
EVENTOS MARCANTES DA VIDA DE HEBER J. GRANT
Idade |
Acontecimentos |
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Nasce em 22 de novembro de 1856 em Salt Lake City, Utah, filho de Jedediah M. e Rachel Ridgeway Ivins Grant; seu pai morre quando Heber tem nove dias de vida. | |
15 |
É ordenado setenta (1871); começa sua carreira de bancário (1871). |
20 |
Casa-se com Lucy Stringham (1o de novembro de 1877); ela morre em 1893. |
23 |
Torna-se presidente da Estaca Tooele (30 de outubro de 1880). |
25 |
É ordenando apóstolo (16 de outubro de 1882). |
26–27 |
Serve como missionário entre os índios norte-americanos (1883–1884). |
33 |
Divulgação do Manifesto, que põe fim ao casamento plural (Declaração Oficial — 1) (1890). |
40 |
Candidata-se ao cargo de governador do Estado de Utah (1896); pouco depois, retira a candidatura por sua própria iniciativa. |
41 |
Torna-se membro da Superintendência Geral da YMMIA (Associação de Melhoramentos Mútuos dos Rapazes; 1897). |
45 |
Abre e preside a Missão Japonesa (1901–1903). |
47–49 |
Preside as missões Britânica e Européia (1904–1906). |
58–62 |
I Guerra Mundial (1914–1918). |
60 |
Torna-se o Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos (23 de novembro de 1916). |
62 |
Torna-se o Presidente da Igreja (23 de novembro de 1918). |
63 |
Dedica o Templo de Laie Havaí (27 de novembro de 1919). |
67 |
Dedica o Templo de Cardston Alberta (26 de agosto de 1923); fala na primeira transmissão radiofônica da conferência geral (outubro de 1924). |
70 |
A Igreja compra o Monte Cumora e a Fazenda Whitmer (1926). |
71 |
Dedica o Templo de Mesa Arizona (23 de outubro de 1927). |
79 |
É estabelecido o plano de bem-estar da Igreja (1936). |
80 |
Visita missões na Europa (junho—setembro de 1937). |
83 |
Os missionários são retirados da Europa no início da II Guerra Mundial (1939). |
85 |
Chama os primeiros assistentes do Quórum dos Doze Apóstolos (6 de abril de 1941). |
88 |
Morre em Salt Lake City, Utah. (14 de maio de 1942); fim da II Guerra Mundial (2 de setembro de 1945). |
Heber Jeddy Grant nasceu em 22 de novem- bro de 1856, na época em que a imagem dos santos dos últimos dias talvez estivesse em sua pior fase junto aos outros americanos. O fato de esse sentimento negativo ter começado a mudar significativamente durante a vida do Presidente Grant deveu-se em grande parte a seus esforços pessoais para melhorar a percepção da Igreja pelo público.

Jedediah M. Grant, pai de Heber J. Grant, morreu nove dias depois do nascimento de Heber.
O pai de Heber, Jedediah M. Grant, faleceu quando ele tinha nove dias de vida. Como Heber era um bebê frágil e sua mãe, muito pobre, muitos acharam que ele não viveria muito tempo. Contudo, os planos do Senhor eram outros.
ELE FOI CRIADO NO VALE DO LAGO SALGADO
A Guerra Civil norte-americana chegou ao fim quando Heber J. Grant estava com nove anos de idade. O Presidente Abraham Lincoln estabelecera a base militar de Fort Douglas perto de Salt Lake City e enviara tropas para Utah em caráter permanente. É provável que Heber visse soldados da União passarem em frente de sua casa, meio quarteirão ao sul do futuro Templo de Salt Lake.

A casa dos Grant na Main Street em Salt Lake City
Uma visão mais comum para Heber deve ter sido a dos belos cavalos e carruagens de Brigham Young, George Q. Cannon, Daniel H. Wells e outros homens importantes da Igreja e do mundo de negócios na movi- mentada cidade do Oeste. Ele deve ter visto carroções carregados de mercadorias dirigindo-se para o norte rumo a Ogden e para o sul rumo a Provo, puxados po parelhas de cavalos, mulas ou bois. Ele fazia também pequenas viagens para a Praça do Templo para acompa- nhar o progresso da construção do Tabernáculo e do templo. O novo Teatro de Salt Lake ficava a poucas ruas de sua casa.
Heber passava boa parte de seu tempo brincando na rua e nos jardins. Era muito hábil no jogo de bolinhas de gude e muitas vezes ganhava bolinhas suficientes para pagar seus amigos para realizar as tarefas dele a fim de passar mais tempo praticando arremessos com sua bola de beisebol. E é claro que havia também a escola.

O jovem Heber J. Grant, por volta de 1860. Era costume na época colocar vestidos nos meninos para fotografias.
Seus melhores amigos eram Feramorz L. e Richard W. Young, filho e neto do Presidente Brigham Young. Juntos, eles corriam para a Lion House quando tocava o sino da oração e participavam das orações da família Young. Às vezes, o jovem Heber abria os olhos para ver se o Presidente Young estava falando face a face com o Pai Celestial, pois essa era a impressão que tinha ao ouvi-lo orar. Além das orações, Heber às vezes freqüentava a escola de Brigham Young. Teve longas conversas com o Presidente Young, Eliza R. Snow e o parente de Eliza chamado Erastus Snow, que Heber considerava um apóstolo ideal. Eles falaram a Heber sobre o Profeta Joseph Smith e sobre seu pai, Jedediah M. Grant, um dos amigos mais fiéis do Profeta. O nome de seu pai abriu-lhe muitas portas quando ele começou a circular no mundo dos negócios. Essas foram influências decisivas na vida dessa talentosa criança com um destino grandioso.
EMBORA TIVESSE MUITOS DONS, ELE SENTIA-SE INADEQUADO
Heber J. Grant era uma pessoa de grande habilidade, mas muitas de suas declarações públicas revelam sua profunda humildade e mesmo um sentimento de inadequação. Ele sentia que só poderia atingir as metas estabelecidas para si mesmo com grande determinação e esforço constante.
Ele viveu numa época em que os líderes sempre externavam apreciação pelo aprendizado, os dotes artísticos, o sucesso profissional e outras realizações com base nas definições clássicas de talento ou dom. E era justamente nessas áreas que ele tinha mais dificuldade. Seus talentos estavam mais voltados para o ramo dos negócios e dos relacionamentos sociais. Esses dons não raro passavam despercebidos, embora tenham sido os mais importantes. Sua força ajudou-o a sobrepujar todos os empecilhos.
ELE EMPENHOU-SE PARA ALCANÇAR A EXCELÊNCIA COMO ATLETA
A história abaixo, contada pelo Presidente Heber J. Grant ao falar de sua juventude, ilustra sua determina- ção para superar os obstáculos:

Heber J. Grant tinha determinação para desenvolver seus talentos.
“Como eu era filho único, minha mãe criou-me com grande desvelo. De fato, fui criado mais ou menos como uma planta de estufa, cujo crescimento é lento e controlado, mas não substancial. Aprendi a varrer o chão e a lavar e secar a louça, mas não lançava pedras nem participava muito dos esportes que tanto atraem os meninos e que desenvolvem seu físico. Assim, quando entrei para um clube de beisebol, os meninos de minha idade ou um pouco mais velhos jogavam na primeira divisão; os mais novos que eu, na segunda e os ainda menores, na terceira. E fui escalado para jogar ao lado desses últimos.
Um dos motivos era que eu não conseguia jogar a bola de uma base para a outra. Além disso, faltava-me força física para correr ou arremessar bem a bola. Quando eu apanhava uma bola, os meninos costumavam gritar:
‘Jogue para cá, maricas!’
Fui vítima de tanta chacota que prometi solenemente um dia jogar beisebol na divisão que venceria o campeonato do território de Utah.

Heber J. Grant e sua mãe, Rachel Ridgeway Ivins Grant
Minha mãe alugava quartos naquela época para ganhar nosso sus- tento, e engraxei os sapatos dos hóspedes até economizar um dólar que usei para comprar uma bola de beisebol. Passei inúmeras horas arremessando a bola contra o celeiro do Bispo Edwin D. Woolley, o que o levou a tachar-me de rapaz mais preguiçoso da Ala XIII. Muitas vezes meu braço doía tanto que eu mal conseguia dormir à noite. Mas continuei a praticar e finalmente consegui ingressar na segunda divisão de nosso clube. Pouco depois, entrei para um clube melhor e por fim joguei na equipe que venceu o campeonato territorial e derrotou o time que ganhara o torneio da Califórnia, Colorado e Wyoming. Assim, ao cumprir a promessa que eu fizera a mim mesmo, afastei-me dos estádios de beisebol” (Gospel Standards, comp. G. Homer Durham [1969], pp. 342–343).
SUA DETERMINAÇÃO FOI INCENTIVADA POR UMA MÃE DOTADA DE VISÃO

Baú de costura de Rachel Grant. Ela costurava para fora a fim de alimentar e vestir o pequeno Heber e a si mesma.
Num discurso durante o funeral do Presidente Heber J. Grant, o Presidente David O. McKay, na época conselheiro na Primeira Presidência, disse:
“Já no início de sua mocidade, desenvolveu-se em sua alma jovem um espírito de independência e determinação que posteriormente fez dele alguém de destaque em seu meio. (...) Nas humildes circunstâncias e na atmosfera espiritual de sua infância, formaram-se os extraordinários traços de caráter que na idade adulta o tornaram tão conhecido.
O Presidente Grant sempre falava com respeito e gratidão sincera do nobre legado recebido de ambos os seus pais. (...)
Privado da companhia de seu pai, o Presidente Grant tinha uma gratidão ainda mais profunda pelo poder transformador do amor materno. Foi ela que transformou a timidez dele em coragem, sua autocomiseração em autocofiança, sua impetuosidade em autodomínio e sua falta de iniciativa em perseverança” (“President Heber J. Grant”, Improvement Era, junho de 1945, p. 334).
ELE FOI PROFUNDAMENTE AFETADO PELOS SACRIFÍCIOS DE SUA FAMÍLIA
O Presidente Heber J. Grant disse: “Nunca ouvi nem espero ouvir, até o dia de minha morte, meu hino favorito, ‘Vinde, ó santos, sem medo ou temor, mas alegres andai’, sem pensar na morte e sepultamento de minha irmãzinha e os lobos que desenterraram seu corpo nas planícies, sem recordar a morte da primeira esposa de meu pai e o transporte de seu corpo para ser sepultado aqui, sem me lembrar de outros conhecidos que perderam a vida, sem pensar na maravilhosa jornada de Brigham Young e seu grupo de pioneiros, aqueles que o seguiram. E meu coração transborda de indescritível gratidão pelo fato de meu pai e minha mãe estarem entre aqueles que foram fiéis a Deus e fizeram sacrifícios devido às convicções de seu coração e ao conhecimento que tinham de que Deus vive, de que Jesus é o Cristo e de que Joseph é Seu profeta” (Conference Report, outubro de 1922, p. 13).
ELE NUNCA SE ESQUECEU DO CARÁTER SAGRADO DA RESPONSABILIDADE FAMILIAR
O Presidente Heber J. Grant escreveu sobre uma experiência que lhe ensinou a importância de ser autosuficiente e cuidar da família:
“Ao falar de minha mãe maravilhosa, lembro-me de um dia em que tínhamos pelo menos meia dúzia, se não mais, de baldes no chão para aparar as goteiras do telhado. Estava chovendo torrencialmente, e o bispo Edwin D. Woolley disse ao visitar-nos:
‘Viúva Grant, isso não está certo. Vou usar parte do dinheiro das ofertas de jejum para colocar um novo telhado nesta casa.’
‘Não, não mesmo’, respondeu minha mãe. ‘Não quero que o dinheiro das ofertas seja usado para substituir o telhado de minha casa. Tenho trabalho de costura.’ (Ela sustentou nossa pequena família com uma agulha e linha por muitos anos; tempos depois, usou uma máquina de costura Wheeler and Wilcox.) (...)

Heber J. Grant quando jovem
Minha mãe prosseguiu: ‘Quando eu terminar esta costura que estou fazendo agora, vou comprar algumas telhas e tapar os buracos, e esta casa vai servir muito bem até meu filho crescer e construir uma nova para mim.’
Ao ir embora, o bispo disse que sentia muito pela Viúva Grant e que, caso esperasse pelo menino, jamais teria uma casa, pois ele era o rapaz mais preguiçoso de toda a Ala XIII. Disse ainda que eu desperdiçava meu tempo arremessando uma bola para o outro lado da cerca da casa hora após hora, dia após dia e semana após semana, contra a parede de seu celeiro.
Agradeço ao Senhor por uma mãe que era uma grande líder, além de santo dos últimos dias; alguém que percebia ser notável e excelente incentivar um menino a fazer algo além de talvez ordenhar vacas se ele morasse na fazenda, caso ele apresentasse aptidão para o esporte” (Gospel Standards, pp. 343–344).
ELE FOI DESAFIADO A LER O LIVRO DE MÓRMON
O Presidente Heber J. Grant escreveu o seguinte sobre sua experiência ao ler o Livro de Mórmon pela primeira vez:
“Lembro-me nitidamente de quando meu tio Anthony Ivins (...) perguntou a mim e a seu filho, Anthony C. Ivins:
‘Heber e Anthony, vocês já leram o Livro de Mórmon?’
Respondemos: ‘Não.

Heber J. Grant (na frente), Louis A. Kalsch, Horace S. Ensign, e Alma D. Taylor dedicaram o Japão para a obra missionária em 1º de setembro de 1901.
Ele disse: ‘Desejo que leiam. Quero que se comprometam a não pular uma única palavra e, ao que ler primeiro, darei um par de luvas de couro e pele de castor, que custa dez dólares.’
Essas luvas eram o sonho de qualquer menino de quatorze anos. Recordo que antes minha mãe já me incentivara a ler sistematicamente o Livro de Mórmon, mas eu não o fizera. Tomei a resolução de ler cerca de vinte e cinco páginas do livro por dia e tirar proveito de seu conteúdo. Eu acreditava em sua veracidade devido às palavras de minha mãe e muitos outros. Contudo, por causa do testemunho do professor da classe que Richard W. Young e eu assistíamos, achei que para ganhar as luvas eu teria de ler o livro tão rápido que não assimilaria nada; assim, decidi deixar o Anthony ganhar as luvas.
Encontrei meu primo, Anthony C., na manhã seguinte, e ele perguntou-me: ‘Quantas páginas já leu?’
Respondi: ‘Vinte e cinco páginas.’
Ele disse: ‘Li mais de cento e cinqüenta. Fiquei acordado até depois de meia-noite.’
Eu disse: ‘Adeus luvas.’
Continuei a ler vinte e cinco páginas por dia e às vezes ficava tão interessado que lia cinqüenta ou setenta e cinco páginas e, para minha surpresa, terminei primeiro e ganhei as luvas. Meu primo tinha adquirido tanta vantagem no início que não se deu ao trabalho de ler mais até eu terminar o livro” (Gospel Standards, pp. 350–351).

Amostra da caligrafia de Heber J. Grant
SUA CALIGRAFIA PASSOU DE “RASTROS DE GALINHA” À MELHOR DE UTAH
“Certo dia, Heber estava jogando bolinhas de gude com outros meninos quando o escriturário do banco Wells Fargo and Company passou pelo outro lado da rua. Um de seus amigos comentou: ‘Aquele homem ganha 150 dólares por mês’. Heber calculou mentalmente que, tirando os domingos, aquele homem recebia 6 dólares por dia e ele, que cobrava cinco centavos por par de sapatos, teria que engraxar 120 pares para ganhar a mesma quantia. Naquele momento, resolveu que um dia ele seria escriturário no banco Wells Fargo. Naquela época, todos os registros e documentos bancários eram feitos à caneta e um dos requisitos para ser escriturário era ter boa letra. Aprender a escrever bem seria sua primeira iniciativa para ter acesso a esse emprego e ao cumprimento de sua meta; assim, pôs mãos à obra para tornar-se um exímio calígrafo.
No início, sua letra era tão feia que quando dois de seus amigos a olharam certa vez, um disse ao outro: ‘Parecem rastros de galinha.’ ‘Não’, respondeu o outro, ‘parece que um relâmpago atingiu uma caneta-tinteiro’. Isso feriu os brios de Heber que, esmurrando a escrivaninha, prometeu: ‘Um dia vou dar-lhes aulas de caligrafia.’ (...)
Aos quinze anos de idade, ganhou um emprego como escriturário e secretário de apólices no escritório de uma seguradora. Sobre isso, escreveu: ‘Eu tinha uma caligrafia muito boa, e isso era tudo o que era necessário para desempenhar satisfatoriamente a função que eu exercia na época. No entanto, eu não estava totalmente satisfeito, mas continuei a sonhar e a melhorar minha letra quando não estava ocupado. (...) Aprendi a escrever tão bem que passei a ganhar mais fora das horas de expediente escrevendo cartões, convites e mapas do que recebia como salário regular. Aos dezenove anos de idade, eu trabalhava como escriturário e secretário de apólices para Henry Wadsworth, o agente do banco Wells Fargo and Company. Minhas responsabilidades não me ocupavam em tempo integral, e eu não estava trabalhando para a empresa, mas para o agente pessoalmente. Eu exercia as mesmas atividades que desempenhara no banco do Sr. White e ofereci-me para arquivar cartas bancárias e outros documentos e cuidei de um conjunto de livros mercantis da firma Sandy Smelting, algo que o Sr. Wadsworth estava fazendo pessoalmente. Meu trabalho agradou tanto o Sr. Wadsworth que ele me contratou para fazer cobranças para o banco Wells Fargo and Company e pagou-me 20 dólares por mês para isso, além de meu salário regular de 75 dólares da seguradora. Assim, eu estava trabalhando para o Wells Fargo and Company e realizara um de meus maiores sonhos’” (Bryant S. Hinckley, Heber J. Grant: Highlights in the Life of a Great Leader [1951], pp. 39–42).
“Quando Heber, ainda na adolescência, estava tra- balhando como secretário de apólices no escritório de H. R. Mann e Co., recebeu a proposta de ganhar um salário três vezes maior para ir trabalhar em San Francisco como calígrafo. Posteriormente, tornou-se professor de caligrafia e escrituração na Universidade de Deseret. (Universidade de Utah) (...)
Numa das feiras territoriais nas quais ainda não competira, Heber viu trabalhos de quatro calígrafos profissionais. Comentou com o responsável pelo departamento de artes que ele conseguia escrever melhor do que todos eles quando tinha dezessete anos de idade. O homem riu e disse que ninguém além de um ousado agente de seguros faria um comentário assim. Heber pagou àquele homem a taxa de inscrição de três dólares para entrar na competição e foi buscar um exemplar de algo que escrevera antes dos dezessete anos de idade e o expôs com a observação: ‘Se os juízes forem capazes de reconhecer a boa caligrafia ao se depararem com ela, serei o ganhador.’ E ele foi para casa com o diploma de melhor caligrafia do território. Ele incentivava a arte da caligrafia entre os jovens de Sião e ofereceu muitos prêmios pelos melhores trabalhos” (Hinckley, Heber J. Grant, pp. 40–41).
ELE ESTAVA DETERMINADO A APRENDER A CANTAR

“Aprendi a cantar.”
Assim como o beisebol e a caligrafia, Heber J. Grant estava determinado a aprender a cantar, apesar das opiniões negativas das pessoas. Anos de prática trouxeram um sucesso moderado. Ele escreveu:
“Minha mãe tentou ensinar-me a cantar quando eu era pequeno, mas fracassou por causa de minha incapacidade de cantar sem desafinar.
Matriculei-me numa aula de canto do professor Charles J. Thomas aos dez anos de idade e ele tentou em vão ensinar-me a cantar a escala musical ou entoar uma simples melodia, mas acabou desistindo e perdendo as esperanças. Ele disse que eu jamais aprenderia a cantar nesta vida. Talvez ele achasse que eu pudesse dominar essa arte divina em outro mundo. Desde essa época, tentei inúmeras vezes cantar ao fazer um trajeto sozinho, mas nessas ocasiões nunca consegui entoar a melodia de um de nossos hinos conhecidos sem desafinar — mesmo numa única estrofe e, com freqüência, num único verso.
Quando eu estava com quase vinte e cinco anos de idade, o professor Sims informou-me que eu era capaz de cantar, mas acrescentou: ‘Eu gostaria de estar a pelo menos sessenta quilômetros de distância quando você o fizer.’ (...)
Numa viagem que fiz recentemente ao Arizona, perguntei aos Élderes Rudger Clawson e J. Golden Kimball se eles se opunham a minha intenção de cantar 100 hinos naquele dia. Eles acharam que eu estivesse brincando e garantiram que ficariam encantados. Saímos de Holbrook e nosso destino era St. Johns, um trecho de cerca de 100 quilômetros. Depois que entoei cerca de 40 cânticos, eles avisaram que se eu cantasse os 60 restantes, eles teriam uma crise de nervos. Nem dei aten- ção a suas súplicas, mas segui o acordo inicial e cantei os cem hinos previstos. Cento e quinze canções num único dia e quatrocentas em quatro dias é o máximo que já pratiquei.
Hoje [1900], minha surdez musical está desaparecendo e, ao sentar-me ao piano e tocar as notas principais, posso aprender uma música em menos de um décimo do tempo de que eu precisava assim que comecei a praticar” (Gospel Standards, pp. 351–352, 354).
ELE CASOU-SE COM LUCY STRINGHAM

Heber e Lucy Grant e família em seu décimo aniversário de casamento, 1887
“Quando sua carreira nos negócios estava encaminhada, Heber começou a voltar a atenção para metas profissionais a longo prazo, bem como outras metas íntimas e pessoais que lhe ocupavam a mente havia anos. Em suas reminiscências, ele conta-nos o seguinte sobre esse processo e o alcance de suas metas: ‘Quando jovem, eu prometera a mim mesmo que estaria casado antes dos vinte e um anos de idade caso conseguisse persuadir uma boa moça a desposar-me, a fim de começar a vida adulta como homem pleno. (...) Na mesma época em que fiz essa promessa, delineei um plano para minha vida até a idade de trinta e poucos anos e defini o que pretendia alcançar’” (Francis M. Gibbons, Heber J. Grant: Man of Steel, Prophet of God [1979], pp. 27–28).

Heber J. Grant foi chamado para ser presidente de estaca aos 23 anos de idade e apóstolo aos 25.
Heber estava determinado a atingir todas as metas que traçara para si mesmo. Concluiu que seu traquejo social deixava a desejar e propôs-se a melhorar. Dançar era-lhe difícil, mas acabou por tornar-se uma de suas atividades prediletas. Ele até ajudou a organizar bailes e usou essas oportunidades para procurar uma esposa. Ao sair com moças, interessou-se por Emily Wells, filha de Daniel H. Wells, um eminente líder da Igreja. Eles tinham muito em comum e tudo indicava que iriam casar-se. Descobriram, porém, que discordavam sobre o casamento plural. Heber vinha de uma família que praticara esse princípio e ficou surpreso com alguns comentários sarcásticos que Emily fez a respeito. Ele consultou o Senhor em oração para saber se deveria continuar o relacionamento com Emily e ficou aturdido com a resposta negativa que recebeu de modo tão forte. Ele verteu lágrimas amargas, pois a admirava muito. Contudo, pouco depois suas atenções voltaram-se para Lucy Stringham (ver Gibbons, Heber J. Grant, pp. 29–31).
“As primeiras tentativas de Heber para se aproximar de Lucy não foram recebidas com entusiasmo. Ele começou caminhando com ela para casa depois das reuniões da Igreja de domingo à noite; na época, era uma forma comum de fazer a corte. Contudo, era de praxe que a jovem convidasse seu acompanhante para entrar e sentar-se na sala de estar com sua família, onde poderiam conversar com seriedade ou mesmo flertar e talvez tomar um lanche — tudo sob a supervisão cuidadosa dos pais da moça. Domingo após domingo, contudo, em vez de receber o convite tão esperado para entrar na casa dos Stringham, Heber ouvia apenas um ‘boa noite’ um tanto indiferente e mesmo frio no portão. O fato de não desistir diante desse tratamento desanima- dor é outra evidência da perseverança de Heber J. Grant, algo que lhe era tão peculiar.
O momento-chave para a transição nesse relacionamento distante deu-se certa noite de domingo quando Rodney C. Badger passou em frente ao portão da família Stringham no instante em que Heber ouvia o habitual ‘boa noite’ de Lucy. Esses dois amigos passaram a andar na mesma direção e Heber, em vez de tomar o rumo sul para sua casa, disse a Rodney: ‘Vou até o quarteirão dos Wells para conversar com algumas das meninas de lá.’

Heber J. Grant e sua família, 1892
Chocado com o que interpretou como infidelidade da parte de Heber, Rodney repreendeu-o por deixar uma jovem e em seguida buscar outra companhia feminina. Rodney deu-se por satisfeito quando Heber explicou a frieza de Lucy para com ele.
Ou Rodney levou Lucy a refletir ou o mero acaso interveio na situação, pois no domingo seguinte Heber recebeu o convite para entrar na casa dos Stringham, onde se tornou presença constante até o dia de seu casamento com Lucy alguns meses depois. Heber soube depois que a relutância de Lucy no início não se devia à ausência de sentimentos pelo grande homem que ela viria a desposar, mas à falsa impressão de ser apenas uma substituta temporária de Emily Wells.
Uma vez desfeito o mal-entendido e quando Lucy percebeu que Heber tinha em vista o casamento, o namoro não tardou a tomar o rumo de seu destino inevitável. Eles casaram-se no Templo de St. George em 1o de novembro de 1877, três semanas antes do aniversário de vinte e um anos de Heber” (Gibbons, Heber J. Grant, pp. 32–33).
Posteriormente, em 1884, com a total aprovação de Lucy, Heber casou-se com Hulda Augusta Winters e Emily Wells.
ELE ACRESCENTOU A FÉ EM DEUS A SUA DETERMINAÇÃO E VENCEU SUAS FRAQUEZAS
O Presidente Heber J. Grant contou a seguinte experiência sobre sua vida
“Antes dos vinte e quatro anos de idade, torneime presidente da Estaca Tooele de Sião. Anunciei num discurso que durou sete minutos e meio que não pediria a homem nenhum em Tooele que fosse um dizimista mais honesto do que eu; que eu não pediria que ninguém sacrificasse mais seus bens para fazer ofertas do que eu estava disposto a sacrificar; não pediria que ninguém vivesse a Palavra de Sabedoria melhor do que eu. E prometi que daria o melhor de mim em benefício do povo daquela estaca de Sião.
Naquela noite, ouvi pelas minhas costas um homem dizer com certo desdém: ‘Que pena que as Autoridades Gerais tenham enviado para presidir-nos (...) um homem que não tem bom senso o bastante para discursar pelo menos dez minutos; e que tenham mandado um menino para liderar-nos.’
Quando ouvi isso, lembro-me de pensar: ‘Esse menino é o único que teria o direito de reclamar’. (...) Contudo, não consegui nos três ou quatro domingos seguintes falar mais tempo do que na primeira vez. Eu ficava sem idéias depois de cinco, seis ou seis minutos e meio.
À mesa do almoço, depois de um breve discurso que durara sete minutos e meio, o Presidente Smith disse: ‘Heber, você afirmou crer no evangelho de todo o coração e estar decidido a vivê-lo, mas não prestou testemunho de que sabe que é verdade. Você não sabe com certeza absoluta que este evangelho é verdadeiro?’
Respondi: ‘Não.’
‘O quê? Você, um presidente de estaca?’, exclamou o Presidente Joseph F. Smith.
‘É o que eu disse.’
‘Presidente [John] Taylor, proponho que desfaçamos esta tarde o que fizemos hoje de manhã. Acho que nenhum homem que não tenha um conhecimento perfeito e inaba- lável da divindade desta obra deve presidir uma estaca.’
Respondi: ‘Não vou reclamar.’

Heber J. Grant
O Irmão Taylor tinha o hábito, quando algo o agradava muito, de rir e sacudir o corpo inteiro. Ele disse: ‘Joseph, Joseph, Joseph, ele sabe tão bem quanto você. O único problema é que ele não sabe que sabe. Em pouco tempo saberá. Ele nunca mede esforços. Não precisa preocupar-se.’
Pouco tempo depois, fui à pequena Cidade de Vernon no condado de Tooele. Levei dois outros irmãos comigo para pregar e levantei-me para dizer algumas palavras, mas acabei discursando durante quarenta e cinco minutos com perfeita desenvoltura sob a inspiração do Senhor. Naquela noite, derramei lágrimas de gratidão ao Senhor pelo testemunho inquebrantável, perfeito e absoluto que recebi em minha vida da divindade desta obra.
No domingo seguinte, depois de falar em Vernon, estive em Grantsville. Eu disse ao Senhor que gostaria de discursar por quarenta e cinco minutos. Levantei-me para falar e fiquei sem idéias depois de cinco minutos, e estava suando frio.
Depois da reunião, fui andar e, depois de passar em frente da última casa na parte leste de Grantsville, a quase cinco quilômetros de onde estava antes, ajoelheime atrás de um monte de feno e mais uma vez chorei. Contudo, agora eram lágrimas de humilhação. Prometi a Deus naquela ocasião que nunca mais na vida eu me apresentaria a uma congregação com o sentimento de que tudo o que necessitava fazer era levantar-me e falar, mas que me ergueria em todas as circunstâncias com o desejo de dizer algo que fosse beneficiar os ouvintes, e não com um espírito de orgulho, como fora o caso naquele dia em Grantsville. E nunca deixei desde aquele dia até hoje — cerca de cinqüenta anos depois — de ter no coração o desejo de dizer ou ler apenas o que for para o benefício duradouro de meus ouvintes” (Gospel Standards, pp. 191–193).
ELE ESTAVA DISPOSTO A FAZER SACRIFÍCIOS
Heber J. Grant sempre procurou seguir os conselhos dos servos do Senhor: “Desde o dia em que me tornei presidente da Estaca Tooele de Sião, aos vinte e quatro anos de idade, nunca houve um dia em que não desejei conhecer a vontade do Presidente da Igreja e dos demais líderes da Igreja para minha vida ou que não quis fazer o que eles esperavam de mim, a despeito de minhas preferências pessoais. De certa forma, sacrifiquei meus próprios projetos financeiros, entre os quais a proposta de um querido amigo [o Coronel A. G. Hawes]: um emprego de 40.000 dólares por ano, quando eu recebia da Igreja apenas um estipêndio de 3.600 dólares em ordens do escritório do dízimo” (Gospel Standards, pp. 200–201).

Em 1901, o Élder Grant foi chamado para servir como presidente de missão no Japão.
SUA FÉ EM DEUS DAVA-LHE CONFIANÇA
Heber J. Grant acreditava que o Senhor nos abençoa de muitas formas ao cumprirmos nossos deveres:
“Recordo que, quando jovem, eu tinha 50 dólares no bolso que desejava depositar no banco em certa ocasião. Quando fui à reunião de jejum na manhã de quinta-feira — a reunião de jejum realizavase nas quinta-feiras em vez de nos domingos — e o bispo fez um pedido especial de doações, dei-lhe 50 dólares. Ele tirou 5 dólares, colocou na gaveta e devolveu-me 45, dizendo que eu já fizera uma contribuição plena.
Protestei: ‘Bispo Woolley, com que direito você me priva de incluir o Senhor em minha dívida? Não pregou hoje que o Senhor recompensa os fiéis quadruplicando as bênçãos? Minha mãe é viúva e precisa de 200 dólares.’
Ele perguntou: ‘Meu rapaz, acredita que se eu aceitar os 45 dólares restantes você ganhará os 200 dólares mais rapidamente?’
Respondi: ‘Certamente.’
Então ele aceitou a oferta.

O Élder Grant (no centro) no Japão, 1902
Ao andar da reunião de jejum a meu local de trabalho, uma idéia veio-me à mente. Enviei um telegrama a um homem oferecendo-lhe determinadas apólices. Perguntei-lhe se, dentro de quarenta e oito horas, estaria interessado em comprá-las por certo valor e se me permitiria emitir a ordem de pagamento pelo banco Wells Fargo. Era alguém que eu nem conhecia pessoalmente; nunca conversara com ele na vida, apenas o vira uma ou duas vezes nas ruas de Salt Lake City.
Ele mandou-me um telegrama informando que queria o maior número de apólices possível. Meu lucro na transação foi de 218,50 dólares.
No dia seguinte, fui até o bispo e anunciei: ‘Bispo, ganhei 218,50 dólares depois de fazer uma oferta de 50 dólares, assim devo 21,85 dólares de dízimo. Vou ter que achar a diferença entre 21,85 e 18,50. No final das contas, o Senhor não me deu o dízimo além do lucro quadruplicado’.
Alguém poderá dizer que isso teria acontecido de qualquer forma. Não concordo. Acho que aquela idéia não me teria vindo ao espírito e eu não teria enviado o telegrama.
(…) Creio firmemente que o Senhor abre as janelas do céu quando cumprimos nossos deveres financeiros e derrama bênçãos espirituais que são de valor muito maior do que os bens materiais. Contudo, concedenos também bênçãos de natureza temporal” (citado em Hinckley, Heber J. Grant, pp. 98—100).
ELE SOFREU COM A MORTE DE ENTES QUERIDOS
Heber J. Grant era um pai e marido amoroso e atencioso. Tratava suas esposas e filhas como rainhas e princesas. Sua cortesia, generosidade e justiça eram uma fonte constante de alegria para elas. Contudo, a doença e a morte em sua família foram algumas de suas maiores provações. Ele perdeu seus únicos dois filhos homens — um ainda bebê e o outro também na infância. Sua tristeza foi profunda, pois desejava muito um filho. Duas de suas três esposas também sofreram morte prematura — uma três anos após a proclamação do Manifesto e a segunda alguns anos depois. Por maior que tenha sido sua dor, esses acontecimentos trouxeram experiências espirituais gratificantes que reafirmaram a vontade e o amor de Deus no que diz respeito à perda de entes queridos.
ELE TINHA A REPUTAÇÃO DE HONESTO

Heber J. Grant num encontro internacional de escoteiros
Heber J. Grant recusou uma vaga na Academia Naval e dedicou-se à atividade comercial — e fê-lo com vigor em momentos bons e ruins, em meio a sucessos e reveses. Trabalhou com tanta coragem e respeitabilidade que nem mesmo sua pouca idade constituiu obstáculo. Os grandes homens de negócios de Wall Street, de Chicago e do oeste do país logo perceberam que Heber J. Grant nunca desonraria seus compromissos.
Quando se tornou Presidente da Igreja, Heber já contava com muitos amigos no mundo, cuja admiração pela capacidade e integridade dele era tão grande que simplesmente concluíram que nada em que ele estivesse envolvido poderia apresentar o menor grau de desonestidade ou um caráter duvidoso. Ele relatou uma experiência: “Recebi de um não-membro da Igreja uma carta quando, ainda jovem, fui chamado para o apostolado. (…) Era de um homem proeminente no mundo dos negócios, gerente de uma grande empresa. (…) Ele disse: ‘Nunca tive um conceito muito elevado dos líderes do povo mórmon; de fato, eu achava que se tratava de um grupo hábil, sagaz e astuto que enriquecia com os dízimos que acumulavam de um contingente de pessoas religiosas ignorantes, supersticiosas e fanáticas. Mas agora que você é um dos quinze homens à frente da Igreja Mórmon, apresento minhas desculpas aos outros quatorze. Sei que se houvesse qualquer coisa de errado na administração da Igreja Mórmon, você não teria o menor envolvimento com ela’” (Gospel Standards, p. 70).
Ele tirou proveito de cada oportunidade para usar suas amizades em benefício da Igreja. Era muito requisitado como orador e recebeu honras de não-membros importantes — tanto grupos como indivíduos. O tema de suas palestras era sempre o mesmo: a história de sua Igreja, seu povo e seus princípios. Sempre era aplaudido de pé.
ELE FOI CHAMADO AO QUÓRUM DOS DOZE APÓSTOLOS

Manuscrito da revelação recebida pelo Presidente John Taylor que chamava Heber J. Grant ao apostolado e fotografia do Élder Grant durante seus primeiros anos como apóstolo.
O Presidente John Taylor chamou Heber J. Grant para o Quórum dos Doze Apóstolos um mês antes do aniversário de vinte e seis anos do Élder Grant. Antes desse chamado, teve vários cargos na Igreja, incluindo secretário geral da Associação de Melhoramentos Mútuos dos Rapazes aos vinte e três anos e presidente da Estaca Tooele. Pode-se dizer que Heber J. Grant foi um elo importante na transição da Igreja entre um velho mundo de críticas e mal-entendidos e uma nova era de relativo respeito, admiração e amizade genuínos.
Heber J. Grant conheceu todos os homens que exerceram a presidência da Igreja do Presidente Brigham Young até o Presidente Gordon B. Hinckley. Entre as Autoridades Gerais chamadas por ele estão o Presidente Harold B. Lee, o Presidente Spencer W. Kimball e o Presidente Ezra Taft Benson.
Heber sentiu-se inadequado quando foi chamado ao apostolado e buscou a confirmação do Senhor. Certa vez, ao viajar com um grupo, teve a oportunidade de passar algum tempo sozinho e refletir sobre seu chamado. Posteriormente, descreveu essa experiência:

Heber J. Grant
“Ao viajar para ir ao encontro das Autoridades Gerais (…), tive a impressão de ver e ouvir o que para mim é uma das coisas mais reais de toda a minha vida. Tive a sensação de ouvir as palavras proferidas por eles. Ouvi a conversa com grande interesse. A Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos não tinham chegado a um acordo sobre dois homens que preencheriam vagas no Quórum dos Doze. Uma das posições estava vaga havia dois anos e duas outras havia um ano, e as conferências tinham-se passado sem que fossem chamados novos apóstolos. Nesse conselho, o Salvador estava presente, bem como meu pai e o Profeta Joseph Smith. Eles disseram que fora um erro não preencher essas duas vagas e que era bem provável que o Quórum só estivesse completo seis meses depois. Eles falaram sobre quem desejavam que ocupasse essas posições e decidiram que a maneira de remediar o erro de não preencher essas vagas era enviar uma revelação. Foi-me manifestado que o Profeta Joseph Smith e meu pai mencionaram meu nome e pediram que eu fosse chamado para o apostolado. Nesse momento, chorei de alegria. Foi-me revelado que eu nada fizera para merecer aquele grande cargo, exceto levar uma vida pura e agradável aos olhos do Senhor. Foi-me manifestado que, devido ao fato de meu pai ter praticamente sacrificado sua vida no que ficou conhecido como grande reforma do povo nos primórdios da Restauração e ter sido quase um mártir, o Profeta Joseph e meu pai desejavam que eu desempenhasse aquela posição. Foi por causa de seu trabalho fiel que fui chamado, e não em virtude de qualquer coisa que eu mesmo tivesse feito ou qualquer ato grandioso por mim realizado. Foi-me dito que era tudo que esses homens, o Profeta e meu pai podiam fazer por mim. A partir daquele dia, dependia apenas de mim tornar minha vida um sucesso ou um fracasso” (Gospel Standards, pp. 195–196).
ELE PRESIDIU MISSÕES NO JAPÃO E NA INGLATERRA

Heber J. Grant e sua família quando ele presidiu a Missão Européia em 1905.
Ao ensinar sobre momentos em que o Senhor o abençoou ao orar para servir em determinadas posições, Heber J. Grant disse aos jovens da Igreja:
“Quando eu estava no Japão, sentindo não estar fazendo nada de aproveitável, fui a um bosque, ajoelheime e disse ao Senhor que assim que Ele desse por encerrada minha estada lá, onde eu não estava alcançando nenhum resultado, eu ficaria muito feliz e grato se Ele me chamasse de volta para casa e me enviasse à Europa a fim de presidir as missões de lá. Alguns dias depois, recebi uma mensagem: ‘Volte para casa no primeiro navio.’ E assim o fiz.
O Irmão Joseph F. Smith disse-me: ‘Heber, percebo que você não teve sucesso no Japão. Mandamos você para lá para passar três anos e desejo que passe outro ano na Inglaterra, caso esteja disposto.’
Respondi: ‘Estou perfeitamente disposto.’
Não muito tempo depois, fui vê-lo para despedirme e disse: ‘Vou vê-lo daqui a pouco mais de um ano.’
Ele retorquiu: ‘Ah não, decidi que vai ser um ano e meio.’
Eu disse: ‘Tudo bem, multiplique por dois e não me queixarei.’ E ele o fez.
Quero dizer aos jovens que, de todos os meus chamados, foi no campo missionário que me aproximei mais do Senhor, alcancei melhores resultados e senti maior felicidade — mais do que todo o tempo antes e depois. O homem existe para que tenha alegria, e a alegria que senti no campo missionário foi superior a qualquer outra que vivenciei em outras circunstâncias. Assumam no coração, jovens irmãos, o compromisso de prepararem-se para saírem pelo mundo e trabalharem de modo que, ao ajoelharemse, estejam mais perto de Deus do que em qualquer outro tipo de trabalho” (Gospel Standards, pp. 245–246).
ELE CONQUISTOU O RESPEITO DE LÍDERES DO MUNDO DE NEGÓCIOS
“Quando jovem, Heber J. Grant agiu com audácia e desempenhou um papel fundamental na história econômica de seu povo. Foi um dos maiores pioneiros na indústria, atrás apenas de Brigham Young. Ser pioneiro nesse ramo exige muitas das mesmas qualidades e força necessárias na exploração de novos territórios: fé, visão, imaginação, paciência e fortaleza, tudo apoiado por uma determinação que desconhece o fracasso. Heber J. Grant possuía todas essas virtudes.

Um de seus passatempos preferidos
Heber M. Wells, um amigo de infância, disse a respeito dele: ‘Ele contribuiu mais para estabelecer e desenvolver a causa de indústrias bem-sucedidas na região das Montanhas Rochosas do que qualquer outro homem de sua época. Seu crédito pessoal, sua integridade inquestionável e sua incrível habilidade de vendedor trouxeram capital que muito ajudou a Igreja, a comunidade e as empresas particulares. Em momentos de crise e de abundância, Heber J. Grant angariou alguns dólares ou milhões quando outros homens não haviam conseguido nada. Tudo isso foi possível principalmente devido a seu prestígio pessoal e poder de persuasão. Ele nunca se negou a pagar ou foi incapaz de pagar um único dólar de obrigações que tenha assumido direta ou indiretamente, legal ou moralmente. E o resultado disso é que hoje, como durante as muitas décadas desde sua juventude, ele pode entrar em escritórios de executivos e diretores de grandes instituições financeiras nos Estados Unidos e ser cumprimentado afetuosamente por homens que se orgulham de tê-lo como amigo e líder no ramo financeiro’” (Hinckley, Heber J. Grant, pp. 51–52).

Numa viagem pelo Havaí, por volta de 1935. Heber J. Grant é o segundo à esquerda na fileira da frente.
ELE CONHECIA A AGONIA DO ENDIVIDAMENTO
Lucy, filha de Heber J. Grant, disse: “Mesmo durante os anos difíceis que se seguiram à crise financeira de 1893, quando era penoso ganhar a mais ínfima quantia, meu pai ajudava as pessoas com sérios problemas. Ele conhecia as circunstâncias delicadas das viúvas, a precariedade dos pobres, a amargura e servidão das dívidas. Ao longo de todas as horas difíceis de sua vida, havia uma fé resplandecente e segura em Deus e Suas promessas que o sustinha. Sei que naqueles anos o horror das obrigações financeiras estava marcado na alma daqueles que tinham idade suficiente para vê-lo empenharse para mostrar que as dívidas são como um enorme dragão que suga impiedosamente o sangue de suas vítimas. Não é de admirar que ele sempre exortasse o povo a não se endividar. Alguém cujas experiências tenham sido semelhantes às dele reconhece o nobre valor da honra ao estar à beira da falência e a importância de uma boa reputação ao se ver prestes a cair na lama” (citado por Hinckley, Heber J. Grant, p. 206).
ELE ERA HONRADO E SALDAVA TODAS AS SUAS DÍVIDAS

Perto da extremidade norte do Grand Canyon
O Presidente Heber J. Grant ensinou o seguinte sobre honrar nossas obrigações para com o Senhor e os homens:
“Alguns amigos suplicaram que eu decretasse falência, alegando que eu nunca viveria o bastante para saldar minhas dívidas.
Se algum homem vivo tiver o direito de dizer: ‘Abstenham-se de dívidas’, esse alguém é Heber J. Grant. Sou grato ao Senhor por ter conseguido saldar todas as minhas dívidas e fazê-lo sem pedir um único dólar de abatimento a qualquer pessoa.
Não creio que teria conseguido quitar minhas dívidas se eu não houvesse sido absolutamente honesto com o Senhor. Quando eu ganhava qualquer quantia, a primeira dívida que eu saldava era para com o Senhor. E não tenho a menor dúvida de que se os santos dos últimos dias como povo seguissem os conselhos do profeta do Senhor e fossem dizimistas integrais, não estariam na situação em que se encontram hoje” (Gospel Standards, p. 59).

Em visita à Holanda, 12 de agosto de 1937
DOUTRINA E CONVÊNIOS 121 FOI UM DOS GUIAS DE SUA VIDA
O Élder Heber J. Grant, na época membro do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “Ao dirigir-me aos santos dos últimos dias, não há revelação que eu tenha citado com mais freqüência do que a contida na Seção 121 (...): ‘Nenhum poder ou influência pode ou deve ser mantido em virtude do sacerdócio, a não ser com persuasão, com longanimidade, com brandura e mansidão e com amor não fingido.’ Não há perigos com um sacerdócio desse tipo: marcado pela brandura, mansidão e amor não fingido. Contudo, quando exercemos o poder do sacerdócio (...) para ‘satisfazer nosso orgulho, nossa vã ambição ou exercer controle ou domínio ou coação sobre a alma dos filhos dos homens, em qualquer grau de iniqüidade, eis que os céus se afastam; o Espírito do Senhor se magoa e, quando se afasta, amém para o sacerdócio ou a autoridade desse homem’. Essas são as palavras de Deus” (Conference Report, abril de 1902, p. 80).
SUA DEFINIÇÃO DE SUCESSO ERA SIMPLES E PRÁTICA

Com o industrial do ramo automotor Henry Ford
O Élder Grant ensinou o seguinte sobre o verdadeiro sucesso: “Não é bem-sucedido aquele que meramente consegue fazer fortuna, mas para isso enfraquece o afeto natural de seu coração e afugenta assim o amor das pessoas a sua volta. Bem-sucedido é aquele que vive de modo que as pessoas que o conhecem mais de perto são as que o amam mais profundamente e se conduz de maneira a ser amado por Deus, que conhece não só seus atos, mas também os sentimentos mais íntimos de seu coração. Somente desse tipo de homem — mesmo que morra na pobreza — pode-se dizer verdadeiramente que foi coroado de êxito” (Conference Report, outubro de 1911, p. 24).
UM DOS SEGREDOS DO SUCESSO É O SERVIÇO
O Presidente Heber J. Grant escreveu: “Estou convertido ao princípio de que a maneira de alcançar paz e felicidade na vida é servir. O serviço é a verdadeira chave, a meu ver, da felicidade, pois quando realizamos obras como o trabalho missionário, ao longo do restante da vida poderemos olhar para trás e nos regozijar com o que alcançamos. Quando praticamos qualquer ato de bondade, isso traz prazer e alegria a nosso coração, ao passo que as diversões comuns são logo esquecidas. Não podemos olhar para trás anos depois e sentir profunda satisfação por termos passado uma noite às gargalhadas” (Gospel Standards, p. 187).

O Presidente Grant foi escolhido para falar durante a primeira transmissão da emissora de rádio KZN em Salt Lake City no dia 6 de maio de 1922.
ELE TINHA UM TESTEMUNHO DO PROFETA JOSEPH SMITH
O Presidente Grant disse: “Conheço centenas de pessoas que me disseram: ‘Se não fosse por Joseph Smith, eu aceitaria sua religião.’ Qualquer homem que não acreditar em Joseph Smith como profeta do Deus vivo e verdadeiro não tem o direito de estar nesta Igreja. A revelação a Joseph Smith constitui a pedra fundamental. Se Joseph Smith não viu Deus e Jesus Cristo, toda a Igreja Mórmon é um fracasso e uma fraude; não vale nada na Terra. Contudo, Deus de fato apareceu a Joseph e apresentou Seu Filho; Deus realmente inspirou esse homem a organizar a Igreja de Jesus Cristo, e toda a oposição do mundo não é capaz de resistir à verdade. Ela está florescendo; está crescendo e progredirá ainda mais” (Gospel Standards, p. 15).
O PLANO DE BEM-ESTAR FOI ESTABELECIDO COM BASE EM PRINCÍPIOS REVELADOS

O Presidente Heber J. Grant
O programa de bemestar da Igreja foi criado com base em leis divinas, imutáveis, morais e econômicas. O Presidente Heber J. Grant explicou: “Nosso objetivo principal foi instituir, à medida do possível, um sistema no qual a praga da indolência fosse eliminada, os males da esmola fossem abolidos e a independência, industriosidade, frugalidade e auto-respeito fossem novamente estabelecidos no seio de nosso povo. O propósito da Igreja é ajudar as pessoas a ajudarem a si mesmas. O trabalho deve voltar a ser entronizado como princípio governante da vida dos membros da Igreja” (Conference Report, outubro de 1936, p. 3).
O PLANO DE BEM-ESTAR DA IGREJA FOI CONCEDIDO POR INSPIRAÇÃO
O Élder Harold B. Lee, pouco depois de ser chamado para o Quórum dos Doze Apóstolos, prestou testemunho do plano de bem-estar: “Nos últimos cinco anos — gloriosos e exaustivos — trabalhei, sob a designação da Primeira Presidência, com um grupo de homens para desenvolver e implementar o que hoje conhecemos como Plano de Bem-Estar da Igreja. Ao terminar meu discurso, sinto que devo prestar-lhes meu testemunho dessa obra. No dia 20 de abril de 1935, fui chamado ao escritório da Primeira Presidência. Foi um ano antes de ser feito o anúncio oficial do Plano de Bem-Estar neste Tabernáculo. Lá, depois de uma sessão que durou metade do dia, à qual estavam presentes o Presidente Grant e o Presidente McKay — o Presidente Clark estava no leste do país, mas eles tinham-se comunicado com ele, de sorte que todos os membros da presidência estavam de acordo — fiquei surpreso ao saber que durante anos eles vinham desenvolvendo, como resultado de suas reflexões, planejamento e inspiração do Deus Todo-Poderoso, a estrutura do plano que está sendo implementado. Antes de ser posto em prática, era preciso que a fé dos santos dos últimos dias, segundo a avaliação das Autoridades Gerais, fosse tal que os levasse a seguir os conselhos dos homens que lideram e presidem a Igreja” (Conference Report, abril de 1941, pp. 120–121).

O Presidente Heber J. Grant e esposa, 1942
ELE ENSINOU SOBRE O BEM-ESTAR E A PALAVRA DE SABEDORIA
O Presidente Heber J. Grant considerava a Palavra de Sabedoria um importante princípio de bem-estar. De fato, ele mencionava-a como princípio de bem-estar quase com a mesma freqüência que o pagamento do dízimo e a abstenção de dívidas. A Palavra de Sabedoria pode ser vista como princípio de bem-estar porque o bem-estar consiste em cuidar de si mesmo e poupar os recursos de hoje para usá-los no futuro.
O Presidente Grant ensinou: “Gostaria de dizer que se nós, como povo, nunca ingeríssemos uma gota de chá, café, bebida alcoólica nem fumássemos, nós nos tornaríamos um dos povos mais abastados do mundo. Por quê? Porque teríamos maior vigor físico e mental, cresceríamos espiritualmente e desfrutaríamos uma comunicação mais direta com Deus, nosso Pai Celestial” (Gospel Standards, p. 50).

Heber J. Grant com a esposa e nove filhas
Ele mencionou também as grandes somas de dinheiro desperdiçadas devido ao tratamento de doenças diretamente causadas por substâncias prejudiciais, a perda do emprego, a baixa produtividade devido a ressacas e pausas para fumar e tomar café e os acidentes nas estradas e na indústria provocados por pessoas embriagadas.
O PAGAMENTO DO DÍZIMO E DAS OFERTAS AJUDA-NOS A VENCER O EGOÍSMO

A Primeira Presidência: Anthony W. Ivins, Heber J. Grant e Charles W. Nibley
O Presidente Heber J. Grant ensinou: “Alguns acham muito difícil obedecer à lei do dízimo. Quanto maior for a dificuldade de uma pessoa para cumprir as exigências do Senhor no pagamento do dízimo, maiores serão os benefícios quando ela finalmente o fizer. O Senhor ama quem faz ofertas generosas. Nenhuma pessoa deste mundo pode ajudar os pobres, contribuir para a construção de capelas e templos, escolas e universidades, usar seus recursos para enviar seus filhos para proclamar este evangelho sem remover de sua alma o egoísmo, por mais egoísta que ela tenha sido inicialmente. Essa é uma das melhores coisas do mundo para um ser humano: chegar ao ponto de curar o egoísmo de sua natureza. Quando esse sentimento é extirpado de suas disposições, as pessoas sentem-se felizes e ficam ansiosas e ávidas pela oportunidade de fazer o bem com os meios que o Senhor lhes concedeu, em vez de tentar tirar o máximo proveito para si mesmas” (Gospel Standards, p. 62).
A LEI DO JEJUM É O ALICERCE ESPIRITUAL DO PLANO DE BEM-ESTAR
O Presidente Heber J. Grant ensinou o seguinte sobre as bênçãos do jejum:
“Prometo-lhes neste dia que se os santos dos últimos dias, como povo, observarem a partir de hoje honesta e conscienciosamente o jejum mensal e derem ao bispo a quantia real que gastariam com alimentos nas duas refeições [consecutivas] de que se abstiverem e se pagarem também um dízimo honesto, isso resolverá todos os problemas relacionados ao bem-estar dos santos dos últimos dias. Assim teremos o dinheiro necessário para cuidar de todos os desempregados e pobres.
Todo santo dos últimos dias que jejuar durante duas refeições uma vez por mês se beneficiará espiritualmente e fortalecerá sua fé no evangelho do Senhor Jesus Cristo — bênçãos espirituais maravilhosas — e os bispos terão recursos suficientes para cuidar de todos os necessitados” (Gospel Standards, p. 123).
O DÍZIMO É A LEI DO SENHOR PARA O SUCESSO FINANCEIRO

Na dedicação do Templo de Alberta Canadá, agosto de 1923; o primeiro templo a ser construído fora dos Estados Unidos. O Presidente Grant dedicou também osTemplos de Laie Havaí e Mesa Arizona.

O Presidente Heber J. Grant sempre ressaltava a importância de pagar um dízimo honesto. Em 1898, quando era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, testificou: “Há quem diga: ‘Devo a meu vizinho e preciso saldar meu débito com ele antes de pagar o dízimo.’ Bem, sei que devo muito a meus vizinhos, e eles tentam receber o que lhes é de direito. Mas devo a Deus um dízimo honesto e pretendo pagar-Lhe primeiro e a meus vizinhos depois. Temos a obrigação de ajustar nossas contas primeiramente com o Senhor, e pretendo fazê-lo, com a ajuda de meu Pai Celestial. E desejo dizer-lhes que, caso sejam honestos para com o Senhor e paguem seu dízimo e guardem Seus mandamentos, Ele não só vai abençoá-los com luz e inspiração de Seu Santo Espírito, mas financeiramente também; vocês conseguirão saldar suas dívidas, e o Senhor lhes concederá bênçãos materiais em grande abundância” (Conference Report, abril de 1898, p. 16).
Em 1925, ele ensinou: “A lei da prosperidade financeira para os santos dos últimos dias, sob convênio com Deus, é serem dizimistas honestos e não roubarem o Senhor nos dízimos e ofertas. Aqueles que observam a lei do dízimo alcançam prosperidade. Quando digo prosperidade não penso apenas em termos monetários, embora em geral os santos mais fiéis no dízimo sejam os mais bemsucedidos financeiramente; mas o que considero a verdadeira prosperidade, a coisa que entre todas as outras é de maior valor para todos os homens e mulheres, é o crescimento no conhecimento sobre Deus, no testemunho e na capacidade de viver o evangelho e inspirar nossa família a fazer o mesmo. Essa é a verdadeira prosperidade” (Conference Report, abril de 1925, p. 10).
NÃO CONTRAIR DÍVIDAS É UM PRINCÍPIO DE BEM-ESTAR
O Presidente Heber J. Grant deu os seguintes conselhos sobre as dívidas: “Se as pessoas fizessem suas compras à vista, não tivessem que pagar juros e adquirissem apenas o que podem comprar, a maioria delas estaria em circunstâncias razoavelmente confortáveis. (...) Boa parte de nossos sofrimentos é decorrente das dívidas. Muitas vezes, empenhamos nosso futuro sem levar em conta os imprevistos que podem surgir: doenças, cirurgias e outros contratempos” (Gospel Standards, p. 112).
AS PESSOAS MAIS PRÓXIMAS SABIAM QUE ELE ERA UM HOMEM GENEROSO

O Presidente Heber J. Grant com o Élder David O. McKay
Num discurso proferido no funeral do Presidente Heber J. Grant, o Presidente David O. McKay disse: “O Presidente Grant gostava de ganhar dinheiro, mas adorava usá-lo em benefício alheio. Em diversas ocasiões, com muito tato, mas se preciso com mais pulso, mas sempre sem alarde, ele protegeu o bom nome das pessoas a sua volta, pagou a hipoteca da casa de viúvas, arcou com as despesas de missionários, ofereceu trabalho a desempregados e prestou auxílio e socorro sempre que necessário. Jamais houve homem com a mente mais ávida para abençoar, o coração mais terno e as mãos mais generosas do que o Presidente Grant. Assim, ao ‘andar fazendo o bem’, ele ‘alimentou a chama do amor humano e elevou os padrões de virtude da humanidade’” (Improvement Era, junho de 1945, p. 361).
Joseph Anderson, o secretário do Presidente Grant, escreveu: “Ninguém jamais saberá quantas hipotecas de viúvas ele pagou do próprio bolso. Com freqüência ele consultava seu saldo no banco. Ele não tinha nenhum interesse especial na acumulação de dinheiro; tudo o que lhe interessava era o bem que poderia fazer com ele” (Prophets I Have Known [1973], p. 30).
ELE FEZ CONTRIBUIÇÕES DE SERVIÇO E AMOR

No Bosque Sagrado, 22 de setembro de 1923
Heber J. Grant teve inúmeras designações na Igreja, incluindo um envolvimento com a Associação de Melhoramentos Mútuos ao longo de toda a vida. Nessa organização, desempenhou muitas posições de liderança e ajudou a criar a revista Improvement Era, servindo como editor e colaborador desde o início. Ele sempre achava tempo e meios de freqüentar o templo quando estava perto de um deles e em geral ia acompanhado de familiares. Como Presidente da Igreja, dedicou três novos templos. “O Presidente Grant defendia e apoiava de modo muito prático a obra vicária. Embora não abordasse esse assunto com freqüência em seus discursos, os registros mostram que ele fez mais por seus parentes falecidos do que qualquer outro homem. Isso era típico dele; era assim que agia” (Hinckley, Heber J. Grant, p. 125).
Além de tudo isso, havia ainda os milhares de livros que ele enviou com mensagens com sua letra incomparável a membros e não-membros, as inúmeras horas que passou reativando irmãos menos ativos, a hipoteca de viúvas que ele pagou e outros atos filantrópicos.
ELE MORREU EM SALT LAKE CITY

O Presidente Heber J. Grant tinha 1,86 m de altura. Foi o primeiro presidente da Igreja a nascer no Oeste.
“No fim da tarde de 14 de maio de 1945, o Presidente Heber J. Grant faleceu em paz em sua residência em Salt Lake City. Nos cinco anos anteriores, sua saúde estava debilitada, mas ele nunca perdeu a coragem e a determinação para seguir em frente e cumprir seus deveres. Todos os dias, até pouco antes de sua morte, ele podia ser visto em seu escritório desempenhando suas obrigações tanto quanto o médico lhe permitia. Sua vida fora marcada pela intensa atividade. Quando jovem, tinha uma aparência frágil e até foi recusado por um plano de saúde devido a suas condições físicas. No entanto, sempre levou uma vida ativa, praticou esportes e até integrou a equipe de beisebol campeã de Utah em certo ano. Sua energia era maravilhosa e suas atividades nunca cessavam. Ele jamais fazia concessões ao mal. Algumas de suas características mais marcantes jamais foram percebidas pelo público. Ele tinha uma natureza afável e solidária que seus amigos amavam profundamente; ele era bondoso para com os aflitos e auxiliava os necessitados constantemente, algo que nunca ficou registrado nos anais terrenos. Seu testemunho da verdade nunca vacilou. Ele tinha inúmeros amigos fora da Igreja, e era amado afetuosamente por seu povo” (Joseph Fielding Smith, Essentials in Church History, 26a ed. [1950], pp. 530–531).
A II Guerra Mundial estava chegando ao fim na Europa quando seu corpo alto e magro foi sepultado. Ele recebeu honras e louvores tanto de membros como de não-membros. Milhares de pessoas vieram prestar um último tributo. Em seu funeral, um de seus conselheiros, o Presidente J. Reuben Clark Jr., disse sobre ele: “Ele viveu sem nada a esconder. Ele não tinha nada em sua vida do que se constranger, nada a ocultar, nada que o viesse envergonhar” (citado por Hinckley, Heber J. Grant, p. 262).
“ELE ERA UM GIGANTE”

O Presidente Heber J. Grant
No dia 14 de março de 1995, o Presidente Gordon B. Hinckley, ao deparar-se com suas novas responsabilidades como Presidente da Igreja, escreveu em seu diário: “Em julho vai fazer sessenta anos que entrei nesta sala pela primeira vez. Eu acabara de voltar do campo missionário e vim para uma entrevista com a Primeira Presidência a pedido de meu presidente de missão, o Élder Joseph F. Merrill, do Conselho dos Doze. Fico aturdido ao pensar em tudo o que aconteceu desde aquele dia. É estranho dar-me conta de que hoje estou sentado no mesmo local que o Presidente Heber J. Grant naquela ocasião. Ele era um gigante e eu o amava” (citado por Sheri L. Dew, Go Forward with Faith: The Biography of Gordon B. Hinckley [1996], p. 511).