2011
Seguidores de Cristo
Maio de 2011


Seguidores de Cristo

Os que seguem a Cristo moldam a vida no Salvador a fim de andar na luz.

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Elder Walter F. González

Em outubro passado, minha esposa e eu acompanhamos o Élder Neil L. Andersen e sua esposa para a abertura de terra do novo templo em Córdoba, Argentina. Como de costume, após a cerimônia houve uma entrevista coletiva. Uma jornalista que não era membro da Igreja comentou que notara que os maridos tratavam muito bem as esposas. Depois, inesperadamente fez-me uma pergunta: “Isso é verdade ou ficção?” Tenho certeza de que ela viu e sentiu algo diferente entre nossos membros. Talvez ela tenha percebido o desejo de nossos membros de seguir a Cristo. Os membros de todo o mundo sentem tal desejo. Ao mesmo tempo, milhões de pessoas que não são da Igreja também têm o desejo de segui-Lo.

Recentemente, minha esposa e eu ficamos muito impressionados com o povo de Gana e da Nigéria. A maior parte dele não é membro de nossa Igreja. Ficamos contentes diante do desejo de seguir a Cristo expressado por muitos em nossas conversas — nas casas, nos carros, nos muros e cartazes. Nunca vimos tantas igrejas cristãs próximas umas das outras.

Nós, membros da Igreja, temos o dever de convidar milhões de pessoas assim, a virem e verem o que nossa Igreja pode acrescentar às boas coisas que elas já têm. Qualquer pessoa, de qualquer continente, clima ou cultura pode saber por si mesmo que o Profeta Joseph Smith viu o Pai e o Filho. Qualquer um pode saber que o sacerdócio foi restaurado por mensageiros celestiais e que o Livro de Mórmon é outro testamento de Jesus Cristo. Nas palavras do Senhor a Enoque: “Justiça [foi enviada] dos céus; e verdade [brotou] da terra para prestar testemunho do (…) Unigênito [do Pai]”.1

O Salvador prometeu: “Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.2 Os que seguem a Cristo moldam a vida no Salvador a fim de andar na luz. Duas características ajudam-nos a ver até que ponto nós O seguimos: Primeira, os seguidores de Cristo são um povo dedicado. Segunda, os seguidores de Cristo fazem convênios e os guardam.

A primeira característica, que é ter amor, foi provavelmente uma coisa que a jornalista de Córdoba percebeu nos membros da Igreja. Seguimos a Cristo porque O amamos. Quando seguimos o Redentor por amor, seguimos o exemplo que Ele mesmo nos deu. Por amor, o Salvador obedecia à vontade do Pai em quaisquer circunstâncias. O Salvador foi obediente mesmo quando, para isso, teve que enfrentar grande sofrimento físico e emocional; mesmo quando, por isso, foi açoitado e desprezado; mesmo quando, por isso, foi torturado por Seus inimigos e abandonado pelos amigos. O sacrifício expiatório, que foi um elemento ímpar da missão do Salvador, foi a maior manifestação de amor de todos os tempos. “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”3

Da mesma forma que Cristo seguiu o Pai sob qualquer circunstância, devemos seguir Seu Filho. Se o fizermos, não importa o tipo de perseguição, sofrimento, tristeza ou “espinho na carne”4 que enfrentemos. Não estamos sozinhos. Cristo nos ajudará. Suas ternas misericórdias nos tornarão fortes, sob qualquer circunstância.5

Seguir a Cristo talvez signifique abandonar muitas coisas queridas, como o fez Rute, a moabita. Como recém-conversa, por amor a Deus e a Noemi, ela deixou tudo para trás para viver sua religião.6

Talvez signifique resistir à adversidade e às tentações. Quando jovem, José foi vendido como escravo. Foi-lhe tirado tudo o que amava. Depois foi tentado a deixar de ser casto. Ele resistiu à tentação e disse: “Como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?”7 Seu amor por Deus era mais poderoso do que qualquer adversidade ou tentação.

Hoje em dia temos Rutes e Josés modernos em todo o mundo. Quando o irmão Jimmy Olvera, de Guayaquil no Equador, recebeu seu chamado missionário, sua família se opôs grandemente. No dia de sua partida, foi-lhe dito que se saísse de casa, perderia a família. Com o coração partido, ele saiu. Durante a missão, a mãe pediu-lhe que ficasse por mais tempo no campo, porque eles estavam recebendo muitas bênçãos. Hoje o irmão Olvera serve como patriarca de estaca.

O amor verdadeiro a Cristo dá-nos a força de que precisamos para segui-Lo. O próprio Senhor demonstrou-nos isso ao perguntar três vezes a Pedro: “Amas-me?” Depois de ter afirmado em voz alta que O amava, o Senhor descreveu a Pedro as dificuldades que estavam por vir. Foi então que veio o chamado: “Segue-me”. A pergunta que o Salvador fez a Pedro também pode ser feita a nós: “Amas-me?” seguida do chamado a agir: “Segue-me”.8

O amor é uma poderosa influência no coração em nosso empenho de sermos obedientes. O amor ao Salvador inspira-nos a guardar Seus mandamentos. O amor por uma mãe, pai ou cônjuge também é capaz de inspirar nossa obediência aos princípios do evangelho. A forma como tratamos as outras pessoas, refletem até que ponto seguimos nosso Salvador em nosso amor ao próximo.9 Mostramos nosso amor a Ele quando paramos para ajudar outras pessoas, quando somos “perfeitamente honestos e justos em todas as coisas”10, e quando fazemos e guardamos os convênios.

A segunda característica dos seguidores de Cristo é fazer convênios e guardá-los, como Ele o fez. Morôni enfatizou que: “[é] por meio do derramamento do sangue de Cristo, que está no convênio do Pai para a remissão de vossos pecados, que vos [tornais] santos, sem mácula”.11

O Profeta Joseph Smith ensinou que, mesmo antes da organização desta Terra, fizemos convênios no céu.12 Os antigos profetas e patriarcas fizeram convênios.

O próprio Salvador deu o exemplo. Ele foi batizado para cumprir toda a justiça por quem possuía a devida autoridade. Por meio do Seu batismo, o Salvador testificou ao Pai que seria obediente e cumpriria todos os Seus mandamentos.13 Da mesma maneira que na Antiguidade, nós também seguimos a Cristo e fazemos convênios por meio das ordenanças do sacerdócio.

Fazer convênios é algo que milhões de pessoas que não são membros da Igreja podem acrescentar às coisas excelentes que já têm. Fazer convênios é uma expressão de amor. É uma maneira de dizer-Lhe: “Sim, eu Te seguirei porque Te amo”.

Convênios incluem promessas, “até mesmo a vida eterna”.14 Todas as coisas trabalharão juntas para nosso bem, se nos lembrarmos de nossos convênios.15 Eles precisam ser feitos e cumpridos para que plenamente recebamos as promessas neles contidas. Amar o Salvador e lembrar de nossos convênios, vão ajudar-nos a cumpri-los. Partilhar do sacramento a cada semana é uma forma de lembrar nossos convênios.16 Outra forma é ir ao templo com frequência. Lembro-me de um jovem casal na América do Sul que queria divorciar-se porque não conseguia se entender. Um líder do sacerdócio aconselhou-os a irem ao templo e prestarem atenção especifica às palavras e promessas dos convênios ali feitos. Eles o fizeram e o casamento foi salvo. O poder de nossos convênios é maior do que qualquer desafio que enfrentamos ou que venhamos a enfrentar.

Aos membros que não são ativos na Igreja, por favor, voltem! Participem da bênção que é recordar-se dos convênios e renová-los por meio do sacramento e da frequência ao templo. Fazer isso é uma manifestação de amor que demonstra sua disposição de serem verdadeiros seguidores de Cristo. Isso vai qualificá-los para receber todas as bênçãos prometidas.

A quem não é membro de nossa Igreja: convido-os a terem fé, arrependerem-se e qualificarem-se a receber o convênio do batismo na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Fazendo isso, demonstrarão que amam o Pai Celestial e estão dispostos a seguir a Cristo.

Testifico-lhes que somos mais felizes quando seguimos os ensinamentos do evangelho de Jesus Cristo. À medida que nos empenharmos em segui-Lo, receberemos as bênçãos do céu. Sei que as promessas do Senhor serão cumpridas à medida que fizermos convênios e os guardarmos e tornarmo-nos verdadeiros seguidores de Cristo. Presto testemunho do grande amor que Ele tem a cada um de nós, em nome de Jesus Cristo. Amém.