1990–1999
“Preocupamo-nos o Bastante para Enviar-lhes o Melhor”
October 1996


“Preocupamo-nos o Bastante para Enviar-lhes o Melhor”

Nossos missionários entram em seu lar com o fim de apresentar mais provas, novas escrituras, de que Deus vive e Jesus é o Cristo.

Hoje, gostaria de dirigir-me às pessoas que não pertencem a nossa fé e estão assistindo a esta conferência. Falo como um dos aproximadamente 100.000 pais e mães de mais de 50.000 missionários da Igreja que estão servindo ao Senhor em todas as partes do mundo. Parafraseando o lema de uma grande empresa de cartões, “Preocupamo-nos o bastante para enviar-lhes o que temos de melhor”.1

Os pais que represento hoje são de todas as partes do mundo. Vivem nas planícies de Iowa e nas ruas do Bronx, nas cidades do Peru e da Bolívia, nas montanhas dos Ozarks e nas selvas da Colômbia e do Quênia. São de todas as classes sociais e econômicas. Mesmo assim, todos têm uma característica comum: “preocu-pam-se o bastante para enviar-lhes o que têm de melhor”. Sim, enviamos a vocês, por dois anos, nosso melhores rapazes e moças na aurora da vida. Enviamos a vocês nossos filhos que amamos, ensinamos e educamos.

Regozijamo-nos com o sucesso deles, sofremos quando ficam desanimados e enfrentam contratempos e oramos por eles continuamente. Em suma, temos os mesmos sentimentos, emoções e sonhos, em relação a eles, que vocês têm em relação a seus filhos.

Enviamos esses rapazes, moças e casais adultos a todas as partes do mundo, onde quer que haja governos e países hospitaleiros que os recebam. Eles vivem nas condições mais variadas, quase sempre com padrões de conforto bastante inferiores ao que estão acostumados. Muitas vezes, vivem em ambientes que lhes são estranhos e freqüente-mente inóspitos para quem está ensinando as verdades salvadoras de Jesus Cristo.

Aos muitos milhares que não são de nossa religião e que fizeram amizade com esses jovens, apresentamos nossos sinceros agradecimentos e oramos para que o Senhor lhes conceda Suas melhores bênçãos.

O chamado para uma missão raramente chega num momento conveniente. A maioria desses jovens terminou o segundo grau há apenas um ano. Muitos estão só começando os estudos universitários. Alguns adiam ou mesmo abandonam profissões promissoras. Vendem o carro, interrompem o namoro, adiam os estudos, desistem de bolsas de estudo e protelam suas carreiras. Cada missionário traz consigo uma história de anos de compromisso pessoal, preparação, sacrifício e exemplos de amor pelo Salvador. E existem ainda jovens dignos que possuem no coração o desejo ardente de servir como missionários, mas que, por causa de problemas de saúde ou outras limitações, são honrosamente dispensados.

A vida de um missionário não é fácil. Após preparar-se ao longo dos anos de infância e adolescência, estudando as escrituras, guardando dinheiro e mantendo elevados padões (incluindo pureza sexual e abstinência de fumo, álcool e drogas), os missionários vão para um dos vários centros de treinamento espalhados pelo mundo. Esse é o único treinamento formal que recebem — três semanas, caso sejam chamados para servir num país onde se fala sua língua natal ou dois meses, caso devam aprender uma língua estrangeira. O dia no campo missionário é exaustivo. Começa às 6h30 da manhã, com duas horas de estudo, continua por doze horas de trabalho árduo e muitas vezes desa-nimador, prolongando-se até a hora de dormir, por volta das 22h. O trabalho consiste principalmente em proselitismo e ensino, mas também inclui um grande número de horas de serviço voluntário na comunidade. Eles ensinam inglês em terras estrangeiras, ajudam pessoas em hospitais e asilos, servem refeições em abrigos para os sem-teto ou prestam outros serviços para o bem da comunidade. Eles têm uma parte de um dia da semana para preparar-se individualmente, escrever cartas, descansar e divertir-se. Na missão eles não namoram, não ouvem música secular, não vão à praia, não nadam e não fazem muitas coisas consideradas normais para os jovens de sua idade.

Algumas pessoas que não pertencem à Igreja podem achar que uma missão é um sacrifício grande e sem sentido. Nossos missionários não a vêem como um sacrifício, mas sim como uma oportunidade de manifestar seu amor por Jesus Cristo, que ordenou: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”. (Marcos 16:15) Eles a vêem como uma oportunidade de expressar amor por toda a humanidade. Eles a vêem como uma oportunidade de prestar testemunho do Salvador, o Filho do Deus vivo, o Redentor do mundo. Vêem-na como uma oportunidade de edificar a fé em Jesus Cristo e de ensinar Sua doutrina salvadora e consoladora. Eu a vejo como uma das características peculiares do verdadeiro cristianismo. Vejo esses jovens missionários como verdadeiros servos cristãos, que exemplificam os mais altos princípios do cristianismo por meio de serviço e do testemunho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Eles não param de chegar. Eíoje, mais de 50.000, amanhã, mais de 60.000, e depois, 70.000 rapazes, moças e casais servindo em todo o mundo. Numa época em que tantos jovens estão buscando saídas, vagando sem objetivo e lutando para descobrir o significado e o propósito da vida, dezenas de milhares devotam-se inteiramente a esta grande causa de servir ao Senhor. Eles preparam-se, consagram-se e apresentam-se para a missão. Fazem isso porque acreditam em Deus e acreditam que nós, toda a humanidade, somos irmãos.

Alguns indagam por que nossos missionários são enviados a todo o mundo, até mesmo entre os próprios cristãos. No terceiro capítulo de João, versículo dezesseis, lemos: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Nossos missionários vão a todas as nações e entre todos os povos porque têm o firme e inabalável testemunho de que Deus ainda ama o mundo e manifestou-Se novamente, demonstrando esse amor. Ele restaurou verdades preciosas, perdidas ao longo de séculos de perseguição aos cristãos, épocas de trevas e anos de confusão — verdades que são essenciais para nossa paz e felicidade. Essas verdades são tão essenciais para nossa salvação eterna, que nosso Pai amoroso as restaurou integralmente. Após o ministério de Cristo e Sua ascensão ao céu, o apóstolo Pedro profetizou a respeito de uma restauração de todas as coisas antes que Cristo retornasse em Sua Segunda Vinda. Ele disse: “E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da res-tauração de tudo”. (Atos 3:20-21; grifo do autor.)

Esses missionários vão a todo o mundo cheios de amor e fé, por saberem do cumprimento da profecia de Pedro a respeito de uma restauração de todas as coisas. Eles prestam testemunho de uma restauração tão maravilhosa que só a mão de Deus poderia realizar; tão milagrosa, que só recebe crédito dos que entendem os poderes de Deus e Seu amor por toda a humanidade; uma história tão divina que sua veracidade só pode ser aceita verdadeiramente por meio da manifestação individual do Espírito Santo, o que o Salvador prometeu que seria Sua forma de testificar a verdade para aqueles que honestamente a procurassem.

Nossos missionários (…) não tentam anular quaisquer verdades, valores ou princípios preciosos que conduziram tanta gente a uma vida de serviço e devoção ao Salvador. Pelo contrário, eles entram em seu lar com o fim de apresentar mais provas, novas escrituras, de que Deus vive e Jesus é o Cristo que, verdadeiramente, no Getsêmani e na cruz, expiou nossos pecados. Eles carregam uma mensagem de confirmação da vida de Cristo e exaltação de Sua benevolência e amor.

Eles prestam testemunho de uma visão maravilhosa, considerada um milagre no mundo descrente de hoje, e que, no entanto, seria facilmente aceita se tivesse ocorrido há 2.000 anos. Os missionários explicam como Deus e Cristo apareceram a um jovem de apenas quatorze anos de idade para darem início a esta Restauração. Eles falam de outros mensageiros celestiais que vieram restaurar a autoridade, a doutrina e os ensinamentos de Cristo em sua totalidade e simplicidade. Eles relatam eventos e verdades tão belos e maravilhosos que vocês se emocionarão ao receberem esse conhecimento.

Os missionários explicam o verdadeiro propósito desta vida que chamamos mortalidade. Ajudam-nos a entender de onde viemos, por que estamos aqui e por que é necessário, e até mesmo desejável, que experimentemos as vicissitudes da mortalidade, incluindo a dor, o sofrimento, a tentação e a morte, assim como a alegria e a felicidade. Explicam como, por meio dos ensinamentos de Cristo, podemos encontrar paz e orientação num mundo às vezes problemático e turbulento. Talvez o mais importante de tudo seja que eles explicam a importância e o caráter sagrado da família perante Deus. Para casais que se amam e amam os filhos, haverá uma mensagem de como a família pode permanecer unida para sempre — eternamente — além da sepultura. E, finalmente, eles explicam como vocês podem obter um testemunho pessoal da veracidade dessas coisas.

Assim, nós verdadeiramente “preocupamo-nos o bastante para enviar-lhes o que temos de melhor”. Para todos os que não pertencem a nossa fé, quando dois rapazes vestidos de camisa branca e gravata, duas jovens amáveis, ou um nobre casal baterem a sua porta e apresentarem-se como representantes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, peço-lhes que os convidem a entrar, ouçam sua mensagem e avaliem-na. Sugiro que não aceitem a mensagem simplesmente, mas que perguntem fervorosamente ao Pai Celestial se é verdadeira e se tem valor para vocês e sua família, pois Ele é o autor de toda verdade e prometeu Seu testemunho àqueles que honestamente procurassem obtê-lo.

Presto testemunho de que o Espírito me testificou que essas coisas são verdadeiras. O Espírito testificou essas coisas a mais de 50.000 missionários, cem mil pais e milhares de familiares que se estão sacrificando e oferecendo sua mais preciosa dádiva a fim de levar essa mensagem a vocês. Nós conjuntamente testificamos que o Espírito lhes manifestará Seu testemunho, caso vocês recebam a mensagem e peçam ao Pai Celestial uma confirmação de que ela é verdadeira.

Ao testemunho de nossos missionários, de seus pais e de milhões de pessoas, acrescento solenemente o meu: Deus vive, Jesus é o Cristo. Ele é nosso Salvador, é nosso Redentor e nos ama — cada um de nós — e restaurou a plenitude de Seu evangelho. Em nome de Jesus Cristo. Amém.

  1. Hallmark Cards, Inc.