2000–2009
Porque Ele Leu o Livro de Mórmon
Outubro 2008


Porque Ele Leu o Livro de Mórmon

Convido todos os que me escutam hoje a lerem o Livro de Mórmon e a colocarem à prova a promessa nele contida. Os que o fizerem saberão que ele é verdadeiro.

Bom dia, queridos irmãos e irmãs. Sinto uma profunda alegria e honra em poder falar-lhes hoje. Oro para que Deus guie minhas palavras, e que Seu Espírito esteja conosco, para que “(…) aquele que prega e aquele que recebe se [compreendam] um ao outro e ambos [sejam] edificados e juntos se [regozijem]” (D&C 50:22).

Considero o dia 2 de junho de 1940 um dia muito importante na história de nossa família. Nesse dia meu pai foi batizado nesta Igreja.

Ao escrever para seu pai, o Élder Jack McDonald, um dos missionários que batizou meu pai, descreveu assim aquele dia:

“Domingo passado foi um dia especialmente bonito. Nós, missionários, fomos a um lugar isolado às margens do rio, fora da cidade, e lá, o Élder Jones e eu, [Élder McDonald], realizamos nosso primeiro batismo. Antony Aidukaitis entrou nas águas geladas e tornou-se um membro da Igreja. (…) Tudo estava perfeito, o céu tão azul, o campo tão tranqüilo e verde, tão bonito, que foi impossível que qualquer um de nós deixasse de sentir a presença de alguma influência superior.

[Ao caminhar para casa] com esse novo membro, ele disse que não tinha palavras para expressar o quanto o dia tinha sido maravilhoso para ele — como se sentia verdadeiramente um novo homem (…).

Esse foi nosso primeiro batismo, mas nem eu nem ninguém merecemos nenhum crédito. Ele converteu-se a si mesmo.”

Esse evento mudou a história de minha vida. Não sei se meu pai conseguia vislumbrar a sabedoria desse ato. Amo o meu pai pelo que fez naquele dia. Ele já faleceu há 30 anos, mas honrarei e abençoarei seu nome para sempre.

Meu pai era filho de lituanos, mas nasceu na Escócia. Mudou-se para o Brasil ainda jovem, e seu domínio do inglês facilitou sua conversão, pois permitiu que lesse o Livro de Mórmon em inglês, já que ainda não havia uma tradução confiável em português. Essa barreira lingüística fez com que minha mãe só se unisse à Igreja alguns anos depois mas, quando o fez, ela tornou-se um grande exemplo de dedicação ao próximo e amor a Deus em nossa família. Agora ela está com 92 anos e está aqui hoje. Tenho imensa alegria de dizer que a amo por sua grande fidelidade. Honrarei e abençoarei seu nome para sempre, também.

Admiro a coragem que meu pai teve para ser batizado na Igreja apesar das circunstâncias em que se encontrava na época. Não foi fácil para ele: a esposa não foi batizada com ele; os vícios do fumo e do álcool eram fortes tentações; ele era pobre; sua mãe era contra seu batismo na Igreja e disse a ele que, se fosse batizado, ela não o consideraria mais seu filho. Com menos de 300 membros no Brasil, a Igreja não tinha uma única capela. Realmente, surpreendem-me a determinação e a coragem de meu pai!

Como pôde tomar tal decisão, com tantas circunstâncias desfavoráveis? Simples: foi porque meu pai leu o Livro de Mórmon. Ao fazer isso soube que a mensagem da Restauração era verdadeira. O Livro de Mórmon é uma prova de que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é verdadeira. Pregar Meu Evangelho ensina que “O Livro de Mórmon, juntamente com o Espírito, é [o] recurso mais poderoso na conversão” (Pregar Meu Evangelho, 2004, p. 108).

O Presidente Gordon B. Hinckley declarou: “Aqueles que leram [o Livro de Mórmon] em espírito de oração, sejam eles ricos ou pobres, instruídos ou iletrados, cresceram com o seu poder.

(…) Prometo-lhes sem reservas que se lerem o Livro de Mórmon em espírito de oração, não importando quantas vezes o tenham lido anteriormente, terão uma porção maior do Espírito do Senhor no coração. Sentirão uma determinação mais firme de obedecer a Seus mandamentos e um testemunho mais forte da realidade viva do Filho de Deus” (“The Power of the Book of Mormon”, Ensign, junho de 1988, p. 6; ver também “O Livro de Mórmon”, A Liahona, outubro de 1988, p.7).

Foi isso o que aconteceu com meu pai e com minha família. Seguindo o que nos foi ensinado, lemos as escrituras em família todos os dias. Fazemos isso há muitos anos. Já lemos o Livro de Mórmon várias vezes em nossa casa e continuamos a fazê-lo. Como foi prometido, o Espírito do Senhor veio ao coração de nossa família, e sentimos uma determinação mais firme de obedecer a Seus mandamentos e um testemunho mais forte da realidade viva do Filho de Deus.

Ao saber que o Livro de Mórmon é verdadeiro, a pessoa saberá que Joseph Smith foi chamado por Deus para restaurar a Igreja de Jesus Cristo na Terra; saberá que ele viu o Pai e o Filho; saberá que existe apenas uma fé e um batismo válidos; saberá que existe um profeta vivo de Deus na Terra e que ele tem todas as chaves do sacerdócio e o direito de exercê-las, como Pedro de antigamente; saberá que Jesus Cristo é o Filho de Deus, o único nome pelo qual podemos ser salvos; saberá que Deus, o Pai, vive e que Ele nos ama; saberá que Seu plano de Salvação é perfeito e terá o desejo de realizar Suas ordenanças, seguir Seus preceitos e perseverar até o fim.

Fico triste quando alguém é posto diante do Livro de Mórmon, essas coisas lhe são explicadas e, ainda assim, recusa-se a lê-lo. Fico entristecido que se deixem convencer por outros que jamais provaram do livro e o descartam como algo sem valor, e não participem do banquete espiritual que ele oferece. Para mim, isso é tão incompreensível quanto seria se um filho que estivesse distante de um pai carinhoso se recusasse a ler uma carta dele, sem mesmo abrir o envelope. Os que agem assim são como crianças que se recusam a comer a comida que a mãe preparou com todo carinho sem sequer prová-la.

Deus revelará a veracidade desse livro se atendermos à exortação de Morôni, contida em Morôni 10:3–5. Pregar Meu Evangelho resume as instruções de Morôni:

  • Um: “ler o Livro de Mórmon e ponderar sua mensagem a respeito de Jesus Cristo”.

  • Dois: “orar a Deus com fé em Jesus Cristo para receber um testemunho de que o Livro de Mórmon é verdadeiro e que Joseph Smith é o profeta da Restauração”.

  • Três: “orar sinceramente e com real intenção, ou seja, com a intenção de colocar em prática a resposta que receberem de Deus” (Pregar Meu Evangelho, p. 115).

Aos que diriam que não há quem possa saber dessas coisas, testifico que é possível se formos humildes o bastante para fazer o que Deus, por meio de Seus profetas na Terra, disse que fizéssemos. A não ser que acreditemos na idéia absurda de que Deus não saiba onde está a verdade ou não tenha poder para mostrá-la a nós. O fato de alguém não colocar a promessa desse livro à prova não significa que outros não o fizeram.

Por que amo meu pai e honro seu nome? Porque meu pai leu o Livro de Mórmon e pôs a promessa à prova. Por que amo meu pai e honro seu nome? Porque ele não se acovardou diante da resposta recebida, mesmo em face de grandes dificuldades. Por que amo meu pai e honro seu nome? Porque ele proporcionou-me uma bênção antes mesmo de eu nascer, ao ter coragem para fazer o que Deus esperava que ele fizesse.

Convido todos os que me escutam hoje a lerem o Livro de Mórmon e a colocarem à prova a promessa nele contida. Os que o fizerem saberão que ele é verdadeiro.

Presto meu testemunho de que o Livro de Mórmon é a palavra de Deus. Por causa disso, sei que Joseph Smith é um profeta de Deus. Sei que ele não escreveu o Livro de Mórmon, mas o traduziu pelo poder de Deus. Sei que Thomas S. Monson é o profeta de Deus na Terra hoje, o único homem na Terra que possui todas as chaves do sacerdócio e tem o direito de exercê-las. Sei que Jesus Cristo é o nosso Salvador e que Ele vive. Sei que Deus vive e nos ama. Em nome de Jesus Cristo. Amém.