro as prepararia para os “privilégios, bênçãos e dons do Sacerdócio”,17 o trabalho de salvação, estabelecido pelo Senhor, foi aberto para elas. O encargo de salvar almas inclui o trabalho de compartilhar o evangelho e participar da obra missionária. Inclui o engajamento no trabalho do templo e de história da família. Inclui fazer tudo o que for possível para tornar-se espiritual e temporalmente autossuficiente.

O Élder John A. Widtsoe declarou que a Sociedade de Socorro oferece “socorro na pobreza, socorro na doença, socorro na dúvida, socorro na ignorância — socorro em tudo o que impeça a alegria e o progresso da mulher. Que missão magnífica!”18

O Presidente Boyd K. Packer comparou a Sociedade de Socorro a um “muro de proteção”.19 A responsabilidade de proteger as irmãs e suas respectivas famílias aumenta a importância do cuidado e ministério das professoras visitantes e é uma demonstração de nossa disposição de lembrar nossos convênios com o Senhor. Ao “ministrar aos necessitados e aos aflitos”, trabalhamos em harmonia com os bispos para cuidar das necessidades temporais e espirituais dos santos.20

O Presidente Spencer W. Kimball disse: “Há muitas irmãs que se vestem com trapos — trapos espirituais. Elas têm o direito de vestir luxuosos mantos espirituais. (…) Temos o privilégio de entrar nos lares e trocar os trapos por mantos”.21 O Presidente Harold B. Lee também tinha essa visão. Ele disse: “Conseguem ver por que o Senhor encarregou (…) a Sociedade de Socorro de visitar esses lares? Porque depois do próprio Salvador, não há mais ninguém [na] Igreja que tenha um toque tão amável e uma compreensão tão plena do coração e da vida dessas pessoas”.22

O Presidente Joseph F. Smith alertou as irmãs da Sociedade de Socorro e suas líderes, dizendo que não queria “ver o momento em que nossa Sociedade de Socorro perdesse sua própria identidade ao misturar-se com essas organizações criadas por mulheres”. Ele esperava que as irmãs “[liderassem] o mundo e, em especial, as mulheres do mundo, em tudo o que [fosse] digno de louvor, tudo que [fosse] divino, tudo que [elevasse] e [purificasse] os filhos dos homens”.23 Seu conselho enfatizava a necessidade de eliminarmos quaisquer tradições, temas, modismos, tendências e práticas que não fossem condizentes com o propósito da Sociedade de Socorro.

As líderes que buscam revelação podem certificar-se de que cada reunião, lição, aula, atividade e tarefa da Sociedade de Socorro cumpra os propósitos para os quais ela foi organizada. A sociabilidade, a amizade e a união que desejamos serão os doces resultados advindos de servirmos com o Senhor em Seu trabalho.

Cumprir a Visão dos Profetas

O Presidente Thomas S. Monson e seus conselheiros testificaram recentemente que “o Senhor restaurou a plenitude do evangelho por intermédio do Profeta Joseph Smith e que a Sociedade de Socorro é uma parte importante dessa restauração”. Como prova de seu desejo de que a “gloriosa herança” da Sociedade de Socorro seja preservada, a Primeira Presidência recentemente publicou e distribuiu no mundo inteiro o livro Filhas em Meu Reino: A História e o Trabalho da Sociedade de Socorro. Nas páginas desse livro, podemos encontrar padrões e exemplos de irmãs e irmãos que trabalham em parceria na família e na Igreja, e podemos aprender princípios sobre quem somos, em que acreditamos e o que devemos proteger. Temos sido encorajadas pela Primeira Presidência a estudar esse importante livro e “a permitir que suas verdades sempre atuais e seus exemplos inspiradores influenciem [nossa] vida”.24

À medida que as irmãs alinharem sua vida com os objetivos da Sociedade de Socorro, a visão dos profetas será cumprida. O Presidente Kimball disse: “Há um grande poder nessa organização [da Sociedade de Socorro] que ainda não foi plenamente exercido para fortalecer os lares de Sião e edificar o Reino de Deus — nem será, até que tanto as irmãs quanto o sacerdócio compreendam o valor da Sociedade de Socorro”.25 Ele profetizou que “grande parte do crescimento da Igreja nos últimos dias acontecerá porque muitas das boas mulheres do mundo (em que frequentemente (…) há um senso inato de espiritualidade) serão atraídas para a Igreja em grande número. Isso acontecerá na medida em que as mulheres da Igreja (…) forem vistas de modo positivo, como diferentes e distintas das mulheres do mundo”.26

Sou grata pela visão dos profetas concernente à Sociedade de Socorro. Eu, assim como o Presidente Gordon B. Hincley, “estou [convencida] de que não existe nenhuma outra organização em qualquer parte que se compare à Sociedade de Socorro desta Igreja”.27 É nossa responsabilidade agora alinhar-nos à visão dos profetas concernente à Sociedade de Socorro, ao buscarmos aumentar a fé, fortalecer a família e prover auxílio.

Encerro com as palavras do Presidente Lorenzo Snow: “O futuro da Sociedade [de Socorro] é pleno de promessas. À medida que a Igreja cresce, seu campo de atuação será correspondentemente ampliado, e será ainda mais capaz de fazer o bem do que foi no passado”.28 Para as irmãs que ajudam no crescimento da Igreja, ele disse: “Ao compartilharem esses trabalhos, vocês sem dúvida compartilharão o triunfo da obra, exaltação e glória que o Senhor dará a Seus filhos fiéis”.29 Dessa visão também presto testemunho, em nome de Jesus Cristo. Amém.

Notas

  1. Ver Julie B. Beck, “Cumprir o Propósito da Sociedade de Socorro”, A Liahona, novembro de 2008, p. 108.

  2. Ver Julie B. Beck, discurso proferido na Conferência das Mulheres da BYU (29 de abril de 2011), http://ce.byu.edu/cw/womensconference/archive/2011/pdf/JulieB_openingS.pdf; “O que Espero que Minhas Netas (e Netos) Compreendam sobre a Sociedade de Socorro”, A Liahona, novembro de 2011, p. 109; “Sociedade de Socorro — Um Trabalho Sagrado”, A Liahona, novembro de 2009, p. 110.

  3. Ver Julie B. Beck, “Why We Are Organized into Quorums and Relief Societies” (discurso proferido em devocional da Universidade Brigham Young, 17 de janeiro de 2012), speeches.byu.edu.

  4. Esta mensagem não é um resumo completo de todas as declarações proféticas concernentes à Sociedade de Socorro. Trata-se apenas de uma amostra de sua visão e orientação. Filhas em Meu Reino: A História e o Trabalho da Sociedade de Socorro, as conferências gerais e outras publicações da Igreja contêm mais ensinamentos sobre esse tema.

  5. Joseph Smith, Filhas em Meu Reino: A História e o Trabalho da Sociedade de Socorro, 2011, p. 13.

  6. Joseph Smith, Filhas em Meu Reino, pp. 15–16.

  7. Brigham Young, Filhas em Meu Reino, p. 45.

  8. Joseph F. Smith, Filhas em Meu Reino, p. 72.

  9. Joseph Fielding Smith, Filhas em Meu Reino, p. 155.

  10. Joseph Fielding Smith, Filhas em Meu Reino, p. 105.

  11. Boyd K. Packer, Filhas Meu Reino, p. 93.

  12. Ver Boyd K. Packer, “The Circle of Sisters”, Ensign, novembro de 1980, p. 110.

  13. Ver cartas da Primeira Presidência, 19 de março de 2003 e 23 de fevereiro de 2007.

  14. Ver Filhas Meu Reino, pp. 3–7.

  15. Boyd K. Packer, Filhas em Meu Reino, p. 16.

  16. Joseph Smith, Filhas em Meu Reino, p. 17.

  17. Joseph Smith, History of the Church, volume 4, p. 602.

  18. John A. Widtsoe, Filhas em Meu Reino, p. 26.

  19. Boyd K. Packer, Ensign, novembro de 1980, p. 110.

  20. Joseph Fielding Smith, Filhas em Meu Reino, p. 155.

  21. Spencer W. Kimball, Filhas em Meu Reino, p. 129.

  22. Harold B. Lee, “The Place of Relief Society in the Welfare Plan”, Relief Society Magazine, dezembro de 1946, p. 842.

  23. Joseph F. Smith, Filhas em Meu Reino, p. 72.

  24. A Primeira Presidência, Filhas em Meu Reino, p. ix.

  25. Spencer W. Kimball, Filhas em Meu Reino, p. 155.

  26. Spencer W. Kimball, Filhas em Meu Reino, p. 104.

  27. Gordon B. Hincley, Filhas em Meu Reino, p. 174.

  28. Lorenzo Snow, Filhas em Meu Reino, p. 19.

  29. Lorenzo Snow, Filhas em Meu Reino, p. 7.