Conferência Geral
Que fazer o bem seja nosso normal
Conferência Geral de Outubro de 2022


Que fazer o bem seja nosso normal

Se formos firmes e inamovíveis em fazer o bem, nossos costumes nos ajudarão a permanecer no caminho do convênio.

Serei sempre grato por minhas designações na Igreja terem me permitido morar em diferentes países. Em cada um desses países, encontramos uma grande diversidade e pessoas extraordinárias com costumes e tradições diferentes.

Todos temos costumes e tradições pessoais, de nossa família ou da comunidade em que vivemos, e esperamos manter todos os costumes que se alinham com os princípios do evangelho. Costumes e tradições edificantes são fundamentais para nosso empenho de permanecer no caminho do convênio, mas devemos rejeitar os que são um obstáculo.

Um costume é a prática ou a maneira frequente e habitual de pensar de uma pessoa, cultura ou tradição. Com frequência, reconhecemos como normais as coisas que pensamos e fazemos de modo habitual.

Gostaria de ilustrar isso: Patricia, minha amada esposa, gosta muito de beber água de coco e depois comer a fruta. Em nossa primeira visita a Puebla, México, fomos a um lugar onde compramos um coco. Depois de beber a água, minha esposa pediu que cortassem o coco e trouxessem a polpa para ela comer. Quando voltaram com a polpa, ela estava avermelhada. Eles tinham colocado chili! Coco doce com chili! Aquilo era muito estranho para nós. Mais tarde, porém, ficamos sabendo que minha esposa e eu éramos os estranhos porque não comíamos coco com chili. Entretanto, No México, isso não é raro; é muito normal.

Em outra ocasião, estávamos comendo no Brasil com alguns amigos, e eles nos serviram abacate. Quando estávamos prestes a colocar sal no abacate, nossos amigos perguntaram: “O que estão fazendo? Já colocamos açúcar no abacate!” Abacate com açúcar! Aquilo era muito estranho para nós. Depois ficamos sabendo que minha esposa e eu éramos os estranhos porque não comíamos abacate com açúcar. No Brasil, é normal comer abacate com açúcar.

O que é normal para algumas pessoas pode ser estranho para outras, dependendo de seus costumes e suas tradições.

Quais costumes e tradições são normais em nossa vida?

O presidente Russell M. Nelson disse: “Hoje frequentemente ouvimos sobre ‘um novo normal’. Se querem realmente aceitar um novo normal, eu os convido a cada vez mais voltar o coração, a mente e a alma para nosso Pai Celestial e Seu Filho, Jesus Cristo. Que esse seja seu novo normal” (“Um novo normal”, Liahona, novembro de 2020, p. 118).

Esse convite é para todos. Não importa se somos pobres ou ricos, instruídos ou sem instrução, idosos ou jovens, doentes ou saudáveis. Ele nos convida a fazer com que as coisas normais de nossa vida sejam as que nos ajudam a continuar no caminho do convênio.

Nenhum país possui a totalidade do que é bom ou admirável. Entretanto, como Paulo e o profeta Joseph Smith ensinaram:

“Se houver qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável, nós a procuraremos” (Regras de Fé 1:13).

“Se há algum louvor, nisso pensai” (Filipenses 4:8).

Observem que isso é uma exortação, não apenas um comentário.

Gostaria que todos nós refletíssemos sobre nossos costumes e a maneira como eles influenciam nossa família.

Entre os hábitos maravilhosos que deveriam ser normais para os membros da Igreja, quatro se destacam:

  1. Estudo pessoal e familiar das escrituras. Cada pessoa é responsável por aprender o evangelho a fim de se converter ao Senhor Jesus Cristo. Os pais são responsáveis por ensinar o evangelho aos filhos (ver Doutrina e Convênios 68:25; 93:40).

  2. Oração pessoal e familiar. O Salvador nos ordena que oremos sempre (ver Doutrina e Convênios 19:38). A oração permite que nos comuniquemos pessoalmente com o Pai Celestial em nome de Seu Filho, Jesus Cristo.

  3. Participar da reunião sacramental semanalmente (ver 3 Néfi 18:1–12; Morôni 6:5–6). Fazemos isso para nos lembrarmos de Jesus Cristo ao tomarmos o sacramento. Nessa ordenança, os membros da Igreja renovam seu convênio de tomar sobre si o nome do Salvador, recordá-Lo sempre e guardar Seus mandamentos (ver Doutrina e Convênios 20:77, 79).

  4. Participação frequente no trabalho de templo e história da família. Esse trabalho é o meio de unir e selar as famílias para a eternidade (ver Doutrina e Convênios 128:15).

Como nos sentimos quando ouvimos essas quatro coisas? Elas fazem parte de nossa vida normal?

Há muitas outras tradições que podem fazer parte de nossa normalidade, permitindo assim que Deus prevaleça em nossa vida.

Como podemos determinar quais serão as coisas normais em nossa vida e em nossa família? Nas escrituras, encontramos um ótimo exemplo; em Mosias 5:15, lemos: “Quisera que fôsseis firmes e inamovíveis, sobejando sempre em boas obras”.

Amo essas palavras, porque sabemos que as coisas que se tornam normais em nossa vida são aquelas que repetimos muitas vezes. Se formos firmes e inamovíveis em fazer o bem, nossos costumes estarão de acordo com os princípios do evangelho e nos ajudarão a permanecer no caminho do convênio.

O presidente Nelson também aconselhou: “Aceitem seu novo normal, arrependendo-se diariamente. Busquem ser cada vez mais puros em pensamentos, palavras e ações. Ministrem a outras pessoas. Mantenham uma perspectiva eterna. Magnifiquem seu chamado. E, quaisquer que sejam seus desafios, queridos irmãos e irmãs, vivam cada dia de maneira a estarem mais preparados para encontrar seu Criador” (“Um novo normal”, p. 118).

Agora não é estranho para minha esposa, Patricia, ou para mim, comer coco com pimenta e abacate com açúcar — na verdade, até gostamos. Contudo, a exaltação é algo muito mais transcendental do que o paladar; é um assunto que diz respeito à eternidade.

Oro para que nossa normalidade nos permita vivenciar o estado de “felicidade sem fim”(Mosias 2:41) que é prometido àqueles que guardam os mandamentos de Deus e que, ao fazê-lo, possamos dizer: “E aconteceu que vivemos segundo o padrão da felicidade” (2 Néfi 5:27).

Meus irmãos e irmãs, presto testemunho dos 15 homens a quem apoiamos como profetas, videntes e reveladores, incluindo o presidente Russell M. Nelson. Testifico que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é verdadeira. Testifico especialmente de Jesus Cristo, nosso Salvador e Redentor. Em nome de Jesus Cristo, amém.